Arquivo mensal 11/06/2025

A justiça que há em mim

O presente artigo traz como tema para debate a equidade como justiça perfeita, diante da iniquidade causada pelas imperfeições humanas, visto que embora o homem não sendo perfeito, todos querem serem justos, contudo pouco seguem a equidade, e já miram em escala massiva, a exemplo do exegetismo empírico de Napoleão, a aplicação pela inteligencia artificial, da justiça pela igualdade.

A maioria das pessoas buscam a justiça pela igualdade das pessoas, esquecendo-se da equidade, e medem suas ações, partindo da ideia de que todos são iguais, ao passo que a equidade nos revela a nossas imperfeições, que impede que alcancemos a justiça real.

O igualitarismo da ideologia capitalista é uma de suas forças, que não se deve descartar levianamente. Desde a mais tenra infância, as pessoas aprendem por todos os meios concebíveis que todos têm oportunidades iguais e que as desigualdades com que se deparam não são o resultado de instituições injustas, mas de seus dotes naturais superiores ou inferiores (BARAN; SWEEZY apud MÉSZÁROS, apud AZEVEDO, 2013, p. 129).

Sem dúvida é importante que, na ordem de mercado […], os indivíduos acreditem que seu bem-estar depende, em essência, de seus próprios esforços e decisões […]. Por isso tal crença é freqüentemente encoraja-da pela educação e pela opinião dominante (HAYEK, apud AZEVEDO, 2013, p. 129).

Mas se a justiça não se alcança pelo Princípio da Igualdade, que prega que todos são iguais perante a lei, já na contradição da própria sociedade que cobra o respeito às diferenças da personalidade humana, fazendo com isso, que já nos deperemos com certa desarmonia (iniquidade) na justiça humana, levando-nos a perguntar: será que é esta justiça que queremos de verdade?

A sensação de injustiça pela aplicação estatal da igualdade, nos é evidenciada diante da experiência de muitas pessoas ao saírem dos tribunais lamentando que: aqui, é a (in)justiça dos homens, mas ela espera a justiça de divina.

Se devemos olhar para a equidade ao invés da igualdade, precisamos também mudar nosso olhar para a forma com que praticamos a justiça, pois quando falamos de igualdade, logo temos em mente que trata-se de um preceito que deve ser aplicado a todos.

Mas se olharmos para a equidade como modelo de justiça, ao nos encontrarmos dentro de um ambiente coletivo, o primeiro Princípio é o da Cidadania, ou seja, que tenho por certo, que não é preciso que o Estado me obrigue a respeitar o tratamento igualitário, pois, eu mesmo tenho por mim, o meu dever de zelar pela Justiça e bem comum.

A equidade não compreende um valor jurídico, mas sobretudo o alcance da justiça perfeita que se confunde com a Arte, por exemplo: se eu sou músico, e quero criar uma canção, ela tem por base os princípios da harmonia, cadência, que por sua vez, seguem a escala cromática das notas músicais.

Se decido compor uma música na escala de Dó (C), no entanto, nego a existência do Sol (G) na harmonia, e dizendo ser minha arte, por isso, farei do meu jeito, substituindo o Sol pelo Si Maior (B), na cadência, o som vai soar estranho, meio desafinado, pois, é um som de iniquidade, isto é de imperfeição na arte.

Ou ainda se quero reunir os números inteiros ímpares, de 0 a 7, (1, 3, 5 e 7) mas, por estabelecer o meu jeito, e querer nesse meio incluir o que considero mais belo, e,resolvo colocar o 2, eu nego a mim mesmo, pois quebro os princípios da harmonia natural das coisas, não há equilíbrio, há desarmonia, ou, iniquidade.

A equidade, portanto e compromisso que guardamos no nosso íntimo da realização da justiça, sem que sejamos forçados a cumprí-la, mas pelo desejo de produzir a todo o instante a arte da criação, tendo por base a Sabedoria que criou todas as coisa numa canção de um só verso, que quer dizer, o Universo:

Assim fala a sabedoria de Deus: 22“O Senhor me possuiu como primícias de seus caminhos, antes de suas obras mais antigas; 23desde a eternidade fui constituída, desde o princípio, antes das origens da terra. 24Fui gerada quando não existiam os abismos, quando não havia os mananciais das águas, 25antes que fossem estabelecidas as montanhas, antes das colinas fui gerada. 26Ele ainda não havia feito as terras e os campos, nem os primeiros vestígios de terra do mundo. 27Quando preparava os céus, ali estava eu, quando traçava a abóbada sobre o abismo, 28quando firmava as nuvens lá no alto e reprimia as fontes do abismo, 29quando fixava ao mar os seus limites – de modo que as águas não ultrapassassem suas bordas – e lançava os fundamentos da terra, 30eu estava ao seu lado como mestre-de-obras; eu era seu encanto, dia após dia, brincando, todo o tempo, em sua presença, 31brincando na superfície da terra, e alegrando-me em estar com os filhos dos homens” (Provérbios, 8, 22-30 – Festa da Santíssima Trindade – 15 jun. 2025).

Quando alcançamos a harmonia do bem comum, nos encantamos com as obras da criação e cantamos nosso louvor à Criação:

Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!

– Contemplando estes céus que plasmastes e formastes com dedos de artista; vendo a lua e estrelas brilhantes, perguntamos:” Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?”

– Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor; vós lhe destes poderes sobre tudo, vossas obras aos pés lhe pusestes:

– As ovelhas, os bois, os rebanhos, todo o gado e as feras da mata; passarinhos e peixes dos mares, todo ser que se move nas águas (Salmo 8, 4-5.6-7.8-9 – Festa da Santíssima Trindade – 15 jun. 2025).

Conclusão:

Se desenvolvemos em nosso íntimo o desejo da Justiça, nos tornamos amigos da equidade, e todo o nosso ser, já não mais sente outro prazer a não ser, realizar, sem que nos seja imposto por lei, a Justiça perfeita, que por efeito, nos coroa com a justificação, isto é, embora imperfeitos, a harmonia das nossas obras, apagam os desafinos da nossa arte, pelo acabamento Divino:

1Justificados pela fé, estamos em paz com Deus, pela mediação do Senhor nosso, Jesus Cristo. 2Por ele tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus. 3E não só isso, pois nos gloriamos também de nossas tribulações, sabendo que a tribulação gera a constância, 4a constância leva a uma virtude provada, a virtude provada desabrocha em esperança; 5e a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Romanos 5,1-5 – Festa da Santíssima Trindade – 15 jun. 2025 ).

Já não precisamos mais de leis incompletas, pois, em nós toda a lei já é cumprida naturalmente, inspirada em nossos íntimos pela Sabedoria plena, como um pão que nos alimenta do céu, pelos canais de um rio, que nos deixa até constrangidos a questionar: Senhor, que é o homem, para assim dele vos lembrardes e tratardes com tanto carinho?, ao ponto de se encarnar e habitar no meio de nós com a própria Sabedoria encarnada:

12“Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. 13Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. 14Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. 15Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu (Jo, 16,12-15 – Festa da Santíssima Trindade – 15 jun. 2025)

Neste louvor da criação lembramos a perfeição das obras da criação na Arte Ozark Moutain Daredevils you made it right:

Referências:

AZEVEDO, Mário Luiz Neves de. Igualdade e equidade: qual a medida da justiça social? In Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 18, n.1, p.129-150, mar. 2013. Disponível em https://www.scielo.br/j/aval/a/PsC3yc8bKMBBxzWL8XjSXYP/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 11 jun. 2025.

Nascido das estrelas

Este artigo apresenta no contexto da Festa de Pentecostes, o nosso protagonismo humano no Cosmos, como a gravidade e sua força trinitária (elétron, o múon e o tau), que formam nossos corpos a partir das estrelas, pois, os átomos que o compõem se procedem do Cosmos, ou seja, das estrelas, dos pulsares.

Por isso, é essencial para a nossa sobrevivência, a interação da nossa espiritualidade, como meio de guardar a memória do que nos estrutura física e psiquicamente, como se fosse um cordão umbilical que nos alimenta com o Cosmos, ou, um leito de um rio, porque, embora nos sintamos autônomos, não nos desligamos dele .

Às vezes, quando olho para as pessoas, penso: ‘Uau, vocês são organismos tão incríveis e nossos átomos compartilham a mesma história profunda que remonta ao Big Bang’”, contou. Ele espera que os leitores reconheçam “que até mesmo a célula mais simples é incrivelmente complexa e digna de grande respeito. E todas as pessoas também são” (NELSON apud LEVITT, 2023, p. 1).

Mas não somos apenas uma composição física e química, porque se você acredita que toda a matéria, isto é, o físico e o químico começou por uma grande explosão, o “Big Bang” formando os átomos, que compõem o nosso corpo, é preciso, para um compreensão mais completa, ter em mente também, que o átomo não age por si só, não é auto-energético, mas, ao centro, ele tem um elemento interativo chamado “nêutrons”, que é constituído de massa próximo de zero, considerado como elementos fantasmagóricos, chamados neutrinos, que interagem com os elétrons e prótons.

Os neutrinos são partículas elementares incomuns porque interagem com a matéria por meio de apenas duas das quatro forças fundamentais – a gravidade e a força fraca (a força fraca pode permitir que um neutrino transforme um nêutron em um próton e um elétron). (…) Os neutrinos conseguem, basicamente, atravessar a matéria comum como se ela fosse quase transparente (…).

Em todos os outros casos, os neutrinos passam através da matéria ininterruptamente – incluindo os bilhões deles que atravessam nossos corpos a cada segundo! Como os neutrinos só interagem muito fracamente com nossos detectores, é extremamente difícil “vê-los” e medir suas propriedades. Devido às suas raras interações com a matéria, algumas pessoas chamam os neutrinos de “os fantasmas do universo” (…)

Os neutrinos são de três tipos ou “sabores” e interagem com três partículas elementares: o elétron, o múon e o tau (RYAN apud McDONALD, 2023, p. 1).

Assim, podemos compreender que, para que houvesse a grande explosão, capaz de formar a matéria química que estruturou o físico, antes dela, houve uma ação precedente dos neutrinos: como se fosse a de apertar o detonador da explosão.

E essa interação fantasmagórica continua agir em nós hoje, conhecida como a espiritualidade do ser, ou religião, que mantém uma relação cotidiana, ou amizade, entre a composição estelar que somos, como seres únicos, com o próprio Cosmos, para que jamais esqueçamos o que somos e da onde viemos.

“Nosso universo está inundado de moléculas orgânicas, muitas delas são precursoras das moléculas das quais somos feitos”, disse. “Então meu pensamento se alterna entre pensar que é muito improvável que criaturas como nós existam, e ao mesmo tempo achar que a vida deve existir em muitos lugares do universo” (ibid).

E isso completa os sentidos em nós no próximo domingo dia 08 de junho de 2025, em que é celebrada uma festa que vem desde os tempos antigos, originalmente chamada pelos judeus de “Festa da Colheita” (Êxodo 23,16), em que a comunidade se reunia e partilhava entre em si, uma parte do que produziu durante o ano, hoje conhecida como “Festa de Pentecostes”.

E, a tradição antiga chega ao dias atuais como festa de “Festa de Pentecostes” celebrada pela Igreja cristã, cuja memória espiritual foi introduzida pela liturgia celebrada no 6º Domingo da Páscoa, 25 de maio, em que o Senhor diz não esqueça de quem você é, guardando a Palavra consigo mesmo, porque o Espírito (neutrinos para a Astronomia), vos recordará tudo:

23“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. 24Quem não me ama, não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. 25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito.27Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes o que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isso, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis” (João, 14,23-25- 6º Domingo da Páscoa – 25 mai. 2025).

Portanto, se considerarmos o universo nas Escrituras Sagradas, como sinônimo de Terra, pois é a matéria (físico + químico), ao acrescentarmos a energia que produz a matéria, chegamos ao Cosmos, ou seja o Céu (neutrinos = força cinética na gravidade) e a Terra (físico e químico).

Assim, nossos sentidos se completam e já conseguimos entender a celebração de Pentecostes pela Igreja Cristã (Católica), como a força, como o rio celeste que nos alimentas (o Espírito) e constrói em nós pela Palavra, o Pão do Céu (Filho) a Verdade de Deus (Pai).

A Celebração de Pentecostes é a Força do Céus, a nos dar a Vida, porque a Palavra é Espírito em Vida:

49Eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto”. 50Então Jesus levou-os para fora, até perto de Betânia. Ali ergueu as mãos e abençoou-os. 51Enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi levado para o céu. 52Eles o adoraram. Em seguida voltaram para Jerusalém, com grande alegria. 53E estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus (Lucas, 24-49-53 – Ascensão do Senhor – 01 jun. 2025.

Conclusão:

Se mantemos nosso alimentos pelo rio celestial, mantemos nossa interação com o Cosmos, e a Palavra é em nós Espírito e Vida, porque somos revestidos das forças dos Céus:

– 19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. 20Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. 21Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. 22E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos” (Lucas, 19-23 – Ascensão do Senhor – 08 jun. 2025.

Não podemos esquecer o que disse McDonald, que somos “organismos tão incríveis e nossos átomos compartilham a mesma história profunda que remonta ao Big Bang”, por isso como a Banda Imagine Dragons, cantamos: Children of the sky – somos filhos do céu:

Referências:

NELSON, Bryn. Somos todos feitos de estrelas: a longa viagem do Big Bang ao corpo humano. In CNN Brasil – Tecnologias – 29/01/2023 – #cnnbrasil. Disponível em https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/somos-todos-feitos-de-estrelas-a-longa-viagem-do-big-bang-ao-corpo-humano/ Acesso em 04 jun. 2025.

RYAN. Neutrinos: as partículas “fantasmagóricas” que constroem nosso universo. In UNESP para Jovens 01 de novembro de 2023. Disponível em https://parajovens.unesp.br/neutrinos-as-particulas-fantasmagoricas-que-constroem-nosso-universo/.