Mudando o curso em 180 graus

Este artigo tem por propósito demonstrar que a certeza naquilo que se vê pode levar a uma interpretação errada, e, apresentando proposta de correção de curso.

As conjunturas de mudanças de paradigmas nos tempos presentes chamada para uma conversão em retorno de 180 graus.

A necessidade do retorno se refere à nossa forma de perceber as coisas.

Retorno.

Retornarmos da ilusão de que há certeza na nitidez, pois o coneito que temos é o de quanto mais nítida a imagem, melhor percebemos as coisas.

Saindo da introspecção para a emoção, dando mais oportunidade para o senso crítico do que pelo passivismo da pelo que se vê na imagem.

Quanto mais nítida a imagem for haverá menos índices emocionais de comunicação com o ambiente, por exemplo, imagine que alguém quer te convencer que o Governo atual da Venezuela é o mais democrático do mundo, e mostra tanta nitidez para te convencer disso que extrai de você todas as oportunidades para você desenvolver o seu próprio senso crítico, ou seja, subtrai-se o diálogo por um monólogo.

Mudando-se o paradigma

Se é necessário estarmos nos comunicando com o meio ambiente, então é preciso se estimular os sentidos que estimulam os índices emocionais, para isso é preciso depender menos daquilo que a imagem quer nos convencer, e retornando a comunicação conosco mesmo, podendo ser suficiente uma imagem assim.

Aplicando-se na prática

A aplicação prática parte do primeiro paradigma a ser quebrado tendo como melhor proposta para este trabalho, a conversão da igreja diante do estado atual de imagem morta, de que é a Igreja quem pede a conversão.

O segundo paradigma a ser quebrado é o da percepção de Igreja, que deve ser entendido como o princípio que cada espécie viva carrega em si, como caminho, ou plano, capaz de lhe garantir a vida segura, em contraposição ao do estado atual de imagem morta, sem emoção, de que igreja é aquela que professa a religião dela, possibilitando a partir dessa percepção que todas as espécies vivas buscam vida nova, porque a vida se ressuscita sob a proteção de uma mesma mãe.

O esboço abaixo tem o propósito de facilitar didaticamente a aplicação prática do paradigma que propõe uma mudança, tomando por base a Liturgia do 28º Domingo do Tempo Comum, celebrada em 11/10/2020, e, se a Igreja precisa de conversão, com um retorno de 180 graus, para onde ela está indo e para onde ela precisa voltar?

Para onde ela esta indo: Estado Democrático de Direito

Projeto de Estado Democrático Celestial para a vida futura (eterna)

A formação de uma sociedade celeste, a exemplo do Olimpo, composta por deuses, anjos e homens, em que aquele que deu menos migalha será menor, e o que deu mais migalhas será maior, e os explorados terão fartura de migalhas, por isso também serão grandes como seus exploradores.

Solidariedade e assistência social

A fraternidade social é pretendida para que os exploradores sintam-se solidários como os seus explorados lançando-lhes algumas migalhas a mais do que costumam dar aos escravos no seu salário.

A ilusão da Igreja atual

A ilusão da democracia ( finge a igualdade, em um Estado em que os mais sortudos que compõem o Estado + Igrejas, dominam aqueles que se tornam seus explorados).

Para onde voltar:Paradigma do Reino: a mudança de paradigmas

A promessa da renovação da vida pelo Reino presente

A vida não é um sopro que se esvai, mas se renova, assim ela não se perde, mas muda-se de estado, do material para o imaterial, mas sempre viva, cujo a mudança de estado é semelhante a uma tecnologia que se incrementa, cuja parte material é apenas uma parte do sua estrutura, como se fosse por exemplo, em relação a um cão, o rabo, ou, em relação ao braço do homem, a mão, ou seja, a parte material é só uma extensão, assim cada ser humano é muito maior do que a ilusão da imagem que lhe convence ser, cuja parte material é apenas um fragmento dela que se complementa pelo que se poderia chamar de matéria escura.

E, por sua vez, essa vida, assim como a mão não vive sozinha, ou o rabo do cão não é independente, se liga a um corpo, que é o Caminho que dá a segurança da Vida como a promessa apresentada na Liturgia do 28 Domingo: O Senhor Deus eliminará para sempre a morte e enxugará as lágrimas de todas as faces e acabará com a desonra do seu povo em toda a terra (Is 25, 8) [seu povo significa não apenas da Humanidade, mas incluindo todas as espécies que vivem nela].

Assim, a vida na Terra não é uma sociedade de pessoas, mas a composição de tudo aquilo que compõe o Jardim de Deus, o Eldorado, onde a Terra em meio a bilhões de galáxias, Ele a escolheu para edificar o seu Jardim como a sua Tenda.

Cidadania

Diferentemente da assistência social, cada membro de Vida, ligado ao corpo, é fiel a função ao qual foi constituído, por exemplo, o aparelho gatrointestinal é fiel a sua função de absorção e separação da energia vital, assim como os pés são fiéis para sustentar e deslocar o corpo, de forma que não se voltam para si, mas, para uma articulação conjunta que permitirá que o corpo seja saudável.

Essa articulação elimina a assistência social, pois, todo o corpo se articula como se fosse um, não havendo exclusões, mas integração, cada um com o mérito de sua função, cada um com a riqueza de seu trabalho.

A supremacia da dignidade

Na renovação da Vida cuja tecnologia demanda o trabalho, diferentemente do ócio no Monte Olimpo, muitas vezes a função dos pés é cansativa, ou, as vezes ele deu uma topada na pedra e quebrou o dedo, contudo suas limitações são acolhidas com motivo de dignidade pelo seu trabalho e não como motivo de exclusão.

Da mesma forma que a hostilidade natural não é amaldiçoada como fatalidade de azarão: sei viver na miséria e sei viver na abundância. Eu aprendi o segredo de viver em toda e qualquer situação, estando farto ou passando fome, tendo de sobra ou sofrendo necessidade. Tudo posso naquele me dá força (Ef 4,12-13).

O maior propósito de cada um é a preservação da dignidade do outro, cuja a riqueza está em renunciar as próprias necessidades para garantir a estabilização do bem estar do corpo.

O retorno ou mudança: a conversão em 180 graus

Ao se falar de conversão da Igreja não se quer dizer uma modernização dos seus tradições, ou quebra de seus costumes, mas sim mudança de caminho, retorno diante de uma postura de ser conduzida por piloto automático, para assumir a própria direção.

A conversão: percebendo o piloto automático

A Liturgia do 28 Domingo do Tempo Comum traz a renovação da Vida, dizendo para a Igreja nos dias atuais que ela está sendo convidada para a posse do Rei: O Reino dos céus é como a história a do rei que preparou a festa de casamento do seu filho. E mandou os seus empregados para chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram ir (Mt 22,2-3).

Mas, ao se prestar atenção ao sentido de “não quiseram ir”, já se mostra uma caminhada na contramão, demandando um retorno.

O sentido de “não quiseram ir”, se dá pela visão estrábica (vesga) causada pelas certeza nas imagens, como se ela estivesse dizendo para si: devemos ser solidários, dar assistência social para se estar no caminho da salvação, dando esmolas (migalhas) aos pobres, e uma dia na eternidade, isto é, fora da realidade presente, como uma utopia, estaremos sem choro e sem dor na sociedade celestial.

Mudando a direção

Mudar de direção é necessário a realizar uma verdadeira transformação de vida, ao ponto de se perceber incapaz de por si só alcançar toda a segurança e renovação da vida, como se fosse uma mão independente, dessa forma voltando-se ao regaço do Corpo, voltar-se a certeza de que esse Corpo garantirá a Viva:
O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei, estais comigo com bastão e com cajado; eles me dão a segurança. Na casa do senhor habitarei pelos tempos infinitos (Sl 22, 1.3b-4.6b).

Sair do piloto automático e não simplesmente participar da liturgia como se fosse no bar relaxar um pouco e depois, já nem mais se lembrar da cerveja que tomou, mas sim, absorvê-la como realidade transformadora, e se ela diz hoje para a Igreja que está convidando-a, ela precisa reconhecer, ou seja, aceitar o convite para as bodas.

E aceitar esse convite significa se revestir das vestes da Realeza, ou seja, ela como ovelha reconhecer a voz do seu Pastor que a está chamando neste momento real, e não para um dia na eternidade, e reagir assumindo a função para a qual foi chamada, não se portanto como aqueles que lhe viram as costas:

O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Dizei aos convidados; já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos, e tudo está pronto. Vinde para a festa’. Mas os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios. (Mt 22,4-5).

Conclusão

Cuidado, talvez você precise ir para o oculista para trocar os óculos, por um escuro sem grau, que reduza a nitidez das imagens que te impedem de se emocionar.

Atitude para superar as adversidades do tempo presente

O presente texto tem por objetivo criar uma percepção diante da realidade inóspida, gerada pelas altas ondas de calor, e, compor a viabilidade de propostas para o planejamento da vida para os próximos anos, encarando-se a verdade, e superando os medos.

Resumo: O presente texto tem por objetivo criar uma percepção diante da realidade inóspida, gerada pelas altas ondas de calor, e, compor a viabilidade de propostas para o planejamento da vida para os próximos anos, encarando-se a verdade, e superando os medos.

I – Explicação inicial necessária sobre as tecnologias para a produção do Artigo em texto tridimensional (3D)

O presente artigo compõe-se de uma comunicação por via de linguagem textual tridimensional (texto em 3D), estruturada com altura, largura e profundidade, valendo-se de duas tecnologias da Semiótica (Ciência das Linguagens) desenvolvidas por Charles Senders Peirce.

A primeira tecnologia semiótica é a da abdução, que é a ferramenta tecnológica que se assemelha a antítese da dialética ou, uma problemática na pesquisa, ou, ainda, a entropia da termodinâmica, na função de reequilíbrio, concordância, síntese da mensagem na comunicação.

A segunda tecnologia semiótica é o do pragmaticismo, que representa uma ferramenta tecnológica que permite a demonstração objetiva dos fenômenos sem a contaminação do ímpeto pessoal na estruturação da comunicação, em diametral contraposição às abstrações argumentativas que se confundem com opinião pessoal de quem as emite, pela construção de antíteses com vícios de conveniência, como se cada um tivesse a própria verdade, pois, neste caso, é rejeitada a ferramenta tecnológica da abdução e colocado em seu lugar a presunção.

II – A existência de comunicação nas ondas de calor

Testemunhamos nas últimas semanas de setembro e primeiras semana de outubro de 2020, uma escaldante onda de calor, estimulando ferozmente os focos de queimadas sobre diversas partes do mundo. E, se confirmamos estes testemunhos, é porque estamos em comunicação com o ambiente, e, também, se temos esse privilégio, é porque o fenômeno da onda de calor têm uma linguagem com os seres vivos.

No entanto, se há uma linguagem, é preciso voltar o nosso olhar para quem emite a mensagem, que no caso não são as ondas de calor, porque, como fenômenos abdutivos representam apenas fatores, e não autores da mensagem, como uma entropia, termo que emprestamos da termodinâmica para representar o desequilíbrio do sistema de pressão atmosférica, que na dialética poderia ser chamada de antítese.

Assim, se as ondas de calor, são fatores, a sua atuação na comunicação é semelhante a função do campo magnético para a luz, que a exemplo das ondas de calor, são compostas por ondas magnéticas com a função de transportar a luz, e, no caso das ondas de calor, a função será a de condutor da linguagem, do transportador, como um mensageiro do sistema de pressão atmosférica, tendo por emissores da comunicação, um sistema tríduo, isto é com três emissores; as estrelas, o Sol e a Terra.

O primeiro sistema comunicativo são as estrelas, a partir da produção de nêutrons que vai estruturar o Planeta com os elementos necessários ao desenvolvimento da vida, por exemplo, o cálcio, o ferro, o zinco, o bório.

O segundo sistema comunicativo é o Sol, que para se entender melhor a interação da comunicação do Sol com os seres vivos, basta se olhar para uma semente, que ao ser plantada, a Terra se alimenta dela, e a partir da luz solar há uma comunicação, cuja a interação de linguagens produzirá a reação do brotar e se transformar em uma árvore que alimentará a vida com as essências estelares, isto é, aquele cálcio, ferro, zinco bório.

O terceiro sistema comunicativo é o Planeta Terra, que assemelhando-se a uma mãe que carrega o feto no útero, oferece aos seres vivos, um lugar seguro, para se alimentar e desenvolver a vida, a partir das essências trazidas pelas estrelas e, que foram cultivada pelo Sol.

Essas considerações nos permite então, identificar que o Sistema Vital está estruturado sobre três comunicadores diretos: o Universo, o Sol e o Planeta Terra, cuja a mensagem nesses dias, nos são transmitidas por altas ondas de calor a oferecer risco para a vida dos habitantes do Planeta.

III – A comunicação pelo Surf na crista das altas ondas de calor

Se já se tem definidos os emissores, um transportador e um receptor, no processo de comunicação, se torna possível interagir com a linguagem a partir da ferramenta tecnológica do pragmaticismo, no entanto, dependerá de cada receptor a reação, isto é, se acolhe ou não a mensagem, completando-se o processo comunicativo.

Ao se referir a reação à mensagem como resultado da interação se parte da premissa de que se as ondas de calor decorrem de um desequilíbrio, esse desequilíbrio por sua vez, ou, caos a produzir uma entropia, é resultado da intervenção humana no ambiente natural.

A Humanidade ao promover intervenções na Arte natural constituído pelo Sistema Vital, remodelando-o para o Sistema Antropoceno, isto é o Artificial, afastou a Arte para colocar em seu lugar o Artefato, que se popularizou como tecnológico, ao ponto de concluir que muito próximo do tudo o que é Antropoceno, é Artificial, saturando-se a capacidade planetária pelos Artefatos.

Essa saturação é o primeiro índice abdutivo a indicar um elemento da linguagem, qual seja, a intervenção Antropoceno, espalhando a artificialidade no ambiente, provocou um desequilíbrio climático, tornando-se responsável exclusivo pela extinção de bilhões de espécies animais, vegetais e minerais, ao ponto de ser contaminado pelo próprio artificialismo, em que o modelo de vida em comum, de natural passou a ser o artificial, isto é, de aparências, em atos vazios de verdade, assim, permanece indiferente e insensível às mensagens, e, mesmo interagindo com elas não reage, e se irrita quando alguém lhe mostra a realidade.

IV – Compreendendo a mensagem das altas ondas de calor

Testemunhamos nessas últimas semanas o grave efeito das ondas de calor, em que tornou-se comum a quebra de recordes de temperaturas máximas nas cidades, informando as populações com a apresentação de índices jamais noticiados antes, criando um segundo índice abdutivo a partir da doença humana em decorrência de seu artificialismo, que o torna indiferente sem reação ao risco da própria extinção, pois, ele já havia sido avisado que isso ocorreria, como é possível se constatar na notícia de mais de 8 anos atrás:

Aquecimento global está perto de se tornar irreversível, dizem cientistas

Derretimento da cobertura de gelo e perda de floresta são críticos.

Reunidos em Londres, pesquisadores pediram ações urgentes.

O mundo está perto de atingir um estado crítico que vai torná-lo irreversivelmente mais quente, tornando esta década crítica nos esforços para conter o aquecimento global, alertaram cientistas nesta segunda-feira.

(…)

Com o crescimento das emissões, especialistas dizem que o mundo está perto de atingir limites que vão tornar os efeitos do aquecimento global irreversíveis, como o derretimento da cobertura de gelo polar e perda de floresta.

“Esta é a década crítica. Se nós não invertermos a curva nesta década nós vamos ultrapassar estes limites”, disse Will Steffen, diretor executivo do instituto de mudança climática da Universidade Nacional da Austrália. (REUTERS apud G1, 2012)1.

O terceiro índice abdutivo se dá com a quebra do ar condicionado da Terra, ou, seja, a irreversibilidade das geleiras da Groelândia, e pedimos licença para se destacar aqui, o termo irreversibilidade, isto é, aquilo que se perdeu por completo, não produz mais vida, a exemplo do combustível que se põe no carro, uma vez, queimado para fazer o motor mover o carro, ele não é mais recuperado no tanque.

Com o comprometimento do sistema glacial responsável pelo equilíbrio da pressão atmosférica do Planeta, iniciou-se um processo de falência completa, pois, de acordo com a estrutura dos sistemas, eles são formados por núcleos, ou, princípios, que uma vez eliminados um núcleo, compromete todo o sistema, por exemplo, se no organismo humano se perde o sistema nervoso, ou sistema digestivo, ou o sistema intestinal, toda a estrutura do corpo será afetada, por isso, como se o ar condicionado estivesse quebrado, a coisa começou a esquentar, como já advertia a mesma notícia.

Momento limite

Para a cobertura de gelo – enormes refrigeradores que retardam o aquecimento do planeta – o ponto limite já foi ultrapassado, afirmou Steffen. A cobertura de gelo do oeste da Antártica já encolheu ao longo da última década e a cobertura da Groenlândia perdeu em torno de 200 km³ por ano, desde 1990.

A maioria das estimativas climáticas concorda que a floresta amazônica vai se tornar mais seca conforme o planeta esquente. Mortes de grandes porções de floresta provocadas pela seca têm aumentado temores de que estamos prestes a viver um ponto limite, quando a vegetação vai parar de absorver emissões e começar a liberar gases na atmosfera (Ibid.).

E, diante de claros e prudentes avisos à Humanidade, como que portadora da doença humana da hipocrisia, pois comportando-se como anestesiada às interações do ambiente, parece impossibilitaa de criar algum sentido a tudo isso, e, permaneceu inerte, não fazendo qualquer caso sobre as advertências, com isso, o que era um aviso, se tornou com uma realidade.

Derretimento de gelo na Groenlândia atingiu ponto irreversível, diz estudo.

Degelo faz com que os oceanos subam cerca de um milímetro em média por ano. Em julho, o gelo marinho polar atingiu sua menor extensão em 40 anos.

As camadas de gelo da Groenlândia encolheram a um ponto irreversível, segundo dados publicados nesta semana na revista científica Nature Communications Earth & Environment.

Esse derretimento já está fazendo com que os oceanos subam cerca de um milímetro em média por ano, tornando a Groenlândia a maior responsável por essa elevação. Em julho, o gelo marinho polar atingiu sua menor extensão em 40 anos (REUTERS apud G1, 2020)2.

E as altas ondas de calor uma segunda realidade de reação à falência glacial:

Após uma semana de temperaturas elevadas e umidade do ar baixa, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de “grande perigo” em razão de uma onda de calor em grande parte da região Centro-Oeste, uma parte do Norte e do Sudeste. De acordo com o Inmet, há risco de morte por hipertermia, quando a temperatura corporal sobe além dos 40ºC, o que pode comprometer a saúde ou até mesmo levar à falência de órgãos (LEITE, 2020, p. 1)3.

V – Dos apelos das criaturas viventes no Planeta para uma reação da Humanidade.

Embora a maioria das notícias publicadas relacionam a irreversibilidade do Sistema Glacial com o aumento dos Oceanos, o maior perigo não são as profundezas do mar, mas sim, o aquecimento dos oceanos, transformando os mares em grandes panelas a cozinhar vidas marinhas, no fenômeno de aquecimento das águas marinhas, que hoje é chamado de blob.

Um fenômeno preocupante que já havia ocorrido no Oceano Pacífico em 2014 e 2015 parece estar de volta.

É um gigantesco fluxo de água quente na costa oeste dos Estados Unidos, que ameaça causar devastação na vida marinha e na pesca nessa região.

Há cinco anos, quando apareceu pela primeira vez, os cientistas batizaram o fenômeno de “The Blob” (“a mancha”, em tradução livre.

O nome foi inspirado em um filme de terror dos anos 60, que no Brasil foi batizado de A Bolha Assassina.

The Blob” criou a maior floração de algas tóxicas já registrada na costa oeste dos Estados Unidos. Essas algas nocivas, das quais pequenos organismos se alimentam, afetam toda a cadeia alimentar.

O aumento da temperatura também fez com que salmões que entravam no oceano encontrassem menos alimentos de qualidade.

Essa água mais quente fez com que milhares de leões-marinhos que procuravam comida encalhassem nas praias e que várias espécies de baleias, que também se aproximavam das costas, ficassem presas em redes de pesca ou aparecessem mortas na praia.

Para a indústria pesqueira, a situação também foi desastrosa. Nos Estados de Oregon e Washington, nos Estados Unidos, a floração de algas tóxicas paralisou a indústria de frutos do mar.

Agora, entre o Alasca e a Califórnia, outro aquecimento incomum da água ameaça causar efeitos semelhantes (BBC, 2019, p.1)4.

Ao se acolher esses resultados é formada um quarto índice abdutivo que é o ceticismo da Humanidade, baseada na presunção dela de que ela é a mocinha da história, e sempre vai acabar bem, no entanto, presunçosa, acaba por esquecer-se do antigo lema dos filmes antigos de Hollywood, de que o crime não compensa, e, imprudentemente, ignora a responsabilidade sua sobre as barbáries nos holocaustos e extinção da outras espécies, e pede para pagar para ver, como já começou com os altos preços para ela e para as demais espécies, em razão das altas ondas de calor nesses dias.

E isso parece caminhar para um abismo ao se considerar o que a comunidade científica alerta para os tempos próximos.

Cientistas estão alertando para o derretimento irreversível da Antártica devido ao aquecimento global.

Qual é o consenso científico?

Desde a Primeira Revolução Industrial, o homem interfere cada vez mais no clima por meio da emissão de gases do efeito estufa, como o gás carbônico (CO2) e o gás metano (CH4).

Para determinar a temperatura média do planeta, os climatologistas e meteorologistas contam com dados atmosféricos de várias localidades espalhadas pelo mundo, obtidos por estações meteorológicas. Isso inclui coleta de dados em mares e oceanos – com estações embarcadas em navios, por exemplo – além de dados da alta troposfera por meio de balões e radares meteorológicos em aeronaves.

O consenso na comunidade científica é de que o aquecimento global seja causado principalmente pelo homem. De qualquer forma, a mudança climática nos últimos anos tem trazido muitos problemas como queimadas e aumento do nível do mar.

Desde o início das observações com satélites, no fim dos anos 1970, o Ártico tem perdido cada vez mais gelo no verão e ganho cada vez menos gelo no inverno.

Além disso, há registros de mortes em massa de corais devido ao aumento da temperatura da água nos recifes (GOUVEA, 2020, p. 2)5.

Embora sem um quinto índice abdutivo, é possível valer-se do princípio da dedução lógica ou, da tendência estatística para se concluir que, se com a perda da Groelândia o planeta esquentou muito, ele certamente ferveria com a irreversibilidade da Antártica, cuja imprudência do homem em manter-se na teimosia de se pagar o alto preço para ver, alcançaria os níveis de insanidade a comprometer todos os que dependem de suas ações, isto é, comprometendo a existência não só da própria Humanidade como nas demais espécies.

VIA saída pela prudência.

Se testemunhamos a irreversibilidade de Groelândia, e estamos em vias de testemunhar também a irreversibilidade da Antártida, comprometendo todo o Sistema Glacial, que repercute no Sistema de Pressão Atmosférica do Planeta, tornando irreversível também o Sistema Marinho dos Oceanos, a quinta abdução vem apresentar um convite a prudência a partir da sensibilidade para a palavra irreversibilidade.

Se se prestar atenção à palavra irreversibilidade, de imediato se criará o senso de que ela gera um sentido de fora das mãos da Humanidade pois, a Humanidade feriu de morte o Sistema Glacial, tirou dela a vida, tornou irreversível, sem poder trazê-la de volta, e com isso, desencadeando uma reação de falência sistêmica.

Ou seja, na sua irresponsabilidade decorrente de comportamento presunçoso de que a Humanidade é sempre a mocinha, por isso sempre vencedora, embriagada no orgulho inconsequente de pagar para ver, provocou um fenômeno que agora ela já não pode, e não poderá controlar, porque está muito mais além de sua inteligência e tecnologias, ainda que tenha levado 40 anos para a Humanidade eliminá-los, nada aprenderam para recondicioná-los ou, ressuscita-los, pois, esses sistemas foram estruturados como resultado de milhões de anos da sabedoria da natureza dos nossos ancestrais.

Diante disso surge um quinto índice de abdução, pois se o Sistema Vital sofre da fragilidade de ser extinto, seja no nível de Planeta, ou, de Sol ou, por fim, das Estrelas, é porque nenhum deles tem o controle da vida por si mesmos, sendo cada um deles apenas portadores da vida dentro de um Sistema de Comunicação Universal, ou Cosmológico, comungando pela comunicação com cada espécie viva, tendo então, a Vida o domínio de se estabelecer em alguns deles, isto é a Vida é a Senhora do Sistema Vital.

A partir disso, se verifica a impotência da Humanidade na reparação do caos, isto é, de trazer de volta à vida os sistemas mortos exclusivamente pelas mãos dela, parecendo oferecer como única saída à Humanidade, conduzindo a Ciência da Semiótica aos signos dos Ancestrais da Humanidade, pelo o eco de voz dada como uma ordem ao ancestral chamado Moisés diante das chamas: “Não te aproximes daqui: tire as sandálias dos teus pés porque o lugar, em que estás, é uma terra santa (VULGATA, 1990 p. 78)6.

No contexto presente o frase “tirar as sandálias” cria o sentido da Humanidade descer de sua presunção de que tudo está em suas mãos, e reconhecer-se incapaz de reparar o grave erro que cometeu em face das espécies sob à sua administração.

Pois, ela sendo a administradora e por isso, possuir a característica humanidade, que a diferencia de todas as demais espécies, e com isso se convencionar naturalmente no Planeta, o seu domínio ou governança sobre cada uma delas, assim, precisa se sensibilizar ao ponto de reconhecer o seu erro de morte, isto é, a produção de fenômenos contra a vida causando a morte das geleiras, do mar, da terra, dos biomas, que é a terra santa, porque contém a vida que foi estabelecida neles.

Assim, a advertência parece apontar para a única saída consistente, qual seja, a Humanidade descer o pedestal, rejeitando o seu orgulho, e abraçar o dom de humildade, a fim de que possa a recobrar a sensibilidade e construir os sentidos como elementos vitais, como se estivesse se curando de uma paralisia, ou anestesia.

Porque assim, a semiótica apontará para um sexto índice abdutivo, estruturando uma comunicação a partir de uma mensagem do Sistema Cósmico, isto é, das Estrelas, que respeitando a atitude humana de humildade, não humilha a Humanidade, mas comunga com ela, da própria lei humana que ele adotou um dia para destruir, e, a partir de agora para reconstruir, a Lei de Adam Smith, de não intervenção humana no ambiente, a mão invisível.

Assim, a vida na Terra sendo destinada ao fim, estendendo-se um braço forte como uma mão invisível (ibid. p. 978)7, equivalente a 500 milhões de sóis, sem a intervenção humana, as Estrelas como sistema do princípio da Vida, como sistema vivos que são, emitiram um sinal àqueles que carregam em si, o senso de humildade pelo reconhecimento de sua pequenez e incapacidade de reparação, como cumprimento da promessa de amizade eterna, estabelecida entre a Vida e seus Ancestrais da Humanidade, chamada de Aliança (LUCIO FILHO, 2019)8.

Perante os humildes se fez humilde, pois, no gigantesco brilho equivalente a 500 milhões de sóis, se fez pequeno como um pequeno relâmpago de 5 milésimos de segundo, igual a um sinal elétrico do coração que a medicina chama de clico, curando o homem da insensibilidade causada pelo artificialismo, para chamá-lo novamente à Arte, cuja a vida é rica em emoções.

Proposta de solução

A situação é bem semelhantes as deixadas pelos nossos ancestrais ao se mirar no exemplo entre os Apóstolos Simão Pedro e Judas Iscariotes, o que tem em comum entre eles e a dívida da traição contra seu amigo Jesus, assim como a Humanidade tem hoje a dívida da improbidade administrativa, como que se estivesse traído o mandato que lhe foi conferido de administrador, o que cria simetria também com a parábola do devedor implacável, aquele cujo pagamento da dívida seria impossível (VULGATA, 1990, p. 1081)9

Mas, se Pedro e Judas carregavam a características de pecadores, o que diferença a ação que deu a vida para um e a morte para o outro está no fato de Pedro tirar as sandálias, reconhecendo-se devedor, e, “chorou amargamente” (ibid. p, 1151)10, ao passo de que Judas, não conseguindo perdoar-se a si mesmo (ibid. p. 1081)11, escolheu a morte.

Assim, se Pedro teve o galo da madrugada como sinal, hoje a Humanidade tem o sinal da Aliança pelo FRB 121102, convidando-a à prudência para voltar-se ao conselho dos seus Ancestrais, cujo comportamento insistente dela em deixar de acolher sob o risco de pagar para ver, cria uma simetria com parábolas das virgens prudentes (ibid. p. 1089)12, pois, ao deixarem para aceitar a irreversibilidade dos sistemas depois da hora, correm o risco de não achar mais nenhuma saída.

Portanto, o convite para uma solução é, reconhecer que as coisas estão fora do controle humano, voltar-se para si, a exemplo dos programas de responsabilidade social e compliance, e fazer uma avaliação crítica da Verdade consigo mesmo, e não das verdades seletivas pela relatividade da conveniência, ainda que ela venha depor contra si mesmo, e não ter medo, pois, a Vida ao receber o pedido de desculpa verdadeiro, a concede cheia de misericórdia e incondicionalidade.

A partir dai, buscar as soluções em parceria com a sabedoria dos Ancestrais e a prática presente e, caso interesse, pedimos licença para sugerir nosso vídeo com o título A verdade nua e crua: aviso contra o mascaramento do homem e da Igreja13.

Concluímos por fim, que diante da enorme extensão dos danos que torna a Humanidade incapaz de reparar sozinha o grave efeito produzidos nos Sistema Glacial, Marítimo e Terrestre, é muito pouco provável se desvendar saída diferente, pois, não depende mais de sua vontade, ou domínio, só lhe restando mesmo a prudência como filho obediente, como todas as chances plausíveis.

1G1. Aquecimento global está perto de se tornar irreversível, dizem cientistas. In Natureza, 26/03/2012. Disponível em http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/03/aquecimento-global-esta-perto-de-se-tornar-irreversivel-dizem-cientistas.html. Acesso em 08 out. 2020.

2G1. Derretimento de gelo na Groenlândia atingiu ponto irreversível, diz estudo. In Natureza – G1. Disponível em https://g1.globo.com/natureza/noticia/2020/08/15/derretimento-de-gelo-na-groenlandia-atingiu-ponto-irreversivel-diz-estudo.ghtml. Acesso em 08 out. 2020.

3LEITE, Hellen. Onda de calor dos próximos dias pode levar até a morte, alerta Inmet. In Cidades-DF – Correio Braziliense 06/10/2020. Disponível em https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2020/10/4880305-onda-de-calor-dos-proximos-dias-pode-levar-ate-a-morte-alerta-inmet.html. Acesso em 08 out. 2020.

4 BBC. ‘The Blob’: a preocupante massa de água quente que vem aparecendo na costa da Califórnia. In BBC Mundo, 18/09/2019. Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-49729315, Acesso em 08 out. 2020.

5GOUVÊA, Matheus. Com o aquecimento global, cientista alertam para a Antárdia. In Natureza – Sócientífica, 03/10/2020. Disponível em https://socientifica.com.br/com-aquecimento-do-planeta-cientistas-alertam/. Acesso em 08 out. 2020.

6VULGATA, Bíblia. Livro do Êxodo, Cap. 1, versículo 5. 47ª Ed. São Paulo: Paulinas, 1990.

7VULGATA, Bíblia. Livro Daniel, Cap. 3, versículos44-45. 47ª Ed. São Paulo: Paulinas, 1990.

8LUCIO FILHO, Laurentino. A comunidação humana nos sinais cósmicos de rádios. In Ciências Humanas e a dimensão adquirida através da evolução tecnológica. Cap. 1, p. 1-12, PEREIRA, Denise (org.). Apucarana – PR: Atena, 2019. Disponível em https://www.atenaeditora.com.br/wp-content/uploads/2019/10/e-book-Ciencias-Humanas-e-a-Dimensao-Adquirida-Atraves-da-Evolucao-Tecnologica.pdf, Acesso em 08 out. 2020.

9VULGATA, Bíblia. Evangelho de Mateus, Cap. 18 versículos2327. 47ª Ed. São Paulo: Paulinas, 1990.

10VULGATA, Bíblia. Evangelho de Lucas, Cap. 22 versículo 62. 47ª Ed. São Paulo: Paulinas, 1990.

11VULGATA, Bíblia. Evangelho de Mateus, Cap. 18 versículos2835. 47ª Ed. São Paulo: Paulinas, 1990.

12VULGATA, Bíblia. Evangelho de Mateus, Cap. 25 versículos113. 47ª Ed. São Paulo: Paulinas, 1990.

13LUCIO FILHO, Laurentino. A verdade nua e crua: aviso contra o mascaramento do homem e da Igreja. Disponível em https://youtu.be/71maH_N0G2.A. Acesso em 08 out. 2020

A encíclica Fratelli Tutti e as distorções do sonho de São Francisco de Assis

A assinatura da Enciclica Fratelli Tutti sobre o túmulo, constrange São Francisco ao invés de reverenciar sua santidade.

Resumo

O presente trabalho trata-se de um subsídio de leitura ao documento do Papa Francisco Encíclica Fratelli Tutti, aplicando-se uma tecnologia que visa contribuir com filtro para reduzir no texto a teoria (filosofia da comunicação clérica) e expandir a realidade (aplicação prática) valendo-se da semiótica (Ciência das Linguagens), como forma de adaptação da linguagem religiosa do clero à atualidade, atrasada em pelo menos 1000 anos de idade, porque na evolução comunicativa da Igreja, ela seguiu mais o caminho da Escolástica de São Tomás de Aquino em que o Amor é para ser explicado, através do diálogo democrático entres homens iguais, do que a Concórdia de Joaquim de Fiore, monge da Ordem dos Trapas, em que o Amor é para ser vivenciado pelos iguais, como Palavra Encarnada na liturgia da vida (praxis em Cristo), metodologia esta que serviu de fundamental inspiração à São Francisco que poderia ser resumida na sábia frase do ditado popular que diz: o amor não se explica, se vive.

A base de Estudos para os apontamentos

Sendo este documento produzido no Brasil e não estando disponível para acesso a Encíclica nem no site do Vaticano, nem nas livrarias brasileiras, o presente trabalho, baseou-se no site de notícias Vaticanews1, e, na sinopse da Língua Portuguesa da Livraria Paulinas – Portugal com o seguinte teor:

Neste documento vertem-se as inquietações do papa Francisco já refletidas, sob outra perspetiva, na Encíclica Laudato si’, mas aprofundadas a partir da inspiração de um encontro ocorrido há 800 anos, entre Francisco de Assis e o sultão do Egito, e sob o estímulo do recente encontro em Abu Dhabi, com o Grande Imã Ahmad Al-Tayyeb. O papa Francisco testemunha a partilha, então vivida, a partir da fé comungada de que Deus «criou todos os seres humanos iguais nos direitos, nos deveres e na dignidade, e chamou-os a conviver entre si como irmãos». O Papa lembra que este não é um documento para expor princípios doutrinários, mas apenas lembrar o amor fraterno que tem uma dimensão universal, que não é um sonho, mas uma realidade da nossa humana condição e que não deve ficar-se apenas em palavas. Ao longo de oito capítulos, é feito um exaustivo levantamento das injustiças, humilhações, conflitos e medo, e outros atentados à dignidade dos homens que parecem encaminharem a Humanidade para um confinamento de angustiante desesperança. Simultaneamente, e a par da denúncia, Francisco vai pontuando de salpicos de esperança o muito que todos, a partir dos governantes até à responsabilidade pelo irmão próximo, que cada um tem, como forma de reverter este estado de calamidade a que está a ser conduzida a Terra e transformá-la ainda num espaço de realização plena da Vida, apenas possível com políticas que não atentem, mas contemplem, a Fraternidade (PAULINAS, 2020)2 .

A aplicação tecnológica no tratamento da linguagem analógica para o texto 3D

Os subsídios não tem a pretensão de acrescentar algo à muito bem vinda Encíclica Papal, mas sim, criar simetria com a profundo anseio de espiritualidade dela, reverenciando-se a sábia maturidade do Ancião no seu patriarcado à frente da Igreja Católica, cujo o humilde propósito é o de se contribuir com se fosse um comutador a dar sentido atual à uma comunicação do clero, que insiste em permanecer em uma metodologia distante do tempo real nos tempos da Revolução Digital, que para se criar sentidos se faz necessário remasterizá-la tratando-se a linguagem analógica (altura+largura), pelo afastamento da sua abstração filosófica, esperando se formar uma percepção real pela tridimensionalidade semiótica (texto em 3D = altura + largura + profundidade).

Ao se falar de filtro tecnologias sobre a linguagem retrógada, a proposta recai sobre o esforço em se afastar o olhar cego e o ouvido surdo do homem, da linguagem analógica (verdade de cada um) para uma percepção da Verdade como Caminho da Vida.

As limitações da linguagem retrógrada a ser tratada

Para se aplicar a tecnologia de comunicação na linguagem original, identificou-se no texto divulgados pela sinópse e notícias, os elementos cuja comunicação na Encíclica tem mais um perfil de mensagem, como uma filosofia de vida, uma crítica ao sujeito indeterminado, que parece provocar uma concordância unânime de todos os leitores, sob a forma de indulgência para ninguem precisar assumir o próprio erro na sensação como se estivesse se dizendo: é ele (o sujeito indetermnidado) está errado sim… e nunca eu mesmo, não se criando um espírito de contrição, de arrependimento, de mudança de vida, mas somente de “atirar pedras”.

Isso se percebe no próprio documento como um pensamento pessoal, um manual, personalizado institucionalmente até com direitos autorais, sem cunho de documento público, cujo resultado tende para se misturar às milhares de informações que o cidadão se depara a cada dia, expondo-se ao risco da intoxicação informativa que o sobrecarrega diariamente.

Diante da poluição informativa combatida o tempo todo pelo homem comum, como rejeição seletiva, aquele Documento pode se tornar pouco atraente, indigesto, pois, vindo com a enxurrada de informações, a reação natural dá sensação de algo que de tanto se falar (permanência em estado abstrato, teórico para alguém nunca para quem lê), não se parece com uma Boa Nova da realidade presente.

Por isso, não parece despertar qualquer senso de praxis, podendo ser comparada ainda, com as milhares de homilias dominicais das missas, que por seguir a mesma metodologia de comunicação retrógada que transformam o Deus vivo de Abrahão, Isaac e Jacó, em mitologia, e por isso, pouco afetam a mudança de vida (conversão) das assembleias, que também, deixam de criar sentido na realidade litúrgica, ao ponto de não se perceber a Graça de Deus, ou, praxis, pois não constrói testemunhos de coesão, unidade e fraternidade (Atos 4,32) e a sociedade não lhes dizem “vejam como eles se amam”.

Além disso, ao se aplicar a proposta puramente abstrata, ela tende a trazer os vícios humanos e contradizer a própria verdade, como se vê em dois contra testemunhos da Igreja nesses dias de apresentação desta Encíclica, que devem ser lidos sob a luz da sabedoria que diz o justo apressa-se para corrigir-se (Provérbios 9, 8-9):

a) o primeiro se deu na assinatura da Encíclica, pois, se a verdade do Senhor repugna a idolatria, e aquele que o representa é o último e não o primeiro, a Verdade do Senhor, nos orienta para se colocar o Senhor à frente, para a Palavra ser reconhecida como Graça de Deus, Mandamento do Cristo, no entanto, nisso o Senhor ficou em segundo plano, para ser destacado como Encíclica do Papa Francisco, sob o brilho inédito de ser assinado sobre um túmulo, e para se elevar um pouco mais esse brilho midiático, adorando os lugares altos, puxou-se para o evento a glória de São Francisco de Assis cuja ordem foi a de Deus em primeiro lugar e jamais aparecer, como na Obra 1 Reg 22,32-40;

Vós sois todos irmãos; e não chameis a ninguém de pai sobre a terra, pois um só e o vosso Pai, que está nos céus. E não vos façais chamar de mestres, pois um só é vosso mestre, que está nos céus (Mt 23,8-10) (MATURA, 1999, p. 43)3

b) o segundo ponto é o conteúdo da mensagem que contém 1000% do propósito do amado Papa, em aquecer o coração através da Graça de Deus daqueles que já perderam a esperança, contudo, a Graça significa o dom dado por Deus de reconhecê-lo como Salvador, e não colocar a supressão de suas necessidades, sua salvação no dinheiro, como no belo testemunho da escrava Agar, que abandonada no deserto, sem dinheiro, comida e água, vítima da falta da fraternidade e amor ao próximo de Sara e Abrahão, foi salva por seu Salvador:

Ela invocou, então, o nome do Senhor que lhe havia falado: “Tu, o Deus que olha para mim”, pois ela disse: “Aqui cheguei a ver Aquele que olha para mim” (Gn 16,13)4

Assim, o brilho da Encíclica colocou a Palavra em segundo plano, como destaque para obra humana, e, diferentemente de Agar, em que a Graça é dom gratuito de Deus, a Palavra é recebida como oportunidade para render dinheiros, e já se encontra no comércio, com desconto de pré-lançamento, assim, a Igreja fala de Graça, mas não acredita no que fala pois, no dinheiro está a sua certeza, ou, seja, ela ama o dinheiro e despreza o seu Senhor.

A visão de São Francisco de Assis que os cegos não vêm e os surdos não ouvem

Os pontos trabalhados pela semiótica neste artigo se debruçam sobre as seguintes mensagens da sinopse:

a) O papa Francisco testemunha a partilha, então vivida, a partir da fé comungada de que Deus «criou todos os seres humanos iguais nos direitos, nos deveres e na dignidade, e chamou-os a conviver entre si como irmãos».

b) Ao longo de oito capítulos, é feito um exaustivo levantamento das injustiças, humilhações, conflitos e medo, e outros atentados à dignidade dos homens que parecem encaminharem a Humanidade para um confinamento de angustiante desesperança. Simultaneamente, e a par da denúncia, Francisco vai pontuando de salpicos de esperança o muito que todos, a partir dos governantes até à responsabilidade pelo irmão próximo, que cada um tem, como forma de reverter este estado de calamidade a que está a ser conduzida a Terra e transformá-la ainda num espaço de realização plena da Vida, apenas possível com políticas que não atentem, mas contemplem, a Fraternidade (PAULINAS, 2000, opus cit. nota 2)

O grande erro da Humanidade que a está encaminhando para a própria extinção (Efésios 2,3-8), pois se faz cega e surda diante do Sinal de Jonas que lhe a está chamando para retornar à Aliança com Deus (LUCIO FILHO, 2019)5, é porque o homem embriagado em seu próprio orgulho só olha para a sua órbita, com isso, toda a Lei, Direito e Salvação é só para a humanidade na ilusão de que só ele poderá salvar a si mesmo com suas meditações, argumentações e astúcias.

Ao subir sobre esse pedestal de orgulho, adorando os lugares altos, ele se vê senhor da água, da terra, do ar, do cósmos, do fogo, pois tudo está em sua própria inteligência e não sob o poder de Deus, tratando as criaturas como coisas, sem direitos, mas como suas escravas, e reservando somente para ele a dignidade, como se confere no texto da sinopse, dirigindo somente à Humanidade, para que se igualem somente entre eles, homens, não se estabelecendo qualquer relação de servo, serviço, subserviência, mandatário, entre o homem e seus governados, isto é, as criaturas (demais espécies animais, vegetais, minerais, ou qualque especie de criatura).

O papa Francisco testemunha a partilha, então vivida, a partir da fé comungada de que Deus «criou todos os seres humanos iguais nos direitos, nos deveres e na dignidade, e chamou-os a conviver entre si como irmãos».

Diferente disso, São Francisco de Assis exorta a todos a renunciar ao domínio e senhorio humano, para reverenciar à dignidade de cada uma das criaturas que ampara a Humanidade, que na linguagem filosófica, a sua falta de sincronia com o presente, cria a sensação de ser apenas uma poética teoria, enquanto na Concórdia, manifesta-se a vivência do “santificado seja o vosso Nome, venha a nós ao vosso Reino”, ao se convidar perante a dignidade das criaturas, a integrar a composição do ambiente com cada criatura, de forma que cada um é próximo (e não apenas irmão que é a Humanidade de 1000 anos atrás) de cada um, como na oração a seguir:

Altíssimo, todo-poderoso, bom Senhor, para ti são os louvres, a glória e a honra e toda bênção. Só a ti, Altíssimo, eles convêm, e nenhum homem é digno de dar-te nome.

Louvado sejas, meu Senhor com todas as criaturas, especialmente o irmão sol, que é o dia, e por ele nos iluminas. E é belo e radiante com grande esplendor, de ti, Altíssimo, ele traz o sinal.

Louvado sejas, meu senhor pela irmã lua e pelas estrelas, no céu as formaste, claras e preciosas e belas.

Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão vento, e pelo ar, e pela nuvem e pelo céu sereno e por todos os tempos, pelos quais às tuas criaturas dás suportes.

Louvado seja, meus Senhor, pela irmã água, que é muito útil e humilde e preciosa e casta.

Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo, pelo qual iluminas a noite e ele é belo e alegre, e robusto e forte.

Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã nossa mãe terra que nos sustenta e nos governa e produz diversos frutos com as flores coloridas e a erva (MATURA, 1999, p. 102)

Quando a humanidade só se volta para si mesmo, despreza as criaturas, não se relaciona com o seu meio, isolada em si mesma, assim por exemplo, quando entram no supermercado só a vêem como comida, quando vão para a praia só a vêem como prazer e lazer, quando escalam como montanha só a veem como derrotada, e com esse tratamento de senhor de escravos a maltrata, a depreza e a mata, como se fosse apenas coisas, lixos, descartes, sem qualquer dignidade de direito, nenhuma delas pratica a fraternidade com o seu próximo, isto é, com a sua mãe terra, sua madrinha água, seu padrinho fogo.

Da mesma forma quando naquela Encíclica se alerta para o horror da pobreza causada pela pandemia, como se a opção de São Francisco de Assis tivesse sido feita para aqueles que não têm dinheiro, o que daria contra testemunho a fé de Agar, do Senhor como Salvador, e de Pedro quando disse: “Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda!” ( At 3,6), o termo pobreza há 1000 anos era o mais oportuno, tendo em vista que Francisco vinha de uma linhagem de nobres, assim pobreza significou naquele momento, um contraste entre a confiança em Quem Lhe sustentaria e o dinheiro como opção salvadora, isto é, como se diz hoje, solução de teus problemas.

Contudo o sentido de pobre daquela época é o mesmo de hoje como o grito do excluído, como o Ismael de Agar, que não tinha quem o escutasse, pela Humanidade (Israel) egocêntrica estar surda e cega, Os Ismael hoje são as criaturas, sem direito ou dignidade, ou seja, a Humanidade, que não se sensibiliza pela dor dos filhotinhos queimados, pelas geleiras extintas, pela sopa global da vida maritima com a alta temperatura dos oceanos, esses são os pobres de hoje, cujo homem que um dia foi constituído mandatário de Deus para cuidar de seu Jardim, mas usurpando-se de seu poder, repetindo os crimes de Sara e Abahão ao invés de rejeitá-los, a exemplo de Agar praticam suas barbáries contra o indefeso ao ponto de levá-los a completa extinção, matando toda a vida na Terra.

Conclusão:

Diante do sistema natural de filtro de informações que exclui as mensagens puramente abstratas, a camunicação clérica urge por atualização do milenio anterior para o milênio presente, pois, senão atuará como cego guiando cego, pois, a exemplos de suas ovelhas, tendo olhos não vê e, tendo ouvidos não ouve:

Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.. Volte ao primeiro amor (Ap 2,5);

1VATICANEWS. A fraternidade no caminho da Igreja em saída. Disponível em https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2020-10/fratelli-tutti-entrevistas-visita-papa-francisco-assis.html. Acesso em 03 out. 2020.

2PAULINAS. Catálogo. Disponível em https://www.paulinas.pt/loja/autores/papa-francisco/fratelli-tutti. Acesso em 03 de outubro de 2020.

3MATURA, Thadeé. Orar 15 dias com São Francisco de Assis. Aparecida-SP: Santuário, 1999.

4Livro do Gênesis, Capítulo 16, Versículo 13. Bíblia CNBB.

5LUCIO FILHO, Laurentino. A comunicação humana nos sinais cósmico de rádio.in PEREIRA, Denise (Org), Ciência humana e a dimensão adquirida na evolução tecnológica: Apucarana-PR: Atena 2019, Cap. 1, p. 1-12. Disponível em http://www.formaresaber.com.br/wp-content/uploads/2019/10/e-book-Ciencias-Humanas-e-a-Dimensao-Adquirida-Atraves-da-Evolucao-Tecnologica-1-19.pdf. Acesso em 03 out. 2020.