A frequência do olhar

Na bela e inspiradora canção Labirinto, de MPB4, fala que o código do amor é a frequência do olhar, mas edificar um código deste tipo, envolve um modo de vida que costumamos chamar de nobre, ou, de nobreza, ao guardamos em nós mesmos, princípios que elevam os valores que sustentam a vida.

Nos dias de hoje, a extrema crise educacional vem ocultando os sentimentos nobres dos humildes, porque são ultrajados pelos espertos, que matam as suas inocências, transformando-os em medíocres, como acompanhamos nestes dias, em que guerreiros carregam no dia da Pátria, flâmulas clandestinas, destilando palavras de ofensa das mais incisiva contra o Povo que construiu uma Nação com dignidade, em incoerências que parecem negarem a si mesmos.

Longe de construir um código da frequência do olhar, nos vemos hoje, como aquela mesma mediocridade que um dia viveu o povo judeu, quando pediu para Moisés, reverter a nobreza da libertação, para continuarem a se manterem como escravos, pendendo sua dignidade.

Naqueles dias,
4os filhos de Israel partiram do monte Hor,
pelo caminho que leva ao mar Vermelho,
para contornarem o país de Edom.
Durante a viagem o povo começou a impacientar-se,
5e se pôs a falar contra Deus e contra Moisés,
dizendo:
“Por que nos fizestes sair do Egito
para morrermos no deserto?
Não há pão, falta água,
e já estamos com nojo desse alimento miserável”.
6Então o Senhor mandou contra o povo
serpentes venenosas,
que os mordiam;
e morreu muita gente em Israel
(Números, 21, 4-6 – 24º Domingo do Tempo Comum – 14 set. 2025).

A miséria humana se agregou à mediocridade política, e os valores que enobrecem um povo, passaram a ser vilipendiados pelos medíocres que, com boca de hienas, se dizem nobres, aplicando os meios desleais, como forma de justificar os fins egoístas na politica estritamente fisiológica, fazendo de tudo para não perder os gordos soldos mensais, que recebem do Povo, e dando em troca para o povo, a ingratidão, cuspindo no próprio prato.

36Mas apenas o honravam com seus lábios*
e mentiam ao Senhor com suas línguas;
37seus corações enganadores eram falsos*
e, infiéis, eles rompiam a Aliança.

R: Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças!

38Mas o Senhor, sempre benigno e compassivo,*
não os matava e perdoava seu pecado;
quantas vezes dominou a sua ira*
e não deu largas à vazão de seu furor.

R: Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças! (Salmo 77 [78) – 24º Domingo do Tempo Comum – 14 set. 2025).

Mas, há humildes que nasceram humildes, e por isso, não abrem mão de sua nobreza, da sua libertação, e, em meio ao estrabismo daqueles que têm um olhar só para dentro de si mesmos, os humildes, conseguem ver a nobreza, pois guardam em si o código vivo em seu peito, uma frequência a pulsar, que jamais os deixam esquecer do porque foram criados, pois vivem a intensidade que dá o sentido do seu viver.

O sentido vivo do existir repousou na frequência do olhar entre o ideal da libertação pela humildade que se dobra à Verdade, ainda que ela vem a depor contra si mesmo, por imitação do seu maior Mandatário, que distante das vanglórias dos medíocres, rebaixou-se ao mais baixo status que um representante do povo poderia se rebaixar.

6Jesus Cristo, existindo em condição divina,
não fez do ser igual a Deus uma usurpação,
7mas ele esvaziou-se a si mesmo,
assumindo a condição de escravo
e tornando-se igual aos homens.
Encontrado com aspecto humano,
8humilhou-se a si mesmo,
fazendo-se obediente até a morte,
e morte de cruz.
9Por isso, Deus o exaltou acima de tudo
e lhe deu o Nome que está acima de todo nome.
10Assim, ao nome de Jesus,
todo joelho se dobre no céu,
na terra e abaixo da terra,
11e toda língua proclame:
“Jesus Cristo é o Senhor”

para a glória de Deus Pai . (Filipenses 2,6-11 – 24º Domingo do Tempo Comum – 14 set. 2025).

Conclusão

O que testemunhamos nestes dias é que os valores insculpidos no preâmbulo da Constituição que dizem que os representantes do povo trabalharão para “o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias“, quebraram a aliança, e querem se rebaixar ao sub-nível dos medíocres, trabalham para que o poder seja exercidos pelos representante do fisiologismo, em que o partido dos fisiologistas tem por prática política, priorizar os interesses pessoais e a busca por benefícios materiais (como dinheiro público, cargos e verbas) em detrimento da ideologia e dos princípios.

A nobreza do humilde está em rebaixar-se ao status do seu interesse próprio, sem contudo jamais deixar de olhar para o alto, pensar grande, ao passo que o falso humilde escolhe rebaixar-se para viver as suas misérias na lama de um mundo inferior.

O humilde carrega a frequência do nobre em seu olhar, por isso, sempre olha para o alto, porque o amor nos elevar acima de onde nós pertencemos, e se olhamos para o alto é porque reconhecemos o valor desse grande valor:

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 13 “Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. 14 Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15 para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. 16 Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17 De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (João 3,13-17 – 24º Domingo do Tempo Comum – 14 set. 2025).

Assim, se permanecemos no amor, somos elevados acima de onde nós pertencemos, como cantou Joe Cocker e Jennifer Warnes em Up where we belong

Estou carente do amor

Todos nós estamos carentes de amor, do amor verdadeiro, do amor que aquece, do amor que anima, do amor que consola, do amor que cura, do amor que alegra.

A verdade é, estamos carente do amor, porque vivemos imersos dentro de uma sociedade frígida, que renunciou ao amor para viver a hipocrisia, e o interesse próprio, onde o amor passou a ser apenas uma fantasia, e para muitos até mesmo uma utopia:

2Socorro, Senhor! O fiel está sumindo!
Desaparece a fidelidade entre os homens:
3cada qual mente ao seu próximo
com lábios enganadores e segundas intenções
(Salmo 11 [12], 2-3).

Se olharmos ao nosso redor neste momento, podemos ver de quantos cuidados somos cercados, mas não conseguimos sentir o amor d’Aquele que cuida verdadeiramente de nós, por isso, vivemos dia a dia, uma insatisfação sob o sentimento de estarmos vivendo em um ambiente incompleto, inconstante, as vezes, nos parecendo até mesmo inseguro.

Isso se torna ainda mais agudo, quando acompanhamos as decepções das traições daqueles a quem depositamos nossas confianças, a corrupção dos líderes que deveriam nortear o povo, as barbáries e covardias movidas pelo egoísmo e cobiça, que nos faz mergulhar no mundo gélido, e experimentar a frigidez da sociedade, que tornou o calor do amor, em uma chama fraca, acinzentada e moribunda:

Que o Senhor corte todos os lábios enganadores,
e a língua arrogante
5dos que dizem: “Nossa força está na língua,
nossas armas são nossos lábios.
Quem poderá nos dominar
?”(Salmo 11 [12], 4-5)

Mas nascemos pelo amor desde antes de sermos gerados, porque desde que Deus é Deus, Ele já te amou a você e a mim, e, este amor verdadeiro nos convida a reinflamar a chama que aquece os corações dos homens, feridos de morte, e assim os resgatarem do abismo que criaram entre a Vida e a sobrevida daqueles que se dizem imortais.

Vós fazeis voltar ao pó todo mortal, quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!” Pois mil anos para vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou.

Eles passam como o sono da manhã, são iguais à erva verde pelos campos: De manhã ela floresce vicejante, mas à tarde é cortada e logo seca.
R: Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós!
(Salmo 89 [90], 3-4 – Domingo do Tempo Comum – 07 set. 2025).

A vida nos convida a viver, e nos pede deixe-se ser amado, permita ser amada, por Aquele que jamais vai te decepcionar.

2Cantarei para sempre o teu amor ó Senhor,
anunciarei de geração em geração a tua fidelidade.
3Pois eu disse: “Teu amor é um edifício eterno.
Tu firmaste a tua fidelidade mais que o céu
” (Salmo 88 [89], 2-3).

E diante de toda a dor que suportamos diariamente, do esforço diário para cumprirmos nossos compromissos que esfolam nossas almas, nós mantemos a alegria, a alegria da Cruz, porque a profunda dor que sofremos, é a dor de sair das profundezas dos abismos para a Vida:

9bEu, Paulo, velho como estou, e agora também prisioneiro de Cristo Jesus, 10faço–te um pedido em favor do meu filho, que fiz nascer para Cristo na prisão, Onésimo. 12Eu o estou mandando de volta para ti. Ele é como se fosse o meu próprio coração. 13Gostaria de tê-lo comigo, a fim de que fosse teu representante para cuidar de mim nesta prisão, que eu devo ao Evangelho.14Mas eu não quis fazer nada sem o teu parecer, para que a tua bondade não seja forçada, mas espontânea. 15Se ele te foi retirado por algum tempo, talvez seja para que o tenhas de volta para sempre, 16já não como escravo, mas, muito mais do que isso, como um irmão querido, muitíssimo querido para mim quanto mais ele o for para ti, tanto como pessoa humana quanto como irmão no Senhor. 17Assim, se estás em comunhão de fé comigo, recebe-o como se fosse a mim mesmo (Filêmon 9b.10-17 – 23º Domingo do Tempo Comum – 07 set. 2025).

Para o homem que vive para si mesmo, vai dizer: isso é loucura, isso é sadismo, mas para aquele que detém a sabedoria já lhe é revelado que o homem é apenas um sopro, nada pode por si mesmo:

13Qual é o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Ou quem pode imaginar o desígnio do Senhor? 14Na verdade, os pensamentos dos mortais são tímidos e nossas reflexões incertas: 15porque o corpo corruptível torna pesada a alma, e tenda de argila oprime a mente que pensa. 16Mal podemos conhecer o que há na terra, e com muito custo compreendemos o que está ao alcance de nossas mãos; quem, portanto, investigará o que há nos céus? 17Acaso alguém teria conhecido o teu desígnio, sem que lhe desses Sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo espírito? 18Só assim se tornaram retos os caminhos dos que estão na terra, e os homens aprenderam o que te agrada, e pela Sabedoria foram salvos (Sabedoria 9,13-18 – 23º Domingo do Tempo Comum – 07 set. 2025) .

Conclusão:

Estamos carente do amor, não o de sermos amados, mas o de nos permitir, o de nos conceder licença, o de nos deixarmos ser amado por Quem, amandado-nos de forma absolutamente verdadeira, não poupou seu próprio filho para salvar a cada um de nós. Assim, quando já pensávamos que não teríamos mais nenhuma chance diante da imensidão de nossos pecados e crimes, que já estávamos condenados, ao invés da condenação, Ele, encoberto de profundo amor, deu sua vida para salvar a ti, a mim, e a cada um de nós agora, hoje (João, 3,16-17).

Se já somos capazes de querer deixar que o amor cubra a cada um de nós, peçamos mais, mais amor, peçamos a graça de Deus, para reconhecermos o seu amor em nós, e assim, nos permitirmos a sermos amados totalmente como Pedro pediu: “Senhor então banhe meu corpo inteiro e não apenas os meus pés” (João 13,9), e assim permanecer no amor:

Teu amor é um edifício eterno.
Tu firmaste a tua fidelidade mais que o céu
– Ensinai-nos a contar os nossos dias, e dai ao nosso coração sabedoria! Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? Tende piedade e compaixão de vossos servos!
R: Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós!
(Salmo 88 [89],3-4).

Porque se permanecemos no amor, Deus permanece em nós, e já não mais há lágrimas, ou dores, mas a alegria de viver o amor, Se o amor se torna chama em nós, poderemos assim também, oferecer o nosso calor a quem está do nosso lado completando e já não vemos as adversidades como castigos ou opressão contra nós, mas sobretudo a verdadeira confiança no amor que nos salva:

Assim, sentimos a alegria do amor porque já passamos o abismo ao confiar no amor verdadeiro, desapegando-nos de tudo o que nos prendia a um mundo de sobrevida.

26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo (Lucas 14, 26-27 – 23º Domingo do Tempo Comum – 07 set. 2025).

O que te impede de sentir o amor de Deus em você, o sentimento de negativo da paternidade? O sentimento de que já não é digno do amor de Deus por viver o pecado? Não importa o que você faz, ou, que você é, desde que Deus é Deus, te amou, e te chama pelo nome. Tu és meu. Tu és minha, não temas, estou contigo (Is 43,1-7), deixe-se ser amado, e não seja mais como aquele tolo que sobrevive pensando que o amor era só um conto de fadas, e sinta a plenitude da Vida movida pela força de uma paixão verdadeira do amor que nunca falha com você e nunca te decepciona, como cantou The Monkees, em I am believer.

A imcomprensível humildade

Muito falamos e admiramos a humildade, mas, boa parte dela que nos acompanha, se mistura com certos sentimentos de hipocrisia, do tipo “Meu Malvado Favorito 3”, em que o irmão do Gru, o Dru, diz que não liga para bens, apresentando como prova, seu pátio repleto de carros de luxo.

Esse mesmo sentimento de falsa humildade é como uma praga que invade nossos corações, e muitas vezes juramos, convencendo primeiro até nós mesmos, que estamos sendo humildes, mas na surdina, falseamos a humildade pelo nosso sentimento de controle, poder que desperta a arrogância do autocontrole pessoal.

A humildade é incompreensível, porque ela nasce da fragilidade de um olho d’agua, e por ser a mais pequena das coisas, a maioria dos homens não consegue percebê-la, porque o homem em seus pensamentos, traz em si que a força e o poder é brilhante em si mesmo, como vemos nos super-heróis, que brilham como laser, e emitem raios, e jamais acreditariam que a humildade contém a força e o poder, ao contrário, a tratam como fracasso, ou sinal de fraqueza.

Mas, a humildade é surpreendente e sempre se apresenta de forma pequena como nos é relatada na experiência vivida pelo Profeta Elias:

11O Senhor lhe disse: “Saia e fique no alto da montanha, diante do Senhor, pois Senhor vai passar”. Então aconteceu um furacão que de tão violento rachava as montanhas e quebrava as rochas diante de Senhor. No entanto, Senhor não estava no furacão. Depois do furacão, houve um terremoto. O Senhor porém não estava no terremoto. 12Depois do terremoto, apareceu fogo, e o Senhor não estava no fogo. Depois do fogo, ouviu-se uma brisa suave. 13Ouvindo-a, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e ficou na entrada da gruta (1Reis, 19,11-13).

Isso porque a estrutura da Vida contém a Força Fraca:
A força fraca é muito importante para a manutenção da vida na Terra, pois ela faz parte do processo de fusão atômica no Sol! Além disso, ela atua em todos os Férmions, sendo a única força percebida pelos Neutrinos. A Força Fraca possui dois bósons intermediadores: o W Bóson e o Z Bóson (UFRGS, s/d).

Agora lembrando a leve brisa a passar pelo Profeta Elias, conseguimos ver a Palavra, como partícula celeste sendo conduzida através de seu campo magnético (o Espírito), produz-se uma fusão imperceptível e incompreensível aos nossos olhos, como um cascalho de areia a se transformar em uma grande montanha.

19Filho, realiza teus trabalhos com mansidão
e serás amado mais do que um homem generoso.
20Na medida em que fores grande,
deverás praticar a humildade,
e assim encontrarás graça diante do Senhor.
Muitos são altaneiros e ilustres,
mas é aos humildes que ele revela seus mistérios.
21Pois grande é o poder do Senhor,
mas ele é glorificado pelos humildes
(Eclesiástico 3,19-21 – 22º Domingo do Tempo Comum – 31 ago. 2025.

A partícula é singela, que corre e se escorre, tornando-se um manancial:

10Derramastes lá do alto uma chuva generosa, *
e vossa terra, vossa herança, já cansada, renovastes;
11e ali vosso rebanho encontrou sua morada; *
com carinho preparastes essa terra para o pobre
(Salmo 67 [68],10-11 – 22º Domingo do Tempo Comum – 31 ago. 2025).

Esta morada é imperceptível e incompreensível, e para o homem que a acolhe, ela lhe dá seu regaço:

18Vós não vos aproximastes de uma realidade palpável:
“fogo ardente e escuridão, trevas e tempestade,
19som da trombeta e voz poderosa”,
que os ouvintes suplicaram não continuasse.
22Mas vós vos aproximastes do monte Sião
e da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste;
da reunião festiva de milhões de anjos;
23da assembleia dos primogênitos,
cujos nomes estão escritos nos céus;
de Deus, o Juiz de todos;
dos espíritos dos justos, que chegaram à perfeição;
24ade Jesus, mediador da nova aliança
(Hebreus, 12,18-19.22-24 – 22º Domingo do Tempo Comum – 31 ago. 2025).

Conclusão

A humildade e a força fraca que funde o amor em nós, como um fermento misturado na farinha ela cresce, até quando fugiremos dela como matéria escura, para agarrarmos aos devaneios das luzes dos lasers que nos cegam?

Será que conseguiremos algum dia renunciarmos ao nosso autocontrole para desejarmos sermos os últimos, ao invés de querer sermos o primeiro? A renúncia significa permitirmos que a Palavra, como Força Fraca aja e atue em nós, e permanecemos na certeza de que a impotência que nos sufoca tornará o cascalho de areia na admirável montanha.

Porque quem se eleva, será humilhado
e quem se humilha, será elevado”.
12E disse também a quem o tinha convidado:
“Quando tu deres um almoço ou um jantar,
não convides teus amigos, nem teus irmãos,
nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos.
Pois estes poderiam também convidar-te
e isto já seria a tua recompensa.
13Pelo contrário, quando deres uma festa,
convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos.
14Então tu serás feliz!
Porque eles não te podem retribuir.
Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos
” Lucas, 14,11-14 – 22º Domingo do Tempo Comum – 31 ago. 2025).

Esta partícula d’água, que se torna rio, parece ser tão insignificante que insistimos em não dar atenção, permanecendo no mundo das ilusões, abra o teu coração, não tente controlar, apenas viva sem saber como está acontecendo em você, e experimente este milagre, pois é o milagre do amor como canta Eurythmics em The miracle of love.

Referências

UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Glossário – Força Fraca. Disponível em https://www.ufrgs.br/amlef/glossario/forca-fraca/. Acesso em 27 ago. 2025.

O calor que aquece o teu consolo

Vivemos dias de grande escuridão, porque cada um acredita ter uma verdade sólida dentro de seu coração, segura o suficiente para lhe iluminar os caminhos indecifráveis do tempo presente.

Diferente disso, se olharmos para 40 anos atrás, podemos perceber que as ações sempre eram realidadas a partir de uma referência, do tipo, “pai, você é meu herói”.

Hoje já não há mais isso, os jovens se rebelam contra seus pais, e muitas vezes, os tratam como antiquados, despreparados, e desprovidos de saber. E ainda, como se não bastasse, para tornar os sóis mais escuros, há uma avalanche de informações deturpadas, ou mesmo, mentirosas, alimentando a razão daqueles que acreditam ter a verdade em si, avançando além da própria casa, a desconfiança das instituições.

O efeito disto, é um mundo absolutamente mergulhado na escuridão, não há mais estrelas no céu a orientar os homens, cada um se nutre da sua própria esperteza, desprezando os nortes, as instituições, o último recurso que seria o professor, hoje, já assim como os pais, se encontra absolutamente despido de moral a gerar fagulhas referenciais nos alunos.

Hoje está fora de moda a pergunta como: qual é a tua referência, em quem você se inspira, se todos os princípios que estruturam a formação dos jovens e adolescentes, ja vêm contaminados com informações deformadas da estrutura que consolidou a verdade, recheadas de estímulo ao egocentrismo para isolar-se no próprio parecer, capaz de criar horror na palavra chamada ética.

Com isso, não percebem a escuridão a que estão mergulhados, e que estão cavando a própria morte: “as vezes um caminho parece reto para alguém, mas acaba levando para a morte” (Provérbios, 14,12).

Há ainda alguns que conseguem perceber a escuridão, mas logo desanimam porque a ciência em que eles botaram toda a confiança da verdade lhes revela falha porque, lhes oferece o conhecimento, sem contudo lhes oferecer a sabedoria.

Diante dessa grande escuridão ressurge a Vida, como esperança restauradora, resplandecendo o seu sinal, a fim de se tornar novamente a referência para os homens que conduz para os caminhos corretos:

Eu que conheço suas obras e seus pensamentos,
virei para reunir todos os povos e línguas;
eles virão e verão minha glória.
19 Porei no meio deles um sinal,
e enviarei, dentre os que foram salvos,
mensageiros para os povos de Társis,
Fut, Lud, Mosoc, Ros, Tubal e Javã,
para as terras distantes,
e, para aquelas que ainda não ouviram falar em mim
e não viram minha glória
(Isaías 66, 18-19 – 21º Domingo do Tempo Comum – 20 ago. 2025).

Restaurados pela Vida, já se tornou possível notar alguns clarões no meio da escuridão, capazes de mostrar ao homem que a sabedoria consiste em ouvir não o que se quer ouvir, mas sim, o que se precisa ouvir, ainda que seja contrário ao nosso interesse.

5Já esquecestes as palavras de encorajamento
que vos foram dirigidas como a filhos:
“Meu filho, não desprezes a educação do Senhor,
não te desanimes quando ele te repreende;
6pois o Senhor corrige a quem ele ama
e castiga a quem aceita como filho”.
7É para a vossa educação que sofreis,
e é como filhos que Deus vos trata.
Pois qual é o filho a quem o pai não corrige?
11No momento mesmo,
nenhuma correção parece alegrar, mas causa dor.
Depois, porém, produz um fruto de paz e de justiça
para aqueles que nela foram exercitados.
12Portanto,
“firmai as mãos cansadas e os joelhos enfraquecidos;
13acertai os passos dos vossos pés”,
para que não se extravie o que é manco,
mas antes seja curado
(Hebreus 12,5-7.11-13 – 21º Domingo do Tempo Comum – 20 ago. 2025).

Conclusão

Se renunciarmos a nossa arrogância a nos iludir que nosso conhecimento é maior que a menor das sabedorias, e por isso, nos transformou como se fossemos filhos rebeldes que desprezam seus pais.

Como novo homem, poderemos abrir o coração para a referência pura que a Vida nos apresenta, e, sem o desvirtuamento da verdade, seremos capazes de acolher a amizade com a Sabedoria que nos permite discernir diante das armadilhas que oferecem caminhos vantajosos mas que tiram nossas vidas, para escolher os caminhos que nos garante a Vida com a paz e abundancia de todos bens que necessitamos.

22Jesus atravessava cidades e povoados,
ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém.
23Alguém lhe perguntou:
“Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?”
Jesus respondeu:
24″Fazei todo esforço possível
para entrar pela porta estreita.
Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar
e não conseguirão.
25Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta,
vós, do lado de fora,
começareis a bater, dizendo:
‘Senhor, abre-nos a porta!’
Ele responderá: ‘Não sei de onde sois.’
26Então começareis a dizer:
‘Nós comemos e bebemos diante de ti,
e tu ensinaste em nossas praças!’
27Ele, porém, responderá:
‘Não sei de onde sois.
Afastai-vos de mim
todos vós que praticais a injustiça!’
28Ali haverá choro e ranger de dentes,
quando virdes Abraão, Isaac e Jacó,
junto com todos os profetas no Reino de Deus,
e vós, porém, sendo lançados fora.
29Virão homens do oriente e do ocidente,
do norte e do sul,
e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus.
30E assim há últimos que serão primeiros,
e primeiros que serão últimos”
( Lucas 13, 22-30 – 21º Domingo do Tempo Comum – 20 ago. 2025).

Pegue a tua bússola, que ela te oriente para o vértice do Norte, porque lá há a Estrela que dará para nós, navegantes a deriva, a referência que talvez nos possa levar finalmente para a casa, como cantou Debby Boone em You light up my life.

Obras que se eternizam

Quando eu era jovem, entre meus 18 e 40 anos, a coisa mais difícil de eu colocar em minha mente, era um plano para o meu futuro, tudo me parecia consumido instantaneamente, o trabalho, o fruto do trabalho.

Quando começamos a alcançar a maturidade e sentimos que já não temos mais a mesma força em nossos braços, somos despertados para sentir a necessidade de olhar para um futuro a nos manter vivos em nossa velhice, uns aspiram a aposentadoria, outras já encaram que ela não será suporte e deverão continuar trabalhando.

Mas a grande lição que vem das cãs, é que se na experiência do jovem há uma ambição de alcançar seu sonho, na maturidade há uma grande cobrança em si mesmo, do sentido do seu existir, o que faz o homem na sua maturidade, se sentir muitas vezes desafiado a rever seus atos, e a questionar no seu íntimo, o sentido da sua vida.

Essa dor, ou, inquietação natural vem da Sabedoria, ou seja, não se trata de um pensamento, mas, de uma movimentação do espírito que agita em seu ser, agora não mais com a impetuosidade do homem jovem, mas, com a serenidade do homem sábio, e ele pode perceber em si, de uma forma nova, o sentido de suas obras:

O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso

“A razão mais sublime da dignidade humana consiste na sua vocação à comunhão com Deus. Desde o começo da sua existência, o homem é convidado a dialogar com Deus: pois se existe, é só porque, criado por Deus por amor, é por Ele, e por amor, constantemente conservado: nem pode viver plenamente segundo a verdade, se não reconhecer livremente esse amor e não se entregar ao seu Criador”. (CATECISMO, nº 27).

Esta Sabedoria ao ser despertada na consciência do homem, faz com ele consiga sentir a razão do seu existir, já não mais para uma obra temporária, mas chamado para uma obra eternizante, de cidadão da Cidade de Davi, Sião, onde encontra o seu destino, em cujo centro encontra-se o Palácio Real.

Pois o Senhor quis para si Jerusalém
e a desejou para que fosse sua morada:
14 “Eis o lugar do meu repouso para sempre,
eu fico aqui: este é o lugar que preferi!”
(Salmo 131 [132] Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria – 17 ago. 2025).

Esta cidade tem por alicerce o Espírito, e para reconhecermos este Espírito, precisamos lembrar da Vida que é ressurreição, o Cristo:

25Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. 26E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais. Crês isto?” 27Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo” (João 11,25-27 – 17ª Semana do Tempo Comum, Memória dos Santos Marta, Maria e Lázaro – 29 jul. 2025).

A ressurreição significa o maná, o pão que alimenta a vida, a nutrir a vida, como o sangue que corre em nossas veias para nos manter vivos, não se confundindo com reencarnação que significa, o apossamento do corpo, como nos é mostrado por Jesus, diante do seu túmulo, quando falou à Maria Madalena:

Jesus disse:
“Não me segures.
Ainda não subi para junto do Pai.
Mas vai dizer aos meus irmãos:
subo para junto do meu Pai e vosso Pai,
meu Deus e vosso Deus”
(João 20,17 – 16ª Semana do Tempo Comum, Memória de Santa Maria Madalena – 22 jul. 2025).

Disse isso para compreendermos que o Espírito de Deus em nós, é Palavra de Vida, e nela se perpetua a Vida como Espírito, da qual, nos alimentamos pela nossa amizade com Deus, precisamos entender também que vencer a morte significa que somos assuntos aos céus pelo mesmo Espírito, acompanhando a ascensão do Sacerdote Eterno, que tendo subido aos céus, apresentou o sacrifício perpétuo, preparando nossas moradas, para assim, santificar a criação e alimentar, fazendo nova, a Vida pelo Espírito que repousa sobre nós.

É por isso, que os amigos de Deus, que preservam em si o dom do Espírito , Na Vida que há em nós, trazem o selo testamentário a nos dar por herança uma morada:

Por isso, nós vos anunciamos este Evangelho:
a promessa que Deus fez aos antepassados,
33 ele a cumpriu para nós, seus filhos,
quando ressuscitou Jesus,
como está escrito no salmo segundo:
‘Tu és o meu filho, eu hoje te gerei'”
(Atos dos Apóstolos, 13, 32-33 – 4ª Semana da Páscoa – 16 mai. 2025).

Assim, o verdadeiro sentido de nossas vidas, assim como o Filho subiu, se completa ao sermos chamados para a obra viva e eterna, que continuamos, não um dia, mas desde agora, a edificar onde também mora Deus, que habita no seio da Arca Viva, Sião, a cidade de Davi, que desde os tempos antigos, já acolheu em seu seio o próprio Filho.

3Davi convocou todo o Israel em Jerusalém,
a fim de transportar a arca do Senhor
para o lugar que lhe havia preparado.
4Davi reuniu também os filhos de Aarão e os levitas.
15Os filhos de Levi levaram a arca de Deus,
com os varais sobre os ombros,
como Moisés havia mandado,
de acordo com a ordem do Senhor
(Crônicas, 3,3-4.15 – Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria – 17 ago. 2025).

Da Ascensão do Cristo, agora somos convidados também, ao ressuscitarmos, a sermos assunto aos céus, habitando a cidade de Davi,

Quando este ser corruptível
estiver vestido de incorruptibilidade
e este ser mortal estiver vestido de imortalidade,
então estará cumprida a palavra da Escritura:
“A morte foi tragada pela vitória.
55Ó morte, onde está a tua vitória?
Onde está o teu aguilhão?”
(2ª Carta aos Coríntios, 15, 54-55 – Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria – 17 ago. 2025 – missa da Aurora).

Fomos poupados da Mansão dos Mortos, para como herdeiros, como cidadãos celestes edificar a Cidade que foi estabelecida a morada do Senhor.

Davi ordenou aos chefes dos levitas
que designassem seus irmãos como cantores,
para entoarem cânticos festivos,
acompanhados de instrumentos musicais,
harpas, cítaras e címbalos.
16,1Tendo, pois, introduzido a arca de Deus
e colocado no meio da tenda que Davi tinha armado,
ofereceram na presença de Deus
holocaustos e sacrifícios pacíficos.
2Depois de oferecer os holocaustos
e os sacrifícios pacíficos,
Davi abençoou o povo em nome do Senhor
(Crônicas, 16, 1-2 – Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria – 17 ago. 2025).

É nessa amizade que nos tornamos dignos da purificação necessária para vivermos na Casa do Senhor, a cidade de sua morada

2O Senhor é grande e muito louvável
na cidade do nosso Deus.
3Seu monte santo, belo em altura,
alegria de toda a terra:
o monte Sião, vértice do céu,
cidade do grande rei.
4Entre seus palácios,
Deus se mostrou como fortaleza
(Salmo 47 [48], 2-4).

O sentido do nosso viver, vem do Espírito que nos renova, Nele está toda a Sabedoria e força que constrói a vida, por isso, celebramos na cidade de Davi, o louvor à Arca cujo Deus nela habita:

R. À vossa direita se encontra a rainha,
com veste esplendente de ouro de Ofir.

10bAs filhas de reis vêm ao vosso encontro, †
ce à vossa direita se encontra a rainha *
com veste esplendente de ouro de Ofir. R.

11 Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: *
“Esquecei vosso povo e a casa paterna!
12aQue o Rei se encante com vossa beleza! *
bPrestai-lhe homenagem: é vosso Senhor! R.

16Entre cantos de festa e com grande alegria, *
ingressam, então, no palácio real”.
R. (Salmo 44 [45] – Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria – 17 ago. 2025).

Agora portanto, nossas cãs nos vêm completar os sentidos, diante de um mundo de escuridão, sussurrar em nossos ouvidos: escutai, minha filha, olhai ouvi isto. “esquecei vosso povo e a casa parterna!”, e olhe para a Glória que te coroará.

Enquanto Jesus falava ao povo
uma mulher levantou a voz no meio da multidão
e lhe disse: “Feliz o ventre que te trouxe
e os seios que te amamentaram”.
28Jesus respondeu:
“Muito mais felizes são aqueles
que ouvem a palavra de Deus
e a põem em prática
” (Lucas 11, 27-28 – Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria – 17 ago. 2025 – missa da Aurora).

Conclusão

Como é bom sermos agraciados por tão bela promessa, pois completa todo o sentindo de existirmos, nos revelando a verdade de para que fomos criados. Por outro lado, quase sempre permanecemos sem maturidade para isso, como crianças que faz Deus perguntar: Quando é que você vai crescer? Torne-se um homem. Por isso te pedidmos agora ó Deus, deixe tua luz brilhar em nós, como cantou Collective Soul em Shine:

Referência

Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Loyola, 1999.

O sereno da madrugada

Vivemos em meio a mares agitados,
grandes ondas espumantes
nos ameaçam com sua força bruta.

Espumas violentas imperam o terror;
a nos arremessar com força para a escuridão da noite,
nos fazendo reféns da espuma dominadora
que nos impõe o seu querer.

Seu individualismo se espalha
como uma máquina trituradora,
exalando o enxofre que quer esmagar com sua força
todo aquele que não se submete ao seu poder.

levados pelos redemoinhos das ondas,
ao mergulhão nas profundezas da noite,
surgem gotas intrépidas, que semeiam a vida,
como o sereno da madrugada a cantarem:

A noite da libertação
fora predita a nossos pais,
para que, sabendo a que juramento tinham dado crédito,
se conservassem intrépidos
(Sabedoria 18,6 – 19º Domingo do Tempo Comum).

As ondas querem implacavelmente, removerem os montes,
reinstalar os vulcões e suas lavas,
mas não conseguem evitarem o sereno da noite
que faz renascer gotinhas infantis e intrépidas.

1Saiba, porém, que nos últimos dias
haverá momentos difíceis.2Os homens serão egoístas,
gananciosos, soberbos, blasfemos, rebeldes com os pais,
ingratos, iníquos, 3sem afeto, implacáveis, mentirosos,
incontinentes, cruéis, inimigos do bem, 4traidores,
atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres do que de Deus;
5manterão aparências de piedade,
mas negarão a sua força interior. Evite essas pessoas!

14Quanto a você, permaneça firme
naquilo que aprendeu e aceitou como certo;
você sabe de quem o aprendeu.
15Desde a infância você conhece as Sagradas Escrituras;
elas têm o poder de lhe comunicar a sabedoria
que conduz à salvação pela fé em Jesus Cristo.
16Toda Escritura é inspirada por Deus
e é útil para ensinar, para refutar,
para corrigir, para educar na justiça,
17a fim de que o homem de Deus seja perfeito,
preparado para toda boa obra
(2Timóteo, 3-15.14-17)

Navegamos na madrugada,
como o vigia que deseja a aurora.
O orvalho já apareceu, transformando
o medo da escuridão em alegria na noite da libertação.

Ela foi esperada por teu povo,
como salvação para os justos
e como perdição para os inimigos.
8Com efeito, aquilo com que puniste nossos adversários,
serviu também para glorificar-nos,
chamando-nos a ti.
9Os piedosos filhos dos bons
ofereceram sacrifícios secretamente
e, de comum acordo, fizeram este pacto divino:
que os santos participariam solidariamente
dos mesmos bens e dos mesmos perigos.
Isto, enquanto entoavam antecipadamente
os cânticos de seus pais
(Sabedoria 18,7-9 – 19º Domingo do Tempo Comum – 10 ago. 2025).

Agora nos tornamos amigos da escuridão,
e, não nos importa mais o ver ou o aparecer
porque somos ligados pela corrente do sereno,
que nos faz enxergar sem ver, ouvir sem escutar.

A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera,
a convicção acerca de realidades que não se vêem
(Hebreus 11,1 – 19º Domingo do Tempo Comum – 10 ago. 2025).

A alegria nos transborda
porque estamos consolidados
no Reino soberano que não tem fim.

Ó justos, alegrai-vos no Senhor! *
aos retos fica bem glorificá-lo.
12Feliz o povo cujo Deus é o Senhor *
e a nação que escolheu por sua herança!
(Salmo 32 [33], 1.12 – 19º Domingo do Tempo Comum – 10 ago. 2025).

As ondas já se amansaram,
porque as montanhas cravaram no seio da terra
um sereno perpétuo a pulsar tesouros incontáveis.

32″Não tenhais medo, pequenino rebanho,
pois foi do agrado do Pai dar a vós o Reino.
33Vendei vossos bens e dai esmola.
Fazei bolsas que não se estraguem,
um tesouro no céu que não se acabe;
ali o ladrão não chega nem a traça corrói.
Porque onde está o vosso tesouro,
aí estará também o vosso coração.
35 Que vossos rins estejam cingidos
e as lâmpadas acesas
(Lucas 12,32-35 – 19º Domingo do Tempo Comum – 10 ago. 2025).

Conclusão

Não temas, porque te chamo pelo nome, tu és meu, e eu estou contigo (Isaías 41,1-7), olhe para o céu e veja que há um lindo luar no sertão.

A força que me move

Nestes dias difíceis que vivemos, saímos a cada dia para a luta da sobrevivência, porque achamos que é preciso garantir um pouco de segurança, um pouco de alimentos, um pouco de economia, por isso, tudo o que nos move são ações que só interessa a nós mesmos.

Mas se agimos só pelo interesse próprio, perdemos o sentido da vida comunitárias, pois, já esgotados com nossos próprios problemas, não sentimos ter forças para mais uma carga, e ai, sempre estamos a dizer que não temos tempo para estas coisas.

Enfrentamos verdadeiras guerras urbanas, com massivas campanhas de desinformação, isto é, de informações falsas, divulgadas para minar a credibilidade das instituições, que por sua vez, as instituições, vendo os ataques urbanos, se colocam na defensiva, e substituem a cidadania por escudos de defesa, atacando com polícias mortais, esquecendo a própria vocação que constituiu o Estado.

O fato é que vivemos nos dias de hoje, ataques à vida em comum, para assassinar o convívio comum, o coletivo, como um rojão no meio da boiada, que causa a disparada dos bois, correndo cada um para o seu lado, na preocupação de sobreviver, sem perceber que estão correndo para a morte nos desfiladeiros e atoleiros.

Dias desses observando as conversas no grupo da minha comunidade jurídica, no whatsapp, o que aprendi, é que muitas pessoas que estão ali, estão, porque querem mais receber do que dar algo, e aprendi com isso, que estamos renunciando a democracia para eleger a egolatria, e assim, fazemos crescer as pragas no meio de nossas hortas, como intolerância, indiferença, individualismo, isolacionismo, violência, que podemos chamar aqui de desfiladeiros e atoleiros que matam os bois enlouquecidos.

A totalidade dos homens se esqueceu da força que move a vida, chamada de Disponibilidade, porque diante de tantos crimes, covardias, corrupções, mentiras entre os homens, o amor arrefeceu, de calor tornou-se gelado, de esperança tornou-se frustração, de alegria tornou-se anestesiado, da sinceridade tornou-se desconfiança, da partilha tornou-se egoísmo, de nós, tornou-se meu.

Em meio a este mundo tão egolátrico, em que cada ser, homem, mulher, criança, saem a cada dia como um gladiador a lutar pela sua própria sobrevivência, cultuando como patrimônio medíocre, a sobrevida por desprezar a vida, para assim, trabalhar incansavelmente para sobreviver, sem perceber que despreza a arte do viver, em verdadeiros atos transloucados.

Cada um desses gladiadores como numa competição de corrida, querem a todo custo, ou, custe o que custar, encontrar a fórmula que gere fortunas monetárias, independência financeira, poder, segurança, esquecendo-se que suas mãos são pequenas, seu ser é uma gota no oceano, e, que não têm qualquer controle capaz de garantir suas vidas, porque a vida é maior do que eles, e é a vida que dita o curso do destino de cada um, pelo curso do vento, que ninguém sabe de onde vem e nem para onde vai.

E a fórmula da vida parte do pressuposto de que a edificação humana é solidária e não egolátrica, e a fórmula do tesouro cobiçável por cada ser, que conserva a vida em cada criatura. é a prática do amar, amar sem interesse, amar sem querer nada em troca, amar somente porque o amor preenche todo o sentido do ser, pois, os atos de amor, se torna a forma de se materializar a vida, como uma moeda, ou, uma barra de ouro.

Parece impossível aos homens, mas, quando reconhecemos nossa pequenez e jogamos a toalha diante de uma doença incurável, uma dívida impagável, um acidente mortal, em que já não temos mais qualquer controle em nossas mãos, olhamos para a vida dizendo: “ta bom, eu me rendo, faça do teu jeito”, cujo ato que ressuscitou a esperança no ser, se for acompanhado de um pouco de fé, permite se ver o primeiro sinal da vida no fato apagar a frase “tarde demais”.

Se nos abrimos ao amor que gera a vida, por pura vocação, o primeiro sinal que temos da vida é o de que existe o trabalho para sobreviver, e a arte para viver, e ao viver o amor que nos preenche como o vigor do fruto mais doce, nos torna disponíveis, a exemplo da experiência de Abrahão, que diante do calor entendiante, que nos consome pela preguiça, ao se deparar com visitantes, logo se põe de pé para servi-los com o melhor de si.

1o Senhor apareceu a Abraão
junto ao carvalho de Mambré,
quando ele estava sentado à entrada da sua tenda,
no maior calor do dia.
2 Levantando os olhos,
Abraão viu três homens de pé, perto dele.
Assim que os viu, correu ao seu encontro
e prostrou-se por terra.
3E disse:
“Meu Senhor, se ganhei tua amizade,
peço-te que não prossigas viagem,
sem parar junto a mim, teu servo.
4Mandarei trazer um pouco de água para vos lavar os pés,
e descansareis debaixo da árvore.
5Farei servir um pouco de pão
para refazerdes vossas forças,
antes de continuar a viagem.
Pois foi para isso mesmo
que vos aproximastes do vosso servo”.
Eles responderam:
“Faze como disseste”
(Gênesis 18, 1-5 – 16º Domingo do Tempo Comum – 20 jul. 2025).

Ao reconhecermos nossa própria natureza de impotentes que somos, deixamos de agir pelo racionalismo humano, pois este se cobre de crueldade, egoísmo, desumanidade e barbaridades que torna o homem, mas entregamos o curso de nova vida à nos conduzir pela própria sabedoria que a vida nos dá pelo amor, que se pratica na disponibilidade:

R. Senhor, quem morará em vossa casa?

2É aquele que caminha sem pecado *
e pratica a justiça fielmente;
3aque pensa a verdade no seu íntimo *
be não solta em calúnias sua língua.
R.

cQue em nada prejudica o seu irmão,*
dnem cobre de insultos seu vizinho;
4aque não dá valor algum ao homem ímpio, *
bmas honra os que respeitam o Senhor
. R.

5não empresta o seu dinheiro com usura, †
nem se deixa subornar contra o inocente. *
Jamais vacilará quem vive assim!
R. (Salmo 14 [15]- 16º Domingo do Tempo Comum – 20 jul. 2025).

Conclusão

A prática do amor, exercitando a disponibilidade, hospitalidade, a caridade, não afasta da dor, e nos enche da alegria de usar todas as nossas forças que ao homem ímpio, parece, sofrimento, mas à arte do viver o transformou em saborosos deleite:

24 Alegro-me de tudo o que já sofri por vós
e procuro completar na minha própria carne
o que falta das tribulações de Cristo,
em solidariedade com o seu corpo, isto é, a Igreja
(Colossenses 1,24 – 16º Domingo do Tempo Comum – 20 jul. 2025).

A todo o instante bebemos jarros de embriagantes que despertam em nós o desejo de domínio, de fazer do nosso jeito, como armadilha para nos jogar a um mundo de sobrevida, mas se permanecemos no amor, a vida nos dá a arte do viver, que é a melhor parte que ninguém tira de nós.

Jesus entrou num povoado,
e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa.
39Sua irmã, chamada Maria,
sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra.
40Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres.
Ela aproximou-se e disse:
“Senhor, não te importas que minha irmã
me deixe sozinha, com todo o serviço?
Manda que ela me venha ajudar!”
41O Senhor, porém, lhe respondeu:
“Marta, Marta! Tu te preocupas
e andas agitada por muitas coisas.
42Porém, uma só coisa é necessária.
Maria escolheu a melhor parte
e esta não lhe será tirada”
(Lucas, 10,38-42 – 16º Domingo do Tempo Comum – 20 jul. 2025).

Esta experiência nos é partilhada pelos santos, lembrando Santa Terezinha que diz a cada um de nós ao viver o amor, que se não somos um anjo no céu é porque Deus quis que sejamos um anjo na Terra, numa doação capaz de mostrar a riqueza da integralidade da alma com a fé, como cantou OMD ao homenagear Santa Joana D’Arc, chamando-a de Dama de Orleans (Maiden of Orleans) que, em tradução livre diz:

Se Joana D’Arc teve um coração,
Será que ela o daria de presente?
Para alguém como eu
Que deseja ver
como um anjo deveria ser.

Teve o sonho de sempre se dar-se de coração,
como uma criança diante da serpente,
Encheu-se de cuidado por todos,
que entregou seu corpo à morte.

A Democracia sacaneada pelos Triunviratos

Vivemos no Brasil certos movimentos embandeirados com os rótulos de esquerda e de direita, recitados por discípulos de políticos que se dizem evangélicos, para nós, evangélicos do fisiologismo, cujo bem estar é o de se dar bem sobre o erário.

Ilustração: Tilixia-Summer

Porque, nem o pastor, nem o padre têm vocações legislativas, ou artística, mas sim, sacerdotais, como Aarão e os Levitas, assim, quando vemos determinada figura midiática usando o prefixo pastor santinho, ou, de padre estelar, logo vemos, ou ele se perdeu no caminho do templo, ou está desprezando a própria Palavra que deveria zelar, valendo-se do prestígio sacerdotal para manipular pessoas, quando na verdade, deveria estar no ofício que foi chamado que é o de zelar pela Palavra:

Ouve a voz do Senhor teu Deus,
e observa todos os seus mandamentos e preceitos,
que estão escritos nesta lei.
Converte-te para o Senhor teu Deus
com todo o teu coração e com toda a tua alma.
11 Na verdade, este mandamento que hoje te dou
não é difícil demais,
nem está fora do teu alcance.
Não está no céu,
para que possas dizer:
‘Quem subirá ao céu por nós para apanhá-lo?
Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir?’
13Nem está do outro lado do mar,
para que possas alegar:
‘Quem atravessará o mar por nós para apanhá-lo?
Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir?’
14Ao contrário,
esta palavra está bem ao teu alcance,
está em tua boca e em teu coração,
para que a possas cumprir
(Deuteronômio, 30, 10-14 – 15º Domingo do Tempo Comum – 13 jul. 2025).

Não queremos dizer assim, que eles não podem fazer outra coisa, mas sim que, se desejam ser um agente político, ou uma estrela midiática, que renunciem a sua condição sacerdotal, para assim desenvolver bem a sua atividade, com a própria cara de cidadão comum, sem misturar as coisas como vemos nos dias de hoje, porque pensamos que a manipulação de pessoas valendo-se do manto sagrado, para nós, é um sacrilégio, uma ofensa aos símbolos religiosos.

Se tirarmos uma foto do Congresso Nacional hoje, não vemos uma Democracia, em que se aplica os freios e contra-pesos, mas um triunvirato, embandeirado em nome da ordem, disputando cada um sua posição política pessoal (fisiologismo) e não coletiva, e, cobrando altos preços do Estado, com regalias e vencimentos.

O negócio de “se dar bem como agente político” é tão lucrativo (para alguns e, em detrimento dos cidadãos), que já trabalham arduamente para aumentar o triunvirato das direitas, centrão e esquerdistas, com o número de deputados para 2027.

É uma ofensa à Democracia o uso apócrifo no Estado Democrático de Direito, dos termos Esquerda, Centro, e Direita, pois de forma escandalosa, sem qualquer constrangimento diante dos cidadãos, dizem vou defender o meu na esquerda, ou, defender o meu na direita, ou defender o meu no centro, e você, cidadão, fica ai torcendo para a minha vitória e para me manter no poder sem se esquecer de que a conta quem paga e você.

Para entendermos quanto o cidadão está sendo feito de bobo nesse cenários pelos triunviratos apócrifos, precisamos absorver o sentido do termo direita, que significa um governo pelo capitalismo duro (hard), cujo exemplo moderno, damos pelo nosso testemunhos no Estado de São Paulo, em que a Secretaria da Educação, vem aplicando na gestão escolar um sistema auto-centralizador disfarçado de avaliação 360, que esfacela a saúde mental dos professores.

Nesse sistema o diretor da escola pode demitir concursados como “ad nutum” (no sentido de a bel prazer), por ato pessoal (art. 25 e 26 da Resolução SEDUC nº 77/2024), ou ainda, se o professor teve um ataque cardíaco e foi obrigado, obrigatoriamente obrigado, a se internar para tratamento de saúde, é demitido, perdendo suas aulas, isso é o que se chama de governo de Direita, cujo princípio é o de não querer intervir no Estado, exceto para os fundos partidários que tem que bancar suas campanhas escandalosas.

E não para por ai, já tem como propósito acabar com os cargos (desempregar) os professores da rede pública estadual com a privatização da educação, baseado nos princípios do capitalismo da não intervenção estatal, exceto os fundos partidários, isto é o que se chama governo dos direitista.

No governo do centro, pode ser comparado coma ferrugem, que se agarra ao néctar do erário público, e escorre para o lado que mais pode sustentar os interesses pessoais (fisiologismo) do agente político, indo ora para a esquerda, ora para a direita, ou para o que pagar mais.

No governo de esquerda herdado dos princípios do comunismo e socialismo, não existe no Brasil, porque é inconstitucional, o que vemos é um governo assistencialista, que em nome dos mais necessitados, quer aplicar os princípios do capitalismo para quem não precisa tanto, por exemplo, comprando o interesse dos alunos do ensino médio, esquecendo o seu desprezo pelos milhares de livros didáticos custeado pelo erário público e jogados no lixo.

Portanto cidadãos, não estamos vivendo a Democracia, mas num Estado Democrático de Direito em que os Poderes públicos não sentem o mínimo constrangimento, e desenfreadamente se colocam como o 1º Triunvirato nos Poderes Constitucionais, e o 2º Triunvirato no Poder Legislativo Nacional, formado pelos tais direitistas, centrão e esquerdistas, diante de tamanho escândalo, nos resta parafrasear os poderosos, e dizer: para os cidadãos às favas os “freios e contra-pesos” que sustentam a República democrática.

Por outro lado, se voltássemos nosso olhar para o que realmente somos como Estado de Democrático de Direito, o que viríamos é o sonho da República da igualdade, da fraternidade, da dignidade humana, em que os Poderes legítimos, sem impostores, governada não por esquerda ou direita, e sem a ferrugem central, mas pelos princípios de uma Constituição Social.

Aquela sonha onde se respeita a propriedade privada, ao mesmo tempo, que garante a cidadania e dignidade humana, dentro de uma responsabilidade politica e fiscal na probidade do erário público, se escandalizando pelo evangelho do “se dar bem” pessoalmente sob o manto politiqueiro.

Conclusão:

O que vemos hoje nas discussões de governança pública é o puro ego pessoal do agente político, nos obrigando a suportar o peso da mediocridade miserável que aumenta nosso fardo para sustentá-los, diante dos assombrosos assaltos ao erário público, como por exemplo:

Testemunhamos as improbidades administrativas dos agentes políticos que em nome do socorro ao povo, socorrem a si mesmos com as monstruosas emendas parlamentares, e assim, não há quem socorra a cidadania e a dignidade de quem os elegeram, porque a exemplo dos sacerdotes e levitas corrompidos, que negaram o auxílio ao samaritano, não existe para eles “o meu próximo”.

Mas nós sabemos que isso não será para sempre, porque continuamos mergulhados nos sonhos de nossa Constituição Social, e repetimos a pergunta a nós feita pelo Senhor em nosso íntimo:

Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem
que caiu nas mãos dos assaltantes?”
37Ele respondeu:
“Aquele que usou de misericórdia para com ele”.
Então Jesus lhe disse:
“Vai e faze a mesma coisa
” (Lucas 10,36-37 – 15º Domingo do Tempo Comum – 13 jul. 2025).

E, assim, levantando nossos olhos para cima, saberemos que isso tudo, durará só um momento:

R. Humildes, buscai a Deus e alegrai-vos:
o vosso coração reviverá!

33Humildes, vede isto e alegrai-vos:
o vosso coração reviverá, *
se procurardes o Senhor continuamente!
34Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, *
e não despreza o clamor de seus cativos. R.

36aSim, Deus virá e salvará Jerusalém, *
b reconstruindo as cidades de Judá.
37A descendência de seus servos há de herdá-las, †
e os que amam o santo nome do Senhor *
dentro delas fixarão sua morada! R.
(Salmo 65 [66] – 15º Domingo do Tempo Comum – 13 jul. 2025).

Todos eles e nós, dizemos acreditar na paz, mas onde praticamos a misericórdia em nossos atos que nos faz afastar dos nossos eus, e interesses pessoais, para reconhecer um sonho de bem comum? Ao invés disso, preferimos atribuir a culpa para a esquerda, ou para a direita, ou dos ferruginosos, para com isso, esquivarmos de nós mesmos como cantaram os Titãs, todos dizem acreditar na paz, mas ninguém faz nada por ela, todos dizer querer a guerra, mas ninguém luta por você.

A morte do que vivia em nós

Nestes tempos de inteligência artificial, de tecnologias 5.0, vivemos diante de dois fenômenos modernos terríveis, a distração total e a perda da memória, que ao invés de nos dar qualidade de vida, distraídos e sem memórias, como armas camufladas em entretenimentos, sorrateiramente mata a essência da vida que existe em cada um de nós.

Estamos sendo atacados sem resistência, pela poluição digital, que produz o chorume da longa exposição ao modo introspectivo a nos levar aos mesmos comportamentos imaginários massivos dos “loucos que constroem castelos no ar”.

Olhe ao teu redor, e veja se há qualidade de vida social produzida pelas tecnologias comparando as diferentes épocas, principalmente, a cultura que preserva a memória, e o espírito de comunidade que garante a nossa saúde pelo reconhecimento do real ante ao imaginário, diante da distração que nos isola.

Se olharmos para o continente europeu, podemos perceber que a primeira memória perdida lá, foi a mesma primeira cultura em nós implantada por eles, a espiritualidade do cristianismo. Vemos a morte da essência que dava vida a um continente, porque lá, tudo passou a ser apenas aparência, e a espiritualidade foi trocada pelo fisiologismo, tornando a construção da vida em sociedade pelo:

modo de proceder e prática de alguns políticos e de certos servidores do Estado que buscam benefícios pessoais em detrimento do interesses públicos (MICHAELIS).

A primeira distração que isso nos causa é a de que a busca frenética pela riqueza, custe o que custar, sendo sustentada pelos políticos que não lutam pelo povo, mas, por seus próprios interesses pessoais, que acaba por matar em nós a essência da edificação comum, e logo pensamos mais ou menos assim: se eles que deveriam ser exemplo agem assim, pelos próprios interesses pessoais, por que não posso ser igual? E ai, um chora da qui e outro chora dali, e o show não para nos Jardins da Babilônia de Rita Lee.

Essa distração mata uma boa parte da essência da vida que há em nós, porque mudamos o nosso olhar para vencer algo que somos derrotados todos os dias, mas ainda assim, todo dia levantamos e lutamos como se estivéssemos enxugando gelo, e vamos perdendo a nossa fé de que alguém possa fazer algo por nós.

Diante desse grande dilema o tema deste artigo hoje, propõe uma restauração da essência da vida que há em nós, sufocada pelos efeitos do fisiologismo e da perda da memória, ou, cultura líquida, causada pela poluição digital das tecnos.

Para isso, devemos fazer uma forte reflexão em nós mesmos para entendermos, afinal, o que devemos acreditar diante dessa crosta vulcânica das aparências irreais produzidas pelas insanas ações cotidianas da busca do ouro, que cada um quer acumular a cada dia defendendo o seu interesse pessoal e desprezando o coletivo?

E essa reflexão começa por um dos primeiros grande mantras recitados infinitamente dentro das grande corporações que é: um colaborador eficaz trabalha em equipe, e não isolado. Assim, também nós devemos pensar que sozinhos socialmente, não somos capazes, precisamos um do outro para melhorar a nossa qualidade de vida onde vivemos.

O segundo passo dessa reflexão e selecionar a fonte das informações que acolhemos, se está contaminada pelo fisiologismo (interesses escusos), ou despedida do impulso humano, constituindo um fundamento que harmoniza o ambiente pelo interesse comum, que chamamos de verdade. E se acreditamos verdadeiramente na verdade reconhecemos que a única fonte é Cristo, porque a verdade humana por sua fisiologia, é maldita: “assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem e que busca apoio na carne, e cujo coração se afasta do Senhor“(Jeremias, 17,5).

O terceiro passo é se superamos isso, e acreditamos que há um Cristo, que é a própria Palavra da Verdade, já superamos o desalento da decepção daqueles que não lutam por nós, e já somos capazes de o escutar:

16 Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: *
vou contar-vos todo bem que ele me fez!
20 Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, †
não rejeitou minha oração e meu clamor, *
nem afastou longe de mim o seu amor!
(Salmo 65 [66] – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025)

Ao acolhermos em nós a verdade somos capazes de superar a miséria humana porque nos é dada a promessa de vida pela Verdade que é a própria Palavra:

10 Alegrai-vos com Jerusalém e exultai com ela todos vós, que a amais; tomai parte em seu júbilo, todos vós, que choráveis por ela, 11 para poderdes sugar e saciar-vos ao seio de sua consolação, e aleitar-vos e deliciar-vos aos úberes de sua glória. 12 Isto diz o Senhor: “Eis que farei correr para ela a paz como um rio e a glória das nações como torrente transbordante. Sereis amamentados, carregados ao colo e acariciados sobre os joelhos. 13 Como uma mãe que acaricia o filho, assim eu vos consolarei; e sereis consolados em Jerusalém. 14c Tudo isso haveis de ver e o vosso coração exultará, e o vosso vigor se renovará como a relva do campo. A mão do Senhor se manifestará em favor de seus servos”. (Isaías, 66,10-14c – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025).

Conclusão:

De forma dissimulada, camuflada, sofremos a cada dia sutilmente, como um câncer invisível, os ataques sutis, na figura do entretenimento midiático que nos mantém entretidos no mundo imaginário, ou, virtual, com isso, apagando a nossa memória, e perdemos a capacidade de formar juízo.

Perdemos nosso senso crítico, que nos levas a nos alimentarmos das inteligências banais perniciosas do fisiologismo, sustentadas pelas inteligências artificiais, neste momento, nos vemos dentro do horror do mundo que para a imaginação nossa é futurista.

Somos convidados a voltarmos à realidade presente e a memória da Nova Aliança, ressuscitando a cada dia o sangue do Senhor que foi derramado por nós (Lucas 22,20-21), por isso acolhamos em nossos corações a Verdade que nos chama :

16 Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: *
vou contar-vos todo bem que ele me fez!
20 Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, †
não rejeitou minha oração e meu clamor, *
nem afastou longe de mim o seu amor!
(Salmo 65 [66] – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025).

Assim restabelecemos nossa essência da vida que habita em nós, e no alento dado pela Alegria do Senhor que se tornou nossa força como novas criaturas:

14 Quanto a mim, que eu me glorie somente da cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo. 15 Pois nem a circuncisão nem a incircuncisão têm valor; o que conta é a criação nova. 16 E para todos os que seguirem esta norma, como para o Israel de Deus, paz e misericórdia. 17 Doravante, que ninguém me moleste, pois eu trago em meu corpo as marcas de Jesus. 18 Irmãos, a graça do Senhor nosso, Jesus Cristo, esteja convosco. Amém! (Gálatas 6,14-18 – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025).

Ao contrário, se continuamos mergulhados nas misérias da mediocridade humana, não conseguiremos perceber que suspenderam os jardins da Babilônia, permanecemos a alimentar os desvaneios no caloroso espetáculo do fogo que queima nossas almas, embora não sendo uma atração de circo, vendo o palhaço que ri daqui e outro que chora da li como cantou Rita Lee em Jardins da Babilônia.

Referências:

MICHAELIS. In: Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, Online, Verbete: fisiologismo – Ed. Melhoramentos. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/palavra/AD94/fisiologismo/. Acesso em: 02 jul. 2025.

A verdade enlutou-se

A Verdade está de luto porque a mentira se apoderou da justiça para matar, a cada dia, toda a vida que há no teu coração.

Saiba que você é uma vítima da mentira, pois a mentira tornou a verdade como sua refém.

Nesta semana a exemplo dos últimos 2 anos, acompanhamos a mentira proferida pela retórica do direito de existir, destilando o ódio, promovendo a extinção de raça.

Diz-se de um pequeno país no Oriente Médio, que clama o direito de existir, para isso, mente retoricamente, ao usar um nome nobre, nação, como escudo para as suas atrocidades, porque o governo deste país é sanguinário, e não guarda qualquer relação com o nome.

A verdade contida na nobreza de uma atinga nação que nossos antepassados construíram e que os atuais governos impostores a tratam mentirosamente como símbolo de guerra, era de um povo na paz, na justiça com o fraco, a bondade com a viúva e o órfão, que ama o seu próximo.

Um povo que tinha por pratica a misericórdia, que pratica a verdade que se por si mesma se faz justiça.

E agora, o que vemos é um massacre de toda essa verdade, na retórica “em defesa de toda ameaça a existência da nação”, mas que nação? Nação que não se pauta na justiça, mas sim na guerra, não se pauta no amor, mas no ódio, não se pauta na defesa do fraco, mas usa a própria necessidade extrema do fraco como arma de guerra, que ao invés de acolher à mesa o faminto, elimina massivamente com rajadas aqueles que buscam comida.

A mentira fez a verdade sua refém, com um escudo de plástico corrosivo, que traz a insígnia nação santa, quando deveria trazer nação insana.

Diferente não foi os grandes do mundo reunidos sobre 7 cabeças e alguns chifres a mais no Canadá, destilando em nome do político correto, a hipocrisia da fisiologismo, se amedrontando ao menor sinal de que serão privados de seu dinheiro, e se rendendo a negativa do caráter humano, na mentira de que agem para o bem do mundo, e com isso mantendo o mundo no limite da destruíção.

E a mentira passou a ser a nova governante do mundo, é a palavra passe para o sucesso dos políticos, ao pregar a mentira do sucesso da segurança, inclusive bem armada, implacável e impiedosa, ao mesmo tempo fazendo política que destrói o meio social.

Escrachadamente manipulam com vasta riqueza, a mentira para usarem o poder para benefício próprio, golpeando a República para torná-la império pessoal, com direto a titulo reais, condes, duques, príncipes e a plebe.

A mentira tá em alta, muito rica, muito cara, muito cobiçada, nos restando a pergunta:

Para voz, o que dizem que é a Verdade?

Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” 14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mateus 16,13-15 – Festa de São Pedro e São Paulo – 29 jun. 2025).

Conclusão

Ao nos tornarmos indiferentes à mentira, ainda que dizendo não sermos seus partidários, mas, diante da nossa omissão que sufoca a verdade com manobras mentirosas, imitamos a mediocridades do senhores do mundo que se dizem tão poderosos, mas se mostram tão acomodados ao seu conforto, causando o desfalecimento da vida pela usurpação da mentira.

Se vivemos a verdade, reluzimos o brilho do que nos diferencia de todas as outras criaturas ao refletirmos a humanidade, mas, se deixamos essa verdade morrer em nós perdemos a capacidade de sermos humanos, sem que retornemos ao status das demais espécies.

A mentira transforma os homens em vácuo, porque ele já não reconhece mais ser humano, pois perdeu sua humanidade, ao mesmo tempo em que não se assemelha a algum animal.

E, a mentira já não sustenta a vida, mas sim, a morte-viva, iludindo e tornando-se o falso conforto dos ambientes frequentado por zumbis, ou lobisomens, como cantou Warren Zevon em Werewolves of London: