Categoria Espiritualidade

A frequência do olhar

Na bela e inspiradora canção Labirinto, de MPB4, fala que o código do amor é a frequência do olhar, mas edificar um código deste tipo, envolve um modo de vida que costumamos chamar de nobre, ou, de nobreza, ao guardamos em nós mesmos, princípios que elevam os valores que sustentam a vida.

Nos dias de hoje, a extrema crise educacional vem ocultando os sentimentos nobres dos humildes, porque são ultrajados pelos espertos, que matam as suas inocências, transformando-os em medíocres, como acompanhamos nestes dias, em que guerreiros carregam no dia da Pátria, flâmulas clandestinas, destilando palavras de ofensa das mais incisiva contra o Povo que construiu uma Nação com dignidade, em incoerências que parecem negarem a si mesmos.

Longe de construir um código da frequência do olhar, nos vemos hoje, como aquela mesma mediocridade que um dia viveu o povo judeu, quando pediu para Moisés, reverter a nobreza da libertação, para continuarem a se manterem como escravos, pendendo sua dignidade.

Naqueles dias,
4os filhos de Israel partiram do monte Hor,
pelo caminho que leva ao mar Vermelho,
para contornarem o país de Edom.
Durante a viagem o povo começou a impacientar-se,
5e se pôs a falar contra Deus e contra Moisés,
dizendo:
“Por que nos fizestes sair do Egito
para morrermos no deserto?
Não há pão, falta água,
e já estamos com nojo desse alimento miserável”.
6Então o Senhor mandou contra o povo
serpentes venenosas,
que os mordiam;
e morreu muita gente em Israel
(Números, 21, 4-6 – 24º Domingo do Tempo Comum – 14 set. 2025).

A miséria humana se agregou à mediocridade política, e os valores que enobrecem um povo, passaram a ser vilipendiados pelos medíocres que, com boca de hienas, se dizem nobres, aplicando os meios desleais, como forma de justificar os fins egoístas na politica estritamente fisiológica, fazendo de tudo para não perder os gordos soldos mensais, que recebem do Povo, e dando em troca para o povo, a ingratidão, cuspindo no próprio prato.

36Mas apenas o honravam com seus lábios*
e mentiam ao Senhor com suas línguas;
37seus corações enganadores eram falsos*
e, infiéis, eles rompiam a Aliança.

R: Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças!

38Mas o Senhor, sempre benigno e compassivo,*
não os matava e perdoava seu pecado;
quantas vezes dominou a sua ira*
e não deu largas à vazão de seu furor.

R: Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças! (Salmo 77 [78) – 24º Domingo do Tempo Comum – 14 set. 2025).

Mas, há humildes que nasceram humildes, e por isso, não abrem mão de sua nobreza, da sua libertação, e, em meio ao estrabismo daqueles que têm um olhar só para dentro de si mesmos, os humildes, conseguem ver a nobreza, pois guardam em si o código vivo em seu peito, uma frequência a pulsar, que jamais os deixam esquecer do porque foram criados, pois vivem a intensidade que dá o sentido do seu viver.

O sentido vivo do existir repousou na frequência do olhar entre o ideal da libertação pela humildade que se dobra à Verdade, ainda que ela vem a depor contra si mesmo, por imitação do seu maior Mandatário, que distante das vanglórias dos medíocres, rebaixou-se ao mais baixo status que um representante do povo poderia se rebaixar.

6Jesus Cristo, existindo em condição divina,
não fez do ser igual a Deus uma usurpação,
7mas ele esvaziou-se a si mesmo,
assumindo a condição de escravo
e tornando-se igual aos homens.
Encontrado com aspecto humano,
8humilhou-se a si mesmo,
fazendo-se obediente até a morte,
e morte de cruz.
9Por isso, Deus o exaltou acima de tudo
e lhe deu o Nome que está acima de todo nome.
10Assim, ao nome de Jesus,
todo joelho se dobre no céu,
na terra e abaixo da terra,
11e toda língua proclame:
“Jesus Cristo é o Senhor”

para a glória de Deus Pai . (Filipenses 2,6-11 – 24º Domingo do Tempo Comum – 14 set. 2025).

Conclusão

O que testemunhamos nestes dias é que os valores insculpidos no preâmbulo da Constituição que dizem que os representantes do povo trabalharão para “o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias“, quebraram a aliança, e querem se rebaixar ao sub-nível dos medíocres, trabalham para que o poder seja exercidos pelos representante do fisiologismo, em que o partido dos fisiologistas tem por prática política, priorizar os interesses pessoais e a busca por benefícios materiais (como dinheiro público, cargos e verbas) em detrimento da ideologia e dos princípios.

A nobreza do humilde está em rebaixar-se ao status do seu interesse próprio, sem contudo jamais deixar de olhar para o alto, pensar grande, ao passo que o falso humilde escolhe rebaixar-se para viver as suas misérias na lama de um mundo inferior.

O humilde carrega a frequência do nobre em seu olhar, por isso, sempre olha para o alto, porque o amor nos elevar acima de onde nós pertencemos, e se olhamos para o alto é porque reconhecemos o valor desse grande valor:

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 13 “Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. 14 Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15 para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. 16 Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17 De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (João 3,13-17 – 24º Domingo do Tempo Comum – 14 set. 2025).

Assim, se permanecemos no amor, somos elevados acima de onde nós pertencemos, como cantou Joe Cocker e Jennifer Warnes em Up where we belong

Estou carente do amor

Todos nós estamos carentes de amor, do amor verdadeiro, do amor que aquece, do amor que anima, do amor que consola, do amor que cura, do amor que alegra.

A verdade é, estamos carente do amor, porque vivemos imersos dentro de uma sociedade frígida, que renunciou ao amor para viver a hipocrisia, e o interesse próprio, onde o amor passou a ser apenas uma fantasia, e para muitos até mesmo uma utopia:

2Socorro, Senhor! O fiel está sumindo!
Desaparece a fidelidade entre os homens:
3cada qual mente ao seu próximo
com lábios enganadores e segundas intenções
(Salmo 11 [12], 2-3).

Se olharmos ao nosso redor neste momento, podemos ver de quantos cuidados somos cercados, mas não conseguimos sentir o amor d’Aquele que cuida verdadeiramente de nós, por isso, vivemos dia a dia, uma insatisfação sob o sentimento de estarmos vivendo em um ambiente incompleto, inconstante, as vezes, nos parecendo até mesmo inseguro.

Isso se torna ainda mais agudo, quando acompanhamos as decepções das traições daqueles a quem depositamos nossas confianças, a corrupção dos líderes que deveriam nortear o povo, as barbáries e covardias movidas pelo egoísmo e cobiça, que nos faz mergulhar no mundo gélido, e experimentar a frigidez da sociedade, que tornou o calor do amor, em uma chama fraca, acinzentada e moribunda:

Que o Senhor corte todos os lábios enganadores,
e a língua arrogante
5dos que dizem: “Nossa força está na língua,
nossas armas são nossos lábios.
Quem poderá nos dominar
?”(Salmo 11 [12], 4-5)

Mas nascemos pelo amor desde antes de sermos gerados, porque desde que Deus é Deus, Ele já te amou a você e a mim, e, este amor verdadeiro nos convida a reinflamar a chama que aquece os corações dos homens, feridos de morte, e assim os resgatarem do abismo que criaram entre a Vida e a sobrevida daqueles que se dizem imortais.

Vós fazeis voltar ao pó todo mortal, quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!” Pois mil anos para vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou.

Eles passam como o sono da manhã, são iguais à erva verde pelos campos: De manhã ela floresce vicejante, mas à tarde é cortada e logo seca.
R: Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós!
(Salmo 89 [90], 3-4 – Domingo do Tempo Comum – 07 set. 2025).

A vida nos convida a viver, e nos pede deixe-se ser amado, permita ser amada, por Aquele que jamais vai te decepcionar.

2Cantarei para sempre o teu amor ó Senhor,
anunciarei de geração em geração a tua fidelidade.
3Pois eu disse: “Teu amor é um edifício eterno.
Tu firmaste a tua fidelidade mais que o céu
” (Salmo 88 [89], 2-3).

E diante de toda a dor que suportamos diariamente, do esforço diário para cumprirmos nossos compromissos que esfolam nossas almas, nós mantemos a alegria, a alegria da Cruz, porque a profunda dor que sofremos, é a dor de sair das profundezas dos abismos para a Vida:

9bEu, Paulo, velho como estou, e agora também prisioneiro de Cristo Jesus, 10faço–te um pedido em favor do meu filho, que fiz nascer para Cristo na prisão, Onésimo. 12Eu o estou mandando de volta para ti. Ele é como se fosse o meu próprio coração. 13Gostaria de tê-lo comigo, a fim de que fosse teu representante para cuidar de mim nesta prisão, que eu devo ao Evangelho.14Mas eu não quis fazer nada sem o teu parecer, para que a tua bondade não seja forçada, mas espontânea. 15Se ele te foi retirado por algum tempo, talvez seja para que o tenhas de volta para sempre, 16já não como escravo, mas, muito mais do que isso, como um irmão querido, muitíssimo querido para mim quanto mais ele o for para ti, tanto como pessoa humana quanto como irmão no Senhor. 17Assim, se estás em comunhão de fé comigo, recebe-o como se fosse a mim mesmo (Filêmon 9b.10-17 – 23º Domingo do Tempo Comum – 07 set. 2025).

Para o homem que vive para si mesmo, vai dizer: isso é loucura, isso é sadismo, mas para aquele que detém a sabedoria já lhe é revelado que o homem é apenas um sopro, nada pode por si mesmo:

13Qual é o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Ou quem pode imaginar o desígnio do Senhor? 14Na verdade, os pensamentos dos mortais são tímidos e nossas reflexões incertas: 15porque o corpo corruptível torna pesada a alma, e tenda de argila oprime a mente que pensa. 16Mal podemos conhecer o que há na terra, e com muito custo compreendemos o que está ao alcance de nossas mãos; quem, portanto, investigará o que há nos céus? 17Acaso alguém teria conhecido o teu desígnio, sem que lhe desses Sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo espírito? 18Só assim se tornaram retos os caminhos dos que estão na terra, e os homens aprenderam o que te agrada, e pela Sabedoria foram salvos (Sabedoria 9,13-18 – 23º Domingo do Tempo Comum – 07 set. 2025) .

Conclusão:

Estamos carente do amor, não o de sermos amados, mas o de nos permitir, o de nos conceder licença, o de nos deixarmos ser amado por Quem, amandado-nos de forma absolutamente verdadeira, não poupou seu próprio filho para salvar a cada um de nós. Assim, quando já pensávamos que não teríamos mais nenhuma chance diante da imensidão de nossos pecados e crimes, que já estávamos condenados, ao invés da condenação, Ele, encoberto de profundo amor, deu sua vida para salvar a ti, a mim, e a cada um de nós agora, hoje (João, 3,16-17).

Se já somos capazes de querer deixar que o amor cubra a cada um de nós, peçamos mais, mais amor, peçamos a graça de Deus, para reconhecermos o seu amor em nós, e assim, nos permitirmos a sermos amados totalmente como Pedro pediu: “Senhor então banhe meu corpo inteiro e não apenas os meus pés” (João 13,9), e assim permanecer no amor:

Teu amor é um edifício eterno.
Tu firmaste a tua fidelidade mais que o céu
– Ensinai-nos a contar os nossos dias, e dai ao nosso coração sabedoria! Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? Tende piedade e compaixão de vossos servos!
R: Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós!
(Salmo 88 [89],3-4).

Porque se permanecemos no amor, Deus permanece em nós, e já não mais há lágrimas, ou dores, mas a alegria de viver o amor, Se o amor se torna chama em nós, poderemos assim também, oferecer o nosso calor a quem está do nosso lado completando e já não vemos as adversidades como castigos ou opressão contra nós, mas sobretudo a verdadeira confiança no amor que nos salva:

Assim, sentimos a alegria do amor porque já passamos o abismo ao confiar no amor verdadeiro, desapegando-nos de tudo o que nos prendia a um mundo de sobrevida.

26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo (Lucas 14, 26-27 – 23º Domingo do Tempo Comum – 07 set. 2025).

O que te impede de sentir o amor de Deus em você, o sentimento de negativo da paternidade? O sentimento de que já não é digno do amor de Deus por viver o pecado? Não importa o que você faz, ou, que você é, desde que Deus é Deus, te amou, e te chama pelo nome. Tu és meu. Tu és minha, não temas, estou contigo (Is 43,1-7), deixe-se ser amado, e não seja mais como aquele tolo que sobrevive pensando que o amor era só um conto de fadas, e sinta a plenitude da Vida movida pela força de uma paixão verdadeira do amor que nunca falha com você e nunca te decepciona, como cantou The Monkees, em I am believer.

A imcomprensível humildade

Muito falamos e admiramos a humildade, mas, boa parte dela que nos acompanha, se mistura com certos sentimentos de hipocrisia, do tipo “Meu Malvado Favorito 3”, em que o irmão do Gru, o Dru, diz que não liga para bens, apresentando como prova, seu pátio repleto de carros de luxo.

Esse mesmo sentimento de falsa humildade é como uma praga que invade nossos corações, e muitas vezes juramos, convencendo primeiro até nós mesmos, que estamos sendo humildes, mas na surdina, falseamos a humildade pelo nosso sentimento de controle, poder que desperta a arrogância do autocontrole pessoal.

A humildade é incompreensível, porque ela nasce da fragilidade de um olho d’agua, e por ser a mais pequena das coisas, a maioria dos homens não consegue percebê-la, porque o homem em seus pensamentos, traz em si que a força e o poder é brilhante em si mesmo, como vemos nos super-heróis, que brilham como laser, e emitem raios, e jamais acreditariam que a humildade contém a força e o poder, ao contrário, a tratam como fracasso, ou sinal de fraqueza.

Mas, a humildade é surpreendente e sempre se apresenta de forma pequena como nos é relatada na experiência vivida pelo Profeta Elias:

11O Senhor lhe disse: “Saia e fique no alto da montanha, diante do Senhor, pois Senhor vai passar”. Então aconteceu um furacão que de tão violento rachava as montanhas e quebrava as rochas diante de Senhor. No entanto, Senhor não estava no furacão. Depois do furacão, houve um terremoto. O Senhor porém não estava no terremoto. 12Depois do terremoto, apareceu fogo, e o Senhor não estava no fogo. Depois do fogo, ouviu-se uma brisa suave. 13Ouvindo-a, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e ficou na entrada da gruta (1Reis, 19,11-13).

Isso porque a estrutura da Vida contém a Força Fraca:
A força fraca é muito importante para a manutenção da vida na Terra, pois ela faz parte do processo de fusão atômica no Sol! Além disso, ela atua em todos os Férmions, sendo a única força percebida pelos Neutrinos. A Força Fraca possui dois bósons intermediadores: o W Bóson e o Z Bóson (UFRGS, s/d).

Agora lembrando a leve brisa a passar pelo Profeta Elias, conseguimos ver a Palavra, como partícula celeste sendo conduzida através de seu campo magnético (o Espírito), produz-se uma fusão imperceptível e incompreensível aos nossos olhos, como um cascalho de areia a se transformar em uma grande montanha.

19Filho, realiza teus trabalhos com mansidão
e serás amado mais do que um homem generoso.
20Na medida em que fores grande,
deverás praticar a humildade,
e assim encontrarás graça diante do Senhor.
Muitos são altaneiros e ilustres,
mas é aos humildes que ele revela seus mistérios.
21Pois grande é o poder do Senhor,
mas ele é glorificado pelos humildes
(Eclesiástico 3,19-21 – 22º Domingo do Tempo Comum – 31 ago. 2025.

A partícula é singela, que corre e se escorre, tornando-se um manancial:

10Derramastes lá do alto uma chuva generosa, *
e vossa terra, vossa herança, já cansada, renovastes;
11e ali vosso rebanho encontrou sua morada; *
com carinho preparastes essa terra para o pobre
(Salmo 67 [68],10-11 – 22º Domingo do Tempo Comum – 31 ago. 2025).

Esta morada é imperceptível e incompreensível, e para o homem que a acolhe, ela lhe dá seu regaço:

18Vós não vos aproximastes de uma realidade palpável:
“fogo ardente e escuridão, trevas e tempestade,
19som da trombeta e voz poderosa”,
que os ouvintes suplicaram não continuasse.
22Mas vós vos aproximastes do monte Sião
e da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste;
da reunião festiva de milhões de anjos;
23da assembleia dos primogênitos,
cujos nomes estão escritos nos céus;
de Deus, o Juiz de todos;
dos espíritos dos justos, que chegaram à perfeição;
24ade Jesus, mediador da nova aliança
(Hebreus, 12,18-19.22-24 – 22º Domingo do Tempo Comum – 31 ago. 2025).

Conclusão

A humildade e a força fraca que funde o amor em nós, como um fermento misturado na farinha ela cresce, até quando fugiremos dela como matéria escura, para agarrarmos aos devaneios das luzes dos lasers que nos cegam?

Será que conseguiremos algum dia renunciarmos ao nosso autocontrole para desejarmos sermos os últimos, ao invés de querer sermos o primeiro? A renúncia significa permitirmos que a Palavra, como Força Fraca aja e atue em nós, e permanecemos na certeza de que a impotência que nos sufoca tornará o cascalho de areia na admirável montanha.

Porque quem se eleva, será humilhado
e quem se humilha, será elevado”.
12E disse também a quem o tinha convidado:
“Quando tu deres um almoço ou um jantar,
não convides teus amigos, nem teus irmãos,
nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos.
Pois estes poderiam também convidar-te
e isto já seria a tua recompensa.
13Pelo contrário, quando deres uma festa,
convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos.
14Então tu serás feliz!
Porque eles não te podem retribuir.
Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos
” Lucas, 14,11-14 – 22º Domingo do Tempo Comum – 31 ago. 2025).

Esta partícula d’água, que se torna rio, parece ser tão insignificante que insistimos em não dar atenção, permanecendo no mundo das ilusões, abra o teu coração, não tente controlar, apenas viva sem saber como está acontecendo em você, e experimente este milagre, pois é o milagre do amor como canta Eurythmics em The miracle of love.

Referências

UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Glossário – Força Fraca. Disponível em https://www.ufrgs.br/amlef/glossario/forca-fraca/. Acesso em 27 ago. 2025.

O calor que aquece o teu consolo

Vivemos dias de grande escuridão, porque cada um acredita ter uma verdade sólida dentro de seu coração, segura o suficiente para lhe iluminar os caminhos indecifráveis do tempo presente.

Diferente disso, se olharmos para 40 anos atrás, podemos perceber que as ações sempre eram realidadas a partir de uma referência, do tipo, “pai, você é meu herói”.

Hoje já não há mais isso, os jovens se rebelam contra seus pais, e muitas vezes, os tratam como antiquados, despreparados, e desprovidos de saber. E ainda, como se não bastasse, para tornar os sóis mais escuros, há uma avalanche de informações deturpadas, ou mesmo, mentirosas, alimentando a razão daqueles que acreditam ter a verdade em si, avançando além da própria casa, a desconfiança das instituições.

O efeito disto, é um mundo absolutamente mergulhado na escuridão, não há mais estrelas no céu a orientar os homens, cada um se nutre da sua própria esperteza, desprezando os nortes, as instituições, o último recurso que seria o professor, hoje, já assim como os pais, se encontra absolutamente despido de moral a gerar fagulhas referenciais nos alunos.

Hoje está fora de moda a pergunta como: qual é a tua referência, em quem você se inspira, se todos os princípios que estruturam a formação dos jovens e adolescentes, ja vêm contaminados com informações deformadas da estrutura que consolidou a verdade, recheadas de estímulo ao egocentrismo para isolar-se no próprio parecer, capaz de criar horror na palavra chamada ética.

Com isso, não percebem a escuridão a que estão mergulhados, e que estão cavando a própria morte: “as vezes um caminho parece reto para alguém, mas acaba levando para a morte” (Provérbios, 14,12).

Há ainda alguns que conseguem perceber a escuridão, mas logo desanimam porque a ciência em que eles botaram toda a confiança da verdade lhes revela falha porque, lhes oferece o conhecimento, sem contudo lhes oferecer a sabedoria.

Diante dessa grande escuridão ressurge a Vida, como esperança restauradora, resplandecendo o seu sinal, a fim de se tornar novamente a referência para os homens que conduz para os caminhos corretos:

Eu que conheço suas obras e seus pensamentos,
virei para reunir todos os povos e línguas;
eles virão e verão minha glória.
19 Porei no meio deles um sinal,
e enviarei, dentre os que foram salvos,
mensageiros para os povos de Társis,
Fut, Lud, Mosoc, Ros, Tubal e Javã,
para as terras distantes,
e, para aquelas que ainda não ouviram falar em mim
e não viram minha glória
(Isaías 66, 18-19 – 21º Domingo do Tempo Comum – 20 ago. 2025).

Restaurados pela Vida, já se tornou possível notar alguns clarões no meio da escuridão, capazes de mostrar ao homem que a sabedoria consiste em ouvir não o que se quer ouvir, mas sim, o que se precisa ouvir, ainda que seja contrário ao nosso interesse.

5Já esquecestes as palavras de encorajamento
que vos foram dirigidas como a filhos:
“Meu filho, não desprezes a educação do Senhor,
não te desanimes quando ele te repreende;
6pois o Senhor corrige a quem ele ama
e castiga a quem aceita como filho”.
7É para a vossa educação que sofreis,
e é como filhos que Deus vos trata.
Pois qual é o filho a quem o pai não corrige?
11No momento mesmo,
nenhuma correção parece alegrar, mas causa dor.
Depois, porém, produz um fruto de paz e de justiça
para aqueles que nela foram exercitados.
12Portanto,
“firmai as mãos cansadas e os joelhos enfraquecidos;
13acertai os passos dos vossos pés”,
para que não se extravie o que é manco,
mas antes seja curado
(Hebreus 12,5-7.11-13 – 21º Domingo do Tempo Comum – 20 ago. 2025).

Conclusão

Se renunciarmos a nossa arrogância a nos iludir que nosso conhecimento é maior que a menor das sabedorias, e por isso, nos transformou como se fossemos filhos rebeldes que desprezam seus pais.

Como novo homem, poderemos abrir o coração para a referência pura que a Vida nos apresenta, e, sem o desvirtuamento da verdade, seremos capazes de acolher a amizade com a Sabedoria que nos permite discernir diante das armadilhas que oferecem caminhos vantajosos mas que tiram nossas vidas, para escolher os caminhos que nos garante a Vida com a paz e abundancia de todos bens que necessitamos.

22Jesus atravessava cidades e povoados,
ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém.
23Alguém lhe perguntou:
“Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?”
Jesus respondeu:
24″Fazei todo esforço possível
para entrar pela porta estreita.
Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar
e não conseguirão.
25Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta,
vós, do lado de fora,
começareis a bater, dizendo:
‘Senhor, abre-nos a porta!’
Ele responderá: ‘Não sei de onde sois.’
26Então começareis a dizer:
‘Nós comemos e bebemos diante de ti,
e tu ensinaste em nossas praças!’
27Ele, porém, responderá:
‘Não sei de onde sois.
Afastai-vos de mim
todos vós que praticais a injustiça!’
28Ali haverá choro e ranger de dentes,
quando virdes Abraão, Isaac e Jacó,
junto com todos os profetas no Reino de Deus,
e vós, porém, sendo lançados fora.
29Virão homens do oriente e do ocidente,
do norte e do sul,
e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus.
30E assim há últimos que serão primeiros,
e primeiros que serão últimos”
( Lucas 13, 22-30 – 21º Domingo do Tempo Comum – 20 ago. 2025).

Pegue a tua bússola, que ela te oriente para o vértice do Norte, porque lá há a Estrela que dará para nós, navegantes a deriva, a referência que talvez nos possa levar finalmente para a casa, como cantou Debby Boone em You light up my life.

Obras que se eternizam

Quando eu era jovem, entre meus 18 e 40 anos, a coisa mais difícil de eu colocar em minha mente, era um plano para o meu futuro, tudo me parecia consumido instantaneamente, o trabalho, o fruto do trabalho.

Quando começamos a alcançar a maturidade e sentimos que já não temos mais a mesma força em nossos braços, somos despertados para sentir a necessidade de olhar para um futuro a nos manter vivos em nossa velhice, uns aspiram a aposentadoria, outras já encaram que ela não será suporte e deverão continuar trabalhando.

Mas a grande lição que vem das cãs, é que se na experiência do jovem há uma ambição de alcançar seu sonho, na maturidade há uma grande cobrança em si mesmo, do sentido do seu existir, o que faz o homem na sua maturidade, se sentir muitas vezes desafiado a rever seus atos, e a questionar no seu íntimo, o sentido da sua vida.

Essa dor, ou, inquietação natural vem da Sabedoria, ou seja, não se trata de um pensamento, mas, de uma movimentação do espírito que agita em seu ser, agora não mais com a impetuosidade do homem jovem, mas, com a serenidade do homem sábio, e ele pode perceber em si, de uma forma nova, o sentido de suas obras:

O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso

“A razão mais sublime da dignidade humana consiste na sua vocação à comunhão com Deus. Desde o começo da sua existência, o homem é convidado a dialogar com Deus: pois se existe, é só porque, criado por Deus por amor, é por Ele, e por amor, constantemente conservado: nem pode viver plenamente segundo a verdade, se não reconhecer livremente esse amor e não se entregar ao seu Criador”. (CATECISMO, nº 27).

Esta Sabedoria ao ser despertada na consciência do homem, faz com ele consiga sentir a razão do seu existir, já não mais para uma obra temporária, mas chamado para uma obra eternizante, de cidadão da Cidade de Davi, Sião, onde encontra o seu destino, em cujo centro encontra-se o Palácio Real.

Pois o Senhor quis para si Jerusalém
e a desejou para que fosse sua morada:
14 “Eis o lugar do meu repouso para sempre,
eu fico aqui: este é o lugar que preferi!”
(Salmo 131 [132] Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria – 17 ago. 2025).

Esta cidade tem por alicerce o Espírito, e para reconhecermos este Espírito, precisamos lembrar da Vida que é ressurreição, o Cristo:

25Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. 26E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais. Crês isto?” 27Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo” (João 11,25-27 – 17ª Semana do Tempo Comum, Memória dos Santos Marta, Maria e Lázaro – 29 jul. 2025).

A ressurreição significa o maná, o pão que alimenta a vida, a nutrir a vida, como o sangue que corre em nossas veias para nos manter vivos, não se confundindo com reencarnação que significa, o apossamento do corpo, como nos é mostrado por Jesus, diante do seu túmulo, quando falou à Maria Madalena:

Jesus disse:
“Não me segures.
Ainda não subi para junto do Pai.
Mas vai dizer aos meus irmãos:
subo para junto do meu Pai e vosso Pai,
meu Deus e vosso Deus”
(João 20,17 – 16ª Semana do Tempo Comum, Memória de Santa Maria Madalena – 22 jul. 2025).

Disse isso para compreendermos que o Espírito de Deus em nós, é Palavra de Vida, e nela se perpetua a Vida como Espírito, da qual, nos alimentamos pela nossa amizade com Deus, precisamos entender também que vencer a morte significa que somos assuntos aos céus pelo mesmo Espírito, acompanhando a ascensão do Sacerdote Eterno, que tendo subido aos céus, apresentou o sacrifício perpétuo, preparando nossas moradas, para assim, santificar a criação e alimentar, fazendo nova, a Vida pelo Espírito que repousa sobre nós.

É por isso, que os amigos de Deus, que preservam em si o dom do Espírito , Na Vida que há em nós, trazem o selo testamentário a nos dar por herança uma morada:

Por isso, nós vos anunciamos este Evangelho:
a promessa que Deus fez aos antepassados,
33 ele a cumpriu para nós, seus filhos,
quando ressuscitou Jesus,
como está escrito no salmo segundo:
‘Tu és o meu filho, eu hoje te gerei'”
(Atos dos Apóstolos, 13, 32-33 – 4ª Semana da Páscoa – 16 mai. 2025).

Assim, o verdadeiro sentido de nossas vidas, assim como o Filho subiu, se completa ao sermos chamados para a obra viva e eterna, que continuamos, não um dia, mas desde agora, a edificar onde também mora Deus, que habita no seio da Arca Viva, Sião, a cidade de Davi, que desde os tempos antigos, já acolheu em seu seio o próprio Filho.

3Davi convocou todo o Israel em Jerusalém,
a fim de transportar a arca do Senhor
para o lugar que lhe havia preparado.
4Davi reuniu também os filhos de Aarão e os levitas.
15Os filhos de Levi levaram a arca de Deus,
com os varais sobre os ombros,
como Moisés havia mandado,
de acordo com a ordem do Senhor
(Crônicas, 3,3-4.15 – Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria – 17 ago. 2025).

Da Ascensão do Cristo, agora somos convidados também, ao ressuscitarmos, a sermos assunto aos céus, habitando a cidade de Davi,

Quando este ser corruptível
estiver vestido de incorruptibilidade
e este ser mortal estiver vestido de imortalidade,
então estará cumprida a palavra da Escritura:
“A morte foi tragada pela vitória.
55Ó morte, onde está a tua vitória?
Onde está o teu aguilhão?”
(2ª Carta aos Coríntios, 15, 54-55 – Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria – 17 ago. 2025 – missa da Aurora).

Fomos poupados da Mansão dos Mortos, para como herdeiros, como cidadãos celestes edificar a Cidade que foi estabelecida a morada do Senhor.

Davi ordenou aos chefes dos levitas
que designassem seus irmãos como cantores,
para entoarem cânticos festivos,
acompanhados de instrumentos musicais,
harpas, cítaras e címbalos.
16,1Tendo, pois, introduzido a arca de Deus
e colocado no meio da tenda que Davi tinha armado,
ofereceram na presença de Deus
holocaustos e sacrifícios pacíficos.
2Depois de oferecer os holocaustos
e os sacrifícios pacíficos,
Davi abençoou o povo em nome do Senhor
(Crônicas, 16, 1-2 – Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria – 17 ago. 2025).

É nessa amizade que nos tornamos dignos da purificação necessária para vivermos na Casa do Senhor, a cidade de sua morada

2O Senhor é grande e muito louvável
na cidade do nosso Deus.
3Seu monte santo, belo em altura,
alegria de toda a terra:
o monte Sião, vértice do céu,
cidade do grande rei.
4Entre seus palácios,
Deus se mostrou como fortaleza
(Salmo 47 [48], 2-4).

O sentido do nosso viver, vem do Espírito que nos renova, Nele está toda a Sabedoria e força que constrói a vida, por isso, celebramos na cidade de Davi, o louvor à Arca cujo Deus nela habita:

R. À vossa direita se encontra a rainha,
com veste esplendente de ouro de Ofir.

10bAs filhas de reis vêm ao vosso encontro, †
ce à vossa direita se encontra a rainha *
com veste esplendente de ouro de Ofir. R.

11 Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: *
“Esquecei vosso povo e a casa paterna!
12aQue o Rei se encante com vossa beleza! *
bPrestai-lhe homenagem: é vosso Senhor! R.

16Entre cantos de festa e com grande alegria, *
ingressam, então, no palácio real”.
R. (Salmo 44 [45] – Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria – 17 ago. 2025).

Agora portanto, nossas cãs nos vêm completar os sentidos, diante de um mundo de escuridão, sussurrar em nossos ouvidos: escutai, minha filha, olhai ouvi isto. “esquecei vosso povo e a casa parterna!”, e olhe para a Glória que te coroará.

Enquanto Jesus falava ao povo
uma mulher levantou a voz no meio da multidão
e lhe disse: “Feliz o ventre que te trouxe
e os seios que te amamentaram”.
28Jesus respondeu:
“Muito mais felizes são aqueles
que ouvem a palavra de Deus
e a põem em prática
” (Lucas 11, 27-28 – Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria – 17 ago. 2025 – missa da Aurora).

Conclusão

Como é bom sermos agraciados por tão bela promessa, pois completa todo o sentindo de existirmos, nos revelando a verdade de para que fomos criados. Por outro lado, quase sempre permanecemos sem maturidade para isso, como crianças que faz Deus perguntar: Quando é que você vai crescer? Torne-se um homem. Por isso te pedidmos agora ó Deus, deixe tua luz brilhar em nós, como cantou Collective Soul em Shine:

Referência

Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Loyola, 1999.

O sereno da madrugada

Vivemos em meio a mares agitados,
grandes ondas espumantes
nos ameaçam com sua força bruta.

Espumas violentas imperam o terror;
a nos arremessar com força para a escuridão da noite,
nos fazendo reféns da espuma dominadora
que nos impõe o seu querer.

Seu individualismo se espalha
como uma máquina trituradora,
exalando o enxofre que quer esmagar com sua força
todo aquele que não se submete ao seu poder.

levados pelos redemoinhos das ondas,
ao mergulhão nas profundezas da noite,
surgem gotas intrépidas, que semeiam a vida,
como o sereno da madrugada a cantarem:

A noite da libertação
fora predita a nossos pais,
para que, sabendo a que juramento tinham dado crédito,
se conservassem intrépidos
(Sabedoria 18,6 – 19º Domingo do Tempo Comum).

As ondas querem implacavelmente, removerem os montes,
reinstalar os vulcões e suas lavas,
mas não conseguem evitarem o sereno da noite
que faz renascer gotinhas infantis e intrépidas.

1Saiba, porém, que nos últimos dias
haverá momentos difíceis.2Os homens serão egoístas,
gananciosos, soberbos, blasfemos, rebeldes com os pais,
ingratos, iníquos, 3sem afeto, implacáveis, mentirosos,
incontinentes, cruéis, inimigos do bem, 4traidores,
atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres do que de Deus;
5manterão aparências de piedade,
mas negarão a sua força interior. Evite essas pessoas!

14Quanto a você, permaneça firme
naquilo que aprendeu e aceitou como certo;
você sabe de quem o aprendeu.
15Desde a infância você conhece as Sagradas Escrituras;
elas têm o poder de lhe comunicar a sabedoria
que conduz à salvação pela fé em Jesus Cristo.
16Toda Escritura é inspirada por Deus
e é útil para ensinar, para refutar,
para corrigir, para educar na justiça,
17a fim de que o homem de Deus seja perfeito,
preparado para toda boa obra
(2Timóteo, 3-15.14-17)

Navegamos na madrugada,
como o vigia que deseja a aurora.
O orvalho já apareceu, transformando
o medo da escuridão em alegria na noite da libertação.

Ela foi esperada por teu povo,
como salvação para os justos
e como perdição para os inimigos.
8Com efeito, aquilo com que puniste nossos adversários,
serviu também para glorificar-nos,
chamando-nos a ti.
9Os piedosos filhos dos bons
ofereceram sacrifícios secretamente
e, de comum acordo, fizeram este pacto divino:
que os santos participariam solidariamente
dos mesmos bens e dos mesmos perigos.
Isto, enquanto entoavam antecipadamente
os cânticos de seus pais
(Sabedoria 18,7-9 – 19º Domingo do Tempo Comum – 10 ago. 2025).

Agora nos tornamos amigos da escuridão,
e, não nos importa mais o ver ou o aparecer
porque somos ligados pela corrente do sereno,
que nos faz enxergar sem ver, ouvir sem escutar.

A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera,
a convicção acerca de realidades que não se vêem
(Hebreus 11,1 – 19º Domingo do Tempo Comum – 10 ago. 2025).

A alegria nos transborda
porque estamos consolidados
no Reino soberano que não tem fim.

Ó justos, alegrai-vos no Senhor! *
aos retos fica bem glorificá-lo.
12Feliz o povo cujo Deus é o Senhor *
e a nação que escolheu por sua herança!
(Salmo 32 [33], 1.12 – 19º Domingo do Tempo Comum – 10 ago. 2025).

As ondas já se amansaram,
porque as montanhas cravaram no seio da terra
um sereno perpétuo a pulsar tesouros incontáveis.

32″Não tenhais medo, pequenino rebanho,
pois foi do agrado do Pai dar a vós o Reino.
33Vendei vossos bens e dai esmola.
Fazei bolsas que não se estraguem,
um tesouro no céu que não se acabe;
ali o ladrão não chega nem a traça corrói.
Porque onde está o vosso tesouro,
aí estará também o vosso coração.
35 Que vossos rins estejam cingidos
e as lâmpadas acesas
(Lucas 12,32-35 – 19º Domingo do Tempo Comum – 10 ago. 2025).

Conclusão

Não temas, porque te chamo pelo nome, tu és meu, e eu estou contigo (Isaías 41,1-7), olhe para o céu e veja que há um lindo luar no sertão.

O escândalo me toma

Vivemos momentos turbulentos, o ódio, o desejo de morte, a declaração aberta para se cometer homicídios, a indiferença dos poderosos, tudo é destruição do bem, em nome do favorecimento pessoal de cada um, o fisiologismo. Parece-nos que o mundo foi sequestrado pelo homem, porque mesmo sendo verme insignificante, se sente deus, capaz de decidir sobre a vida e a morte de cada criatura, a paz e a guerra.

Por que vou temer os dias maus,
quando os maus me cercam e espreitam,
7eles que confiam na sua fortuna
e se gloriam da sua riqueza imensa?
😯 homem não pode comprar seu próprio resgate,
nem pagar a Deus o preço de si mesmo.
9É tão caro o resgate da vida,
que nunca bastará
(Salmo 48 [49], 6-9).

Mas se enganam, porque a força que recobre o mundo não é a força bruta, mas a força fraca, que são chamados de pobres e humildes, como diz a Palavra do Senhor que adverte os seus quando diz que é loucura para os homens 18Pois a linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem (I Coríntios, 1,18), diante da insanidade daqueles que pensam que podem rejeitar Deus e manter-se vivo por si mesmo sustentando pelo seu poder miserável e medíocre .

14Esse é o caminho dos que confiam em si,
o destino dos homens satisfeitos.
15São como rebanho destinado ao túmulo:
a morte é o seu pastor,
vão direto para a sepultura;
sua figura se desvanece,
e o túmulo é a sua moradia
(Salmo 48 [49], 14-15).

Não, o papel destes homens agora é destruir os corações, e dilacerar a alma que há em cada um de nós, para que se pareça inacreditável que Deus possa fazer algo por cada um de nós neste momento, e nos revoltemos com a injustiça velada:

10Muitos ficarão escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros. 11Vão surgir muitos falsos profetas, que enganarão muita gente. 12A maldade se espalhará tanto, que o amor de muitos se resfriará. 13Mas quem perseverar até o fim, será salvo. 14E esta Boa Notícia sobre o Reino será anunciada pelo mundo inteiro, como um testemunho para todas as nações. Então chegará o fim.”(Mateus 24,10-14)

Assim, a arrogância, a determinação em destruir, o ódio daqueles que sentem o poder controlador do mundo, se revela como meio de fazer com que todos nós percamos esperança em Deus, porque sobre a rejeição ao Cristo para esse momento fomos alertados fomos alertados pelo próprio Cristo:

“O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”. 23Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. 24Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará” (Lucas 19,22-24 – 12º Domingo do Tempo Comum – 22 jun. 2025).

Por isso, devemos desprezar o fisiologismo das nações, que tentam dividir os despojos dos mortos, para vermos tão somente que somos uma única nação, a nação de Cristo, selados pela Aliança que Deus fez com Abrahão, eternizada pelo Sacrifício Perpétuo de vosso Filho Jesus.

26Vós todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo. 27Vós todos que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo. 28O que vale não é mais ser judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um só, em Jesus Cristo. 29Sendo de Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa (Gl 3,26-29 – 12º Domingo do Tempo Comum – 22 jun. 2025).

E esta é a promessa que Deus nos fez quando testemunhamos tamanhã maldade e injustiça do mundo:

7E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar?

8Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” (Lucas, 18-7-8).

Conclusão:

Não fecheis o vosso coração, não se escandalize, não se revolte, mas conservai-se na paz que o Senhor lhe garante : 14Espere no Senhor, seja firme!
Fortaleça seu coração e confie no Senhor!
(Salmo 27,14),

Não perca a tua essência, a tua alegria do viver, não deixe a mediocridade humana tomar conta do teu coração, mantenha a fé, como cantou Bom Jovi keep the faith:

A justiça que há em mim

O presente artigo traz como tema para debate a equidade como justiça perfeita, diante da iniquidade causada pelas imperfeições humanas, visto que embora o homem não sendo perfeito, todos querem serem justos, contudo pouco seguem a equidade, e já miram em escala massiva, a exemplo do exegetismo empírico de Napoleão, a aplicação pela inteligencia artificial, da justiça pela igualdade.

A maioria das pessoas buscam a justiça pela igualdade das pessoas, esquecendo-se da equidade, e medem suas ações, partindo da ideia de que todos são iguais, ao passo que a equidade nos revela a nossas imperfeições, que impede que alcancemos a justiça real.

O igualitarismo da ideologia capitalista é uma de suas forças, que não se deve descartar levianamente. Desde a mais tenra infância, as pessoas aprendem por todos os meios concebíveis que todos têm oportunidades iguais e que as desigualdades com que se deparam não são o resultado de instituições injustas, mas de seus dotes naturais superiores ou inferiores (BARAN; SWEEZY apud MÉSZÁROS, apud AZEVEDO, 2013, p. 129).

Sem dúvida é importante que, na ordem de mercado […], os indivíduos acreditem que seu bem-estar depende, em essência, de seus próprios esforços e decisões […]. Por isso tal crença é freqüentemente encoraja-da pela educação e pela opinião dominante (HAYEK, apud AZEVEDO, 2013, p. 129).

Mas se a justiça não se alcança pelo Princípio da Igualdade, que prega que todos são iguais perante a lei, já na contradição da própria sociedade que cobra o respeito às diferenças da personalidade humana, fazendo com isso, que já nos deperemos com certa desarmonia (iniquidade) na justiça humana, levando-nos a perguntar: será que é esta justiça que queremos de verdade?

A sensação de injustiça pela aplicação estatal da igualdade, nos é evidenciada diante da experiência de muitas pessoas ao saírem dos tribunais lamentando que: aqui, é a (in)justiça dos homens, mas ela espera a justiça de divina.

Se devemos olhar para a equidade ao invés da igualdade, precisamos também mudar nosso olhar para a forma com que praticamos a justiça, pois quando falamos de igualdade, logo temos em mente que trata-se de um preceito que deve ser aplicado a todos.

Mas se olharmos para a equidade como modelo de justiça, ao nos encontrarmos dentro de um ambiente coletivo, o primeiro Princípio é o da Cidadania, ou seja, que tenho por certo, que não é preciso que o Estado me obrigue a respeitar o tratamento igualitário, pois, eu mesmo tenho por mim, o meu dever de zelar pela Justiça e bem comum.

A equidade não compreende um valor jurídico, mas sobretudo o alcance da justiça perfeita que se confunde com a Arte, por exemplo: se eu sou músico, e quero criar uma canção, ela tem por base os princípios da harmonia, cadência, que por sua vez, seguem a escala cromática das notas músicais.

Se decido compor uma música na escala de Dó (C), no entanto, nego a existência do Sol (G) na harmonia, e dizendo ser minha arte, por isso, farei do meu jeito, substituindo o Sol pelo Si Maior (B), na cadência, o som vai soar estranho, meio desafinado, pois, é um som de iniquidade, isto é de imperfeição na arte.

Ou ainda se quero reunir os números inteiros ímpares, de 0 a 7, (1, 3, 5 e 7) mas, por estabelecer o meu jeito, e querer nesse meio incluir o que considero mais belo, e,resolvo colocar o 2, eu nego a mim mesmo, pois quebro os princípios da harmonia natural das coisas, não há equilíbrio, há desarmonia, ou, iniquidade.

A equidade, portanto e compromisso que guardamos no nosso íntimo da realização da justiça, sem que sejamos forçados a cumprí-la, mas pelo desejo de produzir a todo o instante a arte da criação, tendo por base a Sabedoria que criou todas as coisa numa canção de um só verso, que quer dizer, o Universo:

Assim fala a sabedoria de Deus: 22“O Senhor me possuiu como primícias de seus caminhos, antes de suas obras mais antigas; 23desde a eternidade fui constituída, desde o princípio, antes das origens da terra. 24Fui gerada quando não existiam os abismos, quando não havia os mananciais das águas, 25antes que fossem estabelecidas as montanhas, antes das colinas fui gerada. 26Ele ainda não havia feito as terras e os campos, nem os primeiros vestígios de terra do mundo. 27Quando preparava os céus, ali estava eu, quando traçava a abóbada sobre o abismo, 28quando firmava as nuvens lá no alto e reprimia as fontes do abismo, 29quando fixava ao mar os seus limites – de modo que as águas não ultrapassassem suas bordas – e lançava os fundamentos da terra, 30eu estava ao seu lado como mestre-de-obras; eu era seu encanto, dia após dia, brincando, todo o tempo, em sua presença, 31brincando na superfície da terra, e alegrando-me em estar com os filhos dos homens” (Provérbios, 8, 22-30 – Festa da Santíssima Trindade – 15 jun. 2025).

Quando alcançamos a harmonia do bem comum, nos encantamos com as obras da criação e cantamos nosso louvor à Criação:

Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!

– Contemplando estes céus que plasmastes e formastes com dedos de artista; vendo a lua e estrelas brilhantes, perguntamos:” Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?”

– Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor; vós lhe destes poderes sobre tudo, vossas obras aos pés lhe pusestes:

– As ovelhas, os bois, os rebanhos, todo o gado e as feras da mata; passarinhos e peixes dos mares, todo ser que se move nas águas (Salmo 8, 4-5.6-7.8-9 – Festa da Santíssima Trindade – 15 jun. 2025).

Conclusão:

Se desenvolvemos em nosso íntimo o desejo da Justiça, nos tornamos amigos da equidade, e todo o nosso ser, já não mais sente outro prazer a não ser, realizar, sem que nos seja imposto por lei, a Justiça perfeita, que por efeito, nos coroa com a justificação, isto é, embora imperfeitos, a harmonia das nossas obras, apagam os desafinos da nossa arte, pelo acabamento Divino:

1Justificados pela fé, estamos em paz com Deus, pela mediação do Senhor nosso, Jesus Cristo. 2Por ele tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus. 3E não só isso, pois nos gloriamos também de nossas tribulações, sabendo que a tribulação gera a constância, 4a constância leva a uma virtude provada, a virtude provada desabrocha em esperança; 5e a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Romanos 5,1-5 – Festa da Santíssima Trindade – 15 jun. 2025 ).

Já não precisamos mais de leis incompletas, pois, em nós toda a lei já é cumprida naturalmente, inspirada em nossos íntimos pela Sabedoria plena, como um pão que nos alimenta do céu, pelos canais de um rio, que nos deixa até constrangidos a questionar: Senhor, que é o homem, para assim dele vos lembrardes e tratardes com tanto carinho?, ao ponto de se encarnar e habitar no meio de nós com a própria Sabedoria encarnada:

12“Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. 13Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. 14Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. 15Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu (Jo, 16,12-15 – Festa da Santíssima Trindade – 15 jun. 2025)

Neste louvor da criação lembramos a perfeição das obras da criação na Arte Ozark Moutain Daredevils you made it right:

Referências:

AZEVEDO, Mário Luiz Neves de. Igualdade e equidade: qual a medida da justiça social? In Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 18, n.1, p.129-150, mar. 2013. Disponível em https://www.scielo.br/j/aval/a/PsC3yc8bKMBBxzWL8XjSXYP/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 11 jun. 2025.

Curando a Ansiedade e Angústia

Como 17 tema do Sínodo, compartilhamos uma estudos que estamos fazendo a partir do 14º Anual dos Advogados da AASP que nos ajuda a vencer a angústia e a ansiedade

Anisedade e Sonambulismo

O braço de Deus que resgata na calamidade

Como os irmãos de Emaús, ao caminharmos ao lado do Sagrado Coração de Jesus, sentimos o nosso coração arder, mas não o reconhecemos: “não estava ardendo o nosso coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as escrituras” (Lc 24,32 – Liturgia do 3º Dom. da Páscoa), porque muito falta em nós a revelação do sentido da espiritualidade que provém do Sagrado Coração de Jesus, por isso iniciamos este artigo, em primeiro lugar, tentando reconhecermos a nós mesmos diante do Sagrado Coração de Jesus.

Essa revelação provém da graça de Deus, e não do esforço próprio do homem, pois, o homem por si só não pode alcançar a Deus, porque o servo sendo menor do que o seu Senhor, precisa da misericórdia do Senhor para que possa tornar-se Seu amigo, por isso, não O reconhecemos muitas vezes, pois, não O vemos como amigo, e nem buscamos a sua misericórdia para que forme em nós sua amizade, e, por isso, só sentimos o nosso coração arder, mas, não o reconhecemos, pois estamos em meio às trevas que nos ofuscam.

Ao arder em nós, o Sagrado Coração de Jesus se constitui de sinal da misericórdia de Deus que nos ama mesmo nós sendo pecadores, mesmo sem o reconhecermos, mesmo com nossos olhos estando encobertos, Ele conserva em nós a esperança de nos libertarmos das profundezas da escuridão, por isso, nós clamamos por sua misericórdia:

1Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, *
2†escutai a minha voz!
– Vossos ouvidos estejam bem atentos *
ao clamor da minha prece!
3 Se levardes em conta nossas faltas, *
quem haverá de subsistir?
4 Mas em vós se encontra o perdão, *
eu vos temo e em vós espero
(Sl 129, 1- – Liturgia da 1ª Sem. da Quaresma).

E a escuridão reina quando elegemos como fonte e referência do saber, os nossos próprios pensamentos, sob o propósito de um coração independente, de autodomínio, por isso, nos tornamos incapazes do reconhecimento do Cristo, porque rompemos com Deus, e, ainda que nos esforcemos com a nossa inteligência em nos aproximar, há um abismo entre nós e Deus.

Assim, a luz só brilha pela misericórdia de Deus quando nos prostramos aos seus pés, e com isso nos tornamos capazes de sermos amigos de Deus, restabelecendo com ele a Aliança Eterna, pelo renascimento do alto como ensinado ao mestre Nicodemos:

Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus. De fato, ninguém pode realizar os sinais que tu fazes, a não ser que Deus esteja com ele.
3Jesus respondeu: ‘em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce do alto, não pode ver o Reino de Deus’. 4Nicodemos disse: ‘Como é que alguém pode nascer, se já é velho? Poderá entrar outra vez no ventre de sua mãe?’ Jesus Respondeu ‘Em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus. 6Quem nasce da carne é carne; quem nasce do Espírito é espírito’ (Jo 3,1-6 – Liturgia 2º Dom. da Páscoa).

Portanto, quando percebemos que nossos pensamentos nos enganam, vemos que essa graça não provem de nós, miseráveis pecadores que somos, mas somente como dom de Deus, como nos foi revelada no louvor de São João:

Caríssimos,

29 já que sabeis que ele é justo,
sabei também que todo aquele que pratica a justiça
nasceu dele.

3,1 Vede que grande presente de amor o Pai nos deu:
de sermos chamados filhos de Deus!
E nós o somos!
Se o mundo não nos conhece,
é porque não conheceu o Pai (1Jo, 2, 29.3,1 – Liturgia de Natal antes da Epifania).

Assim, o Sagrado Coração de Jesus faz nosso coração arder, e como amigos que o reconhecem, respondamos com o nosso louvor porque diante de Deus fomos agraciados pelo grande presente oriundo de sua misericórdia, o grande presente de amor que o Pai nos deu.

Dessa forma, ele nos permite reconhecê-lo no meio de nós, o Emanuel, o Deus conosco revelando-nos que entre nós fez sua morada:

“Se alguém me ama, guardará a minha palavra,
e o meu Pai o amará, e nós viremos
e faremos nele a nossa morada”
(Jo 14, 23 – Liturgia da 5ª Sem. da Páscoa).

Tendo reconhecido nossas misérias, se faz possível também, completar os sentidos do Sagrado Coração de Jesus, porque ao restabelecemos com Deus nossa amizade, o Senhor se revela para nós como fonte da salvação: “Haurireis águas com gáudio das fontes do Salvador” (Is 12, 3) (Papa Pio XII – Haurietis Acqua).

O Senhor ao se revestir da figura humana, de modo compreensível à inteligência humana, como o Emanuel, que significa Deus conosco, revelou a glória de Deus para o mundo:

Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém,

porque chegou a tua luz,

apareceu sobre ti a glória do Senhor.

2 Eis que está a terra envolvida em trevas,
e nuvens escuras cobrem os povos;
mas sobre ti apareceu o Senhor,
e sua glória já se manifesta sobre ti” (Is 60, 1-2 – Liturgia da Epifania do Senhor).

A inteligência do homem se abriu, e ao reconhecer o Emanuel, o Deus conosco, pode contemplar como testemunhando a um raio que transpassa o tempo, que abriu uma fissura nos mistérios que separavam o céu e a terra, o Senhor se fez luz para todas as nações, isso quer dizer que no mesmo fenômeno luminoso, se revelou sem as dimensões do tempo, isto é, ao mesmo tempo, para aqueles que eram, que são e que serão, como era no princípio, agora e sempre, Amém!

O Emanuel como a Árvore da Vida, no meio do Jardim de Deus, tornou-se um sinal permanente no mundo ao mesmo tempo em todos os tempos, a brilhar como o calor do fogo que o homem busca na escuridão da noite gelada, ao estender sua mão para capitar um pouquinho da luz e calor, cuja misericórdia transpassou o tempo e se revelou ao mesmo tempo para os que já vieram, para os que são contemporâneos de Maria, e para os que virão, como um farol que pode ser visto além das dimensões temporais, por todo aquele que professa a sua fé, podendo assim também, testemunhar que em “Eu Sou”, não há passado, presente e futuro, por isso Ele diz: “Eu sou”: “Quando tiverdes elevado o Filho do homem, então sabereis que eu sou e que nada faço por mim mesmo, mas apenas falo aquilo que o Pai me ensinou” (Jo 8,28 – Liturgia da 5ª Semana da Quaresma).

A “haurietis acqua” é um pulsar no coração do mundo, para que todos os que têm sede beba, uma herança do céu que já podemos desfrutar, o Emanuel, é como um farol a brilhar para todo os navegantes de todos os tempos simultaneamente, porque É o que É, como era no princípio agora e sempre, amém, e diz: “Eu Sou”, para que todos a Ele recorram como fonte de salvação do agora, presente tanto aos nossos antepassados, à nós, e, aos nossos filhos que virão: “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele” (Lc 20,38), pois, está no meio de nós, Deus está conosco, plasmando como a estrela de nêutron, o Espírito em Vida, pois a Palavra é Espírito e Vida, no centro do coração como na imagem abaixo.

Neutrons star1

Um farol visível do peito de Deus pelo homem que o reencontra e com Ele volta a amizade na Aliança, o Sagrado Coração de Jesus, o Salvador como fonte a nos amparar:

Luz Fonte central da Vida

Quando nos vemos sem qualquer saída, Ele se monstra à Luz do Coração, e basta buscarmos a fonte de salvação (haurietis acqua) e estendermos a nossa mão ao calor de sua luz e logo estamos protegidos pelo Pai que ampara o filho:

=2Quando eu chamo, respondei-me, ó meu Deus, minha justiça! †
Vós que soubestes aliviar-me nos momentos de aflição,*
atendei-me por piedade e escutai minha oração!

3Filhos dos homens, até quando fechareis o coração? *
Por que amais a ilusão e procurais a falsidade?

4Compreendei que nosso Deus faz maravilhas por seu servo, *
e que o Senhor me ouvirá quando lhe faço a minha prece
(Salmo 4, 2-4)!

Portanto, o Sagrado Coração de Jesus é a presença viva do Emanuel, o Deus conosco, Ele está no meio de nós, quando o reconhecemos como glória de Deus brilhante a partir de uma manjedora, vivo desde sempre como Estrela da Manhã, a nos dar o calor, a luz, e, saciar a nossa sede, bastando que estendamos nossas mãos, e, nos apeguemos à divina vontade que sabe e conhece nossas necessidades e fraquezas: “já que o nosso amor de tal maneira se apega à divina vontade, que vem a fazer-se uma coisa só com ela, consoante aquelas palavras: “Quem está unido ao Senhor é com ele um mesmo espírito” (1 Cor 6, 17) (PAPA PIO XII – Haurietis Acqua).

Vejam que grande presente de amor o Pai nos deu, de sermos chamados de filho de Deus, por isso, já podemos ver que Ele está vivo ao nosso lado, e podemos tocá-lo, basta para isso, que em nós o nosso amor só deseje fazer uma só coisa: estar unido ao Senhor para que Ele e o Pai faça-se em nós suas moradas, abrindo nosso coração para acolher ao Espírito (Ecce ancilla – faça-se em mim, conforme tua Palavra).

Pois assim, conseguimos reconhecer a luz do Sacrifício Perpétuo que eternizou a Aliança de Abrahão, pela abertura de uma fenda nas trevas dos abismos, comungando seu seguidores com o Ecce Venio – ei que com prazer faço a vossa vontade, no sacerdócio régio que complementa a obra do Criador, como era no princípio, agora e sempre, amém, e nos tornamos com unido aos pais e ao nossos filhos, a geração de todos os tempos que testemunhou “Em verdade vos digo, esta geração não passará até que tudo isso aconteça. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão (Mc 13, 30-31 – Liturgia do 33º Dom Tempo Comum), bebei da água que sacia tua sede “Haurireis águas com gáudio das fontes do Salvador” (Is 12, 3) (Papa Pio XII – Haurietis Acqua).

O Senhor está no meio de nós, seu Sagrado Coração é a fonte de água viva, a mesma que Moisés fez jorrar batendo seu cajado na pedra.

1NASA – Neutrons Star: Disponível em https://imagine.gsfc.nasa.gov/science/objects/neutron_stars1.html. Acesso em 09 mai. 2023.