Arquivo mensal 16/07/2025

A força que me move

Nestes dias difíceis que vivemos, saímos a cada dia para a luta da sobrevivência, porque achamos que é preciso garantir um pouco de segurança, um pouco de alimentos, um pouco de economia, por isso, tudo o que nos move são ações que só interessa a nós mesmos.

Mas se agimos só pelo interesse próprio, perdemos o sentido da vida comunitárias, pois, já esgotados com nossos próprios problemas, não sentimos ter forças para mais uma carga, e ai, sempre estamos a dizer que não temos tempo para estas coisas.

Enfrentamos verdadeiras guerras urbanas, com massivas campanhas de desinformação, isto é, de informações falsas, divulgadas para minar a credibilidade das instituições, que por sua vez, as instituições, vendo os ataques urbanos, se colocam na defensiva, e substituem a cidadania por escudos de defesa, atacando com polícias mortais, esquecendo a própria vocação que constituiu o Estado.

O fato é que vivemos nos dias de hoje, ataques à vida em comum, para assassinar o convívio comum, o coletivo, como um rojão no meio da boiada, que causa a disparada dos bois, correndo cada um para o seu lado, na preocupação de sobreviver, sem perceber que estão correndo para a morte nos desfiladeiros e atoleiros.

Dias desses observando as conversas no grupo da minha comunidade jurídica, no whatsapp, o que aprendi, é que muitas pessoas que estão ali, estão, porque querem mais receber do que dar algo, e aprendi com isso, que estamos renunciando a democracia para eleger a egolatria, e assim, fazemos crescer as pragas no meio de nossas hortas, como intolerância, indiferença, individualismo, isolacionismo, violência, que podemos chamar aqui de desfiladeiros e atoleiros que matam os bois enlouquecidos.

A totalidade dos homens se esqueceu da força que move a vida, chamada de Disponibilidade, porque diante de tantos crimes, covardias, corrupções, mentiras entre os homens, o amor arrefeceu, de calor tornou-se gelado, de esperança tornou-se frustração, de alegria tornou-se anestesiado, da sinceridade tornou-se desconfiança, da partilha tornou-se egoísmo, de nós, tornou-se meu.

Em meio a este mundo tão egolátrico, em que cada ser, homem, mulher, criança, saem a cada dia como um gladiador a lutar pela sua própria sobrevivência, cultuando como patrimônio medíocre, a sobrevida por desprezar a vida, para assim, trabalhar incansavelmente para sobreviver, sem perceber que despreza a arte do viver, em verdadeiros atos transloucados.

Cada um desses gladiadores como numa competição de corrida, querem a todo custo, ou, custe o que custar, encontrar a fórmula que gere fortunas monetárias, independência financeira, poder, segurança, esquecendo-se que suas mãos são pequenas, seu ser é uma gota no oceano, e, que não têm qualquer controle capaz de garantir suas vidas, porque a vida é maior do que eles, e é a vida que dita o curso do destino de cada um, pelo curso do vento, que ninguém sabe de onde vem e nem para onde vai.

E a fórmula da vida parte do pressuposto de que a edificação humana é solidária e não egolátrica, e a fórmula do tesouro cobiçável por cada ser, que conserva a vida em cada criatura. é a prática do amar, amar sem interesse, amar sem querer nada em troca, amar somente porque o amor preenche todo o sentido do ser, pois, os atos de amor, se torna a forma de se materializar a vida, como uma moeda, ou, uma barra de ouro.

Parece impossível aos homens, mas, quando reconhecemos nossa pequenez e jogamos a toalha diante de uma doença incurável, uma dívida impagável, um acidente mortal, em que já não temos mais qualquer controle em nossas mãos, olhamos para a vida dizendo: “ta bom, eu me rendo, faça do teu jeito”, cujo ato que ressuscitou a esperança no ser, se for acompanhado de um pouco de fé, permite se ver o primeiro sinal da vida no fato apagar a frase “tarde demais”.

Se nos abrimos ao amor que gera a vida, por pura vocação, o primeiro sinal que temos da vida é o de que existe o trabalho para sobreviver, e a arte para viver, e ao viver o amor que nos preenche como o vigor do fruto mais doce, nos torna disponíveis, a exemplo da experiência de Abrahão, que diante do calor entendiante, que nos consome pela preguiça, ao se deparar com visitantes, logo se põe de pé para servi-los com o melhor de si.

1o Senhor apareceu a Abraão
junto ao carvalho de Mambré,
quando ele estava sentado à entrada da sua tenda,
no maior calor do dia.
2 Levantando os olhos,
Abraão viu três homens de pé, perto dele.
Assim que os viu, correu ao seu encontro
e prostrou-se por terra.
3E disse:
“Meu Senhor, se ganhei tua amizade,
peço-te que não prossigas viagem,
sem parar junto a mim, teu servo.
4Mandarei trazer um pouco de água para vos lavar os pés,
e descansareis debaixo da árvore.
5Farei servir um pouco de pão
para refazerdes vossas forças,
antes de continuar a viagem.
Pois foi para isso mesmo
que vos aproximastes do vosso servo”.
Eles responderam:
“Faze como disseste”
(Gênesis 18, 1-5 – 16º Domingo do Tempo Comum – 20 jul. 2025).

Ao reconhecermos nossa própria natureza de impotentes que somos, deixamos de agir pelo racionalismo humano, pois este se cobre de crueldade, egoísmo, desumanidade e barbaridades que torna o homem, mas entregamos o curso de nova vida à nos conduzir pela própria sabedoria que a vida nos dá pelo amor, que se pratica na disponibilidade:

R. Senhor, quem morará em vossa casa?

2É aquele que caminha sem pecado *
e pratica a justiça fielmente;
3aque pensa a verdade no seu íntimo *
be não solta em calúnias sua língua.
R.

cQue em nada prejudica o seu irmão,*
dnem cobre de insultos seu vizinho;
4aque não dá valor algum ao homem ímpio, *
bmas honra os que respeitam o Senhor
. R.

5não empresta o seu dinheiro com usura, †
nem se deixa subornar contra o inocente. *
Jamais vacilará quem vive assim!
R. (Salmo 14 [15]- 16º Domingo do Tempo Comum – 20 jul. 2025).

Conclusão

A prática do amor, exercitando a disponibilidade, hospitalidade, a caridade, não afasta da dor, e nos enche da alegria de usar todas as nossas forças que ao homem ímpio, parece, sofrimento, mas à arte do viver o transformou em saborosos deleite:

24 Alegro-me de tudo o que já sofri por vós
e procuro completar na minha própria carne
o que falta das tribulações de Cristo,
em solidariedade com o seu corpo, isto é, a Igreja
(Colossenses 1,24 – 16º Domingo do Tempo Comum – 20 jul. 2025).

A todo o instante bebemos jarros de embriagantes que despertam em nós o desejo de domínio, de fazer do nosso jeito, como armadilha para nos jogar a um mundo de sobrevida, mas se permanecemos no amor, a vida nos dá a arte do viver, que é a melhor parte que ninguém tira de nós.

Jesus entrou num povoado,
e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa.
39Sua irmã, chamada Maria,
sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra.
40Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres.
Ela aproximou-se e disse:
“Senhor, não te importas que minha irmã
me deixe sozinha, com todo o serviço?
Manda que ela me venha ajudar!”
41O Senhor, porém, lhe respondeu:
“Marta, Marta! Tu te preocupas
e andas agitada por muitas coisas.
42Porém, uma só coisa é necessária.
Maria escolheu a melhor parte
e esta não lhe será tirada”
(Lucas, 10,38-42 – 16º Domingo do Tempo Comum – 20 jul. 2025).

Esta experiência nos é partilhada pelos santos, lembrando Santa Terezinha que diz a cada um de nós ao viver o amor, que se não somos um anjo no céu é porque Deus quis que sejamos um anjo na Terra, numa doação capaz de mostrar a riqueza da integralidade da alma com a fé, como cantou OMD ao homenagear Santa Joana D’Arc, chamando-a de Dama de Orleans (Maiden of Orleans) que, em tradução livre diz:

Se Joana D’Arc teve um coração,
Será que ela o daria de presente?
Para alguém como eu
Que deseja ver
como um anjo deveria ser.

Teve o sonho de sempre se dar-se de coração,
como uma criança diante da serpente,
Encheu-se de cuidado por todos,
que entregou seu corpo à morte.

A Democracia sacaneada pelos Triunviratos

Vivemos no Brasil certos movimentos embandeirados com os rótulos de esquerda e de direita, recitados por discípulos de políticos que se dizem evangélicos, para nós, evangélicos do fisiologismo, cujo bem estar é o de se dar bem sobre o erário.

Ilustração: Tilixia-Summer

Porque, nem o pastor, nem o padre têm vocações legislativas, ou artística, mas sim, sacerdotais, como Aarão e os Levitas, assim, quando vemos determinada figura midiática usando o prefixo pastor santinho, ou, de padre estelar, logo vemos, ou ele se perdeu no caminho do templo, ou está desprezando a própria Palavra que deveria zelar, valendo-se do prestígio sacerdotal para manipular pessoas, quando na verdade, deveria estar no ofício que foi chamado que é o de zelar pela Palavra:

Ouve a voz do Senhor teu Deus,
e observa todos os seus mandamentos e preceitos,
que estão escritos nesta lei.
Converte-te para o Senhor teu Deus
com todo o teu coração e com toda a tua alma.
11 Na verdade, este mandamento que hoje te dou
não é difícil demais,
nem está fora do teu alcance.
Não está no céu,
para que possas dizer:
‘Quem subirá ao céu por nós para apanhá-lo?
Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir?’
13Nem está do outro lado do mar,
para que possas alegar:
‘Quem atravessará o mar por nós para apanhá-lo?
Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir?’
14Ao contrário,
esta palavra está bem ao teu alcance,
está em tua boca e em teu coração,
para que a possas cumprir
(Deuteronômio, 30, 10-14 – 15º Domingo do Tempo Comum – 13 jul. 2025).

Não queremos dizer assim, que eles não podem fazer outra coisa, mas sim que, se desejam ser um agente político, ou uma estrela midiática, que renunciem a sua condição sacerdotal, para assim desenvolver bem a sua atividade, com a própria cara de cidadão comum, sem misturar as coisas como vemos nos dias de hoje, porque pensamos que a manipulação de pessoas valendo-se do manto sagrado, para nós, é um sacrilégio, uma ofensa aos símbolos religiosos.

Se tirarmos uma foto do Congresso Nacional hoje, não vemos uma Democracia, em que se aplica os freios e contra-pesos, mas um triunvirato, embandeirado em nome da ordem, disputando cada um sua posição política pessoal (fisiologismo) e não coletiva, e, cobrando altos preços do Estado, com regalias e vencimentos.

O negócio de “se dar bem como agente político” é tão lucrativo (para alguns e, em detrimento dos cidadãos), que já trabalham arduamente para aumentar o triunvirato das direitas, centrão e esquerdistas, com o número de deputados para 2027.

É uma ofensa à Democracia o uso apócrifo no Estado Democrático de Direito, dos termos Esquerda, Centro, e Direita, pois de forma escandalosa, sem qualquer constrangimento diante dos cidadãos, dizem vou defender o meu na esquerda, ou, defender o meu na direita, ou defender o meu no centro, e você, cidadão, fica ai torcendo para a minha vitória e para me manter no poder sem se esquecer de que a conta quem paga e você.

Para entendermos quanto o cidadão está sendo feito de bobo nesse cenários pelos triunviratos apócrifos, precisamos absorver o sentido do termo direita, que significa um governo pelo capitalismo duro (hard), cujo exemplo moderno, damos pelo nosso testemunhos no Estado de São Paulo, em que a Secretaria da Educação, vem aplicando na gestão escolar um sistema auto-centralizador disfarçado de avaliação 360, que esfacela a saúde mental dos professores.

Nesse sistema o diretor da escola pode demitir concursados como “ad nutum” (no sentido de a bel prazer), por ato pessoal (art. 25 e 26 da Resolução SEDUC nº 77/2024), ou ainda, se o professor teve um ataque cardíaco e foi obrigado, obrigatoriamente obrigado, a se internar para tratamento de saúde, é demitido, perdendo suas aulas, isso é o que se chama de governo de Direita, cujo princípio é o de não querer intervir no Estado, exceto para os fundos partidários que tem que bancar suas campanhas escandalosas.

E não para por ai, já tem como propósito acabar com os cargos (desempregar) os professores da rede pública estadual com a privatização da educação, baseado nos princípios do capitalismo da não intervenção estatal, exceto os fundos partidários, isto é o que se chama governo dos direitista.

No governo do centro, pode ser comparado coma ferrugem, que se agarra ao néctar do erário público, e escorre para o lado que mais pode sustentar os interesses pessoais (fisiologismo) do agente político, indo ora para a esquerda, ora para a direita, ou para o que pagar mais.

No governo de esquerda herdado dos princípios do comunismo e socialismo, não existe no Brasil, porque é inconstitucional, o que vemos é um governo assistencialista, que em nome dos mais necessitados, quer aplicar os princípios do capitalismo para quem não precisa tanto, por exemplo, comprando o interesse dos alunos do ensino médio, esquecendo o seu desprezo pelos milhares de livros didáticos custeado pelo erário público e jogados no lixo.

Portanto cidadãos, não estamos vivendo a Democracia, mas num Estado Democrático de Direito em que os Poderes públicos não sentem o mínimo constrangimento, e desenfreadamente se colocam como o 1º Triunvirato nos Poderes Constitucionais, e o 2º Triunvirato no Poder Legislativo Nacional, formado pelos tais direitistas, centrão e esquerdistas, diante de tamanho escândalo, nos resta parafrasear os poderosos, e dizer: para os cidadãos às favas os “freios e contra-pesos” que sustentam a República democrática.

Por outro lado, se voltássemos nosso olhar para o que realmente somos como Estado de Democrático de Direito, o que viríamos é o sonho da República da igualdade, da fraternidade, da dignidade humana, em que os Poderes legítimos, sem impostores, governada não por esquerda ou direita, e sem a ferrugem central, mas pelos princípios de uma Constituição Social.

Aquela sonha onde se respeita a propriedade privada, ao mesmo tempo, que garante a cidadania e dignidade humana, dentro de uma responsabilidade politica e fiscal na probidade do erário público, se escandalizando pelo evangelho do “se dar bem” pessoalmente sob o manto politiqueiro.

Conclusão:

O que vemos hoje nas discussões de governança pública é o puro ego pessoal do agente político, nos obrigando a suportar o peso da mediocridade miserável que aumenta nosso fardo para sustentá-los, diante dos assombrosos assaltos ao erário público, como por exemplo:

Testemunhamos as improbidades administrativas dos agentes políticos que em nome do socorro ao povo, socorrem a si mesmos com as monstruosas emendas parlamentares, e assim, não há quem socorra a cidadania e a dignidade de quem os elegeram, porque a exemplo dos sacerdotes e levitas corrompidos, que negaram o auxílio ao samaritano, não existe para eles “o meu próximo”.

Mas nós sabemos que isso não será para sempre, porque continuamos mergulhados nos sonhos de nossa Constituição Social, e repetimos a pergunta a nós feita pelo Senhor em nosso íntimo:

Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem
que caiu nas mãos dos assaltantes?”
37Ele respondeu:
“Aquele que usou de misericórdia para com ele”.
Então Jesus lhe disse:
“Vai e faze a mesma coisa
” (Lucas 10,36-37 – 15º Domingo do Tempo Comum – 13 jul. 2025).

E, assim, levantando nossos olhos para cima, saberemos que isso tudo, durará só um momento:

R. Humildes, buscai a Deus e alegrai-vos:
o vosso coração reviverá!

33Humildes, vede isto e alegrai-vos:
o vosso coração reviverá, *
se procurardes o Senhor continuamente!
34Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, *
e não despreza o clamor de seus cativos. R.

36aSim, Deus virá e salvará Jerusalém, *
b reconstruindo as cidades de Judá.
37A descendência de seus servos há de herdá-las, †
e os que amam o santo nome do Senhor *
dentro delas fixarão sua morada! R.
(Salmo 65 [66] – 15º Domingo do Tempo Comum – 13 jul. 2025).

Todos eles e nós, dizemos acreditar na paz, mas onde praticamos a misericórdia em nossos atos que nos faz afastar dos nossos eus, e interesses pessoais, para reconhecer um sonho de bem comum? Ao invés disso, preferimos atribuir a culpa para a esquerda, ou para a direita, ou dos ferruginosos, para com isso, esquivarmos de nós mesmos como cantaram os Titãs, todos dizem acreditar na paz, mas ninguém faz nada por ela, todos dizer querer a guerra, mas ninguém luta por você.

A morte do que vivia em nós

Nestes tempos de inteligência artificial, de tecnologias 5.0, vivemos diante de dois fenômenos modernos terríveis, a distração total e a perda da memória, que ao invés de nos dar qualidade de vida, distraídos e sem memórias, como armas camufladas em entretenimentos, sorrateiramente mata a essência da vida que existe em cada um de nós.

Estamos sendo atacados sem resistência, pela poluição digital, que produz o chorume da longa exposição ao modo introspectivo a nos levar aos mesmos comportamentos imaginários massivos dos “loucos que constroem castelos no ar”.

Olhe ao teu redor, e veja se há qualidade de vida social produzida pelas tecnologias comparando as diferentes épocas, principalmente, a cultura que preserva a memória, e o espírito de comunidade que garante a nossa saúde pelo reconhecimento do real ante ao imaginário, diante da distração que nos isola.

Se olharmos para o continente europeu, podemos perceber que a primeira memória perdida lá, foi a mesma primeira cultura em nós implantada por eles, a espiritualidade do cristianismo. Vemos a morte da essência que dava vida a um continente, porque lá, tudo passou a ser apenas aparência, e a espiritualidade foi trocada pelo fisiologismo, tornando a construção da vida em sociedade pelo:

modo de proceder e prática de alguns políticos e de certos servidores do Estado que buscam benefícios pessoais em detrimento do interesses públicos (MICHAELIS).

A primeira distração que isso nos causa é a de que a busca frenética pela riqueza, custe o que custar, sendo sustentada pelos políticos que não lutam pelo povo, mas, por seus próprios interesses pessoais, que acaba por matar em nós a essência da edificação comum, e logo pensamos mais ou menos assim: se eles que deveriam ser exemplo agem assim, pelos próprios interesses pessoais, por que não posso ser igual? E ai, um chora da qui e outro chora dali, e o show não para nos Jardins da Babilônia de Rita Lee.

Essa distração mata uma boa parte da essência da vida que há em nós, porque mudamos o nosso olhar para vencer algo que somos derrotados todos os dias, mas ainda assim, todo dia levantamos e lutamos como se estivéssemos enxugando gelo, e vamos perdendo a nossa fé de que alguém possa fazer algo por nós.

Diante desse grande dilema o tema deste artigo hoje, propõe uma restauração da essência da vida que há em nós, sufocada pelos efeitos do fisiologismo e da perda da memória, ou, cultura líquida, causada pela poluição digital das tecnos.

Para isso, devemos fazer uma forte reflexão em nós mesmos para entendermos, afinal, o que devemos acreditar diante dessa crosta vulcânica das aparências irreais produzidas pelas insanas ações cotidianas da busca do ouro, que cada um quer acumular a cada dia defendendo o seu interesse pessoal e desprezando o coletivo?

E essa reflexão começa por um dos primeiros grande mantras recitados infinitamente dentro das grande corporações que é: um colaborador eficaz trabalha em equipe, e não isolado. Assim, também nós devemos pensar que sozinhos socialmente, não somos capazes, precisamos um do outro para melhorar a nossa qualidade de vida onde vivemos.

O segundo passo dessa reflexão e selecionar a fonte das informações que acolhemos, se está contaminada pelo fisiologismo (interesses escusos), ou despedida do impulso humano, constituindo um fundamento que harmoniza o ambiente pelo interesse comum, que chamamos de verdade. E se acreditamos verdadeiramente na verdade reconhecemos que a única fonte é Cristo, porque a verdade humana por sua fisiologia, é maldita: “assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem e que busca apoio na carne, e cujo coração se afasta do Senhor“(Jeremias, 17,5).

O terceiro passo é se superamos isso, e acreditamos que há um Cristo, que é a própria Palavra da Verdade, já superamos o desalento da decepção daqueles que não lutam por nós, e já somos capazes de o escutar:

16 Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: *
vou contar-vos todo bem que ele me fez!
20 Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, †
não rejeitou minha oração e meu clamor, *
nem afastou longe de mim o seu amor!
(Salmo 65 [66] – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025)

Ao acolhermos em nós a verdade somos capazes de superar a miséria humana porque nos é dada a promessa de vida pela Verdade que é a própria Palavra:

10 Alegrai-vos com Jerusalém e exultai com ela todos vós, que a amais; tomai parte em seu júbilo, todos vós, que choráveis por ela, 11 para poderdes sugar e saciar-vos ao seio de sua consolação, e aleitar-vos e deliciar-vos aos úberes de sua glória. 12 Isto diz o Senhor: “Eis que farei correr para ela a paz como um rio e a glória das nações como torrente transbordante. Sereis amamentados, carregados ao colo e acariciados sobre os joelhos. 13 Como uma mãe que acaricia o filho, assim eu vos consolarei; e sereis consolados em Jerusalém. 14c Tudo isso haveis de ver e o vosso coração exultará, e o vosso vigor se renovará como a relva do campo. A mão do Senhor se manifestará em favor de seus servos”. (Isaías, 66,10-14c – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025).

Conclusão:

De forma dissimulada, camuflada, sofremos a cada dia sutilmente, como um câncer invisível, os ataques sutis, na figura do entretenimento midiático que nos mantém entretidos no mundo imaginário, ou, virtual, com isso, apagando a nossa memória, e perdemos a capacidade de formar juízo.

Perdemos nosso senso crítico, que nos levas a nos alimentarmos das inteligências banais perniciosas do fisiologismo, sustentadas pelas inteligências artificiais, neste momento, nos vemos dentro do horror do mundo que para a imaginação nossa é futurista.

Somos convidados a voltarmos à realidade presente e a memória da Nova Aliança, ressuscitando a cada dia o sangue do Senhor que foi derramado por nós (Lucas 22,20-21), por isso acolhamos em nossos corações a Verdade que nos chama :

16 Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: *
vou contar-vos todo bem que ele me fez!
20 Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, †
não rejeitou minha oração e meu clamor, *
nem afastou longe de mim o seu amor!
(Salmo 65 [66] – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025).

Assim restabelecemos nossa essência da vida que habita em nós, e no alento dado pela Alegria do Senhor que se tornou nossa força como novas criaturas:

14 Quanto a mim, que eu me glorie somente da cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo. 15 Pois nem a circuncisão nem a incircuncisão têm valor; o que conta é a criação nova. 16 E para todos os que seguirem esta norma, como para o Israel de Deus, paz e misericórdia. 17 Doravante, que ninguém me moleste, pois eu trago em meu corpo as marcas de Jesus. 18 Irmãos, a graça do Senhor nosso, Jesus Cristo, esteja convosco. Amém! (Gálatas 6,14-18 – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025).

Ao contrário, se continuamos mergulhados nas misérias da mediocridade humana, não conseguiremos perceber que suspenderam os jardins da Babilônia, permanecemos a alimentar os desvaneios no caloroso espetáculo do fogo que queima nossas almas, embora não sendo uma atração de circo, vendo o palhaço que ri daqui e outro que chora da li como cantou Rita Lee em Jardins da Babilônia.

Referências:

MICHAELIS. In: Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, Online, Verbete: fisiologismo – Ed. Melhoramentos. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/palavra/AD94/fisiologismo/. Acesso em: 02 jul. 2025.