Arquivo de tag #Cidadania

A Democracia sacaneada pelos Triunviratos

Vivemos no Brasil certos movimentos embandeirados com os rótulos de esquerda e de direita, recitados por discípulos de políticos que se dizem evangélicos, para nós, evangélicos do fisiologismo, cujo bem estar é o de se dar bem sobre o erário.

Ilustração: Tilixia-Summer

Porque, nem o pastor, nem o padre têm vocações legislativas, ou artística, mas sim, sacerdotais, como Aarão e os Levitas, assim, quando vemos determinada figura midiática usando o prefixo pastor santinho, ou, de padre estelar, logo vemos, ou ele se perdeu no caminho do templo, ou está desprezando a própria Palavra que deveria zelar, valendo-se do prestígio sacerdotal para manipular pessoas, quando na verdade, deveria estar no ofício que foi chamado que é o de zelar pela Palavra:

Ouve a voz do Senhor teu Deus,
e observa todos os seus mandamentos e preceitos,
que estão escritos nesta lei.
Converte-te para o Senhor teu Deus
com todo o teu coração e com toda a tua alma.
11 Na verdade, este mandamento que hoje te dou
não é difícil demais,
nem está fora do teu alcance.
Não está no céu,
para que possas dizer:
‘Quem subirá ao céu por nós para apanhá-lo?
Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir?’
13Nem está do outro lado do mar,
para que possas alegar:
‘Quem atravessará o mar por nós para apanhá-lo?
Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir?’
14Ao contrário,
esta palavra está bem ao teu alcance,
está em tua boca e em teu coração,
para que a possas cumprir
(Deuteronômio, 30, 10-14 – 15º Domingo do Tempo Comum – 13 jul. 2025).

Não queremos dizer assim, que eles não podem fazer outra coisa, mas sim que, se desejam ser um agente político, ou uma estrela midiática, que renunciem a sua condição sacerdotal, para assim desenvolver bem a sua atividade, com a própria cara de cidadão comum, sem misturar as coisas como vemos nos dias de hoje, porque pensamos que a manipulação de pessoas valendo-se do manto sagrado, para nós, é um sacrilégio, uma ofensa aos símbolos religiosos.

Se tirarmos uma foto do Congresso Nacional hoje, não vemos uma Democracia, em que se aplica os freios e contra-pesos, mas um triunvirato, embandeirado em nome da ordem, disputando cada um sua posição política pessoal (fisiologismo) e não coletiva, e, cobrando altos preços do Estado, com regalias e vencimentos.

O negócio de “se dar bem como agente político” é tão lucrativo (para alguns e, em detrimento dos cidadãos), que já trabalham arduamente para aumentar o triunvirato das direitas, centrão e esquerdistas, com o número de deputados para 2027.

É uma ofensa à Democracia o uso apócrifo no Estado Democrático de Direito, dos termos Esquerda, Centro, e Direita, pois de forma escandalosa, sem qualquer constrangimento diante dos cidadãos, dizem vou defender o meu na esquerda, ou, defender o meu na direita, ou defender o meu no centro, e você, cidadão, fica ai torcendo para a minha vitória e para me manter no poder sem se esquecer de que a conta quem paga e você.

Para entendermos quanto o cidadão está sendo feito de bobo nesse cenários pelos triunviratos apócrifos, precisamos absorver o sentido do termo direita, que significa um governo pelo capitalismo duro (hard), cujo exemplo moderno, damos pelo nosso testemunhos no Estado de São Paulo, em que a Secretaria da Educação, vem aplicando na gestão escolar um sistema auto-centralizador disfarçado de avaliação 360, que esfacela a saúde mental dos professores.

Nesse sistema o diretor da escola pode demitir concursados como “ad nutum” (no sentido de a bel prazer), por ato pessoal (art. 25 e 26 da Resolução SEDUC nº 77/2024), ou ainda, se o professor teve um ataque cardíaco e foi obrigado, obrigatoriamente obrigado, a se internar para tratamento de saúde, é demitido, perdendo suas aulas, isso é o que se chama de governo de Direita, cujo princípio é o de não querer intervir no Estado, exceto para os fundos partidários que tem que bancar suas campanhas escandalosas.

E não para por ai, já tem como propósito acabar com os cargos (desempregar) os professores da rede pública estadual com a privatização da educação, baseado nos princípios do capitalismo da não intervenção estatal, exceto os fundos partidários, isto é o que se chama governo dos direitista.

No governo do centro, pode ser comparado coma ferrugem, que se agarra ao néctar do erário público, e escorre para o lado que mais pode sustentar os interesses pessoais (fisiologismo) do agente político, indo ora para a esquerda, ora para a direita, ou para o que pagar mais.

No governo de esquerda herdado dos princípios do comunismo e socialismo, não existe no Brasil, porque é inconstitucional, o que vemos é um governo assistencialista, que em nome dos mais necessitados, quer aplicar os princípios do capitalismo para quem não precisa tanto, por exemplo, comprando o interesse dos alunos do ensino médio, esquecendo o seu desprezo pelos milhares de livros didáticos custeado pelo erário público e jogados no lixo.

Portanto cidadãos, não estamos vivendo a Democracia, mas num Estado Democrático de Direito em que os Poderes públicos não sentem o mínimo constrangimento, e desenfreadamente se colocam como o 1º Triunvirato nos Poderes Constitucionais, e o 2º Triunvirato no Poder Legislativo Nacional, formado pelos tais direitistas, centrão e esquerdistas, diante de tamanho escândalo, nos resta parafrasear os poderosos, e dizer: para os cidadãos às favas os “freios e contra-pesos” que sustentam a República democrática.

Por outro lado, se voltássemos nosso olhar para o que realmente somos como Estado de Democrático de Direito, o que viríamos é o sonho da República da igualdade, da fraternidade, da dignidade humana, em que os Poderes legítimos, sem impostores, governada não por esquerda ou direita, e sem a ferrugem central, mas pelos princípios de uma Constituição Social.

Aquela sonha onde se respeita a propriedade privada, ao mesmo tempo, que garante a cidadania e dignidade humana, dentro de uma responsabilidade politica e fiscal na probidade do erário público, se escandalizando pelo evangelho do “se dar bem” pessoalmente sob o manto politiqueiro.

Conclusão:

O que vemos hoje nas discussões de governança pública é o puro ego pessoal do agente político, nos obrigando a suportar o peso da mediocridade miserável que aumenta nosso fardo para sustentá-los, diante dos assombrosos assaltos ao erário público, como por exemplo:

Testemunhamos as improbidades administrativas dos agentes políticos que em nome do socorro ao povo, socorrem a si mesmos com as monstruosas emendas parlamentares, e assim, não há quem socorra a cidadania e a dignidade de quem os elegeram, porque a exemplo dos sacerdotes e levitas corrompidos, que negaram o auxílio ao samaritano, não existe para eles “o meu próximo”.

Mas nós sabemos que isso não será para sempre, porque continuamos mergulhados nos sonhos de nossa Constituição Social, e repetimos a pergunta a nós feita pelo Senhor em nosso íntimo:

Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem
que caiu nas mãos dos assaltantes?”
37Ele respondeu:
“Aquele que usou de misericórdia para com ele”.
Então Jesus lhe disse:
“Vai e faze a mesma coisa
” (Lucas 10,36-37 – 15º Domingo do Tempo Comum – 13 jul. 2025).

E, assim, levantando nossos olhos para cima, saberemos que isso tudo, durará só um momento:

R. Humildes, buscai a Deus e alegrai-vos:
o vosso coração reviverá!

33Humildes, vede isto e alegrai-vos:
o vosso coração reviverá, *
se procurardes o Senhor continuamente!
34Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, *
e não despreza o clamor de seus cativos. R.

36aSim, Deus virá e salvará Jerusalém, *
b reconstruindo as cidades de Judá.
37A descendência de seus servos há de herdá-las, †
e os que amam o santo nome do Senhor *
dentro delas fixarão sua morada! R.
(Salmo 65 [66] – 15º Domingo do Tempo Comum – 13 jul. 2025).

Todos eles e nós, dizemos acreditar na paz, mas onde praticamos a misericórdia em nossos atos que nos faz afastar dos nossos eus, e interesses pessoais, para reconhecer um sonho de bem comum? Ao invés disso, preferimos atribuir a culpa para a esquerda, ou para a direita, ou dos ferruginosos, para com isso, esquivarmos de nós mesmos como cantaram os Titãs, todos dizem acreditar na paz, mas ninguém faz nada por ela, todos dizer querer a guerra, mas ninguém luta por você.

A morte do que vivia em nós

Nestes tempos de inteligência artificial, de tecnologias 5.0, vivemos diante de dois fenômenos modernos terríveis, a distração total e a perda da memória, que ao invés de nos dar qualidade de vida, distraídos e sem memórias, como armas camufladas em entretenimentos, sorrateiramente mata a essência da vida que existe em cada um de nós.

Estamos sendo atacados sem resistência, pela poluição digital, que produz o chorume da longa exposição ao modo introspectivo a nos levar aos mesmos comportamentos imaginários massivos dos “loucos que constroem castelos no ar”.

Olhe ao teu redor, e veja se há qualidade de vida social produzida pelas tecnologias comparando as diferentes épocas, principalmente, a cultura que preserva a memória, e o espírito de comunidade que garante a nossa saúde pelo reconhecimento do real ante ao imaginário, diante da distração que nos isola.

Se olharmos para o continente europeu, podemos perceber que a primeira memória perdida lá, foi a mesma primeira cultura em nós implantada por eles, a espiritualidade do cristianismo. Vemos a morte da essência que dava vida a um continente, porque lá, tudo passou a ser apenas aparência, e a espiritualidade foi trocada pelo fisiologismo, tornando a construção da vida em sociedade pelo:

modo de proceder e prática de alguns políticos e de certos servidores do Estado que buscam benefícios pessoais em detrimento do interesses públicos (MICHAELIS).

A primeira distração que isso nos causa é a de que a busca frenética pela riqueza, custe o que custar, sendo sustentada pelos políticos que não lutam pelo povo, mas, por seus próprios interesses pessoais, que acaba por matar em nós a essência da edificação comum, e logo pensamos mais ou menos assim: se eles que deveriam ser exemplo agem assim, pelos próprios interesses pessoais, por que não posso ser igual? E ai, um chora da qui e outro chora dali, e o show não para nos Jardins da Babilônia de Rita Lee.

Essa distração mata uma boa parte da essência da vida que há em nós, porque mudamos o nosso olhar para vencer algo que somos derrotados todos os dias, mas ainda assim, todo dia levantamos e lutamos como se estivéssemos enxugando gelo, e vamos perdendo a nossa fé de que alguém possa fazer algo por nós.

Diante desse grande dilema o tema deste artigo hoje, propõe uma restauração da essência da vida que há em nós, sufocada pelos efeitos do fisiologismo e da perda da memória, ou, cultura líquida, causada pela poluição digital das tecnos.

Para isso, devemos fazer uma forte reflexão em nós mesmos para entendermos, afinal, o que devemos acreditar diante dessa crosta vulcânica das aparências irreais produzidas pelas insanas ações cotidianas da busca do ouro, que cada um quer acumular a cada dia defendendo o seu interesse pessoal e desprezando o coletivo?

E essa reflexão começa por um dos primeiros grande mantras recitados infinitamente dentro das grande corporações que é: um colaborador eficaz trabalha em equipe, e não isolado. Assim, também nós devemos pensar que sozinhos socialmente, não somos capazes, precisamos um do outro para melhorar a nossa qualidade de vida onde vivemos.

O segundo passo dessa reflexão e selecionar a fonte das informações que acolhemos, se está contaminada pelo fisiologismo (interesses escusos), ou despedida do impulso humano, constituindo um fundamento que harmoniza o ambiente pelo interesse comum, que chamamos de verdade. E se acreditamos verdadeiramente na verdade reconhecemos que a única fonte é Cristo, porque a verdade humana por sua fisiologia, é maldita: “assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem e que busca apoio na carne, e cujo coração se afasta do Senhor“(Jeremias, 17,5).

O terceiro passo é se superamos isso, e acreditamos que há um Cristo, que é a própria Palavra da Verdade, já superamos o desalento da decepção daqueles que não lutam por nós, e já somos capazes de o escutar:

16 Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: *
vou contar-vos todo bem que ele me fez!
20 Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, †
não rejeitou minha oração e meu clamor, *
nem afastou longe de mim o seu amor!
(Salmo 65 [66] – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025)

Ao acolhermos em nós a verdade somos capazes de superar a miséria humana porque nos é dada a promessa de vida pela Verdade que é a própria Palavra:

10 Alegrai-vos com Jerusalém e exultai com ela todos vós, que a amais; tomai parte em seu júbilo, todos vós, que choráveis por ela, 11 para poderdes sugar e saciar-vos ao seio de sua consolação, e aleitar-vos e deliciar-vos aos úberes de sua glória. 12 Isto diz o Senhor: “Eis que farei correr para ela a paz como um rio e a glória das nações como torrente transbordante. Sereis amamentados, carregados ao colo e acariciados sobre os joelhos. 13 Como uma mãe que acaricia o filho, assim eu vos consolarei; e sereis consolados em Jerusalém. 14c Tudo isso haveis de ver e o vosso coração exultará, e o vosso vigor se renovará como a relva do campo. A mão do Senhor se manifestará em favor de seus servos”. (Isaías, 66,10-14c – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025).

Conclusão:

De forma dissimulada, camuflada, sofremos a cada dia sutilmente, como um câncer invisível, os ataques sutis, na figura do entretenimento midiático que nos mantém entretidos no mundo imaginário, ou, virtual, com isso, apagando a nossa memória, e perdemos a capacidade de formar juízo.

Perdemos nosso senso crítico, que nos levas a nos alimentarmos das inteligências banais perniciosas do fisiologismo, sustentadas pelas inteligências artificiais, neste momento, nos vemos dentro do horror do mundo que para a imaginação nossa é futurista.

Somos convidados a voltarmos à realidade presente e a memória da Nova Aliança, ressuscitando a cada dia o sangue do Senhor que foi derramado por nós (Lucas 22,20-21), por isso acolhamos em nossos corações a Verdade que nos chama :

16 Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: *
vou contar-vos todo bem que ele me fez!
20 Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, †
não rejeitou minha oração e meu clamor, *
nem afastou longe de mim o seu amor!
(Salmo 65 [66] – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025).

Assim restabelecemos nossa essência da vida que habita em nós, e no alento dado pela Alegria do Senhor que se tornou nossa força como novas criaturas:

14 Quanto a mim, que eu me glorie somente da cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo. 15 Pois nem a circuncisão nem a incircuncisão têm valor; o que conta é a criação nova. 16 E para todos os que seguirem esta norma, como para o Israel de Deus, paz e misericórdia. 17 Doravante, que ninguém me moleste, pois eu trago em meu corpo as marcas de Jesus. 18 Irmãos, a graça do Senhor nosso, Jesus Cristo, esteja convosco. Amém! (Gálatas 6,14-18 – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025).

Ao contrário, se continuamos mergulhados nas misérias da mediocridade humana, não conseguiremos perceber que suspenderam os jardins da Babilônia, permanecemos a alimentar os desvaneios no caloroso espetáculo do fogo que queima nossas almas, embora não sendo uma atração de circo, vendo o palhaço que ri daqui e outro que chora da li como cantou Rita Lee em Jardins da Babilônia.

Referências:

MICHAELIS. In: Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, Online, Verbete: fisiologismo – Ed. Melhoramentos. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/palavra/AD94/fisiologismo/. Acesso em: 02 jul. 2025.

O escândalo me toma

Vivemos momentos turbulentos, o ódio, o desejo de morte, a declaração aberta para se cometer homicídios, a indiferença dos poderosos, tudo é destruição do bem, em nome do favorecimento pessoal de cada um, o fisiologismo. Parece-nos que o mundo foi sequestrado pelo homem, porque mesmo sendo verme insignificante, se sente deus, capaz de decidir sobre a vida e a morte de cada criatura, a paz e a guerra.

Por que vou temer os dias maus,
quando os maus me cercam e espreitam,
7eles que confiam na sua fortuna
e se gloriam da sua riqueza imensa?
😯 homem não pode comprar seu próprio resgate,
nem pagar a Deus o preço de si mesmo.
9É tão caro o resgate da vida,
que nunca bastará
(Salmo 48 [49], 6-9).

Mas se enganam, porque a força que recobre o mundo não é a força bruta, mas a força fraca, que são chamados de pobres e humildes, como diz a Palavra do Senhor que adverte os seus quando diz que é loucura para os homens 18Pois a linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem (I Coríntios, 1,18), diante da insanidade daqueles que pensam que podem rejeitar Deus e manter-se vivo por si mesmo sustentando pelo seu poder miserável e medíocre .

14Esse é o caminho dos que confiam em si,
o destino dos homens satisfeitos.
15São como rebanho destinado ao túmulo:
a morte é o seu pastor,
vão direto para a sepultura;
sua figura se desvanece,
e o túmulo é a sua moradia
(Salmo 48 [49], 14-15).

Não, o papel destes homens agora é destruir os corações, e dilacerar a alma que há em cada um de nós, para que se pareça inacreditável que Deus possa fazer algo por cada um de nós neste momento, e nos revoltemos com a injustiça velada:

10Muitos ficarão escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros. 11Vão surgir muitos falsos profetas, que enganarão muita gente. 12A maldade se espalhará tanto, que o amor de muitos se resfriará. 13Mas quem perseverar até o fim, será salvo. 14E esta Boa Notícia sobre o Reino será anunciada pelo mundo inteiro, como um testemunho para todas as nações. Então chegará o fim.”(Mateus 24,10-14)

Assim, a arrogância, a determinação em destruir, o ódio daqueles que sentem o poder controlador do mundo, se revela como meio de fazer com que todos nós percamos esperança em Deus, porque sobre a rejeição ao Cristo para esse momento fomos alertados fomos alertados pelo próprio Cristo:

“O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”. 23Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. 24Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará” (Lucas 19,22-24 – 12º Domingo do Tempo Comum – 22 jun. 2025).

Por isso, devemos desprezar o fisiologismo das nações, que tentam dividir os despojos dos mortos, para vermos tão somente que somos uma única nação, a nação de Cristo, selados pela Aliança que Deus fez com Abrahão, eternizada pelo Sacrifício Perpétuo de vosso Filho Jesus.

26Vós todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo. 27Vós todos que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo. 28O que vale não é mais ser judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um só, em Jesus Cristo. 29Sendo de Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa (Gl 3,26-29 – 12º Domingo do Tempo Comum – 22 jun. 2025).

E esta é a promessa que Deus nos fez quando testemunhamos tamanhã maldade e injustiça do mundo:

7E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar?

8Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” (Lucas, 18-7-8).

Conclusão:

Não fecheis o vosso coração, não se escandalize, não se revolte, mas conservai-se na paz que o Senhor lhe garante : 14Espere no Senhor, seja firme!
Fortaleça seu coração e confie no Senhor!
(Salmo 27,14),

Não perca a tua essência, a tua alegria do viver, não deixe a mediocridade humana tomar conta do teu coração, mantenha a fé, como cantou Bom Jovi keep the faith:

A justiça que há em mim

O presente artigo traz como tema para debate a equidade como justiça perfeita, diante da iniquidade causada pelas imperfeições humanas, visto que embora o homem não sendo perfeito, todos querem serem justos, contudo pouco seguem a equidade, e já miram em escala massiva, a exemplo do exegetismo empírico de Napoleão, a aplicação pela inteligencia artificial, da justiça pela igualdade.

A maioria das pessoas buscam a justiça pela igualdade das pessoas, esquecendo-se da equidade, e medem suas ações, partindo da ideia de que todos são iguais, ao passo que a equidade nos revela a nossas imperfeições, que impede que alcancemos a justiça real.

O igualitarismo da ideologia capitalista é uma de suas forças, que não se deve descartar levianamente. Desde a mais tenra infância, as pessoas aprendem por todos os meios concebíveis que todos têm oportunidades iguais e que as desigualdades com que se deparam não são o resultado de instituições injustas, mas de seus dotes naturais superiores ou inferiores (BARAN; SWEEZY apud MÉSZÁROS, apud AZEVEDO, 2013, p. 129).

Sem dúvida é importante que, na ordem de mercado […], os indivíduos acreditem que seu bem-estar depende, em essência, de seus próprios esforços e decisões […]. Por isso tal crença é freqüentemente encoraja-da pela educação e pela opinião dominante (HAYEK, apud AZEVEDO, 2013, p. 129).

Mas se a justiça não se alcança pelo Princípio da Igualdade, que prega que todos são iguais perante a lei, já na contradição da própria sociedade que cobra o respeito às diferenças da personalidade humana, fazendo com isso, que já nos deperemos com certa desarmonia (iniquidade) na justiça humana, levando-nos a perguntar: será que é esta justiça que queremos de verdade?

A sensação de injustiça pela aplicação estatal da igualdade, nos é evidenciada diante da experiência de muitas pessoas ao saírem dos tribunais lamentando que: aqui, é a (in)justiça dos homens, mas ela espera a justiça de divina.

Se devemos olhar para a equidade ao invés da igualdade, precisamos também mudar nosso olhar para a forma com que praticamos a justiça, pois quando falamos de igualdade, logo temos em mente que trata-se de um preceito que deve ser aplicado a todos.

Mas se olharmos para a equidade como modelo de justiça, ao nos encontrarmos dentro de um ambiente coletivo, o primeiro Princípio é o da Cidadania, ou seja, que tenho por certo, que não é preciso que o Estado me obrigue a respeitar o tratamento igualitário, pois, eu mesmo tenho por mim, o meu dever de zelar pela Justiça e bem comum.

A equidade não compreende um valor jurídico, mas sobretudo o alcance da justiça perfeita que se confunde com a Arte, por exemplo: se eu sou músico, e quero criar uma canção, ela tem por base os princípios da harmonia, cadência, que por sua vez, seguem a escala cromática das notas músicais.

Se decido compor uma música na escala de Dó (C), no entanto, nego a existência do Sol (G) na harmonia, e dizendo ser minha arte, por isso, farei do meu jeito, substituindo o Sol pelo Si Maior (B), na cadência, o som vai soar estranho, meio desafinado, pois, é um som de iniquidade, isto é de imperfeição na arte.

Ou ainda se quero reunir os números inteiros ímpares, de 0 a 7, (1, 3, 5 e 7) mas, por estabelecer o meu jeito, e querer nesse meio incluir o que considero mais belo, e,resolvo colocar o 2, eu nego a mim mesmo, pois quebro os princípios da harmonia natural das coisas, não há equilíbrio, há desarmonia, ou, iniquidade.

A equidade, portanto e compromisso que guardamos no nosso íntimo da realização da justiça, sem que sejamos forçados a cumprí-la, mas pelo desejo de produzir a todo o instante a arte da criação, tendo por base a Sabedoria que criou todas as coisa numa canção de um só verso, que quer dizer, o Universo:

Assim fala a sabedoria de Deus: 22“O Senhor me possuiu como primícias de seus caminhos, antes de suas obras mais antigas; 23desde a eternidade fui constituída, desde o princípio, antes das origens da terra. 24Fui gerada quando não existiam os abismos, quando não havia os mananciais das águas, 25antes que fossem estabelecidas as montanhas, antes das colinas fui gerada. 26Ele ainda não havia feito as terras e os campos, nem os primeiros vestígios de terra do mundo. 27Quando preparava os céus, ali estava eu, quando traçava a abóbada sobre o abismo, 28quando firmava as nuvens lá no alto e reprimia as fontes do abismo, 29quando fixava ao mar os seus limites – de modo que as águas não ultrapassassem suas bordas – e lançava os fundamentos da terra, 30eu estava ao seu lado como mestre-de-obras; eu era seu encanto, dia após dia, brincando, todo o tempo, em sua presença, 31brincando na superfície da terra, e alegrando-me em estar com os filhos dos homens” (Provérbios, 8, 22-30 – Festa da Santíssima Trindade – 15 jun. 2025).

Quando alcançamos a harmonia do bem comum, nos encantamos com as obras da criação e cantamos nosso louvor à Criação:

Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!

– Contemplando estes céus que plasmastes e formastes com dedos de artista; vendo a lua e estrelas brilhantes, perguntamos:” Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?”

– Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor; vós lhe destes poderes sobre tudo, vossas obras aos pés lhe pusestes:

– As ovelhas, os bois, os rebanhos, todo o gado e as feras da mata; passarinhos e peixes dos mares, todo ser que se move nas águas (Salmo 8, 4-5.6-7.8-9 – Festa da Santíssima Trindade – 15 jun. 2025).

Conclusão:

Se desenvolvemos em nosso íntimo o desejo da Justiça, nos tornamos amigos da equidade, e todo o nosso ser, já não mais sente outro prazer a não ser, realizar, sem que nos seja imposto por lei, a Justiça perfeita, que por efeito, nos coroa com a justificação, isto é, embora imperfeitos, a harmonia das nossas obras, apagam os desafinos da nossa arte, pelo acabamento Divino:

1Justificados pela fé, estamos em paz com Deus, pela mediação do Senhor nosso, Jesus Cristo. 2Por ele tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus. 3E não só isso, pois nos gloriamos também de nossas tribulações, sabendo que a tribulação gera a constância, 4a constância leva a uma virtude provada, a virtude provada desabrocha em esperança; 5e a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Romanos 5,1-5 – Festa da Santíssima Trindade – 15 jun. 2025 ).

Já não precisamos mais de leis incompletas, pois, em nós toda a lei já é cumprida naturalmente, inspirada em nossos íntimos pela Sabedoria plena, como um pão que nos alimenta do céu, pelos canais de um rio, que nos deixa até constrangidos a questionar: Senhor, que é o homem, para assim dele vos lembrardes e tratardes com tanto carinho?, ao ponto de se encarnar e habitar no meio de nós com a própria Sabedoria encarnada:

12“Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. 13Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. 14Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. 15Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu (Jo, 16,12-15 – Festa da Santíssima Trindade – 15 jun. 2025)

Neste louvor da criação lembramos a perfeição das obras da criação na Arte Ozark Moutain Daredevils you made it right:

Referências:

AZEVEDO, Mário Luiz Neves de. Igualdade e equidade: qual a medida da justiça social? In Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 18, n.1, p.129-150, mar. 2013. Disponível em https://www.scielo.br/j/aval/a/PsC3yc8bKMBBxzWL8XjSXYP/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 11 jun. 2025.

A Paz na cidade

Vivemos dias em que políticas públicas de segurança urbana, se transformaram em moeda de voto eleitoreiro, cujos governantes, ao invés de buscarem a paz social, banalizam o direito à vida, estimulando tiroteios em episódios diários de faroeste urbano, querendo com isso se tornarem os heróis do populismo, mesmo sem trazer a Paz na cidade, isto é, sem alterarem a realidade violenta das cidades.

Diante dessa dura realidade, nos voltamos às Palavras precedentes da apresentação do novo Papa Leão XIV, para que agora, suscite em cada um de nós, a Paz e a Segurança provinda de um Coração que é manso e humilde: “A paz esteja contigo!” Receba-a e você se conservará na Paz que o mundo não te dá: “27Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração” (João, 14,27 – 6º Domingo da Páscoa – 25 mai. 2025).

Se guardarmos em nós a Paz que vem de Deus, já não precisaremos mais das políticas demagógicas de segurança pública, que só incentivam a violência urbana com perseguições, morte por balas perdidas em tiroteios públicos, ações de ódio e discriminação, porque a partir de nós, poderemos semear a Paz:

Diferentemente do que costumamos associar, a paz não está presente apenas na relação entre os Estados Nacionais. Pelo contrário – a paz começa nas cidades, em suas esquinas, na residência de seus habitantes. Decorre daí o primado do “direito à segurança”, que representa o direito fundamental de cada indivíduo viver livre de ameaças, violência e perigo, independentemente da origem, raça/cor, orientação sexual ou idade. Esta premissa abrange a segurança física, emocional, social e econômica e, ao mesmo tempo, a vida em comunidade, com as pessoas usufruindo do direito à cidade (MORAES, 2024, p. 1).

Somos chamados à edificação da paz desde os primeiros tempos, quando Aristóteles já nos dizia que a família é a célula da sociedade, e se a família vai bem, o Estado vai bem, e, hoje, complementada pelas palavras do Papa Leão XIV, na audiência com os chefes de Estado, quando falou-lhes da importância da família constituída entre o homem e a mulher, tendo por valor fundamentar na sua condição de anciã, porque é a mais antiga e primeira forma das relações sociais, se completando ainda pelas palavras do Papa João Paulo II quando nos escreveu dizendo:

Dentre essas numerosas estradas, a primeira e a mais importante é a família: uma via comum, mesmo se permanece particular, única e irrepetível, como irrepetível é cada homem; uma via da qual o ser humano não pode separar-se. Com efeito, normalmente ele vem ao mundo no seio de uma família, podendo-se dizer que a ela deve o próprio facto de existir como homem. Quando falta a família logo à chegada da pessoa ao mundo, acaba por criar-se uma inquietante e dolorosa carência que pesará depois sobre toda a vida (PAPA JOÃO PAULO II, 1994).

É nesta paz que no munda não nos dá, mas, provém do Coração que é manso e humildade, a que hoje somos chamados a permanecer como família, capazes de construir um alicerce forte como pedra, a sustentar nossas casas, e com outras famílias fortes, vilas, cidades, estados e nações: “23Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. 24Quem não me ama, não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. 25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito.” (João, 14,23-25- 6º Domingo da Páscoa – 25 mai. 2025).

Se permanecemos edificamos um alicerce firmes, construímos além das estruturas das cidades, também os muros de Sião, também simbolizada pela Mulher, ao qual nos foi feita a promessa de nos tornarmos cidadãos, desde os tempos mais antigos que agora nos é mostrada no futuro:

10Um anjo me levou em espírito a uma montanha grande e alta. Mostrou-me a cidade santa, Jerusalém, descendo do céu, de junto de Deus, 11brilhando com a glória de Deus. Seu brilho era como o de uma pedra preciosíssima, como o brilho de jaspe cristalino. 12Estava cercada por uma muralha maciça e alta, com doze portas. Sobre as portas estavam doze anjos, e nas portas estavam escritos os nomes das doze tribos de Israel. 13Havia três portas do lado do oriente, três portas do lado norte, três portas do lado sul e três portas do lado do ocidente.14A muralha da cidade tinha doze alicerces, e sobre eles estavam escritos os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro. 22Não vi templo na cidade, pois o seu Templo é o próprio Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro. 23A cidade não precisa de sol nem de lua que a iluminem, pois a glória de Deus é a sua luz, e a sua lâmpada é o Cordeiro (Apocalipse, 21,10-14.22-23- 6º Domingo da Páscoa – 25 mai. 2025).

Conclsuão:

Assim, poderíamos perguntar o que você faz pela paz? E a resposta seria: se guardamos a paz, lembramos que somos alguém na cidade que estrutura a sua paz, porque ama ao Senhor e guarda a sua Palavra: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada” (João, 14,23 – 6º Domingo da Páscoa – 25 mai. 2025).

Do contrário, se não guardamos as palavras assim como os governantes populista, falamos de paz que o mundo não têm, pois, ela só está em nossa boca sem estar na nossa prática diária, assim, falamos da paz, não não fazendo nada pela paz, como cantou os Titãs em Pela Paz, você espera sempre mais, você não se conforma, mas, você acredita ou não, e então, o que você faz pela paz?

Referências:

MORAES, Paulo. A paz começa nas cidades. in Opinião – Folha de Pernambuco, 13/11/24. Disponível em https://www.folhape.com.br/noticias/opiniao/a-paz-comeca-nas-cidades/372202/ . Acesso em 21 mai. 2025.

PAPA JOÃO PAULO II, Gratissiman Sane. In Carta às famílias, 1994 – Ano da Família. Disponível em :https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/letters/1994/documents/hf_jp-ii_let_02021994_families.html. Acesso em 21 mai. 2025.

Projeto de vida

No próximo domingo 18 de maio de 2025, somos convidados a olhar para o nosso Projeto de Vida, com perguntas como: eu trabalho para que? O que quero fazer da minha Vida? Aonde eu quero chegar um dia? O que espero do futuro?

O projeto de vida é fundamental para que nós tenhamos solidez nos propósitos da nossa realização pessoal e profissional, pois, do contrário, tudo o que construirmos será volátil e casual, e não encontraremos o sentido da nossa vida, como cantou o U2 em Still haven’t found what I’m looking for (Eu ainda não encontrei o que estou procurando).

A primeira coisa que devemos ter em mente quando pensarmos sobre o nosso projeto de vida, é que ele deve ser de longo prazo, isto é, acompanhar toda a nossa vida. E, a segunda coisa, é que nós não conseguimos realizá-lo sozinho, isto é, por nós mesmos, precisamos de parcerias.

O primeiro parceiro que devemos eleger é a Sabedoria, pois é ela quem poderá nos dar toda a estrutura que construirá o nosso projeto, aí já não estamos mais sozinhos, somos: Eu e a Sabedoria. Mas, como nós não dominamos a Sabedoria, ao contrário, é ela quem nos domina, a condição básica para que o nosso Projeto de Vida de certo, é que devemos aceitar a proposta que ela nos faz da sua amizade conosco, e, para isso, ela exige de nós que façamos um acordo, que no termo mais correto é: uma aliança de amizade.

Essa amizade é como um casamento, porque a aliança com a Sabedoria terá por alimento o próprio amor, e como o nosso projeto de vida é de longo prazo, esta aliança não deve ser quebrada porque correremos o risco de ruir todo o sentido da nossa vida ao mergulharmos na escuridão, porque a Sabedoria não aceita divórcio consensual.

Vivendo esta amizade, já é possível executar as primeiras ações de nosso projeto de vida, tendo em mente que o trabalho não é fácil, e que para isso, a nossa amizade será desafiada ao máximo expondo-se ao risco de quebrar a aliança, por isso a Sabedoria vem nos exortar a permanecemos firmes:

Naqueles dias, Paulo e Barnabé 21bvoltaram para as cidades de Listra, Icônio e Antioquia. 22Encorajando os discípulos, eles os exortavam a permanecerem firmes na fé, dizendo-lhes: “É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus” (Atos 14, 21b-22 – 5º Domingo da Páscoa – 18 mai. 2025).

A dor ou sofrimento não é um preço que temos de pagar, mas sim, o esforço normal de qualquer trabalho ao qual nos determinamos a realizar como condição de vida, e, se o fazemos na amizade com a Sabedoria, o resultado deste trabalho não representará apenas a nossa realização pessoal, mas revelará ao Universo, a Arte da Sabedoria em nós:

– Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder!

R: Bendirei o vosso nome, ó meu Deus, meu Senhor e meu Rei para sempre.

– Para espalhar vossos prodígios entre os homens e o fulgor de vosso reino esplendoroso. O vosso reino é um reino para sempre, vosso poder, de geração em geração. (Salmo 144 [145] – 5º Domingo da Páscoa – 18 mai. 2025).

E sentindo em nós a grande alegria de vermos o nosso (e não meu) projeto se realizando, criamos a certeza de que valeu apena todo o nosso esforço, e que a nossa força poderá fazer muito mais, porque juntos, já não existe limite em nós, ao ver que o nosso projeto de vida, se tornou parte da construção da Cidade santa, que é eterna:

Eu, João, 1vi um novo céu e uma nova terra. Pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. 2Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, vestida qual esposa enfeitada para o seu marido. 3Então, ouvi uma voz forte que saía do trono e dizia: “Esta é a morada de Deus entre os homens. Deus vai morar no meio deles. Eles serão o seu povo, e o próprio Deus estará com eles. 4Deus enxugará toda lágrima dos seus olhos. A morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem choro, nem dor, porque passou o que havia antes”. 5Aquele que está sentado no trono disse: “Eis que faço novas todas as coisas”. Depois, ele me disse: “Escreve, porque estas palavras são dignas de fé e verdadeiras” (Apocalipse 21, 1-5a – 5º Domingo da Páscoa – 18 mai. 2025).

Conclusão:

Diz o sábio que quando desistimos de um projeto, não traímos a nós, mas traímos a todos, por isso, o nosso projeto de vida deve ser bem delineado compondo-se em nós, uma aliança indelével, isto é, inquebrável, pois é a nossa própria razão de viver. E, se estamos na amizade com a Sabedoria, somos como a árvore bem regada a produzir frutos e espaços para que os passarinhos façam seus ninhos.

Nesta amizade a Sabedoria te revelará que a dor e sofrimento não é um custo necessário para o sucesso, mas sim, o próprio alimento que te tornará forte como o concreto que edifica as colunas angulares da tua casa: “faça do teu trabalho o teu divertimento” (Felix Guisard), por isso, alegre-se e aguente firme, porque “Deus não pode inspirar desejos irrealizáveis” (Santa Terezinha), renove tuas forças e, não quebre esta aliança, como cantou R.E.M em everbody hurts.

O braço de Deus que resgata na calamidade

Como os irmãos de Emaús, ao caminharmos ao lado do Sagrado Coração de Jesus, sentimos o nosso coração arder, mas não o reconhecemos: “não estava ardendo o nosso coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as escrituras” (Lc 24,32 – Liturgia do 3º Dom. da Páscoa), porque muito falta em nós a revelação do sentido da espiritualidade que provém do Sagrado Coração de Jesus, por isso iniciamos este artigo, em primeiro lugar, tentando reconhecermos a nós mesmos diante do Sagrado Coração de Jesus.

Essa revelação provém da graça de Deus, e não do esforço próprio do homem, pois, o homem por si só não pode alcançar a Deus, porque o servo sendo menor do que o seu Senhor, precisa da misericórdia do Senhor para que possa tornar-se Seu amigo, por isso, não O reconhecemos muitas vezes, pois, não O vemos como amigo, e nem buscamos a sua misericórdia para que forme em nós sua amizade, e, por isso, só sentimos o nosso coração arder, mas, não o reconhecemos, pois estamos em meio às trevas que nos ofuscam.

Ao arder em nós, o Sagrado Coração de Jesus se constitui de sinal da misericórdia de Deus que nos ama mesmo nós sendo pecadores, mesmo sem o reconhecermos, mesmo com nossos olhos estando encobertos, Ele conserva em nós a esperança de nos libertarmos das profundezas da escuridão, por isso, nós clamamos por sua misericórdia:

1Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, *
2†escutai a minha voz!
– Vossos ouvidos estejam bem atentos *
ao clamor da minha prece!
3 Se levardes em conta nossas faltas, *
quem haverá de subsistir?
4 Mas em vós se encontra o perdão, *
eu vos temo e em vós espero
(Sl 129, 1- – Liturgia da 1ª Sem. da Quaresma).

E a escuridão reina quando elegemos como fonte e referência do saber, os nossos próprios pensamentos, sob o propósito de um coração independente, de autodomínio, por isso, nos tornamos incapazes do reconhecimento do Cristo, porque rompemos com Deus, e, ainda que nos esforcemos com a nossa inteligência em nos aproximar, há um abismo entre nós e Deus.

Assim, a luz só brilha pela misericórdia de Deus quando nos prostramos aos seus pés, e com isso nos tornamos capazes de sermos amigos de Deus, restabelecendo com ele a Aliança Eterna, pelo renascimento do alto como ensinado ao mestre Nicodemos:

Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus. De fato, ninguém pode realizar os sinais que tu fazes, a não ser que Deus esteja com ele.
3Jesus respondeu: ‘em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce do alto, não pode ver o Reino de Deus’. 4Nicodemos disse: ‘Como é que alguém pode nascer, se já é velho? Poderá entrar outra vez no ventre de sua mãe?’ Jesus Respondeu ‘Em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus. 6Quem nasce da carne é carne; quem nasce do Espírito é espírito’ (Jo 3,1-6 – Liturgia 2º Dom. da Páscoa).

Portanto, quando percebemos que nossos pensamentos nos enganam, vemos que essa graça não provem de nós, miseráveis pecadores que somos, mas somente como dom de Deus, como nos foi revelada no louvor de São João:

Caríssimos,

29 já que sabeis que ele é justo,
sabei também que todo aquele que pratica a justiça
nasceu dele.

3,1 Vede que grande presente de amor o Pai nos deu:
de sermos chamados filhos de Deus!
E nós o somos!
Se o mundo não nos conhece,
é porque não conheceu o Pai (1Jo, 2, 29.3,1 – Liturgia de Natal antes da Epifania).

Assim, o Sagrado Coração de Jesus faz nosso coração arder, e como amigos que o reconhecem, respondamos com o nosso louvor porque diante de Deus fomos agraciados pelo grande presente oriundo de sua misericórdia, o grande presente de amor que o Pai nos deu.

Dessa forma, ele nos permite reconhecê-lo no meio de nós, o Emanuel, o Deus conosco revelando-nos que entre nós fez sua morada:

“Se alguém me ama, guardará a minha palavra,
e o meu Pai o amará, e nós viremos
e faremos nele a nossa morada”
(Jo 14, 23 – Liturgia da 5ª Sem. da Páscoa).

Tendo reconhecido nossas misérias, se faz possível também, completar os sentidos do Sagrado Coração de Jesus, porque ao restabelecemos com Deus nossa amizade, o Senhor se revela para nós como fonte da salvação: “Haurireis águas com gáudio das fontes do Salvador” (Is 12, 3) (Papa Pio XII – Haurietis Acqua).

O Senhor ao se revestir da figura humana, de modo compreensível à inteligência humana, como o Emanuel, que significa Deus conosco, revelou a glória de Deus para o mundo:

Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém,

porque chegou a tua luz,

apareceu sobre ti a glória do Senhor.

2 Eis que está a terra envolvida em trevas,
e nuvens escuras cobrem os povos;
mas sobre ti apareceu o Senhor,
e sua glória já se manifesta sobre ti” (Is 60, 1-2 – Liturgia da Epifania do Senhor).

A inteligência do homem se abriu, e ao reconhecer o Emanuel, o Deus conosco, pode contemplar como testemunhando a um raio que transpassa o tempo, que abriu uma fissura nos mistérios que separavam o céu e a terra, o Senhor se fez luz para todas as nações, isso quer dizer que no mesmo fenômeno luminoso, se revelou sem as dimensões do tempo, isto é, ao mesmo tempo, para aqueles que eram, que são e que serão, como era no princípio, agora e sempre, Amém!

O Emanuel como a Árvore da Vida, no meio do Jardim de Deus, tornou-se um sinal permanente no mundo ao mesmo tempo em todos os tempos, a brilhar como o calor do fogo que o homem busca na escuridão da noite gelada, ao estender sua mão para capitar um pouquinho da luz e calor, cuja misericórdia transpassou o tempo e se revelou ao mesmo tempo para os que já vieram, para os que são contemporâneos de Maria, e para os que virão, como um farol que pode ser visto além das dimensões temporais, por todo aquele que professa a sua fé, podendo assim também, testemunhar que em “Eu Sou”, não há passado, presente e futuro, por isso Ele diz: “Eu sou”: “Quando tiverdes elevado o Filho do homem, então sabereis que eu sou e que nada faço por mim mesmo, mas apenas falo aquilo que o Pai me ensinou” (Jo 8,28 – Liturgia da 5ª Semana da Quaresma).

A “haurietis acqua” é um pulsar no coração do mundo, para que todos os que têm sede beba, uma herança do céu que já podemos desfrutar, o Emanuel, é como um farol a brilhar para todo os navegantes de todos os tempos simultaneamente, porque É o que É, como era no princípio agora e sempre, amém, e diz: “Eu Sou”, para que todos a Ele recorram como fonte de salvação do agora, presente tanto aos nossos antepassados, à nós, e, aos nossos filhos que virão: “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele” (Lc 20,38), pois, está no meio de nós, Deus está conosco, plasmando como a estrela de nêutron, o Espírito em Vida, pois a Palavra é Espírito e Vida, no centro do coração como na imagem abaixo.

Neutrons star1

Um farol visível do peito de Deus pelo homem que o reencontra e com Ele volta a amizade na Aliança, o Sagrado Coração de Jesus, o Salvador como fonte a nos amparar:

Luz Fonte central da Vida

Quando nos vemos sem qualquer saída, Ele se monstra à Luz do Coração, e basta buscarmos a fonte de salvação (haurietis acqua) e estendermos a nossa mão ao calor de sua luz e logo estamos protegidos pelo Pai que ampara o filho:

=2Quando eu chamo, respondei-me, ó meu Deus, minha justiça! †
Vós que soubestes aliviar-me nos momentos de aflição,*
atendei-me por piedade e escutai minha oração!

3Filhos dos homens, até quando fechareis o coração? *
Por que amais a ilusão e procurais a falsidade?

4Compreendei que nosso Deus faz maravilhas por seu servo, *
e que o Senhor me ouvirá quando lhe faço a minha prece
(Salmo 4, 2-4)!

Portanto, o Sagrado Coração de Jesus é a presença viva do Emanuel, o Deus conosco, Ele está no meio de nós, quando o reconhecemos como glória de Deus brilhante a partir de uma manjedora, vivo desde sempre como Estrela da Manhã, a nos dar o calor, a luz, e, saciar a nossa sede, bastando que estendamos nossas mãos, e, nos apeguemos à divina vontade que sabe e conhece nossas necessidades e fraquezas: “já que o nosso amor de tal maneira se apega à divina vontade, que vem a fazer-se uma coisa só com ela, consoante aquelas palavras: “Quem está unido ao Senhor é com ele um mesmo espírito” (1 Cor 6, 17) (PAPA PIO XII – Haurietis Acqua).

Vejam que grande presente de amor o Pai nos deu, de sermos chamados de filho de Deus, por isso, já podemos ver que Ele está vivo ao nosso lado, e podemos tocá-lo, basta para isso, que em nós o nosso amor só deseje fazer uma só coisa: estar unido ao Senhor para que Ele e o Pai faça-se em nós suas moradas, abrindo nosso coração para acolher ao Espírito (Ecce ancilla – faça-se em mim, conforme tua Palavra).

Pois assim, conseguimos reconhecer a luz do Sacrifício Perpétuo que eternizou a Aliança de Abrahão, pela abertura de uma fenda nas trevas dos abismos, comungando seu seguidores com o Ecce Venio – ei que com prazer faço a vossa vontade, no sacerdócio régio que complementa a obra do Criador, como era no princípio, agora e sempre, amém, e nos tornamos com unido aos pais e ao nossos filhos, a geração de todos os tempos que testemunhou “Em verdade vos digo, esta geração não passará até que tudo isso aconteça. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão (Mc 13, 30-31 – Liturgia do 33º Dom Tempo Comum), bebei da água que sacia tua sede “Haurireis águas com gáudio das fontes do Salvador” (Is 12, 3) (Papa Pio XII – Haurietis Acqua).

O Senhor está no meio de nós, seu Sagrado Coração é a fonte de água viva, a mesma que Moisés fez jorrar batendo seu cajado na pedra.

1NASA – Neutrons Star: Disponível em https://imagine.gsfc.nasa.gov/science/objects/neutron_stars1.html. Acesso em 09 mai. 2023.

Advento:completando os sentidos

O 13º Tema do Sínodo vem contemplar os sentidos do Advento, como Liturgia, que é Palavra Viva, que o Senhor nos diz: são Espírito e Vida, assim, para os dias de hoje o Espírito é Vida na prática da Palavra do início de um novo Ano Litúrgico, Ano A, com o Tempo do Advento:

O Tempo Litúrgico do Advento, que neste artigo ousamos chamar de Festa do Advento, alcança seu ápice com as festas do Natal de Jesus, Epifania e Batismo do Senhor, encerrando-se com a celebração do Batismo do Senhor.

Crd:Dieterich01

O primeiro elemento a definir o Sacramento do Batismo, é a regeneração pela água, como Porta que completará o Sacramento do Batismo pelo Tempo Pascal, juntamente com o segundo elemento, que é a Palavra, revestindo o homem como filho de Deus porque o Batismo é o sacramento da fé (CAC, 1253)1: Aquele que crer e for batizado será salvo; o que não crer será condenado (Mc 16,16).

Assim, o Sacramento do Batismo que é único, recebe então as colunas das duas testemunhas de Deus, pelo Novo Testamento: o Batismo da primeira testemunha que é João, com a regeneração pela água (Tempo do Advento), e o Batismo do Senhor com o testemunho da Palavra (Tempo Pascal), ambos sob a mesma cor roxa.

Assim, as duas testemunhas de Deus, João Batista e o próprio Cristo, criam as duas colunas do Arco que consagra o homem que renasceu em Cristo, e se tornou amigo de Deus:

O santo Batismo é o fundamento de toda a vida cristã, o pórtico da vida no Espírito (“vitae spiritualis ianua – porta da vida espiritual”) e a porta que dá acesso aos outros sacramentos. Pelo Batismo somos libertos do pecado e regenerados como filhos de Deus: tornamo-nos membros de Cristo e somos incorporados na Igreja e tornados participantes na sua missão. “Baptismos est sacramentam regeneratiorais per aquam in Verbo – O Batismo pode definir-se como o sacramento da regeneração pela águano Tempo do Advento, e pela Palavra”no Tempo Pascal, [grifo nosso] (ibid, 1213).

A cor roxa do Tempo do Advento é a cor da regeneração pela água do Batismo de João, como a voz que clama no deserto, preparando o caminho do Senhor, nele todos são chamados a se voltarem para Deus, regenerar-se, dar uma guinada na vida, converter a direção, retornar à casa paterna, nascer de novo, sendo esse momento, o momento de purificação dos pecados, um encontro com Cristo, deixando o homem velho, para ser nova criatura.

É o tempo em que a ovelha é chamada pela voz do Pastor que diz: “buscai ao Senhor enquanto Ele se deixa encontrar, invocai ao Senhor enquanto Ele está próximo” (Is 51,6), para se experimentar o encontro pessoal com Cristo, voltar-se para o Pai, constituindo-se portanto, a porta de entrada cuja chave é pela abertura do coração do homem a acolher em si o Espírito e torná-lo régio em sua vida, sendo a força que fará partir daí as ações decorrente da vontade de Deus, segundo a Palavra, para este momento o Pastor, a segunda testemunha, reverenciando a primeira, faz o chamado: “Daí em diante Jesus começou a pregar dizendo: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo (Mt, 4,12).

A iniciação batismal pela regeneração da água, atua como o próprio Querigma que pincelamos aqui alguns fragmentos:

Deus o ama, pessoalmente, como Pai amoroso.

Ele o Ama, você é importante para Ele, te aceita incondicionalmente.

(…)

Ele nos criou e para Ele caminhamos. Dele viemos e para Ele Vamos.

Ele é o Princípio e o Fim, o Alfa e o Ômega.

(…)

E desde o princípio nos convidou a ter uma relação e comunhão pessoal de amor com Ele, como filhos e amigos; “e todo o que ama aquele que o gerou, ama também aquele que dele foi gerado (1Jo 5,1).

És precioso aos meus olhos, estimados, valioso e valorizado”, você é muito valioso para Mim, você Me é muito importante. A sua pessoa, a sua história e a sua condição atual. Com rosto, nome próprio, história vocação, estado de vida e condição concreta de sua vida..

(…)

És meu”… e todo mundo cuida daquilo que sente que é seu… “Ele nos fez, somos Dele”. Deus mesmo diz que você é Dele, pertence a Ele.

Depois de tê-lo recusado e a seu amor, e havemos nos separados Dele pelo pecado, Ele continua a amar-nos e nõs abandona.

Oferece-nos a reconciliação, a salvação e Vida nova (NAVARRO, 1999, p. 9)2.

Diante deste convite de conversão, se olharmos para o fundo do coração e não sentirmos a intensidade da Promessa Divina em nossa alma, poderíamos perguntar: o que nos impede ter sentir Deus, de ter uma relação íntima com Ele?

Muitas vezes enganamos a nós mesmos, somos em nós mesmos, falsos pastores, porque dizemos acreditar a Deus, assim como o próprio diabo acredita (Mt 24,5), ou, ainda, que Deus é tudo em nossas vidas, mas, a exemplo dos fariseus só repetimos palavras, mas, a realidade nossa alma não é integra, porque temos um propósito no íntimo e uma ação diferente externamente, não há uma comunhão entre o que falamos e o que fazemos, e o Senhor nos diz: Nem todo aquele que diz a mim: ‘Senhor, Senhor!’ entrará no Reino dos céus, mas somente o que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus (Mt 7,21).

E João Batista igualmente, vendo aqueles cuja fé é apenas aparente, diante daqueles que iam lá para se purificarem, mas ainda não tinham o encontro pessoal com o Senhor, isto é, queriam ter os pecados perdoados, mas, não se abriam para a amizade com Deus, que eram “raça de víboras”.

1Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judeia: 2“Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. 3João foi anunciado pelo profeta Isaías, que disse: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas!” 4João usava uma roupa feita de pêlos de camelo e um cinturão de couro em torno dos rins; comia gafanhotos e mel do campo. 5Os moradores de Jerusalém, de toda a Judeia e de todos os lugares em volta do rio Jordão vinham ao encontro de João. 6Confessavam seus pecados e João os batizava no rio Jordão. 7Quando viu muitos fariseus e saduceus vindo para o batismo, João disse-lhes: “Raça de cobras venenosas, quem vos ensinou a fugir da ira que vai chegar? 8Produzi frutos que provem a vossa conversão. 9Não penseis que basta dizer: ‘Abraão é nosso pai’, porque eu vos digo: até mesmo destas pedras Deus pode fazer nascer filhos de Abraão (Mt 3,1-8).

Portanto, o Tempo do Advento é o tempo favorável da Graça de Deus para o encontro pessoal com o Senhor, o chamado do Pastor para as suas ovelhas: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”, dando a cada um que acolhe o Espírito Santo, a Verdade do Senhor, e assim, responder com o amor profundo e verdadeiro renunciando a verdade aparente, para se eleger a Verdade que se dá testemunho, de quem muito amou, compondo o testemunho da Palavra, o segundo elemento do Batismo celebrado Tempo Pascal “o que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus (Mt 7,21)”.

Como sinal de alerta, a exemplo de João, o Senhor nos lembra daqueles que João Batista chamava de raça de víboras, como o jovem rico que se via imaculado, mas diante do convite de acolhimento do Espírito Santo no lugar dos bens saiu contrariado e Jesus disse como é difícil aquele que apegado a si mesmo entrar no Reino dos Céus (Mc 10,23).

Por isso, os renascidos pelo Batismo, os que muito amaram, serão poucos, porque delegar a vida ao Espírito é uma decisão muito forte em nossa vida e poucos estão dispostos a isso, uma passagem pela porta estreita, é como um camelo passar pelo buraco de uma agulha, portando devemos estar atentos para saber se estamos sendo honestos conosco mesmo e, de repente se não estamos recusando o convite para as bodas.

Quanto alcançamos a Graça e temos este encontro sincero com Cristo, a reação imediata é a de desânimo e lamentação, pois nos sentimos como se já estivéssemos condenados e não há mais nada o que fazer, como Pedro quando pediu para que Jesus se afastasse dele porque era pecador (Lc 5,8), ou ,quando os discípulos disseram estas palavras são muito duras, quem então, entrará no Reino dos Céus? Naquele tempo, 60muitos dos discípulos de Jesus, que o escutaram, disseram: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” 61Sabendo que seus discípulos estavam murmurando por causa disso mesmo, Jesus perguntou: “Isto vos escandaliza?” (Jo 6,60-61).

Mas a Graça de Deus é maior e vem nos dizer:

1Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio.2Germine e exulte de alegria e louvores. Foi-lhe dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e de Saron; seus habitantes verão a glória do Senhor, a majestade do nosso Deus.3Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados.4Dizei às pessoas deprimidas: “Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar”.5Então se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos – Liturgia Missal – 2º Semana do Advento – Ano A, 05/12/2022, 1ª Leitura – Is 34, 1-5).

Conclusão

O Tempo do Advento é o Tempo da Graça do Senhor, o chamado do Pastor às suas ovelhas para que voltem ao aprisco, regenerando-se pela água da Voz que clama no Deserto, é uma liturgia profundamente penitencial de constrição e arrependimento sob o título “convertei-vos, o Reino dos Céus está próximo”.

É a preparação para o testemunho da Palavra que completa o Sacramento do Batismo no Tempo Pascal, em que nos colocamos diante da liturgia quaresmal do amor a Cruz, a defender a Palavra sobre a angústia do Monte das Oliveiras, a prostrarmos diante de César, a sermos coroados com os espinhos da humilhação pública, a carregar os nossos fatos subindo o Monte Sião, até consumarmos nossas obras no imenso amor à Cruz, sob o testemunho da Palavra até o fim, pela morte do Cristo na cruz, imitando a submissão do Cordeiro.

1 CAC – Catecismo da Igreja Católica nº 1253

2NAVARRO, Pe. Alfonso Castelhano, MspS. Evangelização – Primeiro Anúncio – Querigma. São José dos Campos – SP: Edições ComDeus, 1999.

A Dignidade da Mulher

No 11º, Tema da preparação para o Sínodo 2023, apresentamos a praxis nas recomendações para a Festa de Casamento (Mt 22,1-3 – Liturgia Missal 18/08/2022), do Príncipe da Realeza do Sul, que traz em seu manto a consumação da Palavra de Deus “olhastes para a humilhação de tua serva”, pois Ele viu a humilhação da mulher, desde o tempo de Zípora, mulher de Moisés, humilhada por Aarão e Míria, por ser negra e estrangeira, “e o Senhor ouviu isso” (Nm 12, 1-2), para que agora sabeis “que Eu, o Senhor, digo e faço – oráculo do Senhor” (Ez 37,14 – Liturgia Missal de 19/08/2022).

Créditos: Mohamed Hassan

Cred: Mohamed Hassan

Como servo, pus me ao serviço, que é liturgia viva da Palavra que é Espírito e Vida, proclamando:

Abri meus lábios Senhor e minha boca anunciará o vosso louvor em meio à grande Assembleia, cantando eternamente a vossa misericórdia, porque eterna é a misericórdia do Senhor e, a sua misericórdia eu cantarei eternamente.

A Palavra diz que “O Senhor disse” (Ez 37,14), e eu, servo, prostrado aos teus pés, peço-Lhe, faça-se em mim segundo a Tua Palavra, para que então, as nações saibam “que Eu, o Senhor, digo e faço – Oraculo do Senhor” (Ez 37,14).

O serviço designado a este servo, foi levar o convite à Academia Marial da cidade de Aparecida-SP, a fim de que tomem conhecimento de que os cultos com a oração do Salmo do Apostolado à Rainha do Sul, foram desvirtuados e estão contaminados por vícios humanos de egoísmo, individualismo e adoração aos bens do mundo, a exemplo do que já advertiu São Tiago na Palavra que é Espírito e Vida quado diz:

De onde vêm as guerras? De onde vêm as lutas entre vós? Não vem daqui: dos prazeres que guerreiam nos vossos membros: Cobiçais e não tendes? Então matais. Buscais com avidez, mas nada conseguis obter? Pedis, mas não recebeis, porque pedis mal, com o fim de gastardes nos vossos prazeres.

Adúlteros não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? (Tg 4,1-4).

Feito estas considerações apresentamos abaixo a recomendação encaminhada à Academia Marial de Aparecida – SP.

**********************************************************

Aparecida-SP, 18 de agosto de 2022.

Ação de Graças

Assim como fez com o Profeta Samuel, o Senhor chamou-me pelo nome “Laurentino”. E eu respondi: fala Senhor, o teu servo te escuta. O Senhor então disse-me: quero estabelecer contigo minha amizade. Eu respondi: eis o teu servo Senhor, faça-se em mim segundo à tua Palavra. O Senhor disse-me: Eu te ungirei com meu Espírito, e, se te conservares nesta amizade, em 40 anos, te darei a conhecer o dom que recebestes.

Eu me conservei nesta amizade, e, no tempo do Senhor, foi me revelado o dom de línguas, não o de falar, mas, o de interpretar, para isso me formou ao longo de 40 anos no ofício de hermeneuta, completado pelo ofício de Mestre Educador de Linguagens.

Ao ter conhecimento desta revelação o Senhor disse-me, te ungi com meu Espírito, atribuindo-te o dom da interpretação de línguas, para que sirva-me como atalaia nos desvirtuamentos da Palavra de Deus para pensamentos humanos, porque os pensamentos dos homens não é o pensamento de Deus.

O Apóstolo da Rainha do Sul (Salmo)

Este salmo foi inspirado ao servo da Rainha do Sul, Pe. Vitor Coelho, como chave para que aqueles que se tornam amigos de Deus, alcancem a dignidade de servir a Deus através do projeto da Vida confiado à Virgem, bendita entre todas as mulheres, como tabernáculo do Santíssimo, chamada de à Mãe de Deus, e assim, receberem a misericórdia de conservar-se como fiéis servos e amigos de Deus, de agora e por torda a eternidade.

No entanto, este Salmo foi transmudado, recebendo pensamentos humanos, por isso, a Rainha do Sul manifesta sua preferência pela a sua correção para a adequada Palavra de Deus como a proposta seguinte:

Ó Maria Santíssima, que vossa querida presença milagrosa em Aparecida, espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Mundo.

Eu, embora indigno de pertencer ao número de vossos servos, mas cheio do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos o meu entendimento, para que sempre me lembre do amor que mereceis; consagro-vos a minha língua para que sempre vos louve e propague a vossa devoção; consagro-vos o meu coração, para que, em Deus, vos ame sobre todas as coisas.

Recebei-me, ó Rainha incomparável no ditoso número de vossos servos, acolhei-nos debaixo de vossa proteção; socorrei-me em nossas necessidades espirituais e temporais, e, sobretudo, na hora de nossa morte.

Abençoai-nos, ó Mãe Celestial, e com vossa poderosa intercessão fortalecei-nos em nossa fraqueza, a fim de que, servindo-vos, fielmente nesta vida, possamos louvar-vos, amar-vos e render-vos graças no céu, por toda a eternidade. Assim seja!

Justificativa para a correção: se faz necessária porque os vícios humanos insculpidos na oração transmudada, fomentam o egoísmo, o individualismo e rebaixam o Santístimo como escravo das vontades humanas transfigurado-o como deus superprotetor dos interesses do mundo.

Tibouchina (a quaresmeira que floresceu na Páscoa).

Tibouchina é o nome científico do Manacá da Serra, ou quaresmeira.

A incrível visão explícita da Fonte do Amor

Tenho pesquisados os fast radio burst desde 2015, e fiz duas publicações em que associei os minúsculos relâmpagos ao clico, isto é, o pulso elétrico emitido pelo coração humano, comparando-o na linguagem humana com o Coração de Deus, isto é, a Misericórdia Divina dando sinais para que o homem escute os sinais.

Credit: Happyend

Na publicação de 08 de outubro de 2020 foi escrito o seguinte:

Perante os humildes se fez humilde, pois, no gigantesco brilho equivalente a 500 milhões de sóis, se fez pequeno como um pequeno relâmpago de 5 milésimos de segundo, igual a um sinal elétrico do coração que a medicina chama de clico, curando o homem da insensibilidade causada pelo artificialismo, para chamá-lo novamente à Arte, cuja a vida é rica em emoções (LUCIO FILHO, 2020, p.1)1.

Depois, na publicação de 02 de dezembro de 2020:

Conclusão

O Ministério de Felipe teve um brilho tão grande na participação de Deus na História da Humanidade, quase como o próprio Fast Radio Bust, pequeno com 5 milésimos de segundo, mas, com o brilho de 500 milhões de sóis, como o Coração de Jesus, manso e humilde com um clico (pulso elétrico de 5 milésimos de segundo), e com um amor maior que 500 milhões de sóis (LUCIO FILHO, 2020, p.1)2..

E Deus vem nos confirmar que o seu coração bate em favor do homem, mas o homem não dá atenção:

Misterioso sinal de rádio no espaço tem o padrão de um batimento cardíaco

Uma misteriosa explosão de rádio com um padrão semelhante a um batimento cardíaco foi detetada no espaço.

Os astrónomos estimam que o sinal tenha vindo de uma galáxia a cerca de um bilhão de anos-luz de distância, mas a localização exata e a causa da rajada mantêm-se desconhecidas. Um estudo que detalha os resultados foi publicado na quarta-feira na revista Nature.

As rajadas rápidas de rádio, ou FRBs (Fast Radio Bursts), são rajadas intensas de ondas de rádio com apenas milissegundos de duração, com origens desconhecidas. A primeira FRB foi descoberta em 2007, e desde então, centenas destes flashes rápidos e cósmicos têm vindo a ser detetados vindos de vários pontos distantes de todo o universo (STRICKLAND, 2022, p.1)3.

Conclusão:

A liturgia missal de hoje, 18 de julho de 2022, vem, junto com esta revelação nos confirmar que o Coração de Jesus nos está dando o Sinal de Jonas, ou seja, se o homem não voltar para a Fonte que sela a Aliança Eterna, ele será destruído, já advertindo que os próprios habitantes de Nívive agirão contra essa geração:

“No dia do juízo, os habitantes de Nínive se levantarão contra essa geração e a condenarão, porque se converteram diante da pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas” (Mateus, 12,41).

Se você reconhece os sinais, não permaneça só, proclame a Graça, converse com quem está nesta caminhada para encontrar o rumo desta estrada, cuja passagem é muito estreita.

Mas cuidados, como também diz a liturgia missal de hoje nas Profecias de Miquéias, há muitos ai se fazendo de abençoados, mas vazios como o túmulo caiado, que só contém ossos secos.

1LUCIO FILHO, Laurentino. Atitude para superar as adversidade do tempo presente. Disponível em https://formaresaber.com.br/atitude-para-superar-as-adversidades-do-tempo-presente/. Acesso em 18 jul. 2022.

2LUCIO FILHO, Laurentino. O ministério de Felipe: mostra-nos o Pai e isso nos basta. Disponível em https://formaresaber.com.br/o-ministerio-de-felipe-mostrai-nos-o-pai-e-isso-nos-basta/. Acesso em 18 jul. 2022.

3STRICKLAND, Ashley.Misterioso sinal de rádio no espaço tem o padrão de um batimento cardíaco. @cnnportugal – 16/07/2022. Disponível em https://cnnportugal.iol.pt/sinal-de-radio/chime/misterioso-sinal-de-radio-no-espaco-tem-o-padrao-de-um-batimento-cardiaco/20220716/62d025780cf2ea4f0a53e9f2. Acesso em 18 jul. 2022.