Arquivo diário 09/07/2025

A Democracia sacaneada pelos Triunviratos

Vivemos no Brasil certos movimentos embandeirados com os rótulos de esquerda e de direita, recitados por discípulos de políticos que se dizem evangélicos, para nós, evangélicos do fisiologismo, cujo bem estar é o de se dar bem sobre o erário.

Ilustração: Tilixia-Summer

Porque, nem o pastor, nem o padre têm vocações legislativas, ou artística, mas sim, sacerdotais, como Aarão e os Levitas, assim, quando vemos determinada figura midiática usando o prefixo pastor santinho, ou, de padre estelar, logo vemos, ou ele se perdeu no caminho do templo, ou está desprezando a própria Palavra que deveria zelar, valendo-se do prestígio sacerdotal para manipular pessoas, quando na verdade, deveria estar no ofício que foi chamado que é o de zelar pela Palavra:

Ouve a voz do Senhor teu Deus,
e observa todos os seus mandamentos e preceitos,
que estão escritos nesta lei.
Converte-te para o Senhor teu Deus
com todo o teu coração e com toda a tua alma.
11 Na verdade, este mandamento que hoje te dou
não é difícil demais,
nem está fora do teu alcance.
Não está no céu,
para que possas dizer:
‘Quem subirá ao céu por nós para apanhá-lo?
Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir?’
13Nem está do outro lado do mar,
para que possas alegar:
‘Quem atravessará o mar por nós para apanhá-lo?
Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir?’
14Ao contrário,
esta palavra está bem ao teu alcance,
está em tua boca e em teu coração,
para que a possas cumprir
(Deuteronômio, 30, 10-14 – 15º Domingo do Tempo Comum – 13 jul. 2025).

Não queremos dizer assim, que eles não podem fazer outra coisa, mas sim que, se desejam ser um agente político, ou uma estrela midiática, que renunciem a sua condição sacerdotal, para assim desenvolver bem a sua atividade, com a própria cara de cidadão comum, sem misturar as coisas como vemos nos dias de hoje, porque pensamos que a manipulação de pessoas valendo-se do manto sagrado, para nós, é um sacrilégio, uma ofensa aos símbolos religiosos.

Se tirarmos uma foto do Congresso Nacional hoje, não vemos uma Democracia, em que se aplica os freios e contra-pesos, mas um triunvirato, embandeirado em nome da ordem, disputando cada um sua posição política pessoal (fisiologismo) e não coletiva, e, cobrando altos preços do Estado, com regalias e vencimentos.

O negócio de “se dar bem como agente político” é tão lucrativo (para alguns e, em detrimento dos cidadãos), que já trabalham arduamente para aumentar o triunvirato das direitas, centrão e esquerdistas, com o número de deputados para 2027.

É uma ofensa à Democracia o uso apócrifo no Estado Democrático de Direito, dos termos Esquerda, Centro, e Direita, pois de forma escandalosa, sem qualquer constrangimento diante dos cidadãos, dizem vou defender o meu na esquerda, ou, defender o meu na direita, ou defender o meu no centro, e você, cidadão, fica ai torcendo para a minha vitória e para me manter no poder sem se esquecer de que a conta quem paga e você.

Para entendermos quanto o cidadão está sendo feito de bobo nesse cenários pelos triunviratos apócrifos, precisamos absorver o sentido do termo direita, que significa um governo pelo capitalismo duro (hard), cujo exemplo moderno, damos pelo nosso testemunhos no Estado de São Paulo, em que a Secretaria da Educação, vem aplicando na gestão escolar um sistema auto-centralizador disfarçado de avaliação 360, que esfacela a saúde mental dos professores.

Nesse sistema o diretor da escola pode demitir concursados como “ad nutum” (no sentido de a bel prazer), por ato pessoal (art. 25 e 26 da Resolução SEDUC nº 77/2024), ou ainda, se o professor teve um ataque cardíaco e foi obrigado, obrigatoriamente obrigado, a se internar para tratamento de saúde, é demitido, perdendo suas aulas, isso é o que se chama de governo de Direita, cujo princípio é o de não querer intervir no Estado, exceto para os fundos partidários que tem que bancar suas campanhas escandalosas.

E não para por ai, já tem como propósito acabar com os cargos (desempregar) os professores da rede pública estadual com a privatização da educação, baseado nos princípios do capitalismo da não intervenção estatal, exceto os fundos partidários, isto é o que se chama governo dos direitista.

No governo do centro, pode ser comparado coma ferrugem, que se agarra ao néctar do erário público, e escorre para o lado que mais pode sustentar os interesses pessoais (fisiologismo) do agente político, indo ora para a esquerda, ora para a direita, ou para o que pagar mais.

No governo de esquerda herdado dos princípios do comunismo e socialismo, não existe no Brasil, porque é inconstitucional, o que vemos é um governo assistencialista, que em nome dos mais necessitados, quer aplicar os princípios do capitalismo para quem não precisa tanto, por exemplo, comprando o interesse dos alunos do ensino médio, esquecendo o seu desprezo pelos milhares de livros didáticos custeado pelo erário público e jogados no lixo.

Portanto cidadãos, não estamos vivendo a Democracia, mas num Estado Democrático de Direito em que os Poderes públicos não sentem o mínimo constrangimento, e desenfreadamente se colocam como o 1º Triunvirato nos Poderes Constitucionais, e o 2º Triunvirato no Poder Legislativo Nacional, formado pelos tais direitistas, centrão e esquerdistas, diante de tamanho escândalo, nos resta parafrasear os poderosos, e dizer: para os cidadãos às favas os “freios e contra-pesos” que sustentam a República democrática.

Por outro lado, se voltássemos nosso olhar para o que realmente somos como Estado de Democrático de Direito, o que viríamos é o sonho da República da igualdade, da fraternidade, da dignidade humana, em que os Poderes legítimos, sem impostores, governada não por esquerda ou direita, e sem a ferrugem central, mas pelos princípios de uma Constituição Social.

Aquela sonha onde se respeita a propriedade privada, ao mesmo tempo, que garante a cidadania e dignidade humana, dentro de uma responsabilidade politica e fiscal na probidade do erário público, se escandalizando pelo evangelho do “se dar bem” pessoalmente sob o manto politiqueiro.

Conclusão:

O que vemos hoje nas discussões de governança pública é o puro ego pessoal do agente político, nos obrigando a suportar o peso da mediocridade miserável que aumenta nosso fardo para sustentá-los, diante dos assombrosos assaltos ao erário público, como por exemplo:

Testemunhamos as improbidades administrativas dos agentes políticos que em nome do socorro ao povo, socorrem a si mesmos com as monstruosas emendas parlamentares, e assim, não há quem socorra a cidadania e a dignidade de quem os elegeram, porque a exemplo dos sacerdotes e levitas corrompidos, que negaram o auxílio ao samaritano, não existe para eles “o meu próximo”.

Mas nós sabemos que isso não será para sempre, porque continuamos mergulhados nos sonhos de nossa Constituição Social, e repetimos a pergunta a nós feita pelo Senhor em nosso íntimo:

Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem
que caiu nas mãos dos assaltantes?”
37Ele respondeu:
“Aquele que usou de misericórdia para com ele”.
Então Jesus lhe disse:
“Vai e faze a mesma coisa
” (Lucas 10,36-37 – 15º Domingo do Tempo Comum – 13 jul. 2025).

E, assim, levantando nossos olhos para cima, saberemos que isso tudo, durará só um momento:

R. Humildes, buscai a Deus e alegrai-vos:
o vosso coração reviverá!

33Humildes, vede isto e alegrai-vos:
o vosso coração reviverá, *
se procurardes o Senhor continuamente!
34Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, *
e não despreza o clamor de seus cativos. R.

36aSim, Deus virá e salvará Jerusalém, *
b reconstruindo as cidades de Judá.
37A descendência de seus servos há de herdá-las, †
e os que amam o santo nome do Senhor *
dentro delas fixarão sua morada! R.
(Salmo 65 [66] – 15º Domingo do Tempo Comum – 13 jul. 2025).

Todos eles e nós, dizemos acreditar na paz, mas onde praticamos a misericórdia em nossos atos que nos faz afastar dos nossos eus, e interesses pessoais, para reconhecer um sonho de bem comum? Ao invés disso, preferimos atribuir a culpa para a esquerda, ou para a direita, ou dos ferruginosos, para com isso, esquivarmos de nós mesmos como cantaram os Titãs, todos dizem acreditar na paz, mas ninguém faz nada por ela, todos dizer querer a guerra, mas ninguém luta por você.