Categoria Cidadania

A força que me move

Nestes dias difíceis que vivemos, saímos a cada dia para a luta da sobrevivência, porque achamos que é preciso garantir um pouco de segurança, um pouco de alimentos, um pouco de economia, por isso, tudo o que nos move são ações que só interessa a nós mesmos.

Mas se agimos só pelo interesse próprio, perdemos o sentido da vida comunitárias, pois, já esgotados com nossos próprios problemas, não sentimos ter forças para mais uma carga, e ai, sempre estamos a dizer que não temos tempo para estas coisas.

Enfrentamos verdadeiras guerras urbanas, com massivas campanhas de desinformação, isto é, de informações falsas, divulgadas para minar a credibilidade das instituições, que por sua vez, as instituições, vendo os ataques urbanos, se colocam na defensiva, e substituem a cidadania por escudos de defesa, atacando com polícias mortais, esquecendo a própria vocação que constituiu o Estado.

O fato é que vivemos nos dias de hoje, ataques à vida em comum, para assassinar o convívio comum, o coletivo, como um rojão no meio da boiada, que causa a disparada dos bois, correndo cada um para o seu lado, na preocupação de sobreviver, sem perceber que estão correndo para a morte nos desfiladeiros e atoleiros.

Dias desses observando as conversas no grupo da minha comunidade jurídica, no whatsapp, o que aprendi, é que muitas pessoas que estão ali, estão, porque querem mais receber do que dar algo, e aprendi com isso, que estamos renunciando a democracia para eleger a egolatria, e assim, fazemos crescer as pragas no meio de nossas hortas, como intolerância, indiferença, individualismo, isolacionismo, violência, que podemos chamar aqui de desfiladeiros e atoleiros que matam os bois enlouquecidos.

A totalidade dos homens se esqueceu da força que move a vida, chamada de Disponibilidade, porque diante de tantos crimes, covardias, corrupções, mentiras entre os homens, o amor arrefeceu, de calor tornou-se gelado, de esperança tornou-se frustração, de alegria tornou-se anestesiado, da sinceridade tornou-se desconfiança, da partilha tornou-se egoísmo, de nós, tornou-se meu.

Em meio a este mundo tão egolátrico, em que cada ser, homem, mulher, criança, saem a cada dia como um gladiador a lutar pela sua própria sobrevivência, cultuando como patrimônio medíocre, a sobrevida por desprezar a vida, para assim, trabalhar incansavelmente para sobreviver, sem perceber que despreza a arte do viver, em verdadeiros atos transloucados.

Cada um desses gladiadores como numa competição de corrida, querem a todo custo, ou, custe o que custar, encontrar a fórmula que gere fortunas monetárias, independência financeira, poder, segurança, esquecendo-se que suas mãos são pequenas, seu ser é uma gota no oceano, e, que não têm qualquer controle capaz de garantir suas vidas, porque a vida é maior do que eles, e é a vida que dita o curso do destino de cada um, pelo curso do vento, que ninguém sabe de onde vem e nem para onde vai.

E a fórmula da vida parte do pressuposto de que a edificação humana é solidária e não egolátrica, e a fórmula do tesouro cobiçável por cada ser, que conserva a vida em cada criatura. é a prática do amar, amar sem interesse, amar sem querer nada em troca, amar somente porque o amor preenche todo o sentido do ser, pois, os atos de amor, se torna a forma de se materializar a vida, como uma moeda, ou, uma barra de ouro.

Parece impossível aos homens, mas, quando reconhecemos nossa pequenez e jogamos a toalha diante de uma doença incurável, uma dívida impagável, um acidente mortal, em que já não temos mais qualquer controle em nossas mãos, olhamos para a vida dizendo: “ta bom, eu me rendo, faça do teu jeito”, cujo ato que ressuscitou a esperança no ser, se for acompanhado de um pouco de fé, permite se ver o primeiro sinal da vida no fato apagar a frase “tarde demais”.

Se nos abrimos ao amor que gera a vida, por pura vocação, o primeiro sinal que temos da vida é o de que existe o trabalho para sobreviver, e a arte para viver, e ao viver o amor que nos preenche como o vigor do fruto mais doce, nos torna disponíveis, a exemplo da experiência de Abrahão, que diante do calor entendiante, que nos consome pela preguiça, ao se deparar com visitantes, logo se põe de pé para servi-los com o melhor de si.

1o Senhor apareceu a Abraão
junto ao carvalho de Mambré,
quando ele estava sentado à entrada da sua tenda,
no maior calor do dia.
2 Levantando os olhos,
Abraão viu três homens de pé, perto dele.
Assim que os viu, correu ao seu encontro
e prostrou-se por terra.
3E disse:
“Meu Senhor, se ganhei tua amizade,
peço-te que não prossigas viagem,
sem parar junto a mim, teu servo.
4Mandarei trazer um pouco de água para vos lavar os pés,
e descansareis debaixo da árvore.
5Farei servir um pouco de pão
para refazerdes vossas forças,
antes de continuar a viagem.
Pois foi para isso mesmo
que vos aproximastes do vosso servo”.
Eles responderam:
“Faze como disseste”
(Gênesis 18, 1-5 – 16º Domingo do Tempo Comum – 20 jul. 2025).

Ao reconhecermos nossa própria natureza de impotentes que somos, deixamos de agir pelo racionalismo humano, pois este se cobre de crueldade, egoísmo, desumanidade e barbaridades que torna o homem, mas entregamos o curso de nova vida à nos conduzir pela própria sabedoria que a vida nos dá pelo amor, que se pratica na disponibilidade:

R. Senhor, quem morará em vossa casa?

2É aquele que caminha sem pecado *
e pratica a justiça fielmente;
3aque pensa a verdade no seu íntimo *
be não solta em calúnias sua língua.
R.

cQue em nada prejudica o seu irmão,*
dnem cobre de insultos seu vizinho;
4aque não dá valor algum ao homem ímpio, *
bmas honra os que respeitam o Senhor
. R.

5não empresta o seu dinheiro com usura, †
nem se deixa subornar contra o inocente. *
Jamais vacilará quem vive assim!
R. (Salmo 14 [15]- 16º Domingo do Tempo Comum – 20 jul. 2025).

Conclusão

A prática do amor, exercitando a disponibilidade, hospitalidade, a caridade, não afasta da dor, e nos enche da alegria de usar todas as nossas forças que ao homem ímpio, parece, sofrimento, mas à arte do viver o transformou em saborosos deleite:

24 Alegro-me de tudo o que já sofri por vós
e procuro completar na minha própria carne
o que falta das tribulações de Cristo,
em solidariedade com o seu corpo, isto é, a Igreja
(Colossenses 1,24 – 16º Domingo do Tempo Comum – 20 jul. 2025).

A todo o instante bebemos jarros de embriagantes que despertam em nós o desejo de domínio, de fazer do nosso jeito, como armadilha para nos jogar a um mundo de sobrevida, mas se permanecemos no amor, a vida nos dá a arte do viver, que é a melhor parte que ninguém tira de nós.

Jesus entrou num povoado,
e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa.
39Sua irmã, chamada Maria,
sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra.
40Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres.
Ela aproximou-se e disse:
“Senhor, não te importas que minha irmã
me deixe sozinha, com todo o serviço?
Manda que ela me venha ajudar!”
41O Senhor, porém, lhe respondeu:
“Marta, Marta! Tu te preocupas
e andas agitada por muitas coisas.
42Porém, uma só coisa é necessária.
Maria escolheu a melhor parte
e esta não lhe será tirada”
(Lucas, 10,38-42 – 16º Domingo do Tempo Comum – 20 jul. 2025).

Esta experiência nos é partilhada pelos santos, lembrando Santa Terezinha que diz a cada um de nós ao viver o amor, que se não somos um anjo no céu é porque Deus quis que sejamos um anjo na Terra, numa doação capaz de mostrar a riqueza da integralidade da alma com a fé, como cantou OMD ao homenagear Santa Joana D’Arc, chamando-a de Dama de Orleans (Maiden of Orleans) que, em tradução livre diz:

Se Joana D’Arc teve um coração,
Será que ela o daria de presente?
Para alguém como eu
Que deseja ver
como um anjo deveria ser.

Teve o sonho de sempre se dar-se de coração,
como uma criança diante da serpente,
Encheu-se de cuidado por todos,
que entregou seu corpo à morte.

A Democracia sacaneada pelos Triunviratos

Vivemos no Brasil certos movimentos embandeirados com os rótulos de esquerda e de direita, recitados por discípulos de políticos que se dizem evangélicos, para nós, evangélicos do fisiologismo, cujo bem estar é o de se dar bem sobre o erário.

Ilustração: Tilixia-Summer

Porque, nem o pastor, nem o padre têm vocações legislativas, ou artística, mas sim, sacerdotais, como Aarão e os Levitas, assim, quando vemos determinada figura midiática usando o prefixo pastor santinho, ou, de padre estelar, logo vemos, ou ele se perdeu no caminho do templo, ou está desprezando a própria Palavra que deveria zelar, valendo-se do prestígio sacerdotal para manipular pessoas, quando na verdade, deveria estar no ofício que foi chamado que é o de zelar pela Palavra:

Ouve a voz do Senhor teu Deus,
e observa todos os seus mandamentos e preceitos,
que estão escritos nesta lei.
Converte-te para o Senhor teu Deus
com todo o teu coração e com toda a tua alma.
11 Na verdade, este mandamento que hoje te dou
não é difícil demais,
nem está fora do teu alcance.
Não está no céu,
para que possas dizer:
‘Quem subirá ao céu por nós para apanhá-lo?
Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir?’
13Nem está do outro lado do mar,
para que possas alegar:
‘Quem atravessará o mar por nós para apanhá-lo?
Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir?’
14Ao contrário,
esta palavra está bem ao teu alcance,
está em tua boca e em teu coração,
para que a possas cumprir
(Deuteronômio, 30, 10-14 – 15º Domingo do Tempo Comum – 13 jul. 2025).

Não queremos dizer assim, que eles não podem fazer outra coisa, mas sim que, se desejam ser um agente político, ou uma estrela midiática, que renunciem a sua condição sacerdotal, para assim desenvolver bem a sua atividade, com a própria cara de cidadão comum, sem misturar as coisas como vemos nos dias de hoje, porque pensamos que a manipulação de pessoas valendo-se do manto sagrado, para nós, é um sacrilégio, uma ofensa aos símbolos religiosos.

Se tirarmos uma foto do Congresso Nacional hoje, não vemos uma Democracia, em que se aplica os freios e contra-pesos, mas um triunvirato, embandeirado em nome da ordem, disputando cada um sua posição política pessoal (fisiologismo) e não coletiva, e, cobrando altos preços do Estado, com regalias e vencimentos.

O negócio de “se dar bem como agente político” é tão lucrativo (para alguns e, em detrimento dos cidadãos), que já trabalham arduamente para aumentar o triunvirato das direitas, centrão e esquerdistas, com o número de deputados para 2027.

É uma ofensa à Democracia o uso apócrifo no Estado Democrático de Direito, dos termos Esquerda, Centro, e Direita, pois de forma escandalosa, sem qualquer constrangimento diante dos cidadãos, dizem vou defender o meu na esquerda, ou, defender o meu na direita, ou defender o meu no centro, e você, cidadão, fica ai torcendo para a minha vitória e para me manter no poder sem se esquecer de que a conta quem paga e você.

Para entendermos quanto o cidadão está sendo feito de bobo nesse cenários pelos triunviratos apócrifos, precisamos absorver o sentido do termo direita, que significa um governo pelo capitalismo duro (hard), cujo exemplo moderno, damos pelo nosso testemunhos no Estado de São Paulo, em que a Secretaria da Educação, vem aplicando na gestão escolar um sistema auto-centralizador disfarçado de avaliação 360, que esfacela a saúde mental dos professores.

Nesse sistema o diretor da escola pode demitir concursados como “ad nutum” (no sentido de a bel prazer), por ato pessoal (art. 25 e 26 da Resolução SEDUC nº 77/2024), ou ainda, se o professor teve um ataque cardíaco e foi obrigado, obrigatoriamente obrigado, a se internar para tratamento de saúde, é demitido, perdendo suas aulas, isso é o que se chama de governo de Direita, cujo princípio é o de não querer intervir no Estado, exceto para os fundos partidários que tem que bancar suas campanhas escandalosas.

E não para por ai, já tem como propósito acabar com os cargos (desempregar) os professores da rede pública estadual com a privatização da educação, baseado nos princípios do capitalismo da não intervenção estatal, exceto os fundos partidários, isto é o que se chama governo dos direitista.

No governo do centro, pode ser comparado coma ferrugem, que se agarra ao néctar do erário público, e escorre para o lado que mais pode sustentar os interesses pessoais (fisiologismo) do agente político, indo ora para a esquerda, ora para a direita, ou para o que pagar mais.

No governo de esquerda herdado dos princípios do comunismo e socialismo, não existe no Brasil, porque é inconstitucional, o que vemos é um governo assistencialista, que em nome dos mais necessitados, quer aplicar os princípios do capitalismo para quem não precisa tanto, por exemplo, comprando o interesse dos alunos do ensino médio, esquecendo o seu desprezo pelos milhares de livros didáticos custeado pelo erário público e jogados no lixo.

Portanto cidadãos, não estamos vivendo a Democracia, mas num Estado Democrático de Direito em que os Poderes públicos não sentem o mínimo constrangimento, e desenfreadamente se colocam como o 1º Triunvirato nos Poderes Constitucionais, e o 2º Triunvirato no Poder Legislativo Nacional, formado pelos tais direitistas, centrão e esquerdistas, diante de tamanho escândalo, nos resta parafrasear os poderosos, e dizer: para os cidadãos às favas os “freios e contra-pesos” que sustentam a República democrática.

Por outro lado, se voltássemos nosso olhar para o que realmente somos como Estado de Democrático de Direito, o que viríamos é o sonho da República da igualdade, da fraternidade, da dignidade humana, em que os Poderes legítimos, sem impostores, governada não por esquerda ou direita, e sem a ferrugem central, mas pelos princípios de uma Constituição Social.

Aquela sonha onde se respeita a propriedade privada, ao mesmo tempo, que garante a cidadania e dignidade humana, dentro de uma responsabilidade politica e fiscal na probidade do erário público, se escandalizando pelo evangelho do “se dar bem” pessoalmente sob o manto politiqueiro.

Conclusão:

O que vemos hoje nas discussões de governança pública é o puro ego pessoal do agente político, nos obrigando a suportar o peso da mediocridade miserável que aumenta nosso fardo para sustentá-los, diante dos assombrosos assaltos ao erário público, como por exemplo:

Testemunhamos as improbidades administrativas dos agentes políticos que em nome do socorro ao povo, socorrem a si mesmos com as monstruosas emendas parlamentares, e assim, não há quem socorra a cidadania e a dignidade de quem os elegeram, porque a exemplo dos sacerdotes e levitas corrompidos, que negaram o auxílio ao samaritano, não existe para eles “o meu próximo”.

Mas nós sabemos que isso não será para sempre, porque continuamos mergulhados nos sonhos de nossa Constituição Social, e repetimos a pergunta a nós feita pelo Senhor em nosso íntimo:

Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem
que caiu nas mãos dos assaltantes?”
37Ele respondeu:
“Aquele que usou de misericórdia para com ele”.
Então Jesus lhe disse:
“Vai e faze a mesma coisa
” (Lucas 10,36-37 – 15º Domingo do Tempo Comum – 13 jul. 2025).

E, assim, levantando nossos olhos para cima, saberemos que isso tudo, durará só um momento:

R. Humildes, buscai a Deus e alegrai-vos:
o vosso coração reviverá!

33Humildes, vede isto e alegrai-vos:
o vosso coração reviverá, *
se procurardes o Senhor continuamente!
34Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, *
e não despreza o clamor de seus cativos. R.

36aSim, Deus virá e salvará Jerusalém, *
b reconstruindo as cidades de Judá.
37A descendência de seus servos há de herdá-las, †
e os que amam o santo nome do Senhor *
dentro delas fixarão sua morada! R.
(Salmo 65 [66] – 15º Domingo do Tempo Comum – 13 jul. 2025).

Todos eles e nós, dizemos acreditar na paz, mas onde praticamos a misericórdia em nossos atos que nos faz afastar dos nossos eus, e interesses pessoais, para reconhecer um sonho de bem comum? Ao invés disso, preferimos atribuir a culpa para a esquerda, ou para a direita, ou dos ferruginosos, para com isso, esquivarmos de nós mesmos como cantaram os Titãs, todos dizem acreditar na paz, mas ninguém faz nada por ela, todos dizer querer a guerra, mas ninguém luta por você.

A morte do que vivia em nós

Nestes tempos de inteligência artificial, de tecnologias 5.0, vivemos diante de dois fenômenos modernos terríveis, a distração total e a perda da memória, que ao invés de nos dar qualidade de vida, distraídos e sem memórias, como armas camufladas em entretenimentos, sorrateiramente mata a essência da vida que existe em cada um de nós.

Estamos sendo atacados sem resistência, pela poluição digital, que produz o chorume da longa exposição ao modo introspectivo a nos levar aos mesmos comportamentos imaginários massivos dos “loucos que constroem castelos no ar”.

Olhe ao teu redor, e veja se há qualidade de vida social produzida pelas tecnologias comparando as diferentes épocas, principalmente, a cultura que preserva a memória, e o espírito de comunidade que garante a nossa saúde pelo reconhecimento do real ante ao imaginário, diante da distração que nos isola.

Se olharmos para o continente europeu, podemos perceber que a primeira memória perdida lá, foi a mesma primeira cultura em nós implantada por eles, a espiritualidade do cristianismo. Vemos a morte da essência que dava vida a um continente, porque lá, tudo passou a ser apenas aparência, e a espiritualidade foi trocada pelo fisiologismo, tornando a construção da vida em sociedade pelo:

modo de proceder e prática de alguns políticos e de certos servidores do Estado que buscam benefícios pessoais em detrimento do interesses públicos (MICHAELIS).

A primeira distração que isso nos causa é a de que a busca frenética pela riqueza, custe o que custar, sendo sustentada pelos políticos que não lutam pelo povo, mas, por seus próprios interesses pessoais, que acaba por matar em nós a essência da edificação comum, e logo pensamos mais ou menos assim: se eles que deveriam ser exemplo agem assim, pelos próprios interesses pessoais, por que não posso ser igual? E ai, um chora da qui e outro chora dali, e o show não para nos Jardins da Babilônia de Rita Lee.

Essa distração mata uma boa parte da essência da vida que há em nós, porque mudamos o nosso olhar para vencer algo que somos derrotados todos os dias, mas ainda assim, todo dia levantamos e lutamos como se estivéssemos enxugando gelo, e vamos perdendo a nossa fé de que alguém possa fazer algo por nós.

Diante desse grande dilema o tema deste artigo hoje, propõe uma restauração da essência da vida que há em nós, sufocada pelos efeitos do fisiologismo e da perda da memória, ou, cultura líquida, causada pela poluição digital das tecnos.

Para isso, devemos fazer uma forte reflexão em nós mesmos para entendermos, afinal, o que devemos acreditar diante dessa crosta vulcânica das aparências irreais produzidas pelas insanas ações cotidianas da busca do ouro, que cada um quer acumular a cada dia defendendo o seu interesse pessoal e desprezando o coletivo?

E essa reflexão começa por um dos primeiros grande mantras recitados infinitamente dentro das grande corporações que é: um colaborador eficaz trabalha em equipe, e não isolado. Assim, também nós devemos pensar que sozinhos socialmente, não somos capazes, precisamos um do outro para melhorar a nossa qualidade de vida onde vivemos.

O segundo passo dessa reflexão e selecionar a fonte das informações que acolhemos, se está contaminada pelo fisiologismo (interesses escusos), ou despedida do impulso humano, constituindo um fundamento que harmoniza o ambiente pelo interesse comum, que chamamos de verdade. E se acreditamos verdadeiramente na verdade reconhecemos que a única fonte é Cristo, porque a verdade humana por sua fisiologia, é maldita: “assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem e que busca apoio na carne, e cujo coração se afasta do Senhor“(Jeremias, 17,5).

O terceiro passo é se superamos isso, e acreditamos que há um Cristo, que é a própria Palavra da Verdade, já superamos o desalento da decepção daqueles que não lutam por nós, e já somos capazes de o escutar:

16 Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: *
vou contar-vos todo bem que ele me fez!
20 Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, †
não rejeitou minha oração e meu clamor, *
nem afastou longe de mim o seu amor!
(Salmo 65 [66] – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025)

Ao acolhermos em nós a verdade somos capazes de superar a miséria humana porque nos é dada a promessa de vida pela Verdade que é a própria Palavra:

10 Alegrai-vos com Jerusalém e exultai com ela todos vós, que a amais; tomai parte em seu júbilo, todos vós, que choráveis por ela, 11 para poderdes sugar e saciar-vos ao seio de sua consolação, e aleitar-vos e deliciar-vos aos úberes de sua glória. 12 Isto diz o Senhor: “Eis que farei correr para ela a paz como um rio e a glória das nações como torrente transbordante. Sereis amamentados, carregados ao colo e acariciados sobre os joelhos. 13 Como uma mãe que acaricia o filho, assim eu vos consolarei; e sereis consolados em Jerusalém. 14c Tudo isso haveis de ver e o vosso coração exultará, e o vosso vigor se renovará como a relva do campo. A mão do Senhor se manifestará em favor de seus servos”. (Isaías, 66,10-14c – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025).

Conclusão:

De forma dissimulada, camuflada, sofremos a cada dia sutilmente, como um câncer invisível, os ataques sutis, na figura do entretenimento midiático que nos mantém entretidos no mundo imaginário, ou, virtual, com isso, apagando a nossa memória, e perdemos a capacidade de formar juízo.

Perdemos nosso senso crítico, que nos levas a nos alimentarmos das inteligências banais perniciosas do fisiologismo, sustentadas pelas inteligências artificiais, neste momento, nos vemos dentro do horror do mundo que para a imaginação nossa é futurista.

Somos convidados a voltarmos à realidade presente e a memória da Nova Aliança, ressuscitando a cada dia o sangue do Senhor que foi derramado por nós (Lucas 22,20-21), por isso acolhamos em nossos corações a Verdade que nos chama :

16 Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: *
vou contar-vos todo bem que ele me fez!
20 Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, †
não rejeitou minha oração e meu clamor, *
nem afastou longe de mim o seu amor!
(Salmo 65 [66] – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025).

Assim restabelecemos nossa essência da vida que habita em nós, e no alento dado pela Alegria do Senhor que se tornou nossa força como novas criaturas:

14 Quanto a mim, que eu me glorie somente da cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo. 15 Pois nem a circuncisão nem a incircuncisão têm valor; o que conta é a criação nova. 16 E para todos os que seguirem esta norma, como para o Israel de Deus, paz e misericórdia. 17 Doravante, que ninguém me moleste, pois eu trago em meu corpo as marcas de Jesus. 18 Irmãos, a graça do Senhor nosso, Jesus Cristo, esteja convosco. Amém! (Gálatas 6,14-18 – XIV Domingo do Tempo Comum – 06 jul. 2025).

Ao contrário, se continuamos mergulhados nas misérias da mediocridade humana, não conseguiremos perceber que suspenderam os jardins da Babilônia, permanecemos a alimentar os desvaneios no caloroso espetáculo do fogo que queima nossas almas, embora não sendo uma atração de circo, vendo o palhaço que ri daqui e outro que chora da li como cantou Rita Lee em Jardins da Babilônia.

Referências:

MICHAELIS. In: Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, Online, Verbete: fisiologismo – Ed. Melhoramentos. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/palavra/AD94/fisiologismo/. Acesso em: 02 jul. 2025.

A justiça que há em mim

O presente artigo traz como tema para debate a equidade como justiça perfeita, diante da iniquidade causada pelas imperfeições humanas, visto que embora o homem não sendo perfeito, todos querem serem justos, contudo pouco seguem a equidade, e já miram em escala massiva, a exemplo do exegetismo empírico de Napoleão, a aplicação pela inteligencia artificial, da justiça pela igualdade.

A maioria das pessoas buscam a justiça pela igualdade das pessoas, esquecendo-se da equidade, e medem suas ações, partindo da ideia de que todos são iguais, ao passo que a equidade nos revela a nossas imperfeições, que impede que alcancemos a justiça real.

O igualitarismo da ideologia capitalista é uma de suas forças, que não se deve descartar levianamente. Desde a mais tenra infância, as pessoas aprendem por todos os meios concebíveis que todos têm oportunidades iguais e que as desigualdades com que se deparam não são o resultado de instituições injustas, mas de seus dotes naturais superiores ou inferiores (BARAN; SWEEZY apud MÉSZÁROS, apud AZEVEDO, 2013, p. 129).

Sem dúvida é importante que, na ordem de mercado […], os indivíduos acreditem que seu bem-estar depende, em essência, de seus próprios esforços e decisões […]. Por isso tal crença é freqüentemente encoraja-da pela educação e pela opinião dominante (HAYEK, apud AZEVEDO, 2013, p. 129).

Mas se a justiça não se alcança pelo Princípio da Igualdade, que prega que todos são iguais perante a lei, já na contradição da própria sociedade que cobra o respeito às diferenças da personalidade humana, fazendo com isso, que já nos deperemos com certa desarmonia (iniquidade) na justiça humana, levando-nos a perguntar: será que é esta justiça que queremos de verdade?

A sensação de injustiça pela aplicação estatal da igualdade, nos é evidenciada diante da experiência de muitas pessoas ao saírem dos tribunais lamentando que: aqui, é a (in)justiça dos homens, mas ela espera a justiça de divina.

Se devemos olhar para a equidade ao invés da igualdade, precisamos também mudar nosso olhar para a forma com que praticamos a justiça, pois quando falamos de igualdade, logo temos em mente que trata-se de um preceito que deve ser aplicado a todos.

Mas se olharmos para a equidade como modelo de justiça, ao nos encontrarmos dentro de um ambiente coletivo, o primeiro Princípio é o da Cidadania, ou seja, que tenho por certo, que não é preciso que o Estado me obrigue a respeitar o tratamento igualitário, pois, eu mesmo tenho por mim, o meu dever de zelar pela Justiça e bem comum.

A equidade não compreende um valor jurídico, mas sobretudo o alcance da justiça perfeita que se confunde com a Arte, por exemplo: se eu sou músico, e quero criar uma canção, ela tem por base os princípios da harmonia, cadência, que por sua vez, seguem a escala cromática das notas músicais.

Se decido compor uma música na escala de Dó (C), no entanto, nego a existência do Sol (G) na harmonia, e dizendo ser minha arte, por isso, farei do meu jeito, substituindo o Sol pelo Si Maior (B), na cadência, o som vai soar estranho, meio desafinado, pois, é um som de iniquidade, isto é de imperfeição na arte.

Ou ainda se quero reunir os números inteiros ímpares, de 0 a 7, (1, 3, 5 e 7) mas, por estabelecer o meu jeito, e querer nesse meio incluir o que considero mais belo, e,resolvo colocar o 2, eu nego a mim mesmo, pois quebro os princípios da harmonia natural das coisas, não há equilíbrio, há desarmonia, ou, iniquidade.

A equidade, portanto e compromisso que guardamos no nosso íntimo da realização da justiça, sem que sejamos forçados a cumprí-la, mas pelo desejo de produzir a todo o instante a arte da criação, tendo por base a Sabedoria que criou todas as coisa numa canção de um só verso, que quer dizer, o Universo:

Assim fala a sabedoria de Deus: 22“O Senhor me possuiu como primícias de seus caminhos, antes de suas obras mais antigas; 23desde a eternidade fui constituída, desde o princípio, antes das origens da terra. 24Fui gerada quando não existiam os abismos, quando não havia os mananciais das águas, 25antes que fossem estabelecidas as montanhas, antes das colinas fui gerada. 26Ele ainda não havia feito as terras e os campos, nem os primeiros vestígios de terra do mundo. 27Quando preparava os céus, ali estava eu, quando traçava a abóbada sobre o abismo, 28quando firmava as nuvens lá no alto e reprimia as fontes do abismo, 29quando fixava ao mar os seus limites – de modo que as águas não ultrapassassem suas bordas – e lançava os fundamentos da terra, 30eu estava ao seu lado como mestre-de-obras; eu era seu encanto, dia após dia, brincando, todo o tempo, em sua presença, 31brincando na superfície da terra, e alegrando-me em estar com os filhos dos homens” (Provérbios, 8, 22-30 – Festa da Santíssima Trindade – 15 jun. 2025).

Quando alcançamos a harmonia do bem comum, nos encantamos com as obras da criação e cantamos nosso louvor à Criação:

Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!

– Contemplando estes céus que plasmastes e formastes com dedos de artista; vendo a lua e estrelas brilhantes, perguntamos:” Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?”

– Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor; vós lhe destes poderes sobre tudo, vossas obras aos pés lhe pusestes:

– As ovelhas, os bois, os rebanhos, todo o gado e as feras da mata; passarinhos e peixes dos mares, todo ser que se move nas águas (Salmo 8, 4-5.6-7.8-9 – Festa da Santíssima Trindade – 15 jun. 2025).

Conclusão:

Se desenvolvemos em nosso íntimo o desejo da Justiça, nos tornamos amigos da equidade, e todo o nosso ser, já não mais sente outro prazer a não ser, realizar, sem que nos seja imposto por lei, a Justiça perfeita, que por efeito, nos coroa com a justificação, isto é, embora imperfeitos, a harmonia das nossas obras, apagam os desafinos da nossa arte, pelo acabamento Divino:

1Justificados pela fé, estamos em paz com Deus, pela mediação do Senhor nosso, Jesus Cristo. 2Por ele tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus. 3E não só isso, pois nos gloriamos também de nossas tribulações, sabendo que a tribulação gera a constância, 4a constância leva a uma virtude provada, a virtude provada desabrocha em esperança; 5e a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Romanos 5,1-5 – Festa da Santíssima Trindade – 15 jun. 2025 ).

Já não precisamos mais de leis incompletas, pois, em nós toda a lei já é cumprida naturalmente, inspirada em nossos íntimos pela Sabedoria plena, como um pão que nos alimenta do céu, pelos canais de um rio, que nos deixa até constrangidos a questionar: Senhor, que é o homem, para assim dele vos lembrardes e tratardes com tanto carinho?, ao ponto de se encarnar e habitar no meio de nós com a própria Sabedoria encarnada:

12“Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. 13Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. 14Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. 15Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu (Jo, 16,12-15 – Festa da Santíssima Trindade – 15 jun. 2025)

Neste louvor da criação lembramos a perfeição das obras da criação na Arte Ozark Moutain Daredevils you made it right:

Referências:

AZEVEDO, Mário Luiz Neves de. Igualdade e equidade: qual a medida da justiça social? In Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 18, n.1, p.129-150, mar. 2013. Disponível em https://www.scielo.br/j/aval/a/PsC3yc8bKMBBxzWL8XjSXYP/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 11 jun. 2025.

A história da fé pela Semiótica

A história da fé contada pela ciência, de um jeito objetivo, diferente das abstrações das teses filosóficas e teológicas.

The Goliath’s party: long live for the king’s friends at court

Portuguese Original Version

We are living in these times the election to choose a Minister in the Supreme Court, and we dare to say that it is an election because although it is a prerogative of choosing the Presidency of the Republic, it is endorsed by the representatives of the Federated States, the Senators.

If it’s an election for the Supreme Court, then it could be said that it’s a party of Democracy, where the selfless glow of the dignity of Justice sets the tone. But, unfortunately, what we witness is the tone of the physiology of the Powers, under the title of defense of “institutional values”, which means “politics of internal interests in which the ends justify the means”, since Brazil lost its education, and without political culture, politicking turned everything into the same thing, the Executive, Legislative and Judiciary Powers, into the anything goes of politics, as it replaced altruism with casuistry.

Credits: jjvallero

This has nothing to do with the character of the Brazilian, to whom as a Brazilian, a lawyer for 27 years, and also a teacher, I can say that as a native Brazilian, we have a dream of the Democratic Right’s State, that is the envy of any other nation in the World, so, It is not a question here of making a derogatory criticism of the Powers of the Republic, but of expanding the Nation’s gaze, towards the Pearls of its Democracy shaped by uneducated conductors.

It has been said since the beginning of the Republic of Brazil that governing an illiterate people is the dream of every politician. And in fact, when we witness the struggle of powers in the dispute for public office, now the office of Supreme Court Minister, ends up transforming the sweet taste of citizenship into bitter indigestion accompanied by nausea.

The Powers took as a basis the television media indicators as a government parameter, and thus act following audience surveys, responding more to what the people want to hear (in physiology) than what the people need to hear (in altruism).

However, witnessing the decay of the sustaniability television audience of present times, resulting from the strategy of those who have always sold what the people wanted to hear instead of selling (educating) what the people needed to hear, this service sales strategy, television or political shows, using here the term used by research specialists, a trend too, doomed to the same bankruptcy, as it repeats the refrain of the prediction of the music of the Titãs (Titan) Band:

“the television, made me dumb, too dumb, yet more.

now all the things I think about seem the same” (TITÃS, 1985)1

And if for the people everything looks the same, there will certainly be a government (Executive, Legislative and Judiciary Power) that in their eyes everything looks the same. And the effects of this is the loss of the achievements of our parents, who once enjoyed some education, and now, as prodigal children, we squander the legacy left to us as a Citizen Constitution, and from Democracy what you see is the monocracy, dominated by political powers so far from the Constitutional reality that many say it is pure utopia, such as the guarantee of a minimum wage with dignity, for example.

Many criticize the way the Supreme Court ministers were chosen, given the criterion of casuist political interest applied by the Executive Branch, under physiological blessings from the Legislative Branch, erasing the shine of the altruism of the dignity of Justice, thus suggesting, in its place, the technocracy of career servants.

But judicial technocracy also finds its parallel in television strategy, as there is no concern with the quality of jurisdictional provision for an effective realization of citizenship of the parties in the process, but, inspired by “internal institutional values”, they serve the interests of the parties in accordance with the popular audience indexes, whose effect is the substitution of citizenship for favors of the State to the vassals, since the result of the jurisdictional provision does not care if it buried the public interest of the common good (Art. 37 of the Constitution of the Republic/88).

If there is a claim by a citizen against the jurisdictional provision of a judge, a court, or a public defender, the answer is always the same, nothing can be done to him, under the mantra: “he acted within the guarantee of its functional autonomy”, and thus, the state jurist puts himself above the laws, to the point where the citizen hears from the politicians “judicial decision is not discussed, it is fulfilled”.

This is the thought of a vassal, accustomed to the physiology of bartering coins, one who, afraid of having nothing, sells his citizen’s treasure for trifles, because “all the things he thinks look alike to him.”

But, if the Democratic State of Rights the utopia of guaranteeing equality, in the so-called republican spirit, then the Judiciary Branch cannot be above the Law, to the point of transforming its jurisdictional provision “in what it understands to be right” as echoed, maxima venia, in the expression of a minister of the Court in a television judgment, when he said: to the fullest, modesty, that is, for this citizen, the sense of the monologue is created, “it’s what I think and that’s it” , as Chico Buarque once sang: today you’re the boss, say ok, there’s no discussion, today my people are talking sideways and looking at the ground, it saw (feeling you undestand?) (BUARQUE, 1970)2.

The altruistic shine of the dignity of Justice is in the joint construction, and the Supreme Court is not the isolated reference of absolute purity, those jurists are not the gods of Justice of the Nation, because all its components are as human as any of the others Brazilians.

Thus, perhaps the legacy left by our parents, for the election of the Popular Juri, could be a path towards the brightness of this party for the election of a new Minister of the Court, within the principle of electing someone from the people to judge as a people.

Given the lack of education, the judicial technocracy turned the Judiciary into a service provider of “guaranteeing its functional autonomy”, that is, there is no quality value criterion for judicial provision, the result of your work is summarized in statistics instead of how to take the same care that one takes in the quality of product delivery by corporations, O Judidicário should aim at improving the quality of life of citizens.

There is no quality because, denying the efficiency and publicity of Article 37 of the Constitution of the Republic/88, the Law by the Judge self’s, of the intimate forum of “functional autonomy” is substituted for the court to call itself the god of Justice, as it exempts itself from any control of “their intimate forum”.

Thus, it became a theory, the minimum wage with dignity, it became a theory, re-retirement, which in place of dignity, under the principle of “institutional values”, increased the social security contribution as a burden to the retired person who continues to work.

Because, it maintains the obligation of the social security maintenance contribution, unbalancing the Justice as it does not return any consideration to the elderly citizen, by imposing the duty on that retired person who is obliged to continue working until the last days of life to survive, to contribute to support the monocratic State of law, not as social contribution, but imposed, therefore, it will remain without the right to anything, to any consideration, not even to sick pay for the worker.

Conclusion

The guarantee of functional Court freedom’s cannot be transformed into the “oba oba [yeah, yeah, yeah…] do I am that whoever is in charge, spoke is spoken”, but rather, revere obedience to the effectiveness of the jurisdictional provision, in the sense of applying and guaranteeing the effectiveness of the Public Interest, as reality of citizenship, in the joint reverence of advertising (Art. 37 of CR/88), and not as today, in decisions full of meanings “in an intimate way” that only the monocratic author understands your self judgement, because in the place of advertising it remains hidden in the depths of his inner self, and the effect is: “judicial efficiency to the brim”, because for the people everything seems the same thing.

1TITÃS. Televisão. In Album Televisão.São Paulo:WEA, 1985. Disponível em https://youtu.be/7psItZeHmqU. Acesso em 15 jul.2021.

2BUARQUE, Chico. Apesar de Você. São Paulo: Phillips, 1970. Disponível em https://youtu.be/nT1rxzFL0dE. Acesso em 15 jul. 2021.

Festa dos Golias, um viva aos amigos do rei na corte

English Version

Vivemos nesses tempos a eleição para a escolha de um Ministro na Corte Suprema, e ousamos dizer que é uma eleição porque embora seja uma prerrogativa da Presidência da República, é referendado pelo representantes dos Estados Federados, os Senadores.

Se é uma eleição para a Corte Suprema, então poderia se dizer que é uma festa da Democracia, onde o brilho altruísta da dignidade da Justiça, dá o tom. Mas, lamentavelmente o que testemunhamos é o tom do fisiologismo dos Poderes, sob o título de defesa dos “valores institucionais”, que significa “politicagem de interesses internos em que os fins justificam os meios”, pois, o Brasil perdeu sua educação, e sem cultura política, a politicagem transformou tudo na mesma coisa, Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, no vale tudo da política, pois substituiu o altruísmo pelo casuísmo.

Ilustração:JJValero

Isso não tem nada a ver com o caráter do brasileiro, ao qual como brasileiro, advogado há 27 anos, professor, posso dizer que como brasileiro nato, temos um sonho de Estado de Direito a fazer inveja a qualquer outra nação do Mundo, assim, não se trata aqui de se fazer uma crítica depreciativa aos Poderes da República, mas expandir o olhar da Nação, para as Pérolas de sua Democracia calcadas por condutores sem (a) educação.

Já diziam desde os tempos do início da República do Brasil que governar um povo analfabeto é o sonho de todo político. E de fato, ao testemunharmos a digladiação de poderes na disputa por cargos públicos, agora o de Ministro da Corte Suprema, acaba por transformar o doce sabor da cidadania em amarga indigestão acompanhada de náuseas.

Os Poderes tomaram por base os indicadores da mídia televisiva como parâmetro de governo, e assim agem seguindo as pesquisas de audiência, respondendo mais ao que o povo quer ouvir (no fisiologismo) do que o que o povo precisa ouvir (no altruísmo).

No entanto, testemunhando a decadência da audiência (sustentabilidade) televisa dos tempos presentes, decorrente da estratégia de quem sempre vendeu o que o povo queria ouvir no lugar de vender (educar) o que o povo precisava ouvir, essa estratégia de vendas de serviços, televisivos ou políticos apresenta, usando aqui o termo próprio dos especialistas em pesquisas, uma tendência também, fadada à mesma falência, pois, repete o refrão do vaticínio da música dos Titãs:

“a televisão, me deixou burro, muito burro demais,

agora todas as coisas que eu penso me parecem iguais” (TITÃS, 1985)1.

E se para o povo tudo parece igual, com certeza terá um governo (Poder Executivo, Legislativo e Judiciário) que aos seus olhos tudo parece a mesma coisa. E, os efeitos disso, é a perda das conquistas de nossos pais, que gozaram um dia de alguma educação, e, agora, como filhos pródigos, dilapidamos a herança a nós deixada como Constituição Cidadã, e de Democracia o que se vê é a monocracia, dominada por poderes políticos tão distante da realidade Constitucional que muitos dizem ser pura utopia, como por exemplo a garantia de um salário mínimo com dignidade.

Muitos criticam a forma da escolha dos ministros da Corte Suprema, diante do critério de interesse político casuísta aplicado pelo Poder Executivo, sob bênçãos fisioligistas do Poder Legislativo, apagando o brilho do altruísmo da dignidade da Justiça, sugerindo assim, em seu lugar a tecnocracia dos servidores de carreiras.

Mas a tecnocracia judicial também encontra seu paralelo na estratégia televisiva, pois não há uma preocupação da qualidade da prestação jurisdicional para uma efetiva realização da cidadania das partes no processo, mas, inspirados nos “valores institucionais internos” atendem ao interesses das partes de acordo com os índices de audiência popular, cujo efeito é a substituição da cidadania por favores do Estado aos vassalos, pois o resultado da prestação jurisdicional não se importa se soterrou o interesse público do bem comum (Art. 37 da Constituição da República/88).

Se há uma reclamação de um cidadão contra a prestação jurisdicional de um juiz, um tribunal, ou um promotor, um defensor público, a resposta é sempre a mesma, nada pode se fazer a ele, sob o mantra: “ele agiu dentro da garantia de sua autonomia funcional”, e assim, o jurista se põe acima das leis, ao ponto do cidadão ouvir dos políticos “decisão judicial não discute, se cumpre”.

Isso é o pensamento de um vassalo, acostumado ao fisiologismo das moedas de trocas, aquele que com medo de não ter nada, vende seu tesouro de cidadão, por ninharias, pois, “todas as coisas que ele pensa, lhe parecem iguais”.

Mas, se Estado Democrático de Direito traz a utopia de garantir a igualdade, no chamado espírito republicano, assim, também não deveria estar o Poder Judiciário acima da Lei, ao ponto de transformar a sua prestação jurisdicional “no que ele entende como certo” como ser repercutiu, data maxima venia, na expressão de um ministro da Corte em um julgamento televisivo, quanto disse: às favas a modéstia, ou seja, para este cidadão cria-se o sentido do monólogo, “é o que eu penso e pronto”, como um dia cantou Chico Buarque: hoje você é quem manda, falou tá falado, não tem discussão, a minha gente hoje anda falando de lado e olhando pro chão, viu (BUARQUE, 1970)2.

O brilho altruísta da dignidade da Justiça está na edificação conjunta, e a Corte Suprema, não é a referência isolada de pureza absoluta, não é o deus da Justiça do povo, pois, todos os seus componentes são tão humanos como qualquer dos demais brasileiros.

Assim, talvez o legado deixado por nossos pais, para a eleição do Juri Popular, poderia ser um caminho na direção do brilho dessa festa para a eleição de um novo Ministro da Corte, dentro do princípio de se eleger alguém do povo para julgar como povo.

Diante da carência educacional, a tecnocracia judicial tornou o Poder Judiciário num prestador de serviços da “ garantia de sua autonomia funcional”, isto é, não há um critério de valor de qualidade para a prestação jurisdicional, o resultado do teu trabalho se resume na estatística dos índices de audiência de processos, ao invés da melhoria da qualidade de vida cidadão.

Não há qualidade pois, negando a eficiência e publicidade do Art. 37, da Constituição da República/88, substitui-se o Direito pela lei do foro íntimo da “autonomia funcional” para a corte judicial se auto intitular deus da Justiça, pois auto isenta-se de qualquer controle de “seu foro íntimo”.

Assim, tornou-se uma teoria, o salário mínimo com dignidade, tornou-se uma teoria, a desaposentação, que no lugar da dignidade, sob o princípio “dos valores institucionais”, incrementou a contribuição previdenciária como um fardo ao aposentado que continua a trabalhar.

Pois, mantém sua obrigatoriedade, desequilibrando a Justiça pela falta de contra-prestação ao cidadão ancião, ao lhe impor o dever aquele aposentado que é obrigado a continuar a trabalhar até os últimos dias de vida para sobreviver, de contribuir para sustentar o Estado monocŕatico de direito, não como contribuição social, mas, imposto, pois, permanecerá sem direito a nada, a nenhuma contraprestação, nem mesmo ao auxílio doença do trabalhador.

Conclusão

A garantia da liberdade funcional não pode se transformar no “oba oba do sou que quem mando, falou tá falado”, mas sim, reverenciar a obediência à eficácia na prestação jurisdicional, no sentido de se aplicar e garantir a efetividade do Interesse público, como realidade de cidadania, na reverência conjunta da publicidade (Art. 37 da CR/88), e não como hoje, em decisões cheias de meandros “de foro íntimo” que só o autor monocrático entende, pois no lugar da publicidade ela permanece oculta no fundo do seu íntimo, e , o efeito é: “às favas a eficiência jurisdicional”, pois, para o povo tudo parece a mesma coisa.

1TITÃS. Televisão. In Album Televisão. São Paulo:WEA, 1985. Disponível em https://youtu.be/7psItZeHmqU. Acesso em 15 jul.2021.

2BUARQUE, Chico. Apesar de Você. São Paulo: Phillips, 1970. Disponível em https://youtu.be/nT1rxzFL0dE. Acesso em 15 jul. 2021.

Denunciando a corrupção:

O tema Denunciando a corrupção, é parte do conteúdo sobre a obra “O Novo Mundo: a história interagindo com o sonho da Humanidade”, que está neste link https://formaresaber.com.br/#roma/, e no vídeo abaixo:

Ao acessar o conteúdo pelo link acima, é possível cruzar leituras relacionadas.

Sem sentidos, desprezamos a cura da doença

Nos tempos presentes, e aqui nos referimos à sexta-feira, 09 de abril de 2021, a exemplo de quando houve a Ressurreição de Jesus em que os discípulos em diversas narrativas bíblicas não o reconheceram, uma delas a dos irmãos que seguiam para Emaús, a Igreja também não o reconheceu diante de sua mensagem de Boa Nova dada pela Liturgia da sexta-feira, oitava da Páscoa, após a celebração de sua Paixão e Morte.

Igual aquele tempo, vivemos tempos de tristeza, de luto, de dor, em que o número de pessoas mortas só pela peste que, aproximando-se de 400.000 vítimas, supera a população de cidades populosas, como Blumenau -SP, Canoas – RS, Carapicuíba – SP, se aproximando de Campina Grande – PB, muitas dessas vítimas, sem a dignidade de um leito, isto é, mortas na fila para entrar nos hospitais.

E diante dessa dor, sentimos a mesma impotência, a falta de forças, o desnorteio, sem saber o que fazer, e, tentamos manter tudo dentro da normalidade continuando nossos trabalhos, repetindo o que fez o Apóstolo Pedro, quando, desiludido, perdido, sem rumo, cheio de dores, parecendo-lhe faltar esperanças para um mundo que o esmagava, disse “Eu vou pescar” (João Cap. 21, v. 3).

Falta de sentidos

E como naqueles tempos, saímos para pescar, mas tudo nos parece sem sentido, tudo nos parece decepção, já não vemos a alegria de nossas festas, já não sentimos prazer em celebrarmos nossas tradições, tudo parece diferente agora, tudo parece sem o vigor de outrora, e como os Discípulos daquele tempo, agora, passamos a noite toda e não pescamos nada (Jo, 21,3), isto é, parece que diante de tanta dor, indiferença, corrupção, nada muda e nada vai mudar, estamos condenados á um lugar de dores, frustrações e decepções.

Com o coração pesados, não reconhecemos a Vida se renovando, não reconhecemos o Senhor nos dando uma Boa Nova para a cura de nossa dor, para a cura da peste, para o renascimento em uma Vida nova, na Liturgia do dia 09 de Abril de 2021, Ele disse nas missas daquele dia “Lançai a rede à direita da barca, e achareis” (Jo 21,6), mas, a Igreja está dormente, a exemplo dos discípulos, não reconheceu o seu Senhor, e essas palavras voaram ao vento, sequer são lembradas pela teologia do Deus morto.

Com um coração sem carne, com os ossos secos, as Palavras do Senhor parecem não ter vida para nós quando diz dentro de uma liturgia, isto é, prática de vida, serviço :“Lançai a rede à direita da barca, e achareis” (Jo 21, 6), parecendo apenas um adorno do texto, assim como depois em “ Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes” (Jo,21,11).

No entanto a Palavra do Senhor não é inútil, não foi Proclamada apenas para desaparecer ao vento como desapareceu de nossos corações a Proclamação da sexta-feira dia 09 de abril de 2021, pois, não é apenas adorno, é Palavra Viva, e na Ressurreição do Senhor, é como a chuva que rega o campo a germinar, a trazer a Vida na Boa Nova da cura de nossos males, fazendo novas todas as coisas:

E como a chuva e a neve que caem do céu para lá não voltam sem antes molhar a terra e fazê-la germinar e brotar, a fim de produzir semente para quem planta e alimento para quem come, assim também acontece com a minha palavra: Ela sai da minha boca e para mim não volta sem produzir seu resultado, sem fazer aquilo que planejei, sem cumprir com sucesso a sua missão.

Em clima de alegria saireis, em clima de paz sereis conduzidos (Isaías, Cap. 55, v. 10-12).

A Palavra Viva do Senhor ressuscitado ao nos dizer “Lançai a rede à direita da barca, e achareis”, está se revelando para nós nos tempos presentes, a dizer que toda a nossa alegria de Pentecostes: “Em clima de alegria saireis, em clima de paz sereis conduzidos (Isaías, Cap. 55, v. 12), a Alegria da Boa Nova, precisa ser nos 50 dias da celebração da Páscoa com uma peregrinação junto com Ele à sua direita.

Igual a experiência de Tobias e Sarah na cura com São Rafael, quem está à direita da Barca é a Rainha (Salmo 45), oferecendo-nos o remédio, para curar nossas dores de agora, na peregrinação de cada dia (= 1 dia), que deve conter 150 (saudações angélicas) com a mediação dos mistérios da alegria, dor e glorificação do Senhor (= 3 mistérios), que se representou por 153: “ Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes (Jo 21,11);

Mas o coração do homem está sem carne, assim como secos estão seus ossos, e não consegue reconhecer o Senhor, assim, mesmo diante da morte ele permanece indiferente para mudar o curso capaz de salvar sua vida, mesmo diante dos sinais do Senhor ele permanece cabisbaixo, e talvez ainda diante de todos os sinais do Senhor, sua incredulidade veja como atos de um homem, “onde vossos pais me tentaram, me provaram, apesar de terem visto minhas obras” (Salmo 94, 8).

Mas, a Palavra do Senhor não volta ao céu sem dar fruto, por isso é para nós, agora o que foi dito a Moisés:

Com efeito, este mandamento que hoje te prescrevo não é difícil para ti nem está fora do

teu alcance. Não está no céu, para que digas: ‘Quem poderá subir ao céu por nós para

apanhá-lo? Quem no-lo fará ouvir para que o possamos cumprir?’ 13 Não está do outro lado do mar, para que digas: ‘Quem atravessará o mar por nós para apanhá-lo? Quem no-lo fará ouvir para que o possamos cumprir?

Ao contrário, esta palavra está bem ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir. Vê que eu hoje te proponho a vida e a felicidade, a morte e a desgraça. Se obedeceres aos preceitos do Senhor teu Deus, que hoje te prescrevo, amando ao Senhor teu Deus, seguindo seus caminhos e guardando seus mandamentos, suas leis e seus decretos, viverás e te multiplicarás, e o Senhor teu Deus te abençoará na terra em que vais entrar para possuí-la.

Se, porém, o teu coração se desviar e não quiseres escutar, se te deixares arrastar para adorar e prestar culto a outros deuses, eu vos declaro hoje que certamente perecereis.

Não vivereis muito tempo sobre a terra onde ides entrar, depois de atravessar o rio Jordão, para ocupá-la.

Cito hoje o céu e a terra como testemunhas contra vós, de que vos propus a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e teus descendentes (Deuteronômio, Cap. 30, v.11-19).

Volte para a Vida, abrace o teu Senhor, Ele quer tua amizade, mas o tesouro dessa amizade depende também de você quer ser amigo dele, se você não mudar o teu coração, você não consegue encontrar a vida: Procurai o SENHOR enquanto é possível encontrá-lo chamai por ele, agora que está perto (Isaías, Cap. 55, v. 6).

Mais informações em assuntos semelhantes pode ser encontrado neste link: https://formaresaber.com.br/saindo-da-pandemia-pelo-recluses-no-lugar-do-lockdown/

A Ciência panterrestre

Dentro de nossa caminhada pela Ciência das Linguagens percebemos que a visão humana ou relação da Semiótica com as outras Ciências se revela igual a irônica apresentação feita por Lúcia Santaella quando brincou: “Semi-ótica – ótica pela metade?” (SANTAELLA, 2012, p. 9)1, pois, é exatamente dessa forma que as Ciências da Humanidade encaram a Semiótica.

Charles Sanders Peirce – Credit:Wikipedia

O problema começa a ser sentido a partir da própria apresentação da Semiótica às academias do conhecimento humano que reagem como se deparassem com um imigrante, estrangeiro que quer compartilhar o seu universo, mas enfrenta o preconceito delas como “que cara esquisito”, e, assim, é vista como algo exótico, ou, diferente, e as vezes até incompatível como o ambiente do conhecimento humano.

Conflito 1 – Além das fronteiras da Ciência

O início do conflito parte do que se entende por academias de conhecimento humano como referência às ciências da humanidades isto é, as ciências físicas e as ciências humanas, ou metafísicas, cujo o princípio de reconhecimento se dá a partir de um pressuposto lógico pela a captura do conhecimento a partir de um raciocínio lógico.

Esse processo teve inspiração pelo cartesianismo de Descartes e consolidou-se na física clássica de Newton, de que tudo deve ser explicado positivamente, a partir dos conhecimentos capturados, ou, apreendidos, o que pedimos licença para ilustrar com o exemplo daqueles vídeos que mostram o gato que se encanta pela luz do laser é quer agarrá-la a todo o custo, pois, na ilusão de adivinhadores e dominadores do futuro, o conhecimento sendo como água, não pode ser capturado pelo domínio lógico das mãos humanas, cujo melhor exemplo desse fracasso foi a própria física clássica do absolutismo lógico de Newton sendo reescrita pela física quântica de Planck e Einstein, tornando parte dessa mesma ciência as incertezas.

Conflito2 – Confundido como pensador

Como a ciência humana limita-se ao estudo voltado apenas para o humano, isto é, aquilo que só foi capturado logicamente como conhecimento, não consegue definir algo que é panterrestre, isto é, uma ciência capaz de unificar o conhecimento dentro do universo como lógica e fora dele como experiência, como podemos observar na apresentação de Peirce pelo Livro “Os Pensadores”:

A maior parte dos historiadores de filosofia considera Charles “Santiago” Sanders Peirce como o maior e mais original pensador que já surgiu na América do Norte (D’OLIVEIRA, 1989, p. VII)2.

O grande equívoco nesta apresentação e considerar Peirce como um pensador, Ele pode ter sido original, pode ter sido grandioso, mas não pensador, porque estaria contradizendo o pragmaticismo da própria ciência que ele apresentou, pois, o processo cognitivo apresentado aos homens por Peirce, não veio do seu intelecto, mas sim, de uma interpretação, ou, tradução, de uma ciência que vai além da compreensão humana, Peirce, testemunhando a paisagem do conhecimento real, expressou-a como Arte, não de autoria própria, pois a Semiótica é fenômeno de realidade e não pensamento que engaiola o conhecimento, talvez por essa caraterística de ciência panterrestre, a mesma Obra “Os Pensadores”, relata o exílio de Peirce como “entre tormentos”.

Apesar de todas as qualidades intelectuais de Peirce, sua carreira universitária não foi bem-sucedida. Personalidade instável e complexa, o filósofo teve uma vida pessoal muito atribulada, que o prejudicou nas atividades docentes.

(…) Em 1887, depois de herdar algum dinheiro, Peirce retirou-se para Milford, Pensilvânia, onde viveu em relativo isolamento até a morte, em 19 de abril de 1914. Os habitantes de Milfor não tinham dele a melhor das impressões: era considerado um excêntrico, pouco cuidados com a aparência, solitário e desregrado nos hábitos (Ibid.).

Conflito 3 – Realidade de fenômenos confundida como filosofia

O terceiro conflito é o tratamento dado à Semiótica como Filosofia de Peirce, o que consiste um grande equívoco, porque se Peirce apenas promoveu a interpretação das interações comunicativas com o ambiente, que é chamado de fenomenologia, não se trata de um pensamento de Peirce, ou Filosofia de Peirce, ou forma de pensar, mas sim, de um registro de realidade de um fenômeno, sem a contaminação da influência humana, cuja a participação de cada um se dá pela experiência da lei chamada de secundidade a aplicar a Ética que estrutura esse fenômeno.

Conclusão

As ciências da humanidade se prende na ambição de capturar o conhecimento a fim de que o homem possa se tornar dominador, ou adivinhador dos eventos, capazes de preverem o futuro, limitando-se assim a uma relação puramente humana, ao passo que a Semiótica traduzida por Peirce ao Mundo, a exemplo da Teoria do Caos, revela uma comunicação intensa de sentidos, não só entre os conhecimentos humanos, mas, interagindo-se com tudo o que estrutura o ambiente, isto é, uma comunicação que não se limita a ligação entre os pontos do Universo mas também à Vida que está além dele.

Por fim tem de se encarar a dura realidade, de que, ao se descobrir as incontáveis belezas de uma Ciência Viva, cuja tecnologia de inovação e criação acontece, na linguagem da ciência digital, em tempo real, traz como efeito os tormentos de Peirce, se vendo sempre como um forasteiro extra-terrestre, vivendo seu exílio.

Continua na próxima semana.

1SANTAELLA, Lúcia. O que é Semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1989.

2D’OLIVEIRA, Armando Mora. Peirce – Vida e Obra. In Os Pensadores – Peirce – Frege. 4ª Ed. São Paulo: Nova Cultural, 1989.