O calor que aquece o teu consolo

O calor que aquece o teu consolo

Vivemos dias de grande escuridão, porque cada um acredita ter uma verdade sólida dentro de seu coração, segura o suficiente para lhe iluminar os caminhos indecifráveis do tempo presente.

Diferente disso, se olharmos para 40 anos atrás, podemos perceber que as ações sempre eram realidadas a partir de uma referência, do tipo, “pai, você é meu herói”.

Hoje já não há mais isso, os jovens se rebelam contra seus pais, e muitas vezes, os tratam como antiquados, despreparados, e desprovidos de saber. E ainda, como se não bastasse, para tornar os sóis mais escuros, há uma avalanche de informações deturpadas, ou mesmo, mentirosas, alimentando a razão daqueles que acreditam ter a verdade em si, avançando além da própria casa, a desconfiança das instituições.

O efeito disto, é um mundo absolutamente mergulhado na escuridão, não há mais estrelas no céu a orientar os homens, cada um se nutre da sua própria esperteza, desprezando os nortes, as instituições, o último recurso que seria o professor, hoje, já assim como os pais, se encontra absolutamente despido de moral a gerar fagulhas referenciais nos alunos.

Hoje está fora de moda a pergunta como: qual é a tua referência, em quem você se inspira, se todos os princípios que estruturam a formação dos jovens e adolescentes, ja vêm contaminados com informações deformadas da estrutura que consolidou a verdade, recheadas de estímulo ao egocentrismo para isolar-se no próprio parecer, capaz de criar horror na palavra chamada ética.

Com isso, não percebem a escuridão a que estão mergulhados, e que estão cavando a própria morte: “as vezes um caminho parece reto para alguém, mas acaba levando para a morte” (Provérbios, 14,12).

Há ainda alguns que conseguem perceber a escuridão, mas logo desanimam porque a ciência em que eles botaram toda a confiança da verdade lhes revela falha porque, lhes oferece o conhecimento, sem contudo lhes oferecer a sabedoria.

Diante dessa grande escuridão ressurge a Vida, como esperança restauradora, resplandecendo o seu sinal, a fim de se tornar novamente a referência para os homens que conduz para os caminhos corretos:

Eu que conheço suas obras e seus pensamentos,
virei para reunir todos os povos e línguas;
eles virão e verão minha glória.
19 Porei no meio deles um sinal,
e enviarei, dentre os que foram salvos,
mensageiros para os povos de Társis,
Fut, Lud, Mosoc, Ros, Tubal e Javã,
para as terras distantes,
e, para aquelas que ainda não ouviram falar em mim
e não viram minha glória
(Isaías 66, 18-19 – 21º Domingo do Tempo Comum – 20 ago. 2025).

Restaurados pela Vida, já se tornou possível notar alguns clarões no meio da escuridão, capazes de mostrar ao homem que a sabedoria consiste em ouvir não o que se quer ouvir, mas sim, o que se precisa ouvir, ainda que seja contrário ao nosso interesse.

5Já esquecestes as palavras de encorajamento
que vos foram dirigidas como a filhos:
“Meu filho, não desprezes a educação do Senhor,
não te desanimes quando ele te repreende;
6pois o Senhor corrige a quem ele ama
e castiga a quem aceita como filho”.
7É para a vossa educação que sofreis,
e é como filhos que Deus vos trata.
Pois qual é o filho a quem o pai não corrige?
11No momento mesmo,
nenhuma correção parece alegrar, mas causa dor.
Depois, porém, produz um fruto de paz e de justiça
para aqueles que nela foram exercitados.
12Portanto,
“firmai as mãos cansadas e os joelhos enfraquecidos;
13acertai os passos dos vossos pés”,
para que não se extravie o que é manco,
mas antes seja curado
(Hebreus 12,5-7.11-13 – 21º Domingo do Tempo Comum – 20 ago. 2025).

Conclusão

Se renunciarmos a nossa arrogância a nos iludir que nosso conhecimento é maior que a menor das sabedorias, e por isso, nos transformou como se fossemos filhos rebeldes que desprezam seus pais.

Como novo homem, poderemos abrir o coração para a referência pura que a Vida nos apresenta, e, sem o desvirtuamento da verdade, seremos capazes de acolher a amizade com a Sabedoria que nos permite discernir diante das armadilhas que oferecem caminhos vantajosos mas que tiram nossas vidas, para escolher os caminhos que nos garante a Vida com a paz e abundancia de todos bens que necessitamos.

22Jesus atravessava cidades e povoados,
ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém.
23Alguém lhe perguntou:
“Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?”
Jesus respondeu:
24″Fazei todo esforço possível
para entrar pela porta estreita.
Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar
e não conseguirão.
25Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta,
vós, do lado de fora,
começareis a bater, dizendo:
‘Senhor, abre-nos a porta!’
Ele responderá: ‘Não sei de onde sois.’
26Então começareis a dizer:
‘Nós comemos e bebemos diante de ti,
e tu ensinaste em nossas praças!’
27Ele, porém, responderá:
‘Não sei de onde sois.
Afastai-vos de mim
todos vós que praticais a injustiça!’
28Ali haverá choro e ranger de dentes,
quando virdes Abraão, Isaac e Jacó,
junto com todos os profetas no Reino de Deus,
e vós, porém, sendo lançados fora.
29Virão homens do oriente e do ocidente,
do norte e do sul,
e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus.
30E assim há últimos que serão primeiros,
e primeiros que serão últimos”
( Lucas 13, 22-30 – 21º Domingo do Tempo Comum – 20 ago. 2025).

Pegue a tua bússola, que ela te oriente para o vértice do Norte, porque lá há a Estrela que dará para nós, navegantes a deriva, a referência que talvez nos possa levar finalmente para a casa, como cantou Debby Boone em You light up my life.

Sobre o Autor

Laurentino Lúcio Filho administrator

Advogado na área cível-empresarial, há 26 anos, Mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital na linha da Semiótica Cognitiva com foco em formação docente e Professor Universitário nas graduações de Adminsitração, Gestão de Pessoas e Contabilidade.

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