O reinado de Pedro Romano: a transição

Ao iniciarmos o ano de 2022, seguramente podemos dizer que vivemos novos tempos, tempo de transição de eras, sendo que na era atual vivemos o reinado do Papa Pedro Romano, ou, para alguns, o Papa Negro, ao qual devemos entender aqui como Papa não a pessoa única de um sacerdote, mas a composição de um Governo de Estado, ou seja, o próprio Mundo que defende as Leis do Mundo como ideal de justiça, não se resumindo somente às ações de uma Igreja, mas tendo-a apenas como referência.

Pedro Romano é de acordo com a revelação feita ao padre irlandês São Malaquias, o governo do 112º Papa. Preferimos usar a palavra revelação no lugar de profecia, pois, a era que deve iniciar um novo mundo é a era em que a Verdade não será mais obscura, mas limpa, clara, em que a todos é revelado o sentido das coisas, essa revelação é chamada por São João como Apocalipse que se equipara a “filhos do Espírito”.

Assim, Apocalipse não significa destruição e catástrofe, mas revelação da Verdade, ou seja, o Reino em que a vivência dos sentidos de cada um, o faz se alinhar ao justo, orientando-o para o curso perfeito da vida, portanto Apocalipse é a revelação cotidiana daquele que vive em Espírito, pois, nasceram do Espírito e não da carne, isto é, da carne são aqueles que só aceitam o explicável pela lógica humana, e não admitem a Fé, ou o Espírito, como medida de justiça, por isso permanecem na escuridão como cegos.

Entendendo essa Verdade se torna possível compreender o sentido da interpretação da revelação de Nostradamus quando se refere ao governo papal atual como Papa Negro, que na verdade, negro não se refere à cor de uma pessoa, mas a escuridão que impede os homens de enxergarem a Verdade, pois, nestes tempos, há a saturação de mentiras (fakenews) a enfraquecer os sentidos verdadeiros.

Vale destacar, lembrando as profecias de Nostradamus, que o líder jesuíta é referido como o “papa negro”. A respeito disso, o profeta disse que um “rei negro”, no trono do Vaticano, seria o último antes de o mundo sucumbir ao Apocalipse: “A princípio, haverá doenças letais como advertência. Depois surgirão pragas, morrerão muitos animais, catástrofes acontecerão, mudanças climáticas e, finalmente, começarão as guerras e invasões do rei negro”. Dessa forma, a profecia de São Malaquias afirma que o último papa antes “do final dos tempos” será o número 112 desde Celestino II, no século XII, sob cujo mandato “a cidade das sete colinas será destruída” (History Channel Brasil, 2016, p.11).

Compreendido o sentido de revelação ou apocalipse, voltemos ao reinado de Pedro Romano, que foi entre os 112 papas, a única denominação dada pela revelação de São Malaquias, sem símbolo em Latim.

O Sentido dessa denominação direta “Pedro Romano”, quer dizer aquele que rege a justiça pelas leis do mundo, ou, o governo papal humanista, ao contrário por exemplo da Igreja de Davi, quando renuncia a Lei do Mundo para ser fiel à Lei de Deus:

13Gad foi ter com Davi e referiu-lhe estas palavras, dizendo: “Que preferes: três anos de fome na tua terra, três meses de derrotas diante dos inimigos que te perseguem, ou três dias de peste no país? Reflete, pois e vê o que devo responder a quem me enviou”.

14Davi respondeu a Gad: “Estou em grande angústia. É melhor cair nas mãos do Senhor, cuja misericórdia é grande, do que cair nas mãos dos homens!”

15E Davi escolheu a peste. Era o tempo da colheita do trigo. O Senhor mandou, então, a peste a Israel, desde aquela manhã até o dia fixado, de modo que morreram setenta mil homens da população, desde Dã até Bersabéia (2Sm. 24, 13-15 – Liturgia Missal 4ª Sem. Tempo Comum – Ano A – 20/02/2020).

Ou, contrário à Igreja de São Paulo, quando ele renuncia servir aos homens para servir a Deus:

8Pois bem, mesmo que nós ou um anjo vindo do céu vos pregasse um evangelho diferente daquele que vos pregamos, seja excomungado. 9Como já dissemos e agora repito: Se alguém vos pregar um evangelho diferente daquele que recebestes, seja excomungado. 10Será que eu estou buscando a aprovação dos homens ou a aprovação de Deus? Ou estou procurando agradar aos homens? Se eu ainda estivesse preocupado em agradar aos homens, não seria servo de Cristo. 11Irmãos, asseguro-vos que o evangelho pregado por mim não é conforme a critérios humanos. 12Com efeito, não o recebi nem aprendi de homem algum, mas por revelação de Jesus Cristo (Gl 1, 8-12 – Liturgia Missal da 27ª Sem. Do Tempo Comum – Ano A, 05/10/2020).

Nos tempos atuais é possível evidenciar o termo Pedro Romano pela ação do Clero, no sentido de se alinhar às leis do mundo, quando o Governo do Vaticano renuncia a Lei de Deus, isto é, as Escrituras Sagradas, para em seu lugar aplicar o Direito Civil, que é derivado do Direito Romano, quando se pronunciou:

Casais homossexuais devem ter o direito a firmar uniões civis, afirmou o papa Francisco em um documentário que estreou nesta quarta-feira (21/10).

“Os homossexuais têm direito a formar uma família”, disse ele no filme, dirigido por Evgeny Afineevsky.

“Eles são filhos de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deve ser excluído ou forçado a ser infeliz por isso.

“O que temos que fazer é criar uma legislação para a união civil. Dessa forma, eles ficam legalmente cobertos” (BBC Brasil, 2020, p.1)2.

Ao considerarmos o pressuposto do mundo de que “Eles são filhos de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deve ser excluído ou forçado a ser infeliz por isso. “O que temos que fazer é criar uma legislação para a união civil”. Expressa o esforço em substituir os preceitos ditados pela Lei de Deus que desagradam os homens, pelo humanismo que é louvado por eles, como proposta de se reformar à Lei de Deus, como é advertido pelas Escrituras:

“Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. 7De nada adianta o culto que me prestam, pois, as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. 8Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens” (Mc 7, 7-8 – Liturgia Missal do 22º Domingo do Tempo Comum, Ano B).

Mas se a própria Igreja prega que Lei de Deus é perfeita, quer dizer que ela não admite alguém maior do que seu Mestre a reformá-la, assim, a atitude de afastar-se da Lei de Deus sob o pretexto de contextualizá-la a outros tempos, é, portanto, reprovada com veemência por São Paulo quando disse: “8Pois bem, mesmo que nós ou um anjo vindo do céu vos pregasse um evangelho diferente daquele que vos pregamos, seja excomungado. 9Como já dissemos e agora repito: Se alguém vos pregar um evangelho diferente daquele que recebestes, seja excomungado” (Gl 1,8-9 – Liturgia Missal da 27ª Semana do Tempo Comum – Ano A – 05/10/2020).

O humanismo, ou lei do mundo, se revela imperfeito, pois ele não segue o princípio básico da Lei de Deus que é o de “não fazer acepção de pessoas”, porque ao contrário disso, ele se volta para as conveniências humanas, que são estruturadas pelas 7 colinas da grande cidade, isto é, originando-se da soberba, avareza, inveja, ira, luxúria, gula e a preguiça.

O princípio de “não fazer acepção de pessoas” é o de fechar a mente para não olhar para Deus, isto é, desapegar-se dos resultados das ações para não intervir nos seus efeitos, e assim, não cair na tentação de tentar adivinhar qual será o resultado da ação do justo, pois, ao cair nessa armadilha, o homem se engana pensando que conhece os pensamentos de Deus, é nesse sentido que a Escritura adverte:

26’Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo.

27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim,
não pode ser meu discípulo
(Lc 14.26-27 – Liturgia Missal do 27 Domingo do Tempo Comum – Ano C – 08/09/2019).

A grande lição que aprendemos com isso é, que quando compreendemos o sentido de isenção, isto é, “não acepção de pessoas”, podemos perceber que a Lei de Deus segue um sentido e a Lei do Mundo parece ser a contra-mão, pois, para o mundo todas as ações seguem para a conveniência do “bem estar” ou “ser feliz”, ao passo que para a Lei de Deus, tudo é feito por justiça, isto é, conforme a Verdade a orientar o caminho da vida, e quase sempre esse caminho, exige sangue, suor e lágrimas como é meditado no segundo Terço do Rosário, nos Mistérios Dolorosos, cujo Batismo do Senhor ocorre mediante a renúncia do gozo do mundo, substituído pelo testemunho único do Cordeiro, na Fé da Verdade de Deus: “em Tuas mãos, entrego o meu Espírito” (Lc 23, 46 – Liturgia do Domingo de Ramos – Ano C – 14/10/2019).

Essa contra-mão do mundo, também pode ser vista no diálogo de Santa Tereza de Ávila com Deus quando diz:

Senhor, se estou cumprindo Tuas Ordens, por que tenho tantas dificuldades no caminho? Deus respondeu: — Teresa, não sabes que é assim que trato os meus amigos? Teresa, honrando seu sangue espanhol, respondeu: — Ah, Senhor, então é por isto que tens tão poucos amigos (PIZZINGA, s/d, p.1)3!

O que podemos compreender nesse diálogo é que Deus não quer dizer para Santa Tereza, que tem prazer no sofrimento de pessoas, mas que que trata como amigos quem segue a Verdade, e quem ama a Verdade é amigo, é fiel, capaz de renunciar a tudo, isto é, de “não fazer acepção de pessoas, sem medir resultados, pois, muitas vezes lhe será suprimido quase todas as suas forças e, nessa hora, não renunciará a sua missão e nem se rebelará.

Conclusão:

Portanto, no reinado de Pedro Romano nos deparamos com uma ação do mundo para que, seguindo o princípio humanista, considerar a Verdade como um texto fora de contexto para o mundo moderno, e, em razão disso a Bíblia precisaria de reformas, o que é um sofisma, pois, a Verdade não muda, pois senão seria mentira na medida que o tempo vai mudando e não teria unicidade, mas, ao contrário disso, Ela É aquela que É, Sou o que Sou, como diz as Escrituras: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar (Lc 21,33 – Liturgia Missal da 34ª Semana do Tempo Comum – Ano B – 26/11/2021).

Assim, ao invés da pregação piedosa do humanismo voltado para a acepção do direito da mulher que sofre violência, acepção do Direito Negro do segregado, acepção do Direito do pobre sem comida, da falta da paz do mundo, que leva à queda pelo pecado de se querer ver Deus na ação humana pois, se cria a falsa convicção de que esses pensamentos humanos, são os mesmos pensamentos de Deus, e assim, se enche da sensação do “poder fazer” que é o domínio humano do artificial, resultando-se na degradação da dignidade da Vida, pela ambição de se tornar deus.

Por isso, devemos evitar mergulharmos no papado da escuridão, para que se torne possível a nós, reconhecermos o clamor da vida que nos levará de volta tão somente à Verdade, pois a Verdade é a Vida e nela tudo se faz novo pela arte do Apocalipse, que completa os sentidos da Vida pela revelação.

Assim, ao invés da criação do artefato, que é o resultado da tecnologia por uma inteligência artificial (sub-inteligência), a praxis da revelação, se incumbe de criar a tecnologia ultra moderna perfeita (Arte) que expande o Universo, ao fazer emergir os filhos da Luz, ou, amigos de Deus, que cuidam do Seu Jardim no Éden, ou da Mãe Terra.

Leia mais sobre este tema em:

“O novo mundo: a história interagindo com a humanidade” disponível no link: https://fomaresaber.com.br.

“Liturgia Missal de 13/01/2022: https://formaresaber.com.br/cura/

1HISTORY CHANNEL BRASIL. As profecias apocalípticas de Nostradamus e São Malaquias, que apontam o Papa Francisco como o “Papa do fim do mundo”. Disponível em https://history.uol.com.br/historia-geral/profecias-apocalipticas-de-nostradamus-e-sao-malaquias-que-apontam-francisco-como-o. Acesso em 07 jan. 2022.

2BBC Brasil. Papa defende a união gay. O que Francisco já disse sobre a homossexualidade. Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-54639743. Acesso em 07 jan. 2022.

3PIZZINGA, Rodolfo Domenico. Só Deus basta! Santa Teresa de Ávila O.C.D.: pensamentos e reflexões. Disponível em http://paxprofundis.org/livros/teresaavila/ta.htm. Acesso em 07 jan. 2021.

Amigos da Alma

Capítulo 1: A alegria em nós

Começando a Semana

Bênção de Natal – Feliz Natal

Desenvolvendo a percepção: Tecnologias da Inteligência

Capítulo 1 – Entrando no ambiente

Capítulo 2 – O maketing pessoal

Capítulo 3 – A Ética prisioneira da corrupção

Capítulo 4 – Os desafios da Covid e Desemprego

Capítulo 5 – Estratégias para um novo tempo

Inteligência emocional: A formação da certeza e o vigor da esperança

Apresentamos a seguir uma experiência de semiótica cognitiva com o fim de desenvolvimento de inteligências emocionais esperando como resultado uma percepção real do ambiente como forma de eliminação de ansiedade e desalento.

Nossa pretensão é a de ensinar o leitor a enxergar com outros olhos a Vida e não o de convencê-lo de ideias de uma nova filosofia.

Para isso, essa experiência visa demonstrar objetivamente a interação entre a parte imaterial da vida (tempo) com a parte material da vida (espaço), ou seja, a composição do quantum (menor unidade da física quântica) criado a partir de um fenômeno formado pela parte que constitui o picossegundo, que pode ser chamado de Alfa, e a outra parte, formada pela parte que constitui o nanômetro, que pode ser chamado de Ômega, pois se completam em princípio e fim.

Esse fenômeno que é ponto de estudo, tomou por base a praxis isto é a experiência real de vida, ou Ômega, como resultado da sua constituição a partir da Ética, isto é, da imaterialidade do Alfa, cujo seu papel precedente, foi o de definir a estrutura do fenômeno a ser produzido, ou Ômega, que pode ser chamado de resultado, ou, Estética, apresentado pela Liturgia Missal de 26/10/2021.

a) Da parte material da vida ou Ômega

A parte material da vida constitui-se da apresentação da estrutura estética revelando-nos o momento presente, e, colocando como realidade interativa a aflição da criação, e, criação não significa humanidade, mas, desde as inimagináveis grandezas das galáxias dos confins do Universo que fazem fronteira com o Universo Alfa, à menor criatura viva que se conhece nas profundezas dos abismos neste Planeta, como narradas no texto:

Irmãos, eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós. De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus.

Com efeito, sabemos que toda a criação, até o tempo presente, está gemendo como que em dores de parto.E não somente ela, mas nós também, que temos os primeiros frutos do Espírito, estamos interiormente gemendo, aguardando a adoção filial e a libertação para o nosso corpo (Carta aos Romanos, Cap. 8, 17-19.22-23 – Liturgia Missal 26/10/2021).

b) Da precedência da parte imaterial da vida ou Alfa

A parte imaterial da vida é a interação da própria vida a partir da articulação com os princípios a que se submete a constituição pelos seus membros, ou falando de uma forma mais simples, a parte imaterial da vida é o respeito às naturezas que à constitui. É como em um jogo de futebol, em que o técnico está juntamente com o time, definindo a estratégia de jogada contra o adversário, pois nesse momento tudo é imaterial, ainda não ocorreu o jogo: “acaso não sabeis que os que correm no estádio correm todos juntos, mas um só ganha o prêmio? Correi de tal maneira que conquisteis o prêmio (1ª Carta aos Coríntios, 9,24).

1) A ética da certeza

O primeiro ponto estratégico dessa praxis, que é também o ponto Ético, ou, do Alfa é a consciência da interação cognitiva sobre os aspectos da vida imaterial, dotado de três elementos: certeza, confiança e alento, convidando a cada ser vivo a aprender a experiência de reconhecer presente no Ômega a precedência ética do Alfa, revelando-nos que a fusão entre tempo e espaço inicia-se por um fato imaterial, ou Alfa, podendo ser comparado ao calor do amor que precede a relação do casal, que gerará uma nova vida, ao qual somos despertados sob o seguinte pressuposto:

Ora, o objeto da esperança não é aquilo que a gente está vendo; como pode alguém esperar o que já vê? Mas se esperamos o que não vemos, é porque o estamos aguardando mediante a perseverança (Carta aos Romanos, Cap. 8, 24-25 – Liturgia Missal 26/10/2021).

2) A ética da confiança

O segundo ponto estratégico desta praxis, é a ética da esperança, baseando-se no princípio de que em todo o resultado de um fenômeno, ou Ômega, há a precedência de uma Ética, ou Alfa, na sua função de alimentar a esperança a partir da certeza de uma promessa baseada em um histórico de uma praxis, ou, Ômega, ocorrida anteriormente, assim seu princípio básico, ou metodologia científica é constituído pelo seguinte pressuposto:

Digo-vos isso agora antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais que Eu, Eu sou (JOÃO, 19,18b-19).

Essa interação é comparada à interação vital por um DNA (ácido desoxirribonucléico), que constitui toda a estrutura física de um ser, baseada no histórico imaterial, isto é no Alfa de seus antecessores, a fim de que pode se tomar por certo, ou experiência de fé, aquilo que foi testado por promessa a partir de uma praxis, ou, Ômega: Digo-vos isso agora antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais que Eu, Eu sou (JOÃO, 19,18b-19)..

3) A ética do alento ou, esperança

Ao ser possível reconhecer a ética que precede à realidade presente, torna-se possível absorver a certeza da estrutura que constitui os fenômenos que experimentamos no presente, na mesma certeza que o DNA de cada um continuará sem a nossa intervenção produzir o mesmo tipo sanguíneo que alimentará a estrutura do corpo, ou, saindo da quântica para o mundo externo, na mesma certeza de que o sol brilhará amanhã, pois, segue uma ética, ou Alfa, que lhe foi dito antes como acontecerá, da forma que nós esperamos, como se confirma pela Liturgia Missa de São João Paulo II de 22/10/2021):

Naquele tempo, Jesus dizia às multidões: “Quando vedes uma nuvem vinda do ocidente, logo dizeis que vem chuva. E assim acontece. Quando sentis soprar o vento do sul, logo dizeis que vai fazer calor. E assim acontece. Hipócritas! Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis interpretar o tempo presente? (Lucas 12,54-56).

c) Do Alfa precedente ou, Nêutrons

Os Nêutrons que compõem o átomo da matéria, é a sombra, o escuro, o negativo a articular com os prótons, constituídos de cargas positivas, e aqui, a precedência do que foi dito antes está no pressuposto da Palavra que disse:

Jesus disse ainda: “Com que poderei ainda comparar o Reino de Deus? Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado” Liturgia Missal – 21/10/2021.

Ilustração:NidhiYashwanth

Esse pressuposto na realidade presente de 26/10/2021, refere-se a um Ômega que gravou no DNA da vida, as éticas da confiança, certeza e alento, de forma tão profunda, em uma escada espiral, que mudou todo o curso das criaturas, na forma que, se Deus visitou o mundo em forma humana, a condição para isso, foi que houvesse o Alfa na ética da confiança, certeza e alento como o cântico de São Frei Galvão, cuja memória foi celebrada na Liturgia Missal de 25/10/2021:

Ave do mar Estrela, Bendita Mãe de Deus, fecunda e sempre Virgem, Portal feliz dos céus. Ouvindo aquele Ave do Anjo Gabriel mudando de Eva o nome, trazei-nos paz do céu (FREI GALVÃO apud NEOTI, 2009, p. 59)1.

Sem que a Mulher acolhesse a ética da confiança, pela sua fé, ou, sem a ética da certeza pela sua praxis, ou, liturgia pessoal, e, ainda, sem a ética do alento sob a promessa de que Deus sempre se lembra da aliança com Abrahão e nossos pais, a Vida teria sucumbido à morte.

A participação da Mulher não foi um ato meramente gestacional, mas de extraordinária força sobre-humana, que nenhum de nós é capaz de repetir, ao colocar sua ética de confiança no impossível, e somente pela certeza da fé isso seria possível, até o extremo dela se tornar capaz de conceber a Vida em si, formando o Embrião Sagrado, apenas pelo imaterial, pelo Alfa, pelo Nêutrons, sem articulação com o Ômega, como registrado no livro da Vida:

Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum? ”O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus.

Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se (Lucas, 1,34-38 – Liturgia da Festa de Nossa Senhora do Rosário – 07/10/2021).

d) Da estrutura do Alfa para o novo Ômega

A partir desses preceitos, torna-se possível compreender o tempo presente sob a ética da Liturgia Missal de 26/10/2021, para a criação, isto é, para tudo o que vive debaixo do céu, ou Alfa, e que habita o universo, ou, Ômega.

Irmãos, eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós. De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus (Carta aos Romanos, Cap. 8, 18-19 – Liturgia Missal 26/10/2021).

Se é possível testemunharmos um extraordinário ato que compôs a história da Vida, que não nos parece ser capaz de ser imitado por algum de nós, que foi a geração da Vida pela fé, confiança e esperança da Mulher, tornando possível a Vida vencer a morte, podemos agora dizer como Paulo, que os sofrimentos do tempo presente não podem destruir a esperança do Glória que virá, pois a todos nós é anunciado neste dia “Maravilhas fez conosco o Senhor (Salmo 125 [126], – Liturgia Missal 26/10/2021), porque para a Mulher:

o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem” (Lucas 46, 49-50 – Liturgia Missal das Vésperas do Natal – Advento – 22/12/2020).

E essa vitória da Vida sobre a morte, em favor das criaturas, fato que mudou o Mundo ao ponto de ser comparado à mudança no nome de Eva, apresenta a praxis precedente narrada por São Paulo como uma bênção sobre as criaturas pela santificação do Mundo através da Mulher, pois até a geração do próprio Deus que encarnou-se em seu seio, somente Ela era Cristã: pois o marido não-cristão fica santificado por sua mulher cristã (Primeira Carta aos Coríntios 7,14).

Com isso a liturgia presente chama ao homem a imitar o seu gesto na liturgia missal deste dia 26/10/2021, quando o Senhor diz:

“Com que poderei ainda comparar o Reino de Deus? 21Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.

A Mulher que santifica a casa do Senhor, a sua Tenda, o faz pela reverência de três porções de farinha, a, primeira porção, a santificação pela reverência do Espírito, através do nosso acolhimento da fé na geração pelo Espírito, chamado de Mistérios Gozosos. Depois, a segunda medida de farinha, pelo acolhimento da praxis, do próprio Deus, no Batismo do Senhor, chamado de Mistérios Dolorosos, e por fim, a terceira medida de farinha, pela Glorificação do Poder de Deus Pai sobre todos as coisas, no acolhimento do temor de Deus, chamado de Mistérios Gloriosos.

O Reino dos Céus é como uma mulher que pega o fermento (o Rosário), e mistura três porções de farinha (os três mistérios do Terço), Santificando a Casa do Pai: O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem” (Lucas 46, 49-50 – Liturgia Missal das Vésperas do Natal – Advento – 22/12/2020).

Se tudo isso confirma o que foi dito antes, devemos conservar em nós a certeza de que a Ética da Vida, vence os infortúnios ao qual somos escravos:

De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus. Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou; também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus (Carta aos Romanos, Cap. 8, 19-21 – Liturgia Missal 26/10/2021).

1NEOTI, ofm. Frei Clarêncio. Orar 15 dias com Frei Galvão. Aparecida-SP: Santuário, 2009.

O sonho de superação

Foto:Couleur

Apresentamos neste vídeo uma comparação sobre o problema da irreversabilidade dos biomas no Planeta e as propostas de solução a partir das pesquisas que fizemos publicadas em duas oportunidades diferentes.

Semana do Advogado

A 229ª SubSeção da OAB-SP estará no período de 09 a 13 de agosto comemorando a semana do Advogado, nós convidamos você porque é uma grande oportunidade para o cidadão descobrir que o Advogado não é alguém que está para brigas judiciais, mas, sim, para o sagrado grito da democracia chamado de Direito de Petição.

O Advogado é um parceiro ao teu lado diante de tantos aviltamentos dos direitos básicos do cidadão pelo serviço público que sob o princípio de que o Estado está acima de tudo, não tem muita preocupação com a qualidade da prestação do serviço público, que deveria significar a efetividade da cidadania mais em muitos lugares significa favores de vassalagem, isto é, oferta de misérias estatais como favor para autopromoção politiqueira.

Estaremos nessa semana tentando levar para você nesta semana do Advogado, a dignidade do múnus público do Direito de Petição, porque o advogado, não é o profissional do direito, mas sim, o fiel escudeiro da Justiça, por isso, essencial para a efetividade dela diante de tantos abusos e descasos públicos.

Começamos na segunda com o tema: Sou essencial para a administração da Justiça, sou advogado.

Para quem quiser acompanhar o link da live é o seguinte: https://oabsp-org-br.zoom.us/j/85380132326.

Semana do Advogado

Na segunda 09/08 nossa abertura:

Ocasião também de pré-lançamento de nossa obra

A história da fé pela Semiótica

A história da fé contada pela ciência, de um jeito objetivo, diferente das abstrações das teses filosóficas e teológicas.

The Goliath’s party: long live for the king’s friends at court

Portuguese Original Version

We are living in these times the election to choose a Minister in the Supreme Court, and we dare to say that it is an election because although it is a prerogative of choosing the Presidency of the Republic, it is endorsed by the representatives of the Federated States, the Senators.

If it’s an election for the Supreme Court, then it could be said that it’s a party of Democracy, where the selfless glow of the dignity of Justice sets the tone. But, unfortunately, what we witness is the tone of the physiology of the Powers, under the title of defense of “institutional values”, which means “politics of internal interests in which the ends justify the means”, since Brazil lost its education, and without political culture, politicking turned everything into the same thing, the Executive, Legislative and Judiciary Powers, into the anything goes of politics, as it replaced altruism with casuistry.

Credits: jjvallero

This has nothing to do with the character of the Brazilian, to whom as a Brazilian, a lawyer for 27 years, and also a teacher, I can say that as a native Brazilian, we have a dream of the Democratic Right’s State, that is the envy of any other nation in the World, so, It is not a question here of making a derogatory criticism of the Powers of the Republic, but of expanding the Nation’s gaze, towards the Pearls of its Democracy shaped by uneducated conductors.

It has been said since the beginning of the Republic of Brazil that governing an illiterate people is the dream of every politician. And in fact, when we witness the struggle of powers in the dispute for public office, now the office of Supreme Court Minister, ends up transforming the sweet taste of citizenship into bitter indigestion accompanied by nausea.

The Powers took as a basis the television media indicators as a government parameter, and thus act following audience surveys, responding more to what the people want to hear (in physiology) than what the people need to hear (in altruism).

However, witnessing the decay of the sustaniability television audience of present times, resulting from the strategy of those who have always sold what the people wanted to hear instead of selling (educating) what the people needed to hear, this service sales strategy, television or political shows, using here the term used by research specialists, a trend too, doomed to the same bankruptcy, as it repeats the refrain of the prediction of the music of the Titãs (Titan) Band:

“the television, made me dumb, too dumb, yet more.

now all the things I think about seem the same” (TITÃS, 1985)1

And if for the people everything looks the same, there will certainly be a government (Executive, Legislative and Judiciary Power) that in their eyes everything looks the same. And the effects of this is the loss of the achievements of our parents, who once enjoyed some education, and now, as prodigal children, we squander the legacy left to us as a Citizen Constitution, and from Democracy what you see is the monocracy, dominated by political powers so far from the Constitutional reality that many say it is pure utopia, such as the guarantee of a minimum wage with dignity, for example.

Many criticize the way the Supreme Court ministers were chosen, given the criterion of casuist political interest applied by the Executive Branch, under physiological blessings from the Legislative Branch, erasing the shine of the altruism of the dignity of Justice, thus suggesting, in its place, the technocracy of career servants.

But judicial technocracy also finds its parallel in television strategy, as there is no concern with the quality of jurisdictional provision for an effective realization of citizenship of the parties in the process, but, inspired by “internal institutional values”, they serve the interests of the parties in accordance with the popular audience indexes, whose effect is the substitution of citizenship for favors of the State to the vassals, since the result of the jurisdictional provision does not care if it buried the public interest of the common good (Art. 37 of the Constitution of the Republic/88).

If there is a claim by a citizen against the jurisdictional provision of a judge, a court, or a public defender, the answer is always the same, nothing can be done to him, under the mantra: “he acted within the guarantee of its functional autonomy”, and thus, the state jurist puts himself above the laws, to the point where the citizen hears from the politicians “judicial decision is not discussed, it is fulfilled”.

This is the thought of a vassal, accustomed to the physiology of bartering coins, one who, afraid of having nothing, sells his citizen’s treasure for trifles, because “all the things he thinks look alike to him.”

But, if the Democratic State of Rights the utopia of guaranteeing equality, in the so-called republican spirit, then the Judiciary Branch cannot be above the Law, to the point of transforming its jurisdictional provision “in what it understands to be right” as echoed, maxima venia, in the expression of a minister of the Court in a television judgment, when he said: to the fullest, modesty, that is, for this citizen, the sense of the monologue is created, “it’s what I think and that’s it” , as Chico Buarque once sang: today you’re the boss, say ok, there’s no discussion, today my people are talking sideways and looking at the ground, it saw (feeling you undestand?) (BUARQUE, 1970)2.

The altruistic shine of the dignity of Justice is in the joint construction, and the Supreme Court is not the isolated reference of absolute purity, those jurists are not the gods of Justice of the Nation, because all its components are as human as any of the others Brazilians.

Thus, perhaps the legacy left by our parents, for the election of the Popular Juri, could be a path towards the brightness of this party for the election of a new Minister of the Court, within the principle of electing someone from the people to judge as a people.

Given the lack of education, the judicial technocracy turned the Judiciary into a service provider of “guaranteeing its functional autonomy”, that is, there is no quality value criterion for judicial provision, the result of your work is summarized in statistics instead of how to take the same care that one takes in the quality of product delivery by corporations, O Judidicário should aim at improving the quality of life of citizens.

There is no quality because, denying the efficiency and publicity of Article 37 of the Constitution of the Republic/88, the Law by the Judge self’s, of the intimate forum of “functional autonomy” is substituted for the court to call itself the god of Justice, as it exempts itself from any control of “their intimate forum”.

Thus, it became a theory, the minimum wage with dignity, it became a theory, re-retirement, which in place of dignity, under the principle of “institutional values”, increased the social security contribution as a burden to the retired person who continues to work.

Because, it maintains the obligation of the social security maintenance contribution, unbalancing the Justice as it does not return any consideration to the elderly citizen, by imposing the duty on that retired person who is obliged to continue working until the last days of life to survive, to contribute to support the monocratic State of law, not as social contribution, but imposed, therefore, it will remain without the right to anything, to any consideration, not even to sick pay for the worker.

Conclusion

The guarantee of functional Court freedom’s cannot be transformed into the “oba oba [yeah, yeah, yeah…] do I am that whoever is in charge, spoke is spoken”, but rather, revere obedience to the effectiveness of the jurisdictional provision, in the sense of applying and guaranteeing the effectiveness of the Public Interest, as reality of citizenship, in the joint reverence of advertising (Art. 37 of CR/88), and not as today, in decisions full of meanings “in an intimate way” that only the monocratic author understands your self judgement, because in the place of advertising it remains hidden in the depths of his inner self, and the effect is: “judicial efficiency to the brim”, because for the people everything seems the same thing.

1TITÃS. Televisão. In Album Televisão.São Paulo:WEA, 1985. Disponível em https://youtu.be/7psItZeHmqU. Acesso em 15 jul.2021.

2BUARQUE, Chico. Apesar de Você. São Paulo: Phillips, 1970. Disponível em https://youtu.be/nT1rxzFL0dE. Acesso em 15 jul. 2021.

Festa dos Golias, um viva aos amigos do rei na corte

English Version

Vivemos nesses tempos a eleição para a escolha de um Ministro na Corte Suprema, e ousamos dizer que é uma eleição porque embora seja uma prerrogativa da Presidência da República, é referendado pelo representantes dos Estados Federados, os Senadores.

Se é uma eleição para a Corte Suprema, então poderia se dizer que é uma festa da Democracia, onde o brilho altruísta da dignidade da Justiça, dá o tom. Mas, lamentavelmente o que testemunhamos é o tom do fisiologismo dos Poderes, sob o título de defesa dos “valores institucionais”, que significa “politicagem de interesses internos em que os fins justificam os meios”, pois, o Brasil perdeu sua educação, e sem cultura política, a politicagem transformou tudo na mesma coisa, Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, no vale tudo da política, pois substituiu o altruísmo pelo casuísmo.

Ilustração:JJValero

Isso não tem nada a ver com o caráter do brasileiro, ao qual como brasileiro, advogado há 27 anos, professor, posso dizer que como brasileiro nato, temos um sonho de Estado de Direito a fazer inveja a qualquer outra nação do Mundo, assim, não se trata aqui de se fazer uma crítica depreciativa aos Poderes da República, mas expandir o olhar da Nação, para as Pérolas de sua Democracia calcadas por condutores sem (a) educação.

Já diziam desde os tempos do início da República do Brasil que governar um povo analfabeto é o sonho de todo político. E de fato, ao testemunharmos a digladiação de poderes na disputa por cargos públicos, agora o de Ministro da Corte Suprema, acaba por transformar o doce sabor da cidadania em amarga indigestão acompanhada de náuseas.

Os Poderes tomaram por base os indicadores da mídia televisiva como parâmetro de governo, e assim agem seguindo as pesquisas de audiência, respondendo mais ao que o povo quer ouvir (no fisiologismo) do que o que o povo precisa ouvir (no altruísmo).

No entanto, testemunhando a decadência da audiência (sustentabilidade) televisa dos tempos presentes, decorrente da estratégia de quem sempre vendeu o que o povo queria ouvir no lugar de vender (educar) o que o povo precisava ouvir, essa estratégia de vendas de serviços, televisivos ou políticos apresenta, usando aqui o termo próprio dos especialistas em pesquisas, uma tendência também, fadada à mesma falência, pois, repete o refrão do vaticínio da música dos Titãs:

“a televisão, me deixou burro, muito burro demais,

agora todas as coisas que eu penso me parecem iguais” (TITÃS, 1985)1.

E se para o povo tudo parece igual, com certeza terá um governo (Poder Executivo, Legislativo e Judiciário) que aos seus olhos tudo parece a mesma coisa. E, os efeitos disso, é a perda das conquistas de nossos pais, que gozaram um dia de alguma educação, e, agora, como filhos pródigos, dilapidamos a herança a nós deixada como Constituição Cidadã, e de Democracia o que se vê é a monocracia, dominada por poderes políticos tão distante da realidade Constitucional que muitos dizem ser pura utopia, como por exemplo a garantia de um salário mínimo com dignidade.

Muitos criticam a forma da escolha dos ministros da Corte Suprema, diante do critério de interesse político casuísta aplicado pelo Poder Executivo, sob bênçãos fisioligistas do Poder Legislativo, apagando o brilho do altruísmo da dignidade da Justiça, sugerindo assim, em seu lugar a tecnocracia dos servidores de carreiras.

Mas a tecnocracia judicial também encontra seu paralelo na estratégia televisiva, pois não há uma preocupação da qualidade da prestação jurisdicional para uma efetiva realização da cidadania das partes no processo, mas, inspirados nos “valores institucionais internos” atendem ao interesses das partes de acordo com os índices de audiência popular, cujo efeito é a substituição da cidadania por favores do Estado aos vassalos, pois o resultado da prestação jurisdicional não se importa se soterrou o interesse público do bem comum (Art. 37 da Constituição da República/88).

Se há uma reclamação de um cidadão contra a prestação jurisdicional de um juiz, um tribunal, ou um promotor, um defensor público, a resposta é sempre a mesma, nada pode se fazer a ele, sob o mantra: “ele agiu dentro da garantia de sua autonomia funcional”, e assim, o jurista se põe acima das leis, ao ponto do cidadão ouvir dos políticos “decisão judicial não discute, se cumpre”.

Isso é o pensamento de um vassalo, acostumado ao fisiologismo das moedas de trocas, aquele que com medo de não ter nada, vende seu tesouro de cidadão, por ninharias, pois, “todas as coisas que ele pensa, lhe parecem iguais”.

Mas, se Estado Democrático de Direito traz a utopia de garantir a igualdade, no chamado espírito republicano, assim, também não deveria estar o Poder Judiciário acima da Lei, ao ponto de transformar a sua prestação jurisdicional “no que ele entende como certo” como ser repercutiu, data maxima venia, na expressão de um ministro da Corte em um julgamento televisivo, quanto disse: às favas a modéstia, ou seja, para este cidadão cria-se o sentido do monólogo, “é o que eu penso e pronto”, como um dia cantou Chico Buarque: hoje você é quem manda, falou tá falado, não tem discussão, a minha gente hoje anda falando de lado e olhando pro chão, viu (BUARQUE, 1970)2.

O brilho altruísta da dignidade da Justiça está na edificação conjunta, e a Corte Suprema, não é a referência isolada de pureza absoluta, não é o deus da Justiça do povo, pois, todos os seus componentes são tão humanos como qualquer dos demais brasileiros.

Assim, talvez o legado deixado por nossos pais, para a eleição do Juri Popular, poderia ser um caminho na direção do brilho dessa festa para a eleição de um novo Ministro da Corte, dentro do princípio de se eleger alguém do povo para julgar como povo.

Diante da carência educacional, a tecnocracia judicial tornou o Poder Judiciário num prestador de serviços da “ garantia de sua autonomia funcional”, isto é, não há um critério de valor de qualidade para a prestação jurisdicional, o resultado do teu trabalho se resume na estatística dos índices de audiência de processos, ao invés da melhoria da qualidade de vida cidadão.

Não há qualidade pois, negando a eficiência e publicidade do Art. 37, da Constituição da República/88, substitui-se o Direito pela lei do foro íntimo da “autonomia funcional” para a corte judicial se auto intitular deus da Justiça, pois auto isenta-se de qualquer controle de “seu foro íntimo”.

Assim, tornou-se uma teoria, o salário mínimo com dignidade, tornou-se uma teoria, a desaposentação, que no lugar da dignidade, sob o princípio “dos valores institucionais”, incrementou a contribuição previdenciária como um fardo ao aposentado que continua a trabalhar.

Pois, mantém sua obrigatoriedade, desequilibrando a Justiça pela falta de contra-prestação ao cidadão ancião, ao lhe impor o dever aquele aposentado que é obrigado a continuar a trabalhar até os últimos dias de vida para sobreviver, de contribuir para sustentar o Estado monocŕatico de direito, não como contribuição social, mas, imposto, pois, permanecerá sem direito a nada, a nenhuma contraprestação, nem mesmo ao auxílio doença do trabalhador.

Conclusão

A garantia da liberdade funcional não pode se transformar no “oba oba do sou que quem mando, falou tá falado”, mas sim, reverenciar a obediência à eficácia na prestação jurisdicional, no sentido de se aplicar e garantir a efetividade do Interesse público, como realidade de cidadania, na reverência conjunta da publicidade (Art. 37 da CR/88), e não como hoje, em decisões cheias de meandros “de foro íntimo” que só o autor monocrático entende, pois no lugar da publicidade ela permanece oculta no fundo do seu íntimo, e , o efeito é: “às favas a eficiência jurisdicional”, pois, para o povo tudo parece a mesma coisa.

1TITÃS. Televisão. In Album Televisão. São Paulo:WEA, 1985. Disponível em https://youtu.be/7psItZeHmqU. Acesso em 15 jul.2021.

2BUARQUE, Chico. Apesar de Você. São Paulo: Phillips, 1970. Disponível em https://youtu.be/nT1rxzFL0dE. Acesso em 15 jul. 2021.

Construindo a segurança da vida, unindo forças

Nós que somos empresários, nós que somos trabalhadores, nós que somos pais, perguntamos: o que será de nossas empresas? O que será de nossos empregos? O que será de nossos filhos?

Credits:Startup Store Photos

As ondas da revolução digital têm produzido graves efeitos nos métodos de produção e trabalho atuais, provocando uma massiva, e, bem massiva, quebra de mercados e postos de trabalho, tanto que pensar hoje em ambientes com mais de 100 empregados compartilhando linhas de produção num mesmo espaço físico, parece coisa de tempos dos dinossauros industriais.

o que será de nossas empresas?

A revolução digital provocou uma tendência de produção e consumo sob o lucro da obsolescência, dessa forma as corporações desenvolveram-se com pulmões a partir da linha de produção do produto recente inutilizando o produto anterior, o novo tornando obsoleto o antigo.

[…] mais do que pelas coisas que todos os dias são fabricadas, vendidas e compradas, a opulência de Leônia se mede pelas coisas que todos os dias são jogadas fora para dar lugar às novas.

Tanto que se pergunta se a verdadeira paixão de Leônia é de fato, como dizem, o prazer das coisas novas e diferentes, e não o ato de expelir, de afastar de si, expurgar uma pureza recorrente.

O certo é que os lixeiros são acolhidos como anjos e a sua tarefa de remover restos da existência do dia anterior é circundada de um respeito silencioso, como um rito que inspira a devoção, ou talvez apenas porque, uma vez que as coisas são jogadas fora, ninguém mais quer pensar nelas (CALVINO apud ASSUNÇÃO, 2017, p. 17)1.

Ele seguiu estratégias pela linha da produção chamada de obsolescência programada:

A obsolescência programada consiste no encurtamento da vida útil de um bem ou produto, o qual é projetado para que sua durabilidade ou funcionamento se dê apenas por um período reduzido, de forma que os consumidores tenham que realizar outra compra em um espaço menor de tempo, aumentando, assim, a lucratividade das empresas. (ZANATTA, 2013, p. 1-2)2 .

E, também, pela linha de consumo com massivas campanhas de marketing focada nos recordes de vendas das organizações pelo estímulo da obsolescência psicológica:

Obsolescência psicológica refere-se à aparência do produto, ou seja, pelo lançamento de um produto em uso com uma nova aparência que torna a anterior ultrapassada (ASSUMPÇÃO, 2017, p. 21).

Esse processo acabou sendo abraçado por todos os setores de produção, seja ele produto, seja serviço, de forma que ao criar um incrível mercado consumidor, desequilibrou o próprio mercado, pois, saturou a capacidade do ambiente oferecer matéria-prima, e também, ao mesmo tempo, a capacidade do ambiente de absorver os lixos descartados, e também a própria saturação do novo, uma vez que o consumidor, diante de tanta oferta de novidade, já não se surpreende mais.

É um processo tão intenso de se conseguir vender, que se aproxima da agressividade, que na hora da comercialização transforma o consumidor mais excluído da sociedade, por um segundo inclusivo, no perfil de Rei da loja.

E essa industrialização do produto interativa com a personalização do consumidor acaba por gerar saturações, que aqui pegamos como exemplo o mercado midiático, em que de tanta novidade com core (enredos) comuns, com tantas oferta de acessibilidade, por telas, mobiles, cinemas, perdeu-se os encantos que se percebia até o tempo em que havia fila nas locadoras.

Num mundo onde a tecnologia governa a condição do olhar, é preciso considerar que a migração do produto audiovisual das grandes telas para outros espaços produz significativas transformações nas formas imagéticas: sobreposições, misturas, articulações marcadas pela saturação, excesso, instabilidade passam a atribuir características dominantes ao contexto contemporâneo.(GUIMARÃES, , p. )3

O Resultado prático do preceito acima é algo parecido com isso:

A crise na TV aberta vem de longe e está sendo agravada pelo consumo cada vez maior de streaming e internet.

Apesar de ainda ser a maior mídia no país, nos últimos 20 anos ela já perdeu quase metade de seu público (FELTRIN, 2021, p. 1)4

Mas, considere isso numa onda global, em que todos sofrem do mesmo efeito produção e consumo, o impacto é devastador, pois, asfixia as organizações.

O que será de nossos empregos?

A realidade presente revela as empresas sobreviventes contratando, mas o estado de sobrevivência revela-se como efeito de desequilíbrio, pois, o equilíbrio é a vida e não a sobrevida, assim, a demanda por prestadores de serviços é algo muito tímido.

Isto, porque a realidade das contratações mostra apenas uma parcela dos trabalhadores que permanecerem sem um vínculo de emprego, em razão das ondas digitais serem um fator que vai ainda, se somar aos efeitos da desigualdade anterior, que é herança da velha Revolução Industrial, que também não foi sanada, e, por sua vez, já excluíam pelos fatores de idade, sexo e viabilidade econômica especulativa.

A conclusão é que dentro do sistema atual a tendência é de uma míngua cada vez maior da capacidade de equilíbrio de mercados, ou seja, estamos enfrentando um colapso que tornam os mercados cada vez mais escassos.

A transição para um novo mundo

Aqui falamos apenas do aspecto produção e emprego, mas temos ainda o efeito do sujeira que fizemos no ambiente que ainda teremos que limpar, assim, o que podemos concluir é que temos um problema muito grave, sério.

E o momento de transição para um novo mundo chama cada um de nós para que criemos em nós esse espírito sóbrio de gravidade e seriedade para que possamos reconhecer que estamos diante de um problema enorme, tão grande que teremos muito poucas chances de sobrevivermos se tentarmos resolvê-lo apenas com nossas mãos.

Esse é o primeiro passo que precisamos dar para encontrarmos uma solução que nos permita sair da “sinuca de bico” em que entramos: de que não somos capazes de consertar um erro que vem sendo construído a 400 anos, porque muitas partes quebradas, ou destruídas, não podem ser restauradas por nossas mãos, dependendo de forças muito superiores à soma de todos braços dos homens na Terra.

Para isso, é imprescindível mudar a nossa forma de ver as coisas cotidianas, que hoje parecem banais para nós, mas são imprescindíveis para a sustentação da vida, descobrindo a partir daí, que são elas que estão oferecendo suas forças para que se junte a nossa na reconstrução de um novo Mundo.

Se conseguirmos dar esse primeiro passo seremos capazes de reconhecer que o ambiente vivo propõe o equilíbrio da vida, não tendo o homem dominador do Mundo, mas sim como um simples protagonista na mesma igualdade com as demais espécies, gerando a inspiração para se dar o segundo passo.

Conclusão

Diante das grandes ruínas causada pelo tsunami digital, todos nós estamos tendo a chance de reconstruir nossa vida com decência, para isso, é preciso encararmos o tamanho do nosso erros passados e como homens renovados, gerar a contrição em nós, para se reconstruir a vida de uma forma reparadora.

Não é um fim, é um começo, seja bem-vindo, para unirmos forças para os próximos passos.

Fazer o que nunca fizemos

Sobre esse assunto há mais temas em https://formaresaber.com.br

1ASSUMPÇÃO, Lia. Obsolescência programada, práticas de consumo e design: uma sondagem sobre bens de consumo. Dissertação de mestrado no Programa de Mestrado de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, 2017. Disponível em https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-11012018-123754/publico/LiaAssumpcao_REV.pdf. Acesso em 08 mai. 2021.

2ZANATTA, Marina. A obsolescência programada sob a ótica do Direito Ambiental Brasileiro. In Artigos PUCRS, 2013. Disponível em https://www.pucrs.br/direito/wp-content/uploads/sites/11/2018/09/marina_zanatta.pdf. Acesso em 08 mai. 2021

3GUIMARÃES, Cláudia. O cinema e os cinemas: diálogos entre estética e tecnologia. In Revista Lumina, Vol 3. nº 2, Dezembro de 2009. Disponível em https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_comunicacao_inovacao/article/download/676/522/2275. Acesso em 08 mai. 2021.

4FELTRIN, Ricardo. Após 1 ano de pandemia, ibope de toda a TV aberta desaba. In Splash UOL 05/04/2021. Disponível em https://www.uol.com.br/splash/noticias/ooops/2021/04/05/apos-1-ano-de-pandemia-ibope-de-toda-a-tv-aberta-desaba.htm. Acesso em 08 mai. 2021.