Todos nós estamos carentes de amor, do amor verdadeiro, do amor que aquece, do amor que anima, do amor que consola, do amor que cura, do amor que alegra.
A verdade é, estamos carente do amor, porque vivemos imersos dentro de uma sociedade frígida, que renunciou ao amor para viver a hipocrisia, e o interesse próprio, onde o amor passou a ser apenas uma fantasia, e para muitos até mesmo uma utopia:
2Socorro, Senhor! O fiel está sumindo!
Desaparece a fidelidade entre os homens:
3cada qual mente ao seu próximo
com lábios enganadores e segundas intenções (Salmo 11 [12], 2-3).
Se olharmos ao nosso redor neste momento, podemos ver de quantos cuidados somos cercados, mas não conseguimos sentir o amor d’Aquele que cuida verdadeiramente de nós, por isso, vivemos dia a dia, uma insatisfação sob o sentimento de estarmos vivendo em um ambiente incompleto, inconstante, as vezes, nos parecendo até mesmo inseguro.
Isso se torna ainda mais agudo, quando acompanhamos as decepções das traições daqueles a quem depositamos nossas confianças, a corrupção dos líderes que deveriam nortear o povo, as barbáries e covardias movidas pelo egoísmo e cobiça, que nos faz mergulhar no mundo gélido, e experimentar a frigidez da sociedade, que tornou o calor do amor, em uma chama fraca, acinzentada e moribunda:
Que o Senhor corte todos os lábios enganadores,
e a língua arrogante
5dos que dizem: “Nossa força está na língua,
nossas armas são nossos lábios.
Quem poderá nos dominar?”(Salmo 11 [12], 4-5)
Mas nascemos pelo amor desde antes de sermos gerados, porque desde que Deus é Deus, Ele já te amou a você e a mim, e, este amor verdadeiro nos convida a reinflamar a chama que aquece os corações dos homens, feridos de morte, e assim os resgatarem do abismo que criaram entre a Vida e a sobrevida daqueles que se dizem imortais.
– Vós fazeis voltar ao pó todo mortal, quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!” Pois mil anos para vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou.
– Eles passam como o sono da manhã, são iguais à erva verde pelos campos: De manhã ela floresce vicejante, mas à tarde é cortada e logo seca.
R: Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós! (Salmo 89 [90], 3-4 – Domingo do Tempo Comum – 07 set. 2025).
A vida nos convida a viver, e nos pede deixe-se ser amado, permita ser amada, por Aquele que jamais vai te decepcionar.
2Cantarei para sempre o teu amor ó Senhor,
anunciarei de geração em geração a tua fidelidade.
3Pois eu disse: “Teu amor é um edifício eterno.
Tu firmaste a tua fidelidade mais que o céu” (Salmo 88 [89], 2-3).
E diante de toda a dor que suportamos diariamente, do esforço diário para cumprirmos nossos compromissos que esfolam nossas almas, nós mantemos a alegria, a alegria da Cruz, porque a profunda dor que sofremos, é a dor de sair das profundezas dos abismos para a Vida:
9bEu, Paulo, velho como estou, e agora também prisioneiro de Cristo Jesus, 10faço–te um pedido em favor do meu filho, que fiz nascer para Cristo na prisão, Onésimo. 12Eu o estou mandando de volta para ti. Ele é como se fosse o meu próprio coração. 13Gostaria de tê-lo comigo, a fim de que fosse teu representante para cuidar de mim nesta prisão, que eu devo ao Evangelho.14Mas eu não quis fazer nada sem o teu parecer, para que a tua bondade não seja forçada, mas espontânea. 15Se ele te foi retirado por algum tempo, talvez seja para que o tenhas de volta para sempre, 16já não como escravo, mas, muito mais do que isso, como um irmão querido, muitíssimo querido para mim quanto mais ele o for para ti, tanto como pessoa humana quanto como irmão no Senhor. 17Assim, se estás em comunhão de fé comigo, recebe-o como se fosse a mim mesmo (Filêmon 9b.10-17 – 23º Domingo do Tempo Comum – 07 set. 2025).
Para o homem que vive para si mesmo, vai dizer: isso é loucura, isso é sadismo, mas para aquele que detém a sabedoria já lhe é revelado que o homem é apenas um sopro, nada pode por si mesmo:
13Qual é o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Ou quem pode imaginar o desígnio do Senhor? 14Na verdade, os pensamentos dos mortais são tímidos e nossas reflexões incertas: 15porque o corpo corruptível torna pesada a alma, e tenda de argila oprime a mente que pensa. 16Mal podemos conhecer o que há na terra, e com muito custo compreendemos o que está ao alcance de nossas mãos; quem, portanto, investigará o que há nos céus? 17Acaso alguém teria conhecido o teu desígnio, sem que lhe desses Sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo espírito? 18Só assim se tornaram retos os caminhos dos que estão na terra, e os homens aprenderam o que te agrada, e pela Sabedoria foram salvos (Sabedoria 9,13-18 – 23º Domingo do Tempo Comum – 07 set. 2025) .
Conclusão:
Estamos carente do amor, não o de sermos amados, mas o de nos permitir, o de nos conceder licença, o de nos deixarmos ser amado por Quem, amandado-nos de forma absolutamente verdadeira, não poupou seu próprio filho para salvar a cada um de nós. Assim, quando já pensávamos que não teríamos mais nenhuma chance diante da imensidão de nossos pecados e crimes, que já estávamos condenados, ao invés da condenação, Ele, encoberto de profundo amor, deu sua vida para salvar a ti, a mim, e a cada um de nós agora, hoje (João, 3,16-17).
Se já somos capazes de querer deixar que o amor cubra a cada um de nós, peçamos mais, mais amor, peçamos a graça de Deus, para reconhecermos o seu amor em nós, e assim, nos permitirmos a sermos amados totalmente como Pedro pediu: “Senhor então banhe meu corpo inteiro e não apenas os meus pés” (João 13,9), e assim permanecer no amor:
Teu amor é um edifício eterno.
Tu firmaste a tua fidelidade mais que o céu
– Ensinai-nos a contar os nossos dias, e dai ao nosso coração sabedoria! Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? Tende piedade e compaixão de vossos servos!
R: Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós! (Salmo 88 [89],3-4).
Porque se permanecemos no amor, Deus permanece em nós, e já não mais há lágrimas, ou dores, mas a alegria de viver o amor, Se o amor se torna chama em nós, poderemos assim também, oferecer o nosso calor a quem está do nosso lado completando e já não vemos as adversidades como castigos ou opressão contra nós, mas sobretudo a verdadeira confiança no amor que nos salva:
Assim, sentimos a alegria do amor porque já passamos o abismo ao confiar no amor verdadeiro, desapegando-nos de tudo o que nos prendia a um mundo de sobrevida.
26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo (Lucas 14, 26-27 – 23º Domingo do Tempo Comum – 07 set. 2025).
O que te impede de sentir o amor de Deus em você, o sentimento de negativo da paternidade? O sentimento de que já não é digno do amor de Deus por viver o pecado? Não importa o que você faz, ou, que você é, desde que Deus é Deus, te amou, e te chama pelo nome. Tu és meu. Tu és minha, não temas, estou contigo (Is 43,1-7), deixe-se ser amado, e não seja mais como aquele tolo que sobrevive pensando que o amor era só um conto de fadas, e sinta a plenitude da Vida movida pela força de uma paixão verdadeira do amor que nunca falha com você e nunca te decepciona, como cantou The Monkees, em I am believer.