A morte do que vivia em nós

A morte do que vivia em nós

Nestes tempos de inteligência artificial, de tecnologias 5.0, vivemos diante de dois fenômenos modernos terríveis, a distração total e a perda da memória, que ao invés de nos dar qualidade de vida, distraídos e sem memórias, como armas camufladas em entretenimentos, sorrateiramente mata a essência da vida que existe em cada um de nós.

Estamos sendo atacados sem resistência, pela poluição digital, que produz o chorume da longa exposição ao modo introspectivo a nos levar aos mesmos comportamentos imaginários massivos dos “loucos que constroem castelos no ar”.

Olhe ao teu redor, e veja se há qualidade de vida social produzida pelas tecnologias comparando as diferentes épocas, principalmente, a cultura que preserva a memória, e o espírito de comunidade que garante a nossa saúde pelo reconhecimento do real ante ao imaginário, diante da distração que nos isola.

Se olharmos para o continente europeu, podemos perceber que a primeira memória perdida lá, foi a mesma primeira cultura em nós implantada por eles, a espiritualidade do cristianismo. Vemos a morte da essência que dava vida a um continente, porque lá, tudo passou a ser apenas aparência, e a espiritualidade foi trocada pelo fisiologismo, tornando a construção da vida em sociedade pelo:

modo de proceder e prática de alguns políticos e de certos servidores do Estado que buscam benefícios pessoais em detrimento do interesses públicos (MICHAELIS).

A primeira distração que isso nos causa é a de que a busca frenética pela riqueza, custe o que custar, sendo sustentada pelos políticos que não lutam pelo povo, mas, por seus próprios interesses pessoais, que acaba por matar em nós a essência da edificação comum, e logo pensamos mais ou menos assim: se eles que deveriam ser exemplo agem assim, pelos próprios interesses pessoais, por que não posso ser igual? E ai, um chora da qui e outro chora dali, e o show não para nos Jardins da Babilônia de Rita Lee.

Essa distração mata uma boa parte da essência da vida que há em nós, porque mudamos o nosso olhar para vencer algo que somos derrotados todos os dias, mas ainda assim, todo dia levantamos e lutamos como se estivéssemos enxugando gelo, e vamos perdendo a nossa fé de que alguém possa fazer algo por nós.

Diante desse grande dilema o tema deste artigo hoje, propõe uma restauração da essência da vida que há em nós, sufocada pelos efeitos do fisiologismo e da perda da memória, ou, cultura líquida, causada pela poluição digital das tecnos.

Para isso, devemos fazer uma forte reflexão em nós mesmos para entendermos, afinal, o que devemos acreditar diante dessa crosta vulcânica das aparências irreais produzidas pelas insanas ações cotidianas da busca do ouro, que cada um quer acumular a cada dia defendendo o seu interesse pessoal e desprezando o coletivo?

E essa reflexão começa por um dos primeiros grande mantras recitados infinitamente dentro das grande corporações que é: um colaborador eficaz trabalha em equipe, e não isolado. Assim, também nós devemos pensar que sozinhos socialmente, não somos capazes, precisamos um do outro para melhorar a nossa qualidade de vida onde vivemos.

O segundo passo dessa reflexão e selecionar a fonte das informações que acolhemos, se está contaminada pelo fisiologismo (interesses escusos), ou despedida do impulso humano, constituindo um fundamento que harmoniza o ambiente pelo interesse comum, que chamamos de verdade. E se acreditamos verdadeiramente na verdade reconhecemos que a única fonte é Cristo, porque a verdade humana por sua fisiologia, é maldita: “assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem e que busca apoio na carne, e cujo coração se afasta do Senhor“(Jeremias, 17,5).

O terceiro passo é se superamos isso, e acreditamos que há um Cristo, que é a própria Palavra da Verdade, já superamos o desalento da decepção daqueles que não lutam por nós, e já somos capazes de o escutar:

16 Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: *
vou contar-vos todo bem que ele me fez!
20 Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, †
não rejeitou minha oração e meu clamor, *
nem afastou longe de mim o seu amor!
(Salmo 65 [66] – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025)

Ao acolhermos em nós a verdade somos capazes de superar a miséria humana porque nos é dada a promessa de vida pela Verdade que é a própria Palavra:

10 Alegrai-vos com Jerusalém e exultai com ela todos vós, que a amais; tomai parte em seu júbilo, todos vós, que choráveis por ela, 11 para poderdes sugar e saciar-vos ao seio de sua consolação, e aleitar-vos e deliciar-vos aos úberes de sua glória. 12 Isto diz o Senhor: “Eis que farei correr para ela a paz como um rio e a glória das nações como torrente transbordante. Sereis amamentados, carregados ao colo e acariciados sobre os joelhos. 13 Como uma mãe que acaricia o filho, assim eu vos consolarei; e sereis consolados em Jerusalém. 14c Tudo isso haveis de ver e o vosso coração exultará, e o vosso vigor se renovará como a relva do campo. A mão do Senhor se manifestará em favor de seus servos”. (Isaías, 66,10-14c – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025).

Conclusão:

De forma dissimulada, camuflada, sofremos a cada dia sutilmente, como um câncer invisível, os ataques sutis, na figura do entretenimento midiático que nos mantém entretidos no mundo imaginário, ou, virtual, com isso, apagando a nossa memória, e perdemos a capacidade de formar juízo.

Perdemos nosso senso crítico, que nos levas a nos alimentarmos das inteligências banais perniciosas do fisiologismo, sustentadas pelas inteligências artificiais, neste momento, nos vemos dentro do horror do mundo que para a imaginação nossa é futurista.

Somos convidados a voltarmos à realidade presente e a memória da Nova Aliança, ressuscitando a cada dia o sangue do Senhor que foi derramado por nós (Lucas 22,20-21), por isso acolhamos em nossos corações a Verdade que nos chama :

16 Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: *
vou contar-vos todo bem que ele me fez!
20 Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, †
não rejeitou minha oração e meu clamor, *
nem afastou longe de mim o seu amor!
(Salmo 65 [66] – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025).

Assim restabelecemos nossa essência da vida que habita em nós, e no alento dado pela Alegria do Senhor que se tornou nossa força como novas criaturas:

14 Quanto a mim, que eu me glorie somente da cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo. 15 Pois nem a circuncisão nem a incircuncisão têm valor; o que conta é a criação nova. 16 E para todos os que seguirem esta norma, como para o Israel de Deus, paz e misericórdia. 17 Doravante, que ninguém me moleste, pois eu trago em meu corpo as marcas de Jesus. 18 Irmãos, a graça do Senhor nosso, Jesus Cristo, esteja convosco. Amém! (Gálatas 6,14-18 – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025).

Ao contrário, se continuamos mergulhados nas misérias da mediocridade humana, não conseguiremos perceber que suspenderam os jardins da Babilônia, permanecemos a alimentar os desvaneios no caloroso espetáculo do fogo que queima nossas almas, embora não sendo uma atração de circo, vendo o palhaço que ri daqui e outro que chora da li como cantou Rita Lee em Jardins da Babilônia.

Referências:

MICHAELIS. In: Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, Online, Verbete: fisiologismo – Ed. Melhoramentos. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/palavra/AD94/fisiologismo/. Acesso em: 02 jul. 2025.

Sobre o Autor

Laurentino Lúcio Filho administrator

Advogado na área cível-empresarial, há 26 anos, Mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital na linha da Semiótica Cognitiva com foco em formação docente e Professor Universitário nas graduações de Adminsitração, Gestão de Pessoas e Contabilidade.

Deixe uma resposta