Na bela e inspiradora canção Labirinto, de MPB4, fala que o código do amor é a frequência do olhar, mas edificar um código deste tipo, envolve um modo de vida que costumamos chamar de nobre, ou, de nobreza, ao guardamos em nós mesmos, princípios que elevam os valores que sustentam a vida.
Nos dias de hoje, a extrema crise educacional vem ocultando os sentimentos nobres dos humildes, porque são ultrajados pelos espertos, que matam as suas inocências, transformando-os em medíocres, como acompanhamos nestes dias, em que guerreiros carregam no dia da Pátria, flâmulas clandestinas, destilando palavras de ofensa das mais incisiva contra o Povo que construiu uma Nação com dignidade, em incoerências que parecem negarem a si mesmos.
Longe de construir um código da frequência do olhar, nos vemos hoje, como aquela mesma mediocridade que um dia viveu o povo judeu, quando pediu para Moisés, reverter a nobreza da libertação, para continuarem a se manterem como escravos, pendendo sua dignidade.
Naqueles dias,
4os filhos de Israel partiram do monte Hor,
pelo caminho que leva ao mar Vermelho,
para contornarem o país de Edom.
Durante a viagem o povo começou a impacientar-se,
5e se pôs a falar contra Deus e contra Moisés,
dizendo:
“Por que nos fizestes sair do Egito
para morrermos no deserto?
Não há pão, falta água,
e já estamos com nojo desse alimento miserável”.
6Então o Senhor mandou contra o povo
serpentes venenosas,
que os mordiam;
e morreu muita gente em Israel (Números, 21, 4-6 – 24º Domingo do Tempo Comum – 14 set. 2025).
A miséria humana se agregou à mediocridade política, e os valores que enobrecem um povo, passaram a ser vilipendiados pelos medíocres que, com boca de hienas, se dizem nobres, aplicando os meios desleais, como forma de justificar os fins egoístas na politica estritamente fisiológica, fazendo de tudo para não perder os gordos soldos mensais, que recebem do Povo, e dando em troca para o povo, a ingratidão, cuspindo no próprio prato.
36Mas apenas o honravam com seus lábios*
e mentiam ao Senhor com suas línguas;
37seus corações enganadores eram falsos*
e, infiéis, eles rompiam a Aliança.
R: Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças!
38Mas o Senhor, sempre benigno e compassivo,*
não os matava e perdoava seu pecado;
quantas vezes dominou a sua ira*
e não deu largas à vazão de seu furor.
R: Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças! (Salmo 77 [78) – 24º Domingo do Tempo Comum – 14 set. 2025).
Mas, há humildes que nasceram humildes, e por isso, não abrem mão de sua nobreza, da sua libertação, e, em meio ao estrabismo daqueles que têm um olhar só para dentro de si mesmos, os humildes, conseguem ver a nobreza, pois guardam em si o código vivo em seu peito, uma frequência a pulsar, que jamais os deixam esquecer do porque foram criados, pois vivem a intensidade que dá o sentido do seu viver.
O sentido vivo do existir repousou na frequência do olhar entre o ideal da libertação pela humildade que se dobra à Verdade, ainda que ela vem a depor contra si mesmo, por imitação do seu maior Mandatário, que distante das vanglórias dos medíocres, rebaixou-se ao mais baixo status que um representante do povo poderia se rebaixar.
6Jesus Cristo, existindo em condição divina,
não fez do ser igual a Deus uma usurpação,
7mas ele esvaziou-se a si mesmo,
assumindo a condição de escravo
e tornando-se igual aos homens.
Encontrado com aspecto humano,
8humilhou-se a si mesmo,
fazendo-se obediente até a morte,
e morte de cruz.
9Por isso, Deus o exaltou acima de tudo
e lhe deu o Nome que está acima de todo nome.
10Assim, ao nome de Jesus,
todo joelho se dobre no céu,
na terra e abaixo da terra,
11e toda língua proclame:
“Jesus Cristo é o Senhor”
para a glória de Deus Pai . (Filipenses 2,6-11 – 24º Domingo do Tempo Comum – 14 set. 2025).
Conclusão
O que testemunhamos nestes dias é que os valores insculpidos no preâmbulo da Constituição que dizem que os representantes do povo trabalharão para “o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias“, quebraram a aliança, e querem se rebaixar ao sub-nível dos medíocres, trabalham para que o poder seja exercidos pelos representante do fisiologismo, em que o partido dos fisiologistas tem por prática política, priorizar os interesses pessoais e a busca por benefícios materiais (como dinheiro público, cargos e verbas) em detrimento da ideologia e dos princípios.
A nobreza do humilde está em rebaixar-se ao status do seu interesse próprio, sem contudo jamais deixar de olhar para o alto, pensar grande, ao passo que o falso humilde escolhe rebaixar-se para viver as suas misérias na lama de um mundo inferior.
O humilde carrega a frequência do nobre em seu olhar, por isso, sempre olha para o alto, porque o amor nos elevar acima de onde nós pertencemos, e se olhamos para o alto é porque reconhecemos o valor desse grande valor:
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 13 “Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. 14 Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15 para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. 16 Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17 De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (João 3,13-17 – 24º Domingo do Tempo Comum – 14 set. 2025).
Assim, se permanecemos no amor, somos elevados acima de onde nós pertencemos, como cantou Joe Cocker e Jennifer Warnes em Up where we belong